Iron Maiden - Somewhere Back In Time World Tour - Final Leg
Abertura: Lauren Harris

Domingo, dia 15 de março de 2009 no Autodrómo de Interlagos - São Paulo/SP

    O autódromo José Carlos Pace ( Interlagos ), pareceu neste dia uma verdadeira cidade, o autódromo, óbvio, é marcado por corridas, não somente de Fórmula 1, mas de inúmeras categorias do automobilismo, o legal é que os motores dos carros que correm em Interlagos fazem um paralelo perfeito com o Heavy Metal, que é velocidade, adrenalina, eletricidade e pancadas, que parecem pistões conduzindo milhares rotações de um motor de Fórmula 1 ou GT ou Stock.

    O Iron Maiden veio encerrar a tour Somewere Back In Time, a mesma do ano passado ( leia resenha ), realizada no estádio Parque Antártica e esse show também faz parte do filme que será lançado: Iron Maiden Flight 666.

         Duas bandas iriam abrir o show do Iron Maiden, a brasileira Shadowside e a banda da filha de Steve Harris, Lauren Harris na tour de lançamento do seu primeiro cd Calm Before Storm. A banda Shadowside infelizmente não pode fazer presença, devido à forte chuva que ocorreu à tarde, que os impediu de passar o som.

Lauren Harris

Apenas a bela Lauren abriu o show, e a filha do líder do Iron Maiden fez um show excelente, como no ano passado, ela toca um Hard Rock com muita originalidade e é apoiada por excelentes músicos, sua voz é linda, em estúdio sua voz é mais grave, mas ao vivo é uma voz suave, feminina, parece uma menina. No show dela os maiores destaques foram, Get Over It, Your Turn, Steal Your Fire, Wishing On A Star e Come On Over. Ela é boa, tirou suspiros da galera masculina, mas na verdade a beleza dela é apenas um detalhe, pois ela é uma grande profissional e tem um talento muito grande. Não tenho, mas vou comprar o CD dela imediatamente. E eu seria omisso se não citasse os músicos dela, todos estão de parabéns, seja o guitarrista Richie Faulkner fazendo solos com incrível velocidade e precisão a la  Malmsteen, ou o baixista Randy Gregg  que agitou o tempo inteiro ou ainda o baterista Tom McWilliams,  todos são ótimos músicos.

      A forte chuva da tarde e a multidão de headbangers que estavam entrando em Interlagos, atrasaram o show do Iron Maiden em uma hora, e para explicar o motivo do atraso apareceu o empresário Rod Smallwood - que lançou o Iron Maiden ao sucesso - no palco, ele avisou os milhares de presentes que a banda faria o melhor show possível e queria que todos os seus seguidores estivessem presentes para assistir desde o início.
 

Iron Maiden

     Momentos antes da entrada do Iron Maiden, tivemos a execução de Doctor Doctor do UFO e em seguida apareceu o vídeo da banda chegando no Brasil no Airbus Ed Force One, Flight 666, sob o som da música Transilvania, e depois apareceram no telão aviões da Batalha da Inglaterra, e o discurso de Winston Churchill, nesse momento não tive dúvidas, eles começaram com a Aces High, tocando impecavelmente com muita moral e a montanha de Metalheads em Interlagos retribuíram com muito agito, cantando a música a plenos pulmões como no ano passado. Aces High ou seja, ases do céu, dizem respeitos a aqueles aviõezinhos equipados com metralhadoras, que se não vencessem a Luftwaffe Nazista; esse mundo em que vivemos não teria toda essa liberdade, viveríamos sob influência de um mundo com regime totalitário e como disse Winston Churchill, isso não se estende apenas aos ingleses daquela época, mas a todo o mundo quando Churchill elogiou os destemidos pilotos da Real Força Aérea Britânica quando falou “No âmbito dos conflitos armados, nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.

     Logo após eles tocaram a Wrathchild, do primeiro álbum, e Bruce Dickinson cantou muito bem essa música, a original é cantada por Paul Di’Anno e seguiram com Two Minutes To Midnight que foi tocada com uma categoria única a exemplo das anteriores. Ao final desta música, Bruce avisa aos headbangers para pararem com o “empurra-empurra” pois muitos estavam passando mal e se machucando por conta disso, e os fãs obedeceram prontamente o frontman do Iron Maiden.

    Após uma pausa Bruce Dickinson anuncia a musica Children Of The Damned, o entrosamento da banda estava perfeito, os guitarristas, Dave Murray, Adrian Smith ( e nesta ele utilizou uma guitarra de dois braços vermelha ) e Janick Gers cada um tocava em sua oitava orquestrando cada música do show.

     Depois eles mandaram a Phantom Of The Opera, uma das melhores do show, Steve Harris mostrou que é um exímio baixista, no momento do solo, solou perfeitamente, com velocidade e precisão e com ele não tem esse negócio de palheta não, é no dedo mesmo.

     Prosseguiram com a The Trooper, com o Bruce Dickinson vestido de uniforme do exército Inglês do século 19 e empunhando uma gigantesca bandeira da Inglaterra, estilizada, com sinais de queimado e alguns furos como se tivesse participado de uma batalha.


     E o show foi ficando cada vez mais inesquecível, eles tocaram a Wasted Years e essa música deixou o clima mais excitante no show, era clara a grande satisfação e a alegria que daquela cidade que estava em Interlagos, o solo dos guitarristas foi um momento muito distinto, cada uma fazia sua parte, com uma beleza melódica única, era como se um deus elétrico falasse com o outro.

     Logo após Bruce Dickinson, caracterizado com vestimentas pretas, comenta sobre a visita da banda na Amazônia e a beleza que viu por lá e fez uma analogia do dever de preservar a floresta, citando a canção que seria tocada em seguida, que na letra conta sobre navegantes que mataram albatrozes dizendo que eram aves de mau agouro, e esses navegantes sofreram uma maldição. E então temos a épica Rime Of Ancient Mariner, tocada perfeitamente e a energia é tão grande que excitou os fãs deixando todos possuídos em êxtase.

     Powerslave foi apresentada com muita classe e categoria, Bruce Dickinson usou a máscara egípcia e mais uma vez Steve Harris massacrou em habilidade nos solos que fez após o refrão, e Steve não é fácil, o líder do Iron Maiden impõe muito respeito quando intervem com sua habilidade ímpar, tocando seu contra-baixo Fender.

     E mais clássicos após clássicos rolaram, tocaram a Run To The Hills, fazendo uma execução simplesmente maravilhosa, tocaram muito bem e eles fizeram baixar o clima deste excelente álbum o The Number Of The Beast no show, o clima era de sonho e interação total da banda com o público que cantou o coro desta música com muita energia.

    Toda aquela multidão de Interlagos também fez o seu show, cantou o refrão e acompanharam na voz vários trechos da Fear Of The Dark e essa soma tornou essa música ainda mais clássica.   E eles finalizaram o show antes do bis com a Hallowed By The Name e a Iron Maiden, e as duas saíram espetaculares, sendo elas uma grande surpresa para o público com direito a uma grande esfinge do Eddie sendo exibida no palco e depois apareceu aquela múmia gigante da World Slavery Tour soltando fogos pelos olhos.

     E o inferno estava ficando cada vez maior, pois na volta do bis, com altas labaredas de fogo, a aparição de um capetinha para elucidar talvez o maior clássico do Iron Maiden, e quando eles retornaram recebemos com muita expectativa a The Number Of The Beast e a execução dela foi soberba impecável, ressalto mais uma vez a extrema habilidade do trio de guitarristas Murray/Smith/Gers que não somente nesta música, mas na grande maioria das músicas do set, fizeram variações e improvisações nos solos em comparação com as músicas originais e a The Number como a Aces High foram exemplo disso, pois o trio de guitarristas voou nas seis cordas. Destaco Janick Gers, que era um dos mais elétricos, agitou muito, girava a guitarra em torno dele mesmo, e pegava ela precisamente no acorde do momento parecendo um às da espada.

     E finalmente o Iron Maiden encerrou esse magnífico show com a The Evil That Man Do do álbum Seventh Son Of A Seventh Son e a Sanctuary do primeiro álbum, e a Sanctuary nos contagiou com o clima excitante que o Maiden proporciona a exemplo da Wasted Years, depois dela o Maiden se rendeu para o público em Interlagos, Bruce Dickinson ficou claramente emocionado, com a imensidão e o carisma do público, e disse que quando ele visualizava as pessoas que estavam atrás, depois ele via que atrás delas haviam muitas outras, e o público foi o maior que o Maiden teve em local aberto, foram 67 mil metalheads que estavam lá, sem se importar com o lamaçal que estava acometido o local do show, era um exercito.

    O Iron Maiden está de parabéns, nos agraciou com esse show magnífico esbanjaram talento, tocando com muita precisão não posso deixar de destacar Nicko McBrain que tocou a bateria com muita precisão e o espetáculo foi também dos efeitos especiais, fogos de artifícios, chamas e nossa amada caveira Eddie que fez presença no palco, desta vez o Cyber-Eddie de três metros do disco Somewhere In Time andando pelo palco de Interlagos reverenciando os seus discípulos.

     Há...há....há, há; tem muita gente que fala que o Heavy Metal morreu, vou falar de uma caso isolado que aconteceu comigo, pois conheço uma pessoa que ouvia metal depois mudou, foi para outro estilo, começou a ouvir "technera" e eu perguntava a ele mas por que você não ouve mais metal? Ele respondia: " Ah meu; Heavy Metal isso já era o metal morreu". Aí eu penso: " covardes, desleais, desprezíveis!! Não deveriam nem ter começado a ouvir metal". E o que eu via no show, pais com crianças, vários deles e as gerações do Heavy Metal prosseguirão, é como Winston Churchill da música Aces High disse aos pilotos de Spitfire da Batalha da Grã-Bretanha ( no caso os tantos somos nós, e os poucos são os integrantes do Iron Maiden ): "Nunca tantos deveram tanto a tão poucos", valeu Maiden !!!     

Set List

Aces High
Wrathchild
Two Minutes To Midnight
Children Of The Damned
Phantom Of The Opera
The Trooper
Wasted Years
Rime Of The Ancient Mariner
Powerslave
Run To The Hills
Fear Of The Dark
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden

Bis:
The Number Of The Beast
The Evil That Men Do
Sanctuary

 

Por André Torres
Fotos: Igor Bineli - KNS Produções
Agradecimentos à Denise Catto - Media Mania - www.mediamania.com.br
Março/2009

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