Metal All Stars
Abertura: Capadocia, Project 46 e  Korzus
Sábado, 22 de novembro de 2014
 no Espaço das Américas em São Paulo/SP

    Muitas especulações nas redes sociais, ansiedade para ver alguns músicos e um preço bem acessível do ingresso ( 70,00 reais ) foram os ingredientes que levaram minha curiosidade ao máximo para essa noite, o projeto Metal All Stars, que vem com uma proposta incrível de juntar diversos músicos internacionais de renome para cantar sucessos do Metal, não sei como são os shows em outros países, mas por aqui foi no mínimo controverso.

    Chegamos às 19h30, com uma galera já na fila à espera da abertura da casa e por aqui muitos boatos de quem vem ou não vem cantar e até um papo de que iam cancelar no festival, mas no final, ficou confirmado que não se apresentariam essa noite os seguintes músicos: Joey Belladonna ( do Anthrax ), Chuck Billy ( do Testament ) e Cronos ( do Venom ), além do guitarrista Gus G ( do Ozzy Osbourne e Firewind ) e o baterista Carmine Appice ( do Vanilla Fudge e Rod Stewart ). Mas tudo bem ainda teríamos músicos renomados como Kobra Paige, Ross The Boss, Dave Ellefson, Geoff Tate, Vinny Appice, James LaBrie, Rob "Blasko" Nicholson, Max Cavallera e Zakk Wylde com a missão de salvar o dia.

Capadocia

    Banda de Metal atualmente formada por Baffo Neto na guitarra e vocais, Marcio Garcia na guitarra, Gustavo Tognetti no baixo e Palmer de Maria na bateria, que teve sua origem em Santo André/SP, está na ativa desde 2011 e seu primeiro álbum que será lançado o ano que vem com o título de Leader’s Speech.

    Os caras tem como missão esquentar essa galera desconfiada, para isso, começam com muita energia a Survival Instinct e logo emendam a Everybody Hates Everybody, que tem alguns elementos Thrash Old School, que aos poucos vai ganhando algumas pessoas aqui na pista, mas, sempre temos muitas palmas ao final das músicas.

    O vocalista Baffo Neto e o baixista Gustavo Tognetti, balançam seus 'dreads' sem parar e o Espaço das Américas é um luxo só! Espaçosa e com telões que mostram bem o que acontece no palco, Baffo Neto agradece quem veio acompanhar as bandas nacionais e comenta sobre o show que fizeram na Bolívia.

    A Lord Of Chaos foi a seguinte e esta música possui um instrumental incrível. Baffo Neto também agradece quem veio apesar dos contratempos, 'tô de cara', com a qualidade dos vídeos e dos cortes que aparecem no telão, e o vocalista avisa que a próxima é bem conhecida: Blackened ( do Metallica ) e percebo que uma a segurança se assusta com os primeiros rifs de guitarra... Deu vontade de falar: "É o poder do Thrash minha senhora!". Como não podia deixar de ser, o pessoal se empolgou muito com essa música palmas, "heys", pulos e uma pequena roda.

    Sem delongas eles mandam a Stay Awake, sem ornamentos no palco, sem firulas no figurino, apenas Metal para tudo que é lado, essa tem uns riffs pesados e encorpados. Baffo Neto se anima ainda mais exclama: "É uma honra tocar aqui!". No meio da música lá corre Gustavo Tognetti com a correia do baixo, que não aguenta todo o peso das notas, mais e mais pessoas se rendem ao som dos caras. Por enquanto, temos um público pequeno para o tamanho da casa.

    Uma pausa para água e troca de guitarra, os músicos se movimentam bem pelo palco, estão animados e quando não cantam, bangueam muito. Agora é a vez da trampada Leaders In The Fog, a minha favorita dos caras, com sua ótima cozinha de baixo e batera. O guitarrista Marcio Garcia ( muito 'divo' com seus longos cabelos, que não lembra em nada o ator ) incentiva a pista a acompanha-lo no 'hey'.

    A próxima é a pesada Stand Still, que foi muito bem recebida pelo público, pois, não tem cabeça que não balance nessa música e temos também muitos sorrisos de aprovação por aqui. Baffo Neto disse: como a ideia é homenagear os grandes ídolos, vamos tocar a Spirit In Black / Ghost Of War... welcome tom y world! Mesmo sendo um meddley do Slayer, perto de mim a galera curte de boa, mais calmos. Estou na Pista Vip e não consigo ver o que acontece para o meio da Pista Normal por aqui.   

    E quanto mais passa o tempo, mais fico encantada com a edição de vídeo dos caras da casa. Baffo Neto anuncia a saideira, comenta sobre o 'merchan' que está disponível ao lado da pista e finaliza comentando das bandas que ainda tocarão essa noite, o Project 46, o Korzus e que seu novo disco que é 'dukaralho'.

    Snake Skin vem com seus riffs nervosos, essa é a música que vem para fechar o set dos caras e eles aproveitam para tocar com vontade, temos sorrisos no palco e na pista também, ao final agradecem, Baffo Neto conta que não é fácil fazer esse festival, trazer e tocar com tantos caras fodas, jogam palhetas e vem nos cumprimentar, batem palmas para nós e tiram fotos conosco, saem ao som de palmas. O Capadocia encerra sua apresentação às 22h.

Set List do Capadocia

1 - Survival Instinct
2 - Everybody Hates Everybody
3 - Lord Of Chaos
4 - Blackened
5 - Stay Awake
6 - Leaders In The Fog
7 - Standing Still
8 - Spirit In Black / Ghost Of War
9 - Snake Skin

Project 46

    No intervalo vou visitar os estandes do 'merchan' das bandas Capadocia e Korzus, que estavam com camisetas e muitos cd´s, mas, a maioria do povo está mais preocupada em conversar nesse momento. Vinte e cinco minutos depois, sobem os músicos Caio MacBeserra nos vocais, Vini Castellari e Jean Patton nas guitarras, Rafael Yamada no baixo e Henrique Pucci na batera sobem ao palco.

    O Project 46 é uma banda, que tem em sua maioria composições em português ( já disse que admiro quem faz suas composições em português não? Afinal o idioma difícil de compor ) também mistura vários estilos com uma agressividade sempre presente. Na ativa desde 2008 eles contam com um EP e dois cd´s na bagagem.

     Já vem na pressão o Project 46 dispara a pedrada na orelha com Violência Gratuita do primeiro cd independente Doa a Quem Doer de 2011 ( confira resenha ), os guitarristas Vini Castellari e Jean Patton se movimentam bastante por todo o palco, enquanto que o vocalista Caio MacBeserra pede palmas para a galera, que “banguea” no ritmo dos caras, temos até uma pequena roda, ele comenta: "nós somos o Project 46, com orgulho do Brasil".

    No palco pôsteres e uma bandeira gigante com a arte do último cd da banda, a casa está mais cheia agora e o vocalista Caio MacBeserra avisa que a próxima é do último álbum, o Que Seja Feita A Nossa Vontade ( leia resenha ) lançado em maio deste ano, assim, eles tocam a Desordem E Progresso. Gente tem um nome mais “cabuloso” que esse? Acho que não! Os músicos a executam cheios de energia e agressividade, a plateia feita de muitos fãs acompanha a energia dos músicos.

    Caio MacBeserra provoca: "Senhores do Metal All Stars, vergonha na cara desse Brasil" e tocam a rápida Vergonha Na Cara ( do Que Seja Feita A Nossa Vontade ) e notei que muita gente por aqui já escutou o novo álbum pelo jeito que essa música foi comemorada, teve até um rapaz que correu para mais perto do palco com a intenção de escutar essa melhor, na pausa, a galera grita e bate palmas e Caio MacBeserra não fica satisfeito pede mais palmas.

    E o vocalista pergunta: "Esse não é o Metal All Star caralho? Vamos fazer barulho!". Assim ele anuncia a No Rastro do Medo ( outra do Doa a Quem Doer ) com a crítica ácida na letra: "Você quer tudo o que não pode ter, Esquece do seu conforto e sossego, A vida não é nada do que tem na tv!!". E impressionante: temos quem cante todas, quem pule e quem faça roda todos juntos e misturados.

    A brutal Na Vala do Que Seja Feita A Nossa Vontade é a próxima e Caio MacBeserra não para um minuto sequer, sempre empolgando os mais próximos e interagindo com os outros músicos. Por aqui já temos alguns arrancando a camiseta por causa do calor.... Ok, por causa de tanto animar e pular mesmo! E o show do Project 46 sempre muitas palmas.

     Outra que não deixa ninguém parado é a opressiva Empedrado do Que Seja Feita A Nossa Vontade, pois as cordas não param de “banguear” um minuto, temos também um trabalho e tanto do batera Henrique Pucci. Durante a música Caio MacBeserra agradece e avisa que as “tretas” não acabam aqui, o pessoal não para com a roda e temos até a presença ilustre do Eddie The Head do Iron Maiden, pelo menos na máscara dele. Até onde consigo enxergar o povo mais para trás curte “de boas”.

    Caio MacBeserra animado pergunta: "Vocês estão vivos nessa porra? Quem veio para ver o Project 46?" E muitos levantam o braço e então ele prossegue: "vocês querem mais música? Essa é Impunidade" e a canção do Doa a Quem Doer nos faz sentir todo o seu caos e o groove. É a minha favorita dos caras e galera canta e faz roda, por um minuto o espírito pulador chegou por aqui e durante o refrão, lá vai eu pular um pouquinho também, enquanto todos ficam nas palmas.

    O vocalista ainda nos pergunta: "se estamos prontos para o segundo round" e incentiva a galera a tocar o 'foda-se' para o hino Foda-se ( Se Depender de Nós ) que no cd Que Seja Feita A Nossa Vontade conta com Otávio Augusto da banda Pray For Mercy e Leo Mesquita da banda Surra. Nesse momento muitos air guitar durante os solos de guitarras e no refrão todos gritam "Foda-se!". Os músicos empolgados pulam do palco e o baixista Rafael Yamada é só sorrisos no palco. Caio MacBeserra aproveita para lembrar o pessoal que eles têm 'merchan' também pela pista e que a próxima música é a última, pois quem vem depois para quebrar tudo é o Korzus.

     E o olho para o cara do meu lado, que está tranquilamente jogando Angry Birds em meio a esse caos sonoro, Caio MacBeserra pede para o povo da pista se separar, pois ele quer espaço para a roda, porque agora é a vez de Acorda Pra Vida ( do Doa a Quem Doer ), eu poderia apelidar essa música para: "acorda pra esses riffs rapá!". Essa põe fogo na casa e o pessoal faz uma roda grande na Pista Premium, que durante o refrão tanto palco como pista todos pulam sincronizados. Outros agarrados na grade da pista, cantam a plenos pulmões e acompanham no "hey", certeza de quem não conhecia essa banda saiu fã de carteirinha.

     Caio MacBeserra então agradece: "Muito obrigado Metal All Stars!" e se ajoelha todo dramático, vem nos cumprimentar, agradece a todos que vieram prestigiar as bandas nacionais, pede pra galera se cuidar: "Valeu gente a próxima é a pika das galáxias: Korzus!" E desta forma os músicos se despedem de nós e fecham as cortinas.

Setlist do Project 46

1 - Violência Gratuita
2 - Desordem e Progresso
3 - Vergonha na Cara
4 - No Rastro do Medo
5 - Na Vala
6 - Empedrado
7 - Impunidade
8 - Foda-se ( Se Depender de Nós)
9 - Acorda Pra Vida

Korzus

    Às 00h30, entram os músicos do Korzus... O quê? Você ainda não conhece os caras? Eles “só tem” 31 aninhos de existência e são referência de Thrash no Brasil! Quer mais? Possuem seis álbuns de estúdio, várias turnês nacionais e internacionais, mas se você ainda não está satisfeito, temos entrevistas, resenhas de cd e de shows dos caras no nosso site ( que sugiro você olhar a seção de Shows, Entrevistas e Resenhas ).

    Hoje eles nos trazem músicas do cd Legion lançado em outubro desse ano, nem querem papo já chegam na pressão com a Lifeline ( do Legion ) essa tem uma mistura cadência e agressividade da hora. O vocalista Marcello Pompeu anima: "Ae galera! Quero ouvir a voz da minha cidade porra!" e todos acompanham nos bangues. Mas espere um minuto?

    Quem assume o baixo não é o Dick Siebert ( que machucou o braço ) e sim Marcelo Soldado da banda Coração de Herói, ele já esteve no line-up do Korzus algumas vezes, então está tudo em casa.

    A próxima é Raise Your Soul do álbum Discipline of Hate de 2010 ( leia resenha ), essa tem um refrão cabuloso: "oouuoo Raise Your Soul uuooouu!". Esta foi cantada a plenos pulmões pelos fãs, todos os músicos agitam muito. Ao final da música, sempre gritamos muito, Marcello Pompeu nos cumprimenta e conta o porquê de Dick Siebert  não estar no palco com eles, e chama o Dick Siebert para mostrar que ele está vivo e bem, todos ovacionam o músico e o vocalista continua avisando que este é o show de lançamento do Legion e exclama: "Puta orgulho de vocês! Quero vocês fazendo roda e nada de roda mole! Korzus 31 anos de orgulho porra!".

     E é hora da soberba What Are You Looking For ( Ties Of Blood de 2004 ), essa anima a todos que cantam e pulam muito, temos alguns fãs que cantam todas! Animado Marcello Pompeu pede: "Eu quero ver o símbolo do Heavy Metal! Eu falo 'Kor' e vocês 'Zus'!" A tudo nós respondemos empolgados, ele é um excelente frontman e tem gente que fala que o metal está morto... Vocês acreditam nisso? Nem eu!

    Depois o vocalista fala sobre a próxima: "Essa música fala sobre acreditar e lutar pelo seu sonho" e então tocam a Never Die ( do Discipline Of Hate ) mostra um lado mais moderno dos caras que também fica incrível ao vivo, Dick Siebet volta ao palco e canta junto com Marcello Pompeu o refrão, que pede: "eu quero ver a roda abrir!" e a galera obedece, o Marcelo Soldado assume um microfone e diz: "quero dar um salve, para a galera do fundão!".

    Para a clássica Correria ( do Ties Of Blood de 2004, que no álbum conta com a participação do Andreas Kisser ) eles convidam Bill Hudson ( guitarrista das bandas Cellador, Power Quest e Circle II Circle ), para tocar com eles no palco. Dick Siebert já está por lá mesmo e agita com a gente, todos no palco e na pista cantam juntos, por fim, Marcello Pompeu quer que quebremos o recorde de gritos essa noite. Os músicos deixam o palco e nós gritamos o nome da banda e nomes de músicas do Korzus.

    Nem dá tempo para sentir saudades, pois logo começa uma intro, que os mais fãs já reconhecem de cara! Os músicos voltam animados para a matadora Agony ( do Mass Illusion de 1991 ) e foi dessa música que fizeram o primeiro vídeo clipe da banda, que também foi responsável pela fama mundial dos caras.

    A galera da frente faz uma pequena roda e a grande maioria das pessoas curte o som de boa, mas bangueando sempre. Já no palco os guitarristas Antônio Araújo e Heros Trench esmerilham seus instrumentos. Marcello Pompeu, ao final, nos pergunta: "Vocês estão satisfeitos com a roubalheira do mal que existe neste país? Deixam o país 'emburrecer', toda a população e esse Funk que virou cultura brasileira? Lute pelo seu país, pelas próximas gerações, porque a nossa se fudeu!" É a vez da Internally ( do cd KZS de 2005 ), que possui riffs incríveis. Marcelo Soldado aponta para um cara na ponta da pista que não para de pular um minuto.

    Emendam a veloz Guilty Silence ( do Ties Of Blood de 2004 ) e Dick Siebert se junta a Marcelo Soldado para tocar no melhor estilo: "toca uma pra mim" ( Soldado segura o baixo e faz a nota, enquanto Dick toca ) a roda não para e vai aumentando. Agora é a vez da minha favorita da noite, Truth ( do Discipline Of Hate ) é Thrashera total, cheia de riffs poderosos que contagiam os presentes, logo Marcello Pompeu pede 'heys' e nós agitamos. Todos os músicos estão empolgadíssimos.

    Para fechar o set tem a cativante cozinha da Legion é a canção título do cd novo é mais lenta e melódica de hoje, porém, o pessoal gosta muito, mostrando que o novo álbum está mais do que aprovado e claro sempre muitas palmas. Teve algumas vezes que não deu para entender o que o Marcello Pompeu falava, o som não deve estar tão bem regulado como estava para o Project 46, mas também não prejudicou o entusiasmo da banda e dos presentes.

    A casa está mais cheia agora e quem vai chegando vai curtindo seja no 'hey', ou nos pulos ou nas palmas. Marcello Pompeu agradece a todos, a nova família e equipe, os músicos tiram fotos com a gente e batem palmas para nós, além de cumprimentar os mais próximos do palco. Foi um show curto de poucas músicas novas e a maioria de clássicos, o que mais um fã pode querer?

   Consegui achar o 'merchan' do Project 46 e durante o intervalo muita gente aproveita para descansar no chão, beber algo ou se posicionar no melhor lugar para assistir as próximas atrações e pela casa temos muitos músicos andando por aí.

Setlist do Korzus

1 - Lifeline
2 - Raise Your Soul
3 - What Are You Looking For
4 - Bleeding Pride
5 - Never Die
6 - Correria
7 - Agony
8 - Internally
9 - Guilty Silence
10 - Truth
11 - Legion

Metal All Stars

    E estava chegando a hora de ver o projeto Metal All Stars, uma superbanda com grandes nomes que foi criado com o intuito de levar aos fãs uma chance de ver e ouvir clássicos em versões exclusivas com grandes astros dividindo o palco em uma grande festa Heavy Metal com os seguintes nomes ( alguns já citados no início desta resenha ) David Ellefson e Rob “Blasko” Nicholson no baixo, Vinny Appice na bateria, Ross The Boss na guitarra, Max Cavalera e Zakk Wylde nas guitarras e vocais, além de Geoff Tate, James LaBrie e Kobra Paige.

    A banda de apoio contou com ilustres músicos brasileiros tais como Felipe Andreoli ( do Angra ) no baixo, Rodrigo Oliveira ( do Korzus ) na bateria, Baffo Neto ( do Capadocia ), Bill Hudson ( do Cellador, Power Quest, Circle II Circle ) e Kiko Loureiro ( do Angra ) nas guitarras e Rodrigo Simão ( do Dr. Sin) nos teclados.

    Às 1h da manhã não aguento e sento no chão também, o legal é que mesmo daqui sentada dá pra ver todo palco, se ninguém ficasse na minha frente conseguia assistir todo o show com uma bela vista, mas o descanso acaba logo, pois sobe ao palco ela, Kobra Paige da banda Kobra And The Lotus, linda e poderosa começa a Kings Of Metal ( cover do Manowar ) e um clássico do Metal, como não poderia deixar de ser, muitos se empolgaram e cantaram junto o refrão: "Other Bands Play, Manowar Kill!!!".

    Ela diz: "É ótimo estar aqui, temos uma noite maravilhosa, mas quem tem medo do escuro?" E começam a Fear Of The Dark ( cover do Iron Maiden ) e logo fazemos o coro nos "ôôôôô", mas essa deu uma sossegada na galera, que preferiu cantar a banguear, Kobra Paige anda de boa pelo palco e agita com vontade, com muitos pulos e punhos ao ar.

    "Obrigada! gostaria de apresentar Ross The Boss ( ex-Manowar ) na guitarra! Agora vamos mandar a Hail and Kill! Estou vendo que o povo aqui ama mesmo é o Manowar!" E este outro cover do Manowar fez todos cantarem, pularem e acompanharem no 'heys'. Ao meu lado vejo amigos se abraçarem e a grande maioria acompanhando a vocalista Kobra Paige na hora de fazer o símbolo do Manowar com os braços.

    Ela agradece: "Te amo Brasil, estou muito feliz por estar aqui! E aí são Paulo é ótimo estar aqui! Ontem nós fomos a Bolívia e nós não tocamos nenhuma do Megadeth! Vocês gostariam de ouvir Megadeth?" ( Claro que sim mulher! ) "que tal Symphony Of Destruction?... o pessoal ama! Temos algumas microfonias por aqui, mas nada que acabe com a empolgação no palco e do público.

    Kobra Paige agradece e avisa: "Vamos chamar um vocalista muito especial! Geoff Tate!" Lá vem o músico e ex-Queensryche todo sorridente e logo manda: "Oi São Paulo! Este aqui é muito especial o baterista Vinny Appice". E com o ex-Black Sabbath e ex-Dio, eles lançam a um cover de Neon Knights do Black Sabbath enquanto Kobra Paige deixa o palco. Geoff Tate agita conosco, comando o coro e os músicos sorriem muito no palco, temos um clima de pura diversão. Geoff Tate ainda vem até a ponta do palco brincar com a galera. Uma coisa curiosa, por aqui, ao invés de camisetas de bandas, a grande maioria das pessoas estão vestidas com camisas de festivais de Metal.

    Muito contente Geoff Tate exclama: "Wonderfull! Vamos tocar mais! Pra vocês, mas cantem comigo! Talvez eu precise de mais um vocalista!". E assim volta Kobra Paige para o palco, entretanto, só as notas do baixo dessa música já matam uns dois do meu lado e alguns do coração, pois é a vez de Jet City Woman ( do álbum Empire de 1990 do Queensryche ). Essa não é tão conhecida da grande maioria, mas é ótima mesmo assim.

    Geoff Tate complementa: "Ele é um ótimo musico e essa é uma ótima música: James LaBrie  pessoal!". E o vocalista do Dream Theater responde sorridente: "Boa noite São Paulo! Essa é a I Got You", música composta no seu projeto solo para o cd Impermanent Resonance de 2013, que por não ser conhecida de ninguém, percebi que a minha volta pelo menos, deu uma esfriada no público.

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     James LaBrie avisa que vai tocar a Pull Me Under ( cover do Dream Theater do álbum Images and Words lançado em 1992 ) e que precisa da nossa ajuda, e essa dá uma acordada no pessoal, que grita e acompanha nas palmas. "Vamos lá São Paulo!" - grita um James LaBrie que está muito à vontade com as músicas que cantou já que as duas pertencem à bandas dele, ele - muito esperto - aproveitou a noite para fazer um 'marketing pessoal' de sua carreira.

    Os músicos fazem uma pausa e James LaBrie anuncia uma presença especial dizendo: "direto da banda do Soulfly do Brasil: Max Cavalera!" E cantor do Cavalera Conspiracy e ex-Sepultura aparece e fala: "Bom ver vocês São Paulo, nos vemos novamente!" E a galera grita muito quando Max Cavalera joga água na gente e um pessoal grita sem parar Sepultura.

    A gritaria não para, ele assume a guitarra, dá uma ajeitadinha marota na bandeira do Brasil atrás dele e para a alegria geral da nação tocam a 'fudida' Roots Bloody Roots ( cover do Sepultura ) e nessa me esquece! Tanto eu quanto o pessoal se acabam de cantar e banguear. Alguns falam que Max Cavalera parece um mendigo, eu acho que ele está mais para um tio de moto clube...

 Max Cavalera feliz diz: "Muito obrigado São Paulo, du caralho!", ele pede pra gritarmos Eye For An Eye e temos roda e tudo mais, na pausa ele pede palmas e um "olêêê... Olêêê... Soulfly... Soulfly..." e nós acompanhamos gritando a plenos pulmões, pois ele tem a plateia nas mãos. Então, começam a Eye For An Eye ( cover do Soulfly do primeiro álbum dos caras de 1998 ) que resultaram em muitas palmas, e nesta ideia pensei: 'vamos fazer um barulho para todo mundo ouvir'.

    Os músicos Baffo Neto, Rodrigo Oliveira e no baixo David Ellefson ( sim ele mesmo, do Megadeth ) foram excelentes. Logo mandam a Ace Of Spades ( um dos muitos clássicos do Motörhead ) e era o que precisava para abrir rodas na pista, insanas. Nossa fazia muito tempo que eu não via duas pessoas se rodarem até cair e todas as palmas da casa para ele: Max Cavalera, que se enrola na bandeira do Brasil e fala: "valeu são Paulo!".

    Os músicos vão se despedindo e saindo do palco depressa, diante do meu olhar perplexo: "poxa! Já que não vieram alguns músicos, deixassem Max Cavalera um pouco mais!". Enquanto vou divagando sobre isso, a maioria do público vai entrando no Facebook, sentando ou se encostando na parede mais próxima. Pela hora e pelo meu cansaço, lá vou eu indo para o chão também e a pergunta da noite é... "Onde está o Zakk Wylde?", pois já são 2h35.

   A ansiedade da galera é grande e uns 20min depois, eis que sobe ao palco o tão esperado Zakk Wylde ( do Black Label Society e ex-Ozzy Osbourne ), para sem delongas mandar a Into The Void ( cover do Black Sabbath ) que já começa com um solo nervoso, muito comemorado pela galera e muito aplaudido também, todas as câmeras da casa estão ao ar e um cara não se contém e começa a gritar: "galera é o Zakk caralho é o Zakk porra!".

    Nesses momentos todos estão mais preocupados em gravar pelo celular que só curtir o show, ele esmerilha a sua guitarra e vai até a ponta do palco para tocar, mais perto da gente, os solos duram uns mil minutos ( ok exagero, mas pelo menos duram uns 5 minutos ) e seja solando com a guitarra nas costas ou não, ao final muitas palmas.

    Agora eles vão com a graciosa Fairies Wear Boots ( outra do Black Sabbath ) e ele tocando a galera bangueia de boa e canta junto, essa música pede isqueiros para o alto, mas na hora que Zakk Wylde começa a viajar em seus solos o pessoal grita, xinga e aplaude, alguns não tem como descrever o que sentem quando vem Zakk Wylde “brincando” de solar.

    "São Paulo can you fell it?" Ele pergunta e vai trocando de guitarra a cada música e é uma mais irada que a outra, quando começam os primeiros riffs da “foderosa” N.I.B. ( também do Black Sabbath ) a galera enlouquece, o pessoal faz roda, pulos e gritam ainda mais, penso comigo olha a hora gente... não acabam as pilhas desse povo? Zakk Wylde também canta muito, mas durante as 'traquinagens' dele na guitarra ( sim... ele tá solando com os dentes e nós meros mortais mal conseguimos manipular o fio dental ) dá pra notar um cansaço no povo, afinal já são 3h da manhã, uns poucos ainda tem energia para se balançar.

    Outro ainda tenta puxar uns 'heys', mas ficou no vácuo. Eles emendam a Snowblind ( mais uma Black Sabbath ), que e é legal, mas chega um momento, que começamos a olhar para os lados e lembrar que é de madrugada.

     Zack Wylde fala: "eu gostaria de apresentar esses grandes músicos o Rob “Blasko” Nicholson ( do Ozzy Osbourne, ex-Rob Zombie ) e agora o 'thunder', o legendário: Vinny Appice!" E dá-lhe palmas. Depois conclui dizendo: "gostaria de agradecer a todos que vieram essa noite!" e para retirar a última gota de energia da pista eles tocam a explosiva War Pigs do Black Sabbath.

    Uma parte da pista nas palmas e a outra cantando junto, mas todos no 'oooh' e nas palmas, dessa vez Zakk Wylde vai tão para o canto do palco solar que parece que está de castigo, no cantinho da disciplina. O pessoal meio que absorve os solos que ele faz, ao final dramático, coloca a guitarra no chão e bate no peito ( tipo caralho sou foda! ), além de nos aplaudir, ele quer palmas para todos que tocaram no Metal All Star e sai do palco as 3h25 ( uauu!!! ) ao som de nossas palmas, galera demora para sair da frente do palco, mas quando finalmente as luzes acendem, todos saem da casa.

    Muitas questões ficaram no ar, Meet e Greet sem o que prometiam na hora da compra, sem Max Cavalera e sem Zakk Wylde, alguns músicos que estavam deslocados com os covers que tocaram, outros erraram notas, mas o que ficou para mim essa noite, foi um sentimento de decepção por parte de uma boa parte dos presentes. Sim agitamos com as bandas nacionais e vimos vários artistas correrem pelo palco, vimos Zakk Wylde, mas poderia ter sido bem melhor.

Texto: Érika Alves de Almeida
Fotos: cortesia de Ronaldo Chavenco do Coredump
Agradecimentos à Damaris Hoffman
pela atenção e credenciamento
Janeiro/2015

Setlist do Metal All Stars

1 - Kings Of Metal
2 - Fear Of The Dark
3 - Hail And Kill
4 - Symphony Of Destruction
5 - Neon Knights
6 - Jet City Woman
7 - I Got You
8 - Pull Me Under
9 - Roots Bloody Roots
10 - Eye For an Eye
11 - Ace Of Spades

Pausa
12 - Into The Void
13 - Fairies Wear Boots
14 - N.I.B.
15 - Snowblind
16 - War Pigs