Municipal Waste - Electrified Brain
14 Faixas - Shinigami Records - 2022

    O quinteto de Thrash Metal/Crossover Municipal Waste da cidade de Richmond na Virgínia nos Estados Unidos teve sua origem em 2001 e nestes mais de 20 anos de banda, eles lançaram oito álbuns de estúdio, sendo este Electrified Brain justamente o sétimo.

    Influenciados por D.R.I., Suicidal Tendences, Exodus, Slayer, Corrosion Of Conformity, Nuclear Assault e outros, eles cresceram ano a ano realizando shows pela America do Norte e pela Europa tornando-se um dos maiores pilares do Metal da nova geração segundo a revista Decibel quando lançaram o disco The Art Of Partyng em 2007.

    Inclusive este álbum foi incluso nos 50 maiores álbuns de Thrash Metal de todos os tempos pela revista Metal Hammer e a Loudware aclamou este terceiro disco como "O Melhor de Álbum de Thrash de 2007" levando a banda a ter shows com ingressos esgotados em vários lugares do mundo e dezenas de milhões de streams tanto que o predecessor deste Electric Brain, o Slime and Punishment ( leia resenha ) entrou no Top 3 da Billboard.

    Moldado antes do início da pandemia global do Coronavírus e trabalhado com bastante calma por conta disso, Electrified Brain foi gravado na Filadélfia com o produtor Arthur Rizk em sessões que marcaram a reunião presencial da banda em mais de um ano de reclusão, vale dizer que ele também cuidou da mixagem do cd. A masterização é de Joel Grind, a capa mostra uma guitarra atravessando um cérebro de um ser que já foi humano é de James Bousema e o line up do Municipal Waste é o seguinte: Tony Foresta nos vocais, Ryan Waste na guitarra e vocais, Nick "Nikropolis" Poulos na guitarra, Phillip "LandPhil" Hall no baixo e backing vocals e David Witte na bateria.

    Sobre o álbum Electrified Brain, Tony Foresta declarou: "Não estamos escrevendo baladas de amor para vender discos. Estamos apenas fazendo o que sempre fizemos desde que a banda começou... que seria tentar escrever um Hardcore/Punk/Metal divertido, rápido e espetacular". Ele complementou essa linha de pensamento e também a sua expectativa para a nossa audição ao dizer: "Esperamos que você saia com seus ouvidos sangrando, os alto-falantes estourados, seus pais aborrecidos, olhos roxos e uma desconfiança saudável das autoridades".

    E a partir de agora comentarei mais detalhes das faixas do cd e se a previsão feita por ele neste álbum que no Brasil saiu pela parceria da Shinigami Records com a Nuclear Blast Records que sabendo da qualidade da banda tenho certeza que foi atingida com louvor.

    A canção título Electrified Brain abre o cd ( e o cérebro visto na capa ) após alguns sons de furadeira e choques de alta voltagem à toda velocidade de seu potente Thrash Metal sempre visceral, que é embasado nos solos de guitarras feitos por Ryan Waste na guitarra e Nick "Nikropolis" Poulos e também na agressividade estabelecida nos vocais de Tony Foresta. Sem alardes e com uma 'rifflerama' altamente envolvente, Demoralizer vem firme e feroz com o quinteto enviando outra pedrada certeira e devidamente inflamada, que gostamos imediatamente e que termina de forma melódica lembrando um pouco de Iron Maiden. A avalanche sonora contida em Last Crawl é a terceira de Electrified Brain e aqui o Municipal Waste disparou um Thrash Metal rápido e pronto para arrebentar com os pescoços dos fãs nas execuções ao vivo, isso além de proporcionar o estouro daquela baita roda e o nosso desejo de sair berrando o seu título 'ajudando' nos backing vocals.

    Sem que se perceba, a seguinte que é a Grave Dive entra em cena mantendo a voltagem do Thrash Metal do Municipal Waste lá no alto e ao ouví-la, certamente que você desejará gritar o seu título com a banda enquanto aprecia as evoluções de suas melodias. A arrasa quarteirão The Bite conta com a participação de Blaine Cook do The Accüsed nos vocais junto à Tony Foresta e só falo uma coisa: que canção intensa temos aqui. Na sexta, que é a High Speed Steel temos em seu início um breve solo do baterista David Witte, que conclama a sua velocidade passando por cima de tudo e todos sem piedade de ninguém.   

    Não dá para respirar... é porrada em cima de porrada... e em Thermonuclear Protection, os americanos vem para cima com uma das mais aceleradas e dinamitadoras composições de Electrified Brain, que inclusive tem uma parte cadenciada que a torna um primor de Thrash Metal. Para a martelada Blood Vessel - Boat Jail, eles deixaram suas guitarras crescerem e aparecerem bastante através de solos incandescentes para depois descerem o braço em uma música avassaladora quase Punk.

    Crank The Heat é mais melodiosa, porém, não menos esmagadora e rápida como um raio me levando a pensar a entrar na roda outra vez durante seu terremoto sonoro sem precedentes em que tudo funciona perfeitamente e alucinadamente... vocais, bateria, baixo e guitarras. A décima é a Restless and Wicked, que chega com a garra e com o devido peso em um ritmo flamejante que captura os fãs instantaneamente e recomendo um atenção especial em seus muito bem feitos solos de guitarras. E o rolo compressor do Municipal Waste não para mesmo e está mais pulsante com a agressiva Ten Cent Beer Night, um Thrash para lá de fulminante que os fãs do Exodus poderão perceber com certeza sua influência.

    Parar para que? Não deve-se parar... tem que detonar mesmo... e o quinteto ateou mais fogo na crua, veloz e explosiva Barreled Rage, onde o vocalista Tony Foresta nos chama para participar com ele nos vocais. A penúltima é simplesmente uma demolidora de pescoços, que foi nomeada como Putting On Errors, que veio acelerada e também com a intenção de não deixar nada no lugar, que contou com a participação de Barney Greenway do Napalm Death. No término de Electrified Brain, eles até estraçalharam com tudo, porém, depois aplicaram um inesperado ritmo melódico e até um tanto cadenciado a Paranormal Janitor, que deixou a música devidamente intrigante.

    Mais uma vez o Municipal Waste nos colocou diante de um álbum cativante e acima da média com este Electrified Brain, que garantiu em suas 14 composições que juntas totalizaram 33 minutos do mais incansável Thrash Metal/Crossover e que justifica mais uma vez porque a banda tem o sucesso que possui e representa tão bem os atuais nomes do Heavy Metal. E como a previsão de Tony Foresta acontece mesmo, recomendo antes de ouvir novamente o cd uma visita ao seu médico para ver se seu pescoço não quebrou...
Nota: 10,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Abril/2024

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