|
|
Desta forma, Dystopia foi produzido por Dave Mustaine e Chris Rakestraw e gravado no Lattitude Studio South And Southern em Leiper's Fork no Tennessee/EUA entre abril e julho de 2015. A masterização é de Ted Jensen no conceituado Sterling Sound e a mixagem é de Josh Wilbur. A presença de Kiko Loureiro é tão grande, que ele participou na composição de três faixas do cd.
Na capa de Dystopia temos uma visão do mundo pós-apocalíptica com o mascote Vic Rattlehead na ponte Sydney Harbour lembrando um cyborgue com fones de ouvido e óculos de realidade virtual no lugar da tradicional viseira rebitada segurando a cabeça de um outro cyborgue, que se assemelha a Estátua da Liberdade e uma katana ( homenageando ao filme Sete Samurais ). E o desenho de Brent Elliot White vai além e ainda tece homenagens ao filme 12 Macacos ( pela cidade deserta e destruída ), à Mad Max e à personagem Michonne do seriado The Walking Dead com os drones prendidos por cabos, tais como os zumbis escravizados por ela em alguns episódios.
|
|
Mais rápida e vigorosa, Dystopia entra pulverizando em um andamento deveras contagiante, que intima ao fã cantar com Dave Mustaine e sentir a contestação de seus vocais. Agora, a virada repleta de solos de guitarras incríveis e a bateria - que está literalmente explosiva - são um saboroso deleite à parte, onde registro os meus parabéns aos 'novatos' Kiko Loureiro e Chris Adler. Primeiro single a ser divulgado de Dystopia, Fatal Illusion entra com uma pegada destrutiva e infectante, além de um solo de baixo único de David Ellefson e 'licks' metralhantes na bateria de Chris Adler para que Dave Mustaine dispare seus indignados vocais em meio a 'riffleramas' que ficam mais aceleradas elevando significativamente o potencial desta terceira faixa a transformando em um Thrash simplesmente visceral.
|
|
Sempre com a aura das máquinas do futuro, que dominam a humanidade e estão implícitas na capa de Dystopia, a pedrada certeira Post American World ( a segunda que Kiko Loureiro divide os créditos da composição ) possui um estilo incontido mais cadenciado em sua maior parte e dedilhados mais calmos, que chamam o seu andamento aniquilador transbordando nos vorazes solos de guitarras e não posso deixar de comentar também a forma em que Dave Mustaine canta seus versos te conectando ainda mais à canção.
E a mistura de Dave Mustaine e Kiko Loureiro nas composições fez bem ao Megadeth, pois, em Poisonus Shadows ( a segunda faixa onde ele participou da criação ) começa dedilhados mais suaves com arranjos orquestrais de Charlie Judge, que se exponenciam a robustos solos em um andamento de média velocidade, que destacam o brasileiro solando com muita habilidade e trazem as vocalizações emocionantes em um ambiente muito criativo dos quatro músicos. O término acontece com versos sussurrados por Dave Mustaine e com Kiko Loureiro ao piano em uma linda linha sombria, que é até um tanto triste. A instrumental Conquer Or Die! segue essa linha mais intimista no violão até seus solos mais encorpados tomarem conta da música em mais outra combinação de Dave Mustaine e Kiko Loureiro na composição, que certamente ocupará uma lugar em sua memória por conta da sua beleza, que em seus instantes finais ouvimos a voz de Miles Doleac promovendo a interação com a seguinte.
|
|
Dystopia é disparado um dos melhores discos do ano, um 'Thrahsão' intenso e nervoso, que seguramente será lembrando nas listas de muita gente e que pode e deve ser considerado como um dos melhores da carreira do Megadeth, pois, foi recriada a atmosfera qualitativa da década de 90 com olhos voltados para o futuro, não ouse deixar de incluir esta pérola em sua coleção. Entretanto, Chris Adler que tocou em várias datas da turnê teve que se dedicar ao Lamb Of God ( sua banda principal ) e deu lugar ao belga Dirk Verbeuren, que deixou o Soilwork para se tornar o baterista oficial do Megadeth.
Nota: 10,0.Sites: http://www.megadeth.com/home, https://www.facebook.com/Megadeth, https://www.facebook.com/RustInPage, http://www.youtube.com/Megadeth e https://twitter.com/Megadeth.
Por Fernando R. R. Júnior
Agosto/2016