Soilwork - Death Resonance
 15 Faixas - Shinigami Records - 2016

    Os suecos do Soilwork estão realizando a turnê de divulgação do álbum The Ride Majestic ( leia resenha ), porém, isso não impediu que fosse lançado uma coleção de raridades chamada Death Resonance, que contém duas faixas novas e bônus das edições dos cd´s japoneses, sendo que desta maneira, eles retornaram para onze anos atrás, quando haviam disponibilizado o álbum Stabbing The Drama. Inclusive, Death Resonance é o último registro oficial de estúdio do line up do Soilwork com Bjorn "Speed" Strid nos vocais, Sylvain Coudret e David Andersson nas guitarras, Markus Wibom no baixo, Sven Karlsson nos teclados e Dirk Verbeuren na bateria ( que atualmente está no Megadeth ).

     A capa é assinada pelo guitarrista Mircea Gabriel Eftemie do Mnemic ( que já desenhou para Artillery, Carcass e Malevolent Creation ) e é mais obscura, se comparada com o álbum anterior e definida por Bjorn "Speed" Strid da seguinte maneira: "[...] ele, em muitos aspectos, conseguiu capturar o que passamos durante a gravação de The Ride Majestic, a tristeza, o encontro íntimo com a morte, as consequências e também as dúvidas existenciais que vem com ele. Ela liga todos os álbuns, mesmo que Death Resonance contenha só material inédito a partir de 2005. A capa parece quase ligar a vida e a morte e não só captura onde a banda está agora, senão também onde nós estivemos e o que está por vir”

    No encarte, além de várias fotos da época em que as músicas foram gravadas, temos comentários de seus compositores, membros e ex-membros do Soilwork, que foram compiladas entre abril de 2016 pelo ex-baterista Dirk Verbeuren e masterizadas neste mesmo mês por Thomas "Plec" Johansson ( que já trabalhou com Dinazty, Nuclear Assault, Onslaught e Solution .45 ) e foi realizada no The Panic Room na Suécia.

    A inédita Helsinki entra com seu Death Metal destruidor a plena fúria com alguns momentos melodiosos vocalizados com habilidade por Bjorn "Speed" Strid, além de contar com envolventes partes instrumentais e um refrão com vocais limpos. Depois, a segunda nova é a canção título do cd, a Death Resonance, que é pesada, cadenciada, e com um estilo intenso, porém, sempre agressivo do Soilwork, que soube como surpreender o ouvinte ao incluir breves instantes calmos no meio da música, que foi escrita para o The Ride Majestic e deve ser - segundo o vocalista - ouvida bastante alta, pois, é também 'sangue no zóio'. Nunca lançada fora da Ásia, The End Begins Below The Surface é o bônus da versão japonesa do álbum The Ride Majestic e temos aqui um Death Metal cativante e notadamente técnico, que está conduzido de forma caótica e devidamente impactante pelos suecos.

     O EP Beyond The Infinite foi lançado em setembro 2014 apenas na Ásia e suas canções ficaram em tese desconhecidas até então dos fãs ( em tese, porque na era de downloads ilegais, isso é difícil de acontecer ), entretanto, neste Death Resonance elas são expostas de forma oficial e a primeira é a versátil My Nerves, Your Everday Tool, onde destaco seus riffs de guitarras, suas evoluções na bateria e seus vigorosos vocais limpos ou extremos. Depois, These Absent Eyes é cadenciada, mais crua e feroz, porém, conta também com seus pontos mais melodiosos de vocais limpos quebrando o seu ritmo e nos inspirando a socar o ar e banguear, ainda mais quando explode um momento simplesmente frenético em seu decorrer.

    Mais acelerada em seu início e diversificada em instantes depois, Resisting The Current apresenta variações melódicas bastante cativantes, sendo que algumas são mais Heavy Metal ( nos solos de guitarras ) e consideravelmente inesperadas.

        Em When Souls Collide temos um começo sombrio e ótimos dedilhados nas guitarras, que abrem os caminhos para que surja um Death Metal matador com a marca do Soilwork intrínseca em suas notas daqueles que são excelentes para se "bater a cabeça". A última do EP Beyond The Infinite inclusa neste Death Resonance é a canção Forever Lost In Vain, uma mistura bombástica entre suas linhas coléricas com outras melódicas conquistando o ouvinte por conta do estilo de seus vocais, que ora estão raivosos e ora estão mais limpos, porém, sempre enfatizando lado mais extremo da banda.

     Presente na edição limitada do Boxset conhecido como The Panic Broadcast de 2010, Sweet Demise é um pouco mais lenta e isso segue até que seu estilo avassalador tome conta da canção, onde encontramos uma exceção apenas quando o Soilwork aplicou uma modificação viajante, que persiste até que eles retornem com seu ritmo deveras aniquilador. E por falar neste tema, para a faixa bônus da edição japonesa do EP The Panic Broadcast, a Sadistic Lullabye 2010 solta seu rolo compressor de alterações de andamento em destruição total, onde brilham os solos de guitarras de Sylvain Coudret e Peter Wichers, as interações  de baixo e bateria, além é claro, dos vocais insanamente urrados bem diante de nossos ouvidos. Overclocked ( 2016 Mix ) fez parte da edição limitada Sleeve 7" de Sworn To a Great Divide de 2007 e vemos uma canção mais cadenciada, que está significativamente revoltada e convidativa para martelar a cabeça. Também integrante deste Sworn To a Great Divide, a Martyr ( 2016 Mix ) é pesada como o padrão estabelecido pela banda, mas com um ritmo bastante diferenciado do que poderíamos antecipar.

    Sovereign ( 2016 Mix ) entra esmagadora e conta com trechos mais calmos, entretanto, isso sempre exibe um estilo mais pesado e também é uma das canções bônus exclusivas japonesas, sendo esta também do Sworn To a Great Divide com Bjorn "Speed" Strid urrando com mais violência que o normal... se comparado com as demais.

    Revisitando o citado e clássico Stabbing The Drama, o Soilwork incluiu neste Death Resonance a encorpada Wherever Thorns May Glown ( 2016 Mix ), que também está presente no Boxset limitado do cd Sworn To a Great Divide e se não fosse por suas partes melódicas, afirmaria seguramente que é mais insana de todas, pois, nela o vocalista não quer deixar nenhum pescoço tranquilo enquanto dispara seus vocais com uma potência incrível.

    Fechando o cd temos o bônus japonês também registrado no Stabbing The Drama com Killed By Ingnition ( 2016 Mix ), que é mais cadenciada, agressiva e que deixa estourar seus momentos melódicos para contrastar com sua implacável dinamite sônica a que somos expostos pelo Soilwork.   

    Posso resumir dizendo que Death Resonance olha para o futuro do Soilwork com suas canções inéditas, brinda os fãs com o EP Beyond The Infinite e revisita o passado com as versões e remixes mais antigos, além de compartilhar de forma oficial tantas excelentes raridades. O lançamento da Shinigami Records torna-se mais um álbum que será um item desejado pelos fãs.
Nota: 9,5.

Sites: http://www.soilwork.org/, www.facebook.com/soilwork
e https://www.youtube.com/user/soilwork.

Por Fernando R. R. Júnior
Março/2017

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