|
Therion -
Leviathan
|
A mixagem é de Erik Mårtensson e foi realizada no Mass Destruction Production entre julho e agosto de 2020 enquanto que a produção é assinada por Christofer Johnsson, que tem no Therion atualmente os músicos Lore Lewis ( vocais - soprano ), Christian Vidal ( guitarra ), Nalle Pahlsson ( baixo ) e o citado Thomas Vikström ( vocais ), sendo que no disco, a bateria foi dividida entre Owy Shaw ( Cans, Dark Embrace, Mad Architect, Snömannen & Hans Vänner, Snowy Shaw, e XXX ) e Björn Höglund ( Hoven Droven, Marmeladorkestern, The Summit ).
Obviamente que a capa de Leviathan conta com o monstro pronto para atacar em uma paisagem marinha devidamente sombria e revolta em um excelente desenho do artista Thomas Ewerhard, que cuidou também do layout do disco e que a partir de agora vamos mergulhar ( sem trocadilhos ) nos detalhes de suas músicas.
Leviathan é aberto nos vocais de Rosalía Sairem com o Heavy empolgante presente em The Leaf On The Oak Of Far, que começa direto e depois suas partes orquestradas e corais se evidenciam em uma admirável mescla que já deixa claro o DNA do Therion. De ares cadenciados, mas sempre pesados, Tuonela traz o ex-Nightwish Marco Hietala com todo o seu envolvente carisma vocal junto a Taida Nazraić ( do The Loudest Silence ), que somados ao ritmo e ao solo de violino feito por Ally Storch-Hukriede fazem desta uma canção deveras envolvente e que se torna fã dela imediatamente. Para a faixa título, a Leviathan, o Therion apresenta um vibrante andamento orquestrado em que o The Hells Core Choir se destaca bastante e convidada Chiara "Dusk" Malvestiti ( do Crysalys ) faz a diferença com sua voz soprano.
A dramática Die Wellen Der Zeit é uma saborosa balada de estilo cinematográfico e celta comandada por Taida Nazraić que passa muita emoção a cada verso pronunciado em sua voz, assim como na participação do The Hells Core Choir. Depois é a vez do Symphonic Metal rápido, um pouco agressivo e com influências árabes contido em Aži Dahāka com um sedutor duelo de vocais de Lori Lewis e Chiara "Dusk" Malvestiti com Thomas Vikström harmonizado de forma grandiosa por Christofer Johnsson nos teclados, que contou também com a ajuda de Jonas Öijvall ( do Tiamat ) se aproximando de um Power Metal inclusive, repare e me fale.
|
|
Não parece, mas já estamos na décima e penúltima de Leviathan com El Primer Sol com Rosalía Sairem exibindo seu feeling ao cantar seus versos em parceria com Thomas Vikström em uma base sinfônica fascinante com os holofotes direcionados também ao The Hells Core Choir. Para finalizar, o Therion envia a canção Ten Courts Of Diyu em que tanto Noa Gruman quanto Taida Nazraić nos enfeitiçam com suas encantadores vozes percorrendo cada uma das envolventes camadas aplicadas pela banda, as quais relaxam nossa mente.
Interessante de se mencionar que esta versão brasileira de Leviathan conta com mais músicas que as listadas no tracklist do cd e desta forma podemos degustar novamente de Eye Of Algol com vocais alternativos, que é seguida por Tuonela em duas versões, sendo a primeira somente nos vocais de Marco Hietala e a segunda com vocais alternativos. Se não fosse o bastante temos mais duas versões de Tuonela em que uma é instrumental apenas, onde podemos apreciar a beleza de suas melodias e a outra que finaliza o álbum totalmente orquestrada, dramática e, indiscutivelmente, muito bonita também sendo praticamente trilha sonora para um filme.
Como se já não fossem suficiente, as magníficas e resplendorosas canções de Leviathan, onde o Therion olhou para seu passado e buscou a inspiração para mias um álbum digno de sua marcante carreira, este lançamento da Shinigami Records em parceria com a Nuclear Blast nos traz ainda cinco bônus totalmente inesperados. E as letras de Leviathan estão fortemente circundadas não somente da mitologia judaico-cristã como sua capa dá a entender, mas também da mitologia finlandesa, germânica, persa, suméria, grega e chinesa, ou seja uma aula de história com seus mitos e lendas que vale pesquisar mais. É Christofer Johnsson conseguiu novamente surpreender seus seletos seguidores e certamente nos colocou diante de um dos melhores lançamentos do ano.
Nota: 10,0.
Por Fernando R. R. Júnior
Setembro/2021
|
|
|