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Myrath - Live
In Carthage
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Aliás, é interessante de se mencionar antes de contar como soou o Myrath ao vivo, que o cd conta com uma exclusividade, que é a versão de Believer em estúdio com a presença do renomado Don Airey ( do Deep Purple ) nos teclados, que trouxe seu charme, além de sua famosa e conhecida técnica à esta composição te convidando para viajar com eles em suas esbeltas e pulsantes harmonias te conquistando facilmente.
A parte ao vivo começa com Asl, onde somos expostos à cânticos típicos do norte da África com os integrantes se posicionando no palco para darem início ao show sendo saudados pelas palmas dos fãs, que ganham em troca a percussão encantadora presente na música Born To Survive ( do álbum Shelili ) com sua aura Prog Metal junto aos ótimos vocais de Zaher Zorgati. O empolgado público presente grita em retribuição "Myrath... Myrath..." ao final desta primeira canção e recebe Storm Of Lies ( essa do Legacy de 2016 ) com uma atuação bastante emocionante da banda, que soube dosar com categoria seus trechos pesados com os viajantes.
O lado oriental com toda sua musicalidade envolvente assume o destaque em Dance, canção gravada no disco Shehili em que nota-se a alegria do quinteto ao executar cada momento da música sabendo que contagiou os fãs presentes e agora quem ouve o cd, onde saliento os solos de Malek Ben Arbia, que ao vivo ficaram ainda melhores. A robusta Wide Shut ( que saiu no álbum Tales Of The Sands de 2011 ) é a quinta de Live In Carthage e foi exibida com muito carisma pelo Myrath, que além de sua roupagem regional aliou com primor seu lado Heavy Metal com suas complexas passagens progressivas, que deixaram os fãs de Dream Theater devidamente contentes e satisfeitos. Em meio a percussão mística e muitas linhas progressivas devidamente irresistíveis já estamos quase sem perceber em Merciless Times, a qual evidencio os vocais de Zaher Zorgati e o peso incluso na parte final desta canção pertencente ao Tales Of The Sands.
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Imergindo com o violino temos a formosa Sour Sigh do Tales Of The Sands em que o Myrath deixa suas linhas progressivas se fundirem naturalmente com seus trechos regionais resultando em mais um excelente momento deste Live In Carthage com direito à muitas palmas do público todas no ritmo da música. Tales Of The Sands que intitula o terceiro álbum da banda tem sua percussão enfatizada por Morgan Berhet e seu andamento lento promove uma deliciosa viagem que é amplificada nos vocais de Zaher Zorgati com direito à solos de guitarra impactantes feitos por Malek Ben Arbia e depois um retorno para sua exuberante linhagem tunisiana.
Na sequencia chega a vez de Believer do Shehili, que era muito aguardada pelo público por sua reação e demonstra ser um cartão de visitas do Myrath em uma exibição de gala neste Live In Carthago. E se os presentes festejaram a anterior... em No Holding Back ( outra do Shehili ) este clima se intensifica em um dos melhores momentos do cd em que a interação banda-plateia é plena. Encerrando o álbum, o Myrath enviou a Beyond The Stars em que os admiradores do Queensrÿche verão em suas notáveis melodias algumas influências da banda norte-americana, que terminam em solos entristecidos de instrumentos regionais até retomarem a grandiosidade de seu estilo nesta composição criada no Tales Of The Sands.
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Com o retorno de Ellen Oriental para uma nova dança, eles tocam a sedutora canção Dance, que vendo esta versão no show fiquei ainda mais fã dela. Em Wide Shut vemos o brilhantismo do Myrath no palco nesta canção mais Heavy Metal e com uma nova evolução e também da linda dançarina, Merciless Times passa sua vibração e encantamentos até que Get Your Freedom Back continue com a atuação fascinante do Myrath neste show em Cartago sempre mantendo a plateia lá em cima com eles.
Os ares regionais Endure The Silence contam com uma interpretação bastante dedicada de Zaher Zorgati nos vocais, que sabe como conquistar os fãs e os fazê-los cantar com ele. A viagem ao deserto segue firme ao comando do vocalista em Nobody Lives em que ele demonstra muito carisma ao manter a plateia em suas mãos, inclusive vai até eles demonstrando muito respeito. Precedida por um discurso breve Duat mostra a galera interagindo com seus celulares ligados resultando em belas imagens do anfiteatro, que se encontrava devidamente lotado.
Para The Unburnt temos uma nova participação de Ellen Oriental, porém, desta vez utilizando longos véus nas mãos e toda a magia de sua dança unida ao Heavy Metal do Myrath. O tom dramático de Sour Sigh ganha uma interpretação repleta de emoção em seu decorrer em que podemos admirar os solos de Malek Ben Arbia em sua guitarra na excelente captação de imagens feita pela equipe de produção do DVD.
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No Making Off, poderemos conferir como foram os dias e o trabalho antes do show, bem como o planejamento, as dificuldades, a montagem do palco no Anfiteatro Romano, a passagem de som, enfim, tudo sendo relatado pelo produtor Kevin Goldfert, o diretor Mehdi Jouini e os demais envolvidos.
Somando a imersão musical proporcionada pelo cd, com a versão de estúdio de Believer com Don Airey e todas as imagens do DVD, onde vemos a magnífica apresentação do Myrath e sempre muito técnica, animada e divertida, o resultado que é obtido neste Live In Carthage é um item único para colecionadores e a prova que a banda já avançou ao próximo nível ficando muito mais conhecida no mundo com este formidável álbum, que saiu no Brasil graças à parceria da Shinigami Records com a SoundCity Records e a EarMusic. Sintetizando em uma frase... Live In Carthage é a coroação dos 20 anos dos mágicos do deserto conhecidos por Myrath.
Nota: 10,0.Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2021
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