Motörhead - MotoriZer World Tour
Abertura: Baranga
Sábado dia 18 de abril de 2009 na Via Funchal em São Paulo/SP
   

    Temos grandes lendas vivas do Heavy Metal como Ozzy Osbourne, Ronnie James Dio, mas sem dúvidas Lemmy Kilmister é uma delas. O show do Motörhead, da turnê de divulgação do álbum MotoriZer em São Paulo foi espetacular, sem dúvidas melhor que os dois últimos ( leia resenha do show de 2007 ), desta vez a banda estava radiante; o som estava perfeito e a motivação dos músicos como o virtuosismo deles foi algo ímpar, e era clara a alegria deles devido a Via Funchal estar completamente lotada de fãs, mas antes do show do Motörhead, tivemos a banda brasileira Baranga.

Baranga

    Responsáveis pela abertura do show do Motörhead em São Paulo, o Baranga, formado por Xande nos vocais e guitarra, Deca na guitarra, Soneca no baixo e Paulão na bateria entrou no palco às 22:00hs. Eles aproveitaram seu curto tempo para mostrar uma mescla do melhor dos seus três cd´s em um rock´n´roll eletrizante, pesado e cantado em português. Abrindo o set com Filho Bastardo ( do cd Meu Mal - leia resenha ), Xande cantou com muito feeling um rock´n´roll direto ( lembrando muito do estilo da atração principal ), e quem já chamou a atenção foi a rifflerama realizada por Deca.

    Em seguida foram ao primeiro cd com Tudo O Que Eu Tenho Na Vida - e não é que essas músicas vão divertindo a imensidão de fãs que aguardavam ansiosamente para ver o Motörhead?. Depois o Baranga viaja até ao segundo cd Whiskey do Diabo ( leia resenha ) com  Blues das 6:00 e Pirata do Tietê ( um rock´n´roll "a la" KISS que exalta as qualidades da paulicéia desvairada ) e ambas foram muito bem recebidas pelo público.

     E a banda reproduz todo aquele clima descontraído dos cd´s para o palco que transformaram a Via Funchal em uma grande festa rock´n´roll, sendo que os integrantes da banda estiveram notadamente felizes e fizeram poses para os fotógrafos ( aliás o endiabrado guitarrista Deca que o diga ), passaram muita energia para os fãs, enfim, o Baranga soube mesmo como aquecer o ambiente para o show Motörhead. Do novo cd foram tocadas mais duas músicas: o bluesão rápido de Fuego Del Inferno e rockão mais rápido ainda de Garota Rocker, e olha que muitos que não conheciam a banda vibraram intensamente nesta duas canções.

    Nada melhor que uma oportunidade como esta para exibir uma nova canção, e foi isso que o Baranga fez com O Céu É o Hell, outro rock insano dos paulistas. Fechando esta pequena mostra no melhor jeitão 'best of' tivemos mais blues com a pesada Whiskey do Diabo ( com Xande fazendo o slide na guitarra  ) e o rock´n´roll cru e pesado de Meu Mal. E olha ainda teve o ensandecido Deca jogando sua guitarra no chão, aliás, qualquer semelhança com o Motörhead na forma de se apresentar, neste caso, não é mera coincidência.

    Eu que já tive a oportunidade de resenhar os três cd´s do Baranga aqui no Rock On Stage, há tempos já queria conferir o quarteto ao vivo, e afirmo, eles seguram a bandeira do rock´n´roll brazuca com a firmeza que é necessária. Aviso, para quem ainda não conhecia o Baranga, já pode agora ir atrás dos cd´s ou visitar o myspace da banda para relembrar deste show.

Set List
1- Filho Bastardo
2- Tudo O Que Eu Tenho Na Vida
3- Blues das 6:00
4- Pirata do Tietê
5- Fuego Del Inferno
6- Garota Rocker
7- O Céu É O Hell
8- Whiskey do Diabo
9- Meu Mal

    Motöhead

    Iron First foi à primeira do Motörhead e eles mandaram muito bem, Phil Campbell, sozinho, não via nele um virtuosismo como tinha Eddie Clark ou então quando Wurzel o apoiava e completava com ele a sonoridade das seis cordas da banda, mas desta vez Phil teve um brilho sem igual, o solo de guitarra dessa música ele mandou os agudos pelas alturas, o Phil simplesmente detonou. Depois mandaram o clássico, Stay Clean e eles mais uma vez tocaram com muita categoria, em seguida foi a cadenciada Be My Babe, e a Rock Out do novo álbum MotöriZer, essa música pode ser considerada mais um clássico do Motörhead e mostra que não falta inspiração selvagem para Lemmy Kilmister com seus 63 anos, para compor ótimas canções, eles agitaram toda aquela imensidão de fãs na Via Funchal.

    Prosseguiram com mais clássicos com uma das melhores da banda a Metropolis e mais uma vez a galera foi ao delírio com toda a eletricidade emanada pelo Motörhead. Em seguida tocaram Another Perfect Day, Over The Top e One Night Stand, e dessa trinca ressalto mais uma vez Phil Campbell, que mostrou ter uma ótima forma nas seis cordas, que nunca vi ele tão inspirado.

    Prosseguiram com You Better Run, I Got Mine e Phil Campbell fez o seu solo individual, Eddie Clark foi um guitarrista que muitos fãs consideram o melhor do Motörhead pois ele tem um dom inigualável de fazer a guitarra ecoar com a sonoridade aguda. Quando Eddie “Fast” saiu, entrou Wurzel na banda, junto com Phil Campbell, os dois completaram a sonoridade agressiva do Motörhead e lógico que saíram muitos clássicos. Wurzel depois saiu, Campbell ficou, porém, faltou um pouco de brilhantismo, porém nesse show foi diferente; Phil fez um solo veloz, preciso e cuidou perfeitamente do timbre da sua guitarra Gibson Explorer para que saísse uma melodia sagrada de perfeição.

    Após o solo de Phil Campbell o Motörhead continuou agitando com muito peso tocando The Thousand Names Of God do novo álbum MotöriZer e In The Name Of Tragedy, logo após Mikkey Dee fez um solo simplesmente espetacular em sua bateria, foi a melhor performance dele em solos em São Paulo nos últimos anos, fazendo um solo que não foi tão longo como do show de 2007, desta vez solou com um bom senso nas baquetas incrível, nos mostrou que não haveria melhor seqüência de percussão que foi a que ele fez, teve um dom divino, em 2007 Lemmy disse que ele era o melhor baterista do mundo, eu não achei tanto, mas desta fez o solo foi único, não tinha o que acrescentar ou tirar, foi digno de um Drum Hero.

    Depois que Mikkey terminou o solo, Lemmy retornou muito orgulhoso da performance de Mikkey Dee, agradeceu de coração por estar em São Paulo e sentimos isso e ele foi totalmente ovacionado pela platéia lotada da Via Funchal.

    E aí com tanta emoção, o Motörhead aumentou sem misericórdia o fogo de artilharia do metal, e nos mandou mais uma série de clássicos com Just 'Cos You Got The Power, depois a música em homenagem ao nosso país, a Going to Brazil e a música que nos fez render ao showzaço que estava rolando, a Kill By Death do álbum No Remorse ( que mostra que não é somente a fase de Eddie Clark que rende clássicos ao Motörhead ). E foi só alegria todos cantaram essa música que foi o hino do show e o agito e a emoção foi uma sensação sem palavras. E eles encerraram o show antes do bis com a Bomber, clássico das antigas do Motörhead mais uma excelente execução.

    No bis eles aliviaram o peso no início e mandaram a acústica Whorehouse Blues e o legal dessa foi a harmonia vocal dos três músicos como também o solo incrível de violão de Phil Campbell, um solo que lembrou muito os solos acústicos do Led Zeppelin, Phil teve uma categoria de Jimmy Page, e Lemmy mandou bem também na gaita. Logo após todo o peso e potência do Motörhead retornou e eles tocaram talvez o maior clássico do Motörhead a Ace of Spades e a platéia demoliu a Via Funchal, cantaram a plenos pulmões e a eletricidade do som nos colocava no céu e esse show que foi um dos melhores do Motörhead foi encerrado com mais uma das tops deles, a Overkill e mais uma vez nos deram um bombardeio de eletricidade sem precedentes.

   Lemmy como eu disse acima é uma lenda do Heavy Metal ( mas como ele mesmo gosta de falar do Rock’n’Roll ), foi muito atuante na música pesada, foi roadie de Jimmy Hendrix, tocou numa banda muito louca, a Hawkwind que é um Space Rock, foi demitido dela, e em 1976 recrutou Phil Taylor e Fast Eddie Clark para iniciar o Motörhead. O Motörhead nos dá um orgulho imenso em cultuarmos a música pesada, eles estão muito fortes, para eles a idade não é nada, tanto que havia metalheads de todas as idades na Via Funchal, e o que admirei foi à presença de vários motoqueiros ( os Hell’s Angels estavam lá ), a motocicleta como uma Harley Davidson ou uma Indian tem tudo a ver com a selvageria do Metal e do Motörhead, e show como esse, quem gosta e não foi, não perca o seguinte, pois não faz idéia o que é a eletricidade do Motörhead ao vivo.   

Set List:
1-  Iron Fist
2-  Stay Clean
3-  Be My Baby
4-  Rock Out
5-  Metropolis
6-  Another Perfect Day
7-  Over The Top
8-  One Night Stand
9-  You Better Run
10- I Got Mine
11- (Solo Phil Campbell)
12- The Thousand Names of God
13- In The Name Of Tragedy (Solo Mikkey Dee)
14- Just 'Cos You Got The Power
15- Going To Brazil
16- Killed By Death
17- Bomber
(Bis)
18- Whorehouse Blues
19- Ace Of Spades
20- Overkill

Por André Torres
Fotos e resenha do Baranga: Fernando R. R. Júnior
Agradecimento à Miriam Martinez ( Via Funchal www.viafunchal.com.br  )
Maio/2009

 

Galeria de Fotos do Motörhead e do Baranga

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