Suicide Silence - Become The Hunter
11 Faixas - Shinigami Records/Nuclear Blast - 2020

    Na ativa desde 2002, o Suicide Silence é uma banda de Metal Extremo com ênfase no Deathcore, que já trouxe ao seus seguidores petardos como No Time To Bleed ( 2009 ) e The Black Crown ( 2011 ). Entretanto, no seu último registro de estúdio - antes desse - foi o álbum Suicide Silence de 2017 ( leia resenha ) e foi percebida uma mudança no estilo, que não foi bem aceita pelos fãs, sendo que isso levou o quinteto formado por Hernan "Eddie" Hermida nos vocais, Mark Heylmun e Christopher Garza nas guitarras, Daniel Kenny no baixo e Alex Lopez na bateria a realizarem um retorno às suas raízes com o seu novo lançamento, que recebeu o nome de Become The Hunter.

    Para conquistarem este objetivo, eles convocaram Steve Evetts ( The Dilinger Escape Plan, Sepultura e Hatebreed ) para a produção de seu sexto álbum, sendo que ele já trabalhou com a banda no The Black Crown de 2011, que é considerado como o melhor da carreira do Suicide Silence. As gravações foram realizadas no The Omen Room pelo citado produtor e a mixagem é de Josh Wilbur ( Trivium, Lamb Of God e Gojira ) enquanto que a masterização é assinada pelo experiente Ted Jensen ( Pantera, Deftones e Slipknot ) e aconteceu no Sterling Sound Studios em Nashville/Tennessee nos Estados Unidos.

    A elaborada capa que mostra a morte é uma arte de Adrian Baxter e ele cuidou também dos desenhos que estão no encarte. E na continuação desta resenha vamos conferir se os norte-americanos de Riverside na Califórnia alcançaram mesmo o resultado desejado.

    Comprovando as afirmações acima, o Suicide Silence inicia Become The Hunter com uma linhagem sinistra e esmagadora contidas na faixa instrumental Meltdown, que introduz a violenta pancada repleta de urros Two Steps, onde sente-se a tamanha crueza aplicada pelo quinteto nesta composição em que não foi poupada sua agressividade, aliás, pelo contrário, ela está totalmente exposta e direcionada aos nossos ouvidos com urros e agudos estridentes. E o caos imposto por seu Deathcore prossegue impiedoso em Feel Alive, que entre seus muitos rosnados notamos um ritmo cadenciado, que é bastante inspirador para uma sessão de headbanging.

    Para a quarta, cujo nome é Love Me To Death, a insanidade bem como a fúria tanto na seção instrumental quanto nos vocais estão maiores com urros agonizantes alguns marcantes solos de guitarras em meio as suas linhas fulminantes. Não pense que a dilaceração sonora promovida pelo Suicide Silence neste Become The Hunter apresentará algum descanso ao decorrer de suas faixas, pois, em In Hiding eles estão consideravelmente implacáveis e fazem desta canção uma aniquilação imensa através dos seus vocais urrados, dos seus toques de baixo e do seu ritmo cadenciado nas guitarras. E o extermínio continua com Death's Anxiety em que o quinteto demonstrou um nível de cólera nos vocais fora do comum, assim como na sua parte instrumental que está repleta de uma rispidez avassaladora.

    De princípio até que calmo, porém, não menos moribumdo, Skin Tight já é a sétima de Become The Hunter e entre seus vocais rasgados temos uma linhagem assustadora no fundo que explode em trechos devastadores praticamente arrastados entre seus urros raivosos.

    Para The Scythe, a ordem foi deixar um solo de guitarra poderoso chamar os toques de baixo e de bateria até que toda a ira de seus vocais rasgados e seus grunhidos praticamente vomitados eclodam para detonar com tudo. Porém, o Suicide Silence até suaviza em alguns toques melódicos por alguns instantes até retomar ao seu clima de fim do mundo.

    Depois de inúmeras pauladas, eles optaram por começar a nona canção do cd de forma mais tranquila com alguns dedilhados, que duram menos do que se pensa, porque no decorrer de Serene Obscene, eles estão tão ferozes quanto outrora, ou seja, mais uma tonelada de vocais urrados e rudes estourando nos seus tímpanos caro leitor(a) do Rock On Stage, que estão amparados por um andamento cadenciado, mas cruel.

    A penúltima é o Speed Metal Disaster Valley, onde percebe-se que a sua brutalidade parece que não terá fim, pois aqui o Suicide Silence nos colocou diante da faixa que está mais matadora em todo o cd em que eles escolheram não deixar pedra sobre pedra ou seu pescoço no lugar, se pensarmos por esse lado. E por fim ao lado de Darius Tehrani nos vocais,  Hernan "Eddie" Hermida dispara a canção título Become The Hunter com todo o seu impensável ódio a cada verso berrado por eles em uma verdadeira hecatombe sonora.

    São praticamente apenas 40 minutos de duração, que fazem Become The Hunter um dos álbuns mais demolidores de 2020 e que trouxe o Suicide Silence à sua - digamos - redenção de forma que os antigos fãs estarão diante de um dos mais aniquiladores lançamentos trazidos no Brasil pela Shinigami Records em sua parceria com a Nuclear Blast onde a tirania sonora promovida por estes norte-americanos foi elevada à enésima potência.
Nota: 8,0.

Por Fernando R. R. Júnior
Dezembro/2020

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