Deep Purple
- The 41th Anniversary World Tour
Sábado, 07 de março de 2009
no Via Funchal em São Paulo/SP
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O Deep Purple abriu sua nona passagem pelo Brasil com duas datas em Porto
Alegre/RS, passou por Florianópolis/SC e encerrou neste sábado dia 7 de março
com o segundo show em São Paulo/SP. Desta vez os ingleses não
vieram para
divulgar nenhum novo lançamento, aliás, o último álbum de estúdio já data de
2005 e desde lá eles não produziram nenhum novo trabalho.
Este fato marcaria uma falta de capacidade criativa? Se você pensar assim estará
cometendo um grande engano, pois a enorme quantidade de clássicos que eles
possuem jamais justificaria essa pergunta.
Mas, então porque eles vieram
novamente ao Brasil? A resposta é simples: O Deep Purple adora
exercitar um dos maiores prazeres do Rock:
apresentar-se ao vivo, e realmente você pode confirmar isso lembrando-se
de um detalhe: nestes últimos 5 anos, apenas 2007 eles não aportaram
aqui. ( Confira as resenhas dos shows anteriores na seção
Shows ). Ou seja, pudemos acompanhar a tour de
celebração dos 41 anos da longeva carreira da banda que é, ao lado do Led Zeppelin, Uriah Heep e do
Black Sabbath, uma das
precursoras do heavy metal.
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E para quem esperava que não tivessem muitos fãs da banda no Via Funchal
enganou-se redondamente, pois a casa estava quase com a
capacidade máxima,
e os pioneiros do Heavy Metalsempre atraem uma grande multidão de fãs de todas as idades (
N.R.: aliás, como já acontecera em apresentações anteriores, muitos pais
levaram seus filhos para conhecerem esta lenda viva do Rock ).
Poucos
minutos após as 22:00hs ( horário de início do show ), a formação
intitulada de
MK VIII do Deep Purple com Ian Gillan ( vocais ),
Steve Morse ( guitarra ), Roger Glover ( baixo
), Don Airey ( teclados ) e Ian Paice ( bateria
) já sobe no palco para esquentar ainda mais a
noite com a fervorosa Highway Star, que era gritada pelos fãs a plenos
pulmões e recebida com muitas, mas muitas palmas mesmo. Não adianta, a
magia que o Deep Purple possui com o público brasileiro concebe um
clima
espiritual mesmo. E os fãs com certeza perdoaram o gripado Ian Gillan que
tossiu e engasgou-se em alguns pequenos versos da canção. Será que foi
apenas uma gripe ou o peso dos 64 anos do vocalista?
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Em seguida, já tocam o Rockão Things I Never Said do
Rapture Of The Deep e o bluesão
Into
The Fire (
do álbum In Rock ), num momento em que o vocalista se redime da engasgada
inicial e
mostra o porque de já ter sido chamado de "The Silver Voice" e grita com
muita força para a satisfação de todos os fãs. Depois é a vez de mais um hit das antigas
com Strange King Of
Woman cujo o punch vigoroso somado a pegada precisa do inspirado Ian
Paice - que aplicou os muitos dos seus já tradicionais repiques em sua
bateria - balançarem geral todo o Via Funchal. Ian Gillan
diz que ama o Brasil e anuncia a próxima do set - Vavoom:
Ted, The Mechanic do
álbum Purpendicular, com destaque para o baixão do Roger
Glover garantindo a agitação da galera.
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Depois executam
Rapture
Of The Deep, faixa título do último álbum de estúdio da banda que
novamente teve sua versão tocada com toda aquela competência de sempre,
com direito a um solo marcante de Steve Morse, que aliás, assim como os
demais membros sorria bastante para os fãs. E falando em solo em seis
cordas, o guitarrista que já deve a dura missão de substituir o
quase inigualável Richtie Blackmore, exibe em Contact Lost
e The Well Dressed Guitar solos virtuosos que mostram o porque que de ter se firmado na banda,
e ser considerado
pelos fãs como o cara certo para o posto deixado por Blackmore.
Foi divertido ver Ian Gillan por trás de Steve Morse
conclamando as palmas enquanto Morse perfazia seus solos cheios
de técnica, e claro, o vocalista foi prontamente atendido. Praticamente ligando esse solo a música seguinte, Steve Morse e Ian Gillan
já disparam os primeiros acordes de Sometimes I Feel Like Screaming
( do álbum Purpendicular ) e temos então uma das melhores composições do Deep Purple
desde que Morse
entrou para a banda. O que chamou mais a atenção neste momento foi ver a
chegada de Roger Glover e Steve Morse juntos a Ian Gillan
para cantarem o
refrão e a felicidade plastificada no rostos dos três músicos.
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E falando em substitutos, Don Airey também provou também porque foi a
melhor escolha para o lugar de Jon Lord ao apresentar alguns momentos
regados do mais puro Rock
progressivo nos seus teclados ao introduzirem 'sagrada' Lazy do álbum
Machine Head, que é recebida nas palmas. Um detalhe não pode ser esquecido na
execução de Lazy: mesmo gripado e sem poder elevar o seu antigo potencial de
outrora, Ian Gillan deixa bem claro porque o Purple tem o seu lugar
eternizado no
Olimpo do Rock ao solar sua gaita com todo aquele empenho caracterizado e
imortalizado em todos os seus anos à serviço do Deep Purple.
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Após este clássico, o quinteto avança para 1993 e toca a faixa título do
álbum deste ano: The Battle Ranges On, conduzida perfeitamente pela parte
instrumental da banda, mas, Ian Gillan não conseguiu cantá-la com a mesmo
"poder de fogo" de 2008 e nos versos mais fortes ou ele deixava para ser completada por um
solo de Steve Morse, ou abria espaço para um grito do público, e aí eu volto na pergunta que
fiz anteriormente: foi culpa exclusivamente da gripe ou ele está sofrendo já com a idade
avançada? Espero, sinceramente que apenas os vírus causadores da gripe
sejam os culpados.
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Don Airey
finalmente inicia o seu solo ( porque na Lazy não valeu, ele nos enganou
), que passa por linhas clássicas que
me lembraram o compositor Liszt, depois, passou pelo início de tudo com um
Rock´n´Roll do
jeitinho que se fazia nos anos 50, foi até a Fantasia da Disney
e também Mr.Crowley do Ozzy e, por fim, fez uma singela homenagem ao
Brasil: a nossa Aquarela do Brasil - que enche de emoção muitos dos fãs presentes. Continuando com o solo,
Don Airey vai levando seus teclados para acordes
mais pesados que culminam com o hino Perfect Strangers,
que era ansiosamente esperado por todos, e a execução só não atingiu o
climáx desejado por causa da 'constipação' de Ian Gillan,
que não conseguir utilizar
seu mundialmente conhecido poderio de sua voz. No momento que ele
deveria berrar, ele dizia: " Oh My God", repetidamente,
praticamente como se estivesse brincando com os fãs, que com certeza
entenderam que o vocalista não conseguia gritar mais como antigamente. Mas tudo bem,
Gillan, nós te perdoamos,
porém, queremos outro show aqui para compensar!!! E repete antes da próxima
música que somos fantásticos - em um dos poucos momentos que falou com os
fãs.
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Iniciada com os
inigualáveis repiques de
Ian Paice,
os ingleses tocam
um dos melhores Rocks da história e de toda a sua carreira com Space Truckin´
(
do álbum Machine Head ), aliás, a
junção da bateria de Paice com os fortes toques no baixo do 'cigano'
Roger Glover são realmente o que dão a cara da música, é pena
que atualmente eles não façam mais aquelas longas improvisações cheias
de solos como nos anos 70, mas ainda assim, nesta execução tivemos
algumas curtas lembranças deste tempo graças à habilidade do Deep Purple.
O americano Steve Morse
começa um solo descompromissado em sua guitarra que disfarça muito
bem o que estava por vir no set, e pegando de surpresa muitos fãs temos
Smoke On The Water, e
(re)ver mais uma vez o Deep Purple cheio de empolgação, rolando
ao vivo
um dos maiores clássicos de todos os tempos que conta a história da gravação do álbum
Machine Head é algo
imprescindível na vida de qualquer fã de Rock, e olha que nesta Steve
Morse, Roger Glover, Ian Paice e Don Airey
tiveram mais trabalho ao compensam nos seus instrumentos a falta que o convalescente
Ian Gillan não podia realizar com sua voz. Ainda
assim, eles foram ovacionados pelo grande público do Via Funchal
e encerraram a primeira
parte do show.
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Claro que ainda havia o bis. E na agulha estava guardado um solo de bateria de
Ian Paice na durante a execução de Hush, que serviu para nos
divertir ainda mais e
confirmar porque ele é um dos melhores bateristas do
Rock. Ressalto também que foi muito interessante ver a paradinha que a banda fez nessa música,
deixando o palco livre para que Paice realizasse o seu solo
sozinho e depois, retornarem após alguns minutos, e todos irem reencontrando da melhor forma
Rock´n´Roll o ponto onde haviam parado para então recomeçarem a tocar Hush.
Encerrando o show tivemos a execução da forte Black Night que é
exaustivamente cantada pelos fãs e com direito ainda a uma regência de
Ian Gillan
durante os "oooo
oooo ooo oooo" da música.
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Foi semelhante ao show do ano passado? Foi. Com músicas iguais? Sim. Então caro leitor(a) você pode me dizer:
"Ir no show
do Deep Purple apenas para conferir os clássicos e
rever uma banda que já passou por aqui no ano passado (
leia resenha ) ?".
A resposta que
lhe dou é: " Sim, você deveria ir sim". Afinal, assim como os árabes precisam ir a
Meca, os fãs do bom e
velho Hard Rock precisam
(re)ver o Deep Purple quantas vezes for possível. Porém, caso você não tenha sido agraciado ainda com esta dádiva dos
deuses do Rock, pode ficar tranquilo, em 2010 eles estarão certamente de
volta e aí você poderá (re)vê-los com ou sem disco novo.
Texto por Fernando R. R.
Júnior
Fotos: Stephan Solomon - Via Funchal
Agradecimentos à
Miriam Martinez - Via Funchal - www.viafunchal.com.br
Março/2009
Set List
- Highway Star - Things I Never Said - Into The Fire - Strange King Of Woman - Vavoom: Ted, The Mechanic
- Rapture
Of The Deep - Contact Lost - The Well Dressed Guitar - Sometimes I Feel Like Screaming - Lazy - The Battle Rages On - Don Airey Solo - Space Truckin´ - Smoke On The Water
Bis: - Hush - Black Night
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