Mike LePond - Silent Assassins
9 Faixas - Importado - 2014

    Um projeto paralelo, solo, feito por um musico talentoso buscando inovação, não é algo incomum certo? Porém, quando esse talento vem seguido por elementos relacionados a mitologia e a literatura, com melodias que mantém as raízes do verdadeiro Metal, torna-se algo a ser considerado. O já conhecido e amado baixista da banda de Progressive Metal Symphony X, trouxe ao mundo em 2014 seu projeto solo, intitulado Mike Lepond's Silent Assassins. Mas, se você pensa que esse é mais um álbum de Metal feito por um músico que já tem uma banda assim, engana-se! Diferente das linhas de baixo e guitarra muito bem trabalhadas do Symphony X, esse álbum solo conta com músicas mais pesadas, cruas, vocal forte e backing vocals quase "medievais".

    Escrito e produzido todo pelo baixista, a ideia é trazer o público de volta as origens, um Metal à la anos 80, com fortes influências de grandes bandas que fizeram e fazem parte da vida de Mike LePond. E porque não um pouco de Folk e Viking Metal? Nada mais épico do que isso né! A arte da capa trás a imagem do Cavalo de Tróia e isso deixa claro que há história envolvida. Que bom, além de bater cabeça aprenderemos coisas. Bom, vamos ao que interessa. As músicas.

    Apocalypse Rider abre o disco com um tapa na orelha, um tanto Motörhead na introdução e mantendo ao longo de seu decorrer, todo o vigor do Metal. Em Red Death caminhamos ao som de uma introdução um tanto que indiana e se transforma em uma pegada encorpada de Heavy Metal, acentuando muito bem as guitarras. A terceira faixa, The Quest faz qualquer apreciador de filmes épicos ficar arrepiado, pois, começa com uma linda expressão Folk, como se você estivesse naqueles vilarejos medievais e de repente... clima de perseguição, então corra!!! Mas, não tenha medo, logo voltamos ao clima de festa no vilarejo com danças e palmas ( por pouco tempo, pois, em instantes depois, voltaremos ao clima perseguidor ). Sem duvida, uma canção feita para despertar seus ouvidos. The Outsider é um pouco mais objetiva digamos - sem tantas variações - porém, o vocal até agora foi uma grata surpresa, enfim, cada faixa possui um toque único.

    Masada é uma baladinha romântica com perfeita harmonia instrumental, além de vocal exato e equilibrado. Interessante ter uma faixa assim, pois, atua como um breve relaxamento depois de tanta fúria. Posso resumir que a canção título, a Silent Assassins é expressão pura do Power Metal, contudo, encontramos nela aquele refrão que você canta como se grudasse na mente ( a famosa música chiclete sabe ) aliados a riffs de guitarras que você se pergunta se deram nó nos dedos ao fazê-los e também com linhas do baixo perfeitas ( claro que todas são, afinal, foi um mega baixista que compôs tudo, né? ). Nessa parte do álbum, eu já estava me perguntando "como é que eles conseguiram reunir tudo o que conhecemos de referências ao Metal, mas com letras próprias, melodias próprias, em tão poucas faixas?". Sim. Conseguiram. E ainda não chegamos ao fim das musicas.

    A seguinte é Ragnarok e - não... não estamos falando sobre o jogo - embora a música se pareça muito com trilha de games, onde mais uma vez se evidencia o baixo, que é tocado nervosamente. The Progeny é sombria e em alguns momentos chega a me lembrar do Slayer ( quem é fã do Slayer vai lembrar de algumas linhas do senhor Araya aqui ) e no geral é bem dura, bastante robusta, representando a intenção do compositor, uma celebração à verdadeira essência do Metal.

    Oath And Honor marca o final da jornada e aí podem prepararem seus os lenços, pois, lágrimas irão rolar. Se você, querido leitor(a), assim como eu, consegue sentir as notas de um baixo tocarem sua alma, a introdução fará isso. E isso é seguido por um arranjo tão bem feito e tão harmônico, que prende te a atenção.

    De fato, ao longo de Silent Assassins são contadas histórias, como se cada melodia te levasse para cenários diferentes. Há um encaixe perfeito entre o antigo e o novo. São bem claras as influências de outras bandas, porém, não se trata de uma cópia. Há alma. Não é um álbum exclusivo de Heavy Metal. Daqueles que até cansa escutar os mesmos riffs, a mesma virada da bateria ( vamos falar sobre ela daqui a pouco ). É uma base Heavy com elementos vocais de Power, alguns acordes Folk, um pouco de Progressivo, um pouco de Viking e um desafio de juntar tudo isso e fazer soar de uma forma crua, pesada. Enfim, é surpreendente.

    Contando com o talento de Michael Romeo ( Symphony X ) na guitarra solo e teclados, Mike Chlasciak ( Halford, ex-Sebastian Bach e Testament ) também na guitarra solo, Alan Tecchio ( do Hades e Seven Witches ) nos vocais e Michael Pinella ( Symphony X ) no backing vocal, temos Mike LePond nos brindando seu talento também na guitarra base, backing vocal e é óbvio, no seu poderoso baixo. É, ele compõe, produz, toca outros instrumentos e canta!, Mas... e a bateria? Vamos falar dela.

    Pasmem, mas, a bateria foi feita de forma "programada" ( por Michael Romeo ), porém, pouquíssimos irão notar essa diferença. Mais um ponto para o time de feras que dão vida a essas canções. Geralmente, as gravações para bateria são feitas ou com a base instrumental toda junta ou apenas a "cozinha" ( baixo e bateria ).

    No entanto, em alguns casos, os músicos optam por bateria programada por comodidade em gravar os demais sons na ordem mais conveniente, sem precisar dessa "reunião" de instrumentos ao mesmo tempo. E é aí que mora o perigo. Alguns álbuns que possuem esse tipo de gravação programada, acabam sendo realmente um som... programado! Aquela coisa meio acompanhamento para estudos em casa sabe. Mas, Michael LePond mostrou como é que se faz. Então, muito obrigado por isso!

    Ok, todas essas informações te deixaram com vontade de escutar Silent Assassins, eu sei. Entretanto, tem mais uma novidade. Eles estão trabalhando no próximo álbum! Isso mesmo! Vem mais coisa boa por aí e já temos o título, que será Pawn And Prophecy e contará com Alan Tecchio nos vocais novamente, porém, maiores informações sobre os nomes dos outros músicos, ainda não foram divulgadas. Enquanto isso... Que tal conferir esse primeiro álbum hein? Prometo que você não vai mais ver o Metal do mesmo jeito depois disso.
Nota: 9,5.

Saiba mais na entrevista exclusiva de Mike LePond ao Rock On Stage!!!

Sites: http://www.theomegaorder.com/MIKE-LEPOND-Mike-LePonds-Silent-Assassin,    
https://www.facebook.com/mikelepondssilentassassins e 
https://soundcloud.com/knifefightmedia/sets/mike-leponds-silent-assassins.

Por Carol Manzatti
 ( N.E.: Seja bem vinda ao Rock On Stage!!! )
Fevereiro/2016

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