Cradle Of Filth
Sábado, dia 18 de dezembro de 2010 no Carioca Club em São Paulo/SP

    Mais um dia de show com chuvas em São Paulo, o que demonstra que anda tendo muito show e muita chuva na cidade da garoa, garoa forte aliás - e bota forte nisso - e isso também é bom pois quando havia poucos shows as chances de choverem era menores mas hoje em dia muitos fãs acostumaram e esse redator que raramente ia a shows agora acostumou, mas que isso parece maldição, parece. Ainda bem que o lugar é coberto e não chove dentro ou na teoria na loteria como chover, pois tem vezes que as goteiras aparecem aos montes. Mas isso não aconteceu no show, apenas um 'atrasinho' de quase meia hora, e bem tolerável por sinal afinal ainda havia uma fila com várias pessoas querendo entrar na hora marcada para o show. O show havia sido marcado para começar as 20:00, mas só foi começar cerca de meia hora depois com o dia ainda claro pelo horário de verão.

    Lá dentro o povo se entretinha conversando e tomando bebidas ou aguardando o começo do show. Por volta das 20:35 horas as luzes se apagam e a banda entra no palco já mandando de cara a música The Cult Of Venus Aversa. Note que não teve nenhum tipo de introdução avisando que o show estava para começar. Dani Filth entra no palco arrancando gritos da plateia com seu visual de sempre, rosto maquiado de branco e lentes de contato amareladas. Esse detalhe eu vi de perto, pois depois do show consegui ir no camarim falar com os caras rapidamente e se mostraram simpáticos e atenciosos, inclusive Dani, que segundo me disse alguém da produção, não era de dar muita bola pras pessoas. Mas enfim, vai que depois do show o cara melhorou ou era um pouco seletivo. Ah, ele poderia ser mais seletivo no visual dele, pois algumas pessoas comentaram que o sapato plataforma dele era desnecessário, para não falar outras coisas.

    O vocal estava meio embolado e agudo demais em certos momentos, mas na verdade penso que os agudos eram culpa do Dani mesmo que solta cada agudo que não acaba mais. E não é só ele, pois tinha gente lá atrás que cantava tão alto quanto ele sem o microfone. Sai de um canto para ir em outro ficar mais “sossegado” e depois de algumas músicas uma menina gritou altíssimo e o cara que estava ao lado dela comentou exageradamente com os amigos que ela quase estourou os tímpanos dele e de fato havia muita gente eufórica no show, assim como pessoas de braços cruzados e sentadas como se estivessem num barzinho apenas. Comentei isso com Dani Filth após o show e ele sorrindo, me perguntou de volta - como se estivesse surpreso, mas de uma forma artificial - se isso era sério e eu disse que sim. O que animou vários fãs e levou a atenção deles para o palco era nas partes vocais femininas, cantadas ou narradas pela tecladista Ashley Ellyllon que é de perto é simpática e bonita, além de alta e educada. Mas não sei se o cigarrinho que ela e Dani fumavam fazia bem para suas respectivas vozes, mas enfim, cada um sabe como cuidar de sua voz e ao vivo ambos mandarem bem.

    O sexteto fala pouco e agita muito no palco ainda mais com a casa cheia e se houvesse mais 200 pessoas lá dentro, seria difícil ficar transitando facilmente de um lado para outro do salão. Honey And Sulphur foi a segunda música da noite seguida por Her Ghost In The Fog 4 e Forgive Me Father ( I Have Sinned ). A primeira metade da primeira parte do show se encerra com outra música nova intitulada Nymphetamine que foi um dos momentos mais agitados do show. Daí em diante viriam sons mais clássicos da banda começando com clássico The Principle Of Evil Made Flesh que fez muitos fãs arrepiarem e ficaram numa visível euforia. Seguem tocando Under Huntress Moon e depois vem Dusk And Her Embrace que foi observada por muitos como se fosse uma obra de arte para ser apreciada em cada acorde e não uma música para ser agitada. Olhando ao redor eu vi de tudo, como sorrisos nos lábios de fãs atentos a música, olhos brilhando de emoção e felicidade, ou ambos. Já outros, preferiram cantar e gesticular ao som dela.

    Terminam essa parte do show com Lilith Immaculate e depois o clássico The Twisted Nails Of Faith um clássico da banda esperado por muitos. A banda sai do palco e as luzes não se acendem dando a entender que viria o tão manjado bis e eis que eles resurgem, mas não para tocar mais duas ou três músicas e sim mais cinco, ou melhor, uma intro e quatro sons. O Cradle fez diferente e a intro Ave Satani foi ouvida nos PAs para abrir espaço para Cruelty Brought Thee Orchids uma das música mais interessantes e misteriosas da banda, que para muitos é uma das melhores composições de Dani Filth. E olha que no final do show ele estava cantando mais do que no começo.

    Depois a trinca “Ebony Dressed For Sunset”, “The Forest Whispers My Name” e “From The Cradle To Enslave” fecham o show. Antes da última música, Dani fala ao público que voltariam em breve ao brasil, afinal eles estiveram aqui em 2004 ( leia resenha ) e algumas pessoas comentaram que naquela época eles ficaram devendo um pouco mais do que poderiam dar. Mas acho que hoje em dia com as baixas vendas de CD as bandas te quem mostrar o melhor de si ao invés de trazer apenas um nome e uma presença famosa no palco, coisa que tem gente que discorda de mim, pois vão ao show para ver a banda, não importa o quão ruim está o som durante o show, e nesse show não houve nada muito grave, embora haviam passagens mais trabalhadas que não dava pra se notar as notas.

     É Dani, pode trazer tua banda de novo no Brasil e sem puxar o saco dizendo que os brasileiros agitam mais do que os argentinos, que vai que algum brasileiro está na Argentina e ouve você falar o contrário em algum show lá. Há! Há! Há!

Set List
1. The Cult Of Venus Aversa
2. Honey And Sulphur
3. Her Ghost In The Fog
4. Forgive Me Father (I Have Sinned)
5. Nymphetamine Fix
6. The Principle Of Evil Made Flesh
7. Under Huntress Moon
8. Dusk And Her Embrace
9. Lilith Immaculate
10. The Twisted Nails Of Faith

Encore
10. Ave Satani
11. Cruelty Brought Thee Orchids
12. Ebony Dressed For Sunset
13. The Forest Whispers My Name
14. From The Cradle To Enslave

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Janeiro/2011

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