Massacration
Abertura:
Barbaria, AIH 5, Love Gun ( Kiss Cover )
Sábado, dia 03 de julho no Cerâmica Clube em Mogi Guaçú/SP

    O Massacration, auto-intitulado como a "maior banda de Heavy Metal do universo" apresentou-se pela primeira vez na cidade de Mogi Guaçú/SP graças à iniciativa do meu amigo Edu Maia do projeto Coda On Line. E a irreverência deste grupo formado pelos humoristas Hermes e Renato, que começou como uma brincadeira e tomou ares de 'banda de verdade' e culminou em shows para valer mesmo. E desde 2002, o Massacration vai ganhando seu espaço e muitos fãs passaram a acompanhar a banda.

    Eles abriram shows para o Sepultura em 2004 e lançam em 2005 o seu primeiro cd Gates Of Metal Fried Chicken Of Death, que de tão grandioso que foi este trabalho, somente quatro anos depois, em 2009, o segundo cd chega às paradas de sucesso do Brasil e do mundo: Good Blood Headbangers, que promete vender mais que o Dark Side Of The Moon do Pink Floyd e o Thriller do Michael Jackson. E é desta megaturnê de divulgação que trouxe o Massacration no Cerâmica Clube com seus poderosos e inigualáveis clássicos do Metal. E uma banda desta magnitude, não se apresentaria sozinha, tanto que eles ordenaram que tivéssemos algumas bandas de abertura, então vamos à elas.

AIH-5

    A banda de Mogi Mirim/SP AIH-5 formou-se no final de 2008 e entrou no palco com uma hora de atraso do horário previsto para iniciar o seu show, pois o Massacration atrasou sua passagem de som e as portas do Cerâmica Clube foram abertas bem mais tarde que às 22:00hs ( horário início dos shows ). Finalmente às 23:00hs, Felício Arsuffi nos vocais, Lucas Rossi e Thales Vieira nas guitarras, Caio Burza na bateria e Antônio Fontanella no baixo e backing vocal sobem no palco e executam poderosas músicas de Hard Rock e Metal que agradam bastante os fãs que já se encontravam em um belo número na casa.

    O AIH-5 enfrentou problemas no som, pois tivemos muita microfonia, mas ainda assim o vocalista Felício colocou a galera para vibrar com Sab But True ( Metallica ) e Wrathchild ( Iron Maiden ). Um ponto a se destacar na apresentação do quinteto é a juventude deles e sua atitude, pois eles não se intimidam e tocam com muita personalidade. Depois, o AIH-5 veio com It´s So Easy do Guns´N´Roses muito bem, com o vocalista 'chamando a responsabilidade para si', e não é que ele soube como cativar os fãs e aumentar a potência da agitação. Mas eles não vivem só de covers e pretendem lançar um cd brevemente, e a própria Alone By Yourself trouxe muita melodia nas notas das guitarras de Lucas e Thales que serviram para mostrar a qualidade da banda. Mas a ideia, era inflamar os fãs do Massacration, e em seguida o AIH-5 ataca com N.I.B. do Black Sabbath e Ace Of Spades do Motörhead, duas que fizeram até algumas rodas surgirem pelo Cerâmica Clube. Um dos objetivos de uma banda no palco é divertir a platéia, e o quinteto conseguiu essa proeza com Burning Hell do Twisted Sister, seguida por Enter Sandman do Metallica e Breaking The Law do Judas Priest; com uma trinca assim, era difícil ver alguém parado. Depois, Felício encarna o 'príncipe das trevas' com Black Sabbath ( da banda homônima ) e ótima performance do vocalista, assim como de todo o AIH-5, provaram o porque deles terem sido uma boa escolha que está no ponto para a abertura da noite.

Barbarian

    Na semana anterior, o Barbarian abriu o show do Angra em Itapira/SP ( confira aqui ) e neste sábado, a galera de Mogi-Mirim/SP  esteve novamente abrindo para uma banda de grande sucesso como é o caso do Massacration, o que comprova que o quinteto formado por Leandro Louback nos vocais, Marcelo Louback e Rodrigo Curielnas nas guitarras, Ricardo Guariento no baixo e Fernando Piasecki na bateria está com moral e vive uma boa fase. Eram pouco mais de 00:15 quando eles começaram o seu show e desta vez, pareciam mais soltos no palco, pois estavam apenas tocando e sem "encarar" a pressão exercida pela gravação de um DVD ( coisa que haviam realizado anteriormente ).

    Com o figurino afinado, o Barbarian, realiza um set list muito semelhante ao apresentado em Itapira/SP com petardos como Hail And Kill do Manowar, Under Jolly Roger do Running Wild, Between The Hammer And The Anvil do Judas Priest, Balls To The Wall do Accept e Be Quick Or Be Dead do Iron Maiden. O vocalista Leandro Louback exibe uma camiseta da Alemanha, que bateu os hermanos na Copa por 4X0 e causa uma grande contentamento nos presentes, pois a rivalidade no futebol é realmente muito grande e transcende os campos. Em outro momento do show ele comenta sobre a gravação do DVD e com um litro de uísque nas mãos batiza alguns fãs, além é claro de dar várias goladas. O carisma do Barbarian no palco e a competência que exibida são a prova que a banda está no caminho certo.

Love Gun - KISS Cover

    1:20 da manhã, após o tradicional anúncio "You Wanted The Best, You Got The Best!!!" feito por um fã o KISS Cover Love Gun de Itapira/SP subiu no palco com Dú Colferai no baixo e voz, Everton Corça na guitarra base e voz, Fernando Bazani na guitarra solo e voz e Eduardo Ferraz na bateria e voz. Eles abriram o set que homenageia uma das melhores e maiores bandas da história do rock com Modern Day Delilah, do novo trabalho Sonic Boom. O público presente no Cerâmica balançou bastante e curtiu o show do Love Gun que emendou a eletrizante Deuce na sequencia, e Dú Colferai, Everton Corça, Fernando Bazani fizeram todos os trejeitos do KISS; pena só que o som deu algumas panes e atrapalhou um pouco os itapirenses. Superado esses problemas e com Eduardo extraindo solos excelentes de sua bateria, eles tocaram Shout It Out Loud e seguiram com Say Yeah - que fez muitos dos fãs sentirem a atmosfera Rock´n´Roll dos shows do KISS, mas antes, agradecem ao Eduardo Maia pela oportunidade e por reviver o clima rock/Metal de Mogi Guaçú.

    Depois é a vez de Firehouse ser exibida com muita empolgação pela banda com direito até a cuspidas de fogo de Dú Colferai do jeitinho que Gene Simmons realiza no KISS. Depois tivemos as versões para Crazy, Crazy Nights e a canção que intitula este KISS Cover: Love Gun cantada com muito feeling lembrando bastante a versão original. Antes de I Love It Loud cospe 'sangue' ( de mentira, é claro ) em mais um excelente efeito especial e o resultado não poderia ser outro: um impacto fulminante nos headbangers - e todo mundo se sacudia sem parar e gritava com o vocalista os "ooooo...oooo yeah!!!!". E o quarteto tem experiência suficiente para manter o público nas mãos e tocam primorosamente a balada Black Diamond, seguida pelo Hard Rock de Lick It Up ( com forte participação dos fãs, após serem ' convocados' pelos músicos ) e fecham com os riffs poderosos e rápidos de Detroit Rock City e a inigualável Rock’n Roll All Nite. Mesmo com problemas nos som, o Love Gun realizou um grande tributo ao KISS que serviu também nos lembrar do show dos norte-americanos em 2009 no Brasil ( veja cobertura ).

Massacration

    Até que o palco não demorou muito para ser adequado para o Massacration e eis que às 02:35 os maiores entre todos os deuses do Heavy Metal fazem a alegria dos pobre mortais que os aguardavam ansiosamente e sem maiores delongas, entram no palco tocando Hammercage Hotdog Hell do novo Good Blood Headbangers. Pena que o horário avançado fez muitos irem embora, mas os que ficaram assistiram uma apresentação muito divertida.

    Antes de continuar a contar sobre o show tenho que fazer uma pausa e comentar vestuário da banda: Detonator ( Bruno Sutter ) nos vocais trajando uma calça colada de lycra, bota e um penteado para dar inveja à muito sertanejos; Blondie Hammet ( Fausto Fanti ) na guitarra solo e vocal de apoio com uma peruca loira, também com calças coladas em um visual bastante glam, mas sua guitarra que lembra uma vassoura foi incrível; Headmaster ( Adriano Pereira ) na guitarra rítmica com um visual carregado, cabeleira longa e sem camisa no melhor estilo Slash; o baixista Metal Avenger ( Marco Antônio Alves ) com uma calça de lycra rosa com várias aberturas e uma bota "sete léguas" branca ( lembram quando essa bota era moda? ) com um pano colado em volta para parecer uma vestimenta de guerreiro medieval e fechando a formação Jimmy "The Hammer" ( Felipe Torres ) na bateria com uma máscara de um tigre e também sem camisa com o visual menos fashion da banda, aliás todos com braceletes, fita no cabelo, etc. É Manowar, Twisted Sister, vocês que se cuidem, pois o Massacration arrasou no figurino.

    Dito isso, vamos à segunda da noite: Evil Papagali entra 'devastando' os presentes no Cerâmica, e os vocais finos de Detonator são hilários, ainda mais com um refrão de 'louro...louro quer biscoito' sendo cantado pela maioria, não tinha jeito, era hora de dar risadas. Antes de Metal Milk Shake ( outra do primeiro cd Gates Of Metal Of Fried Chicken Of Death ), então Detonator pede para que o baixista Headmaster vista uma camisa da seleção brasileira e faz 'aquela média' que acontece nos shows internacionais por aqui. As 'dancinhas' que o Massacration fazia a cada música é outro ponto extremamente engraçado, pois eles ficaram andando um atrás do outro, quase como se estivessem brincando de pega-pega, enfim, uma 'evolução' surreal no palco.

    Bem voltando ao set list, tivemos mais mega-clássicos com "Cereal Metal",  "4 Elements" e a nova Sufocators Of Metal, todas com a inconcebível performance descoordenada de Detonator. Depois, ele nos conta como os mp3 prejudicaram o Massacration para que alcançasse um estrelato ainda maior e também do processo que moveram contra os sites de mp3, meus amigos.... o cara é de outro mundo mesmo e por todos os lados do clube viam-se os fãs sorrindo.   

  A rápida e pesada Metal Massive Attack ( AruÊ Aruô ) que é um 'verdadeiro' hino do Metal melódico é tocada para que seja um puro delírio dos fãs e mantendo a energia em alta, em seguida, homenageiam o dia do Heavy Metal com The Big Heavy Metal do novo cd Good Blood Headbangers e dão direito a um parabéns para você ao vivo e os fãs acompanham nas palmas, pode-se falar de tudo do Massacration, mas a verdade é que eles sabem muito bem o que estão fazendo no palco.

    Dizendo que existe um lugar mágico e que não se conforma com o alto preço das passagens de ônibus nos dias atuais, o vocalista dá a deixa para Let´s Ride To Metal Land - The Passage Is 1 Real - um dos sucessos mais aguardados pelos headbangers de Mogi Guaçu e região. A execução deste clássico fez muitos gargalharem bastante com a atuação do quinteto no palco. Então Detonator conversa com o público, diz que está triste por ter sido traído por sua mulher, que é corno e por aí vai...., em mais outro momento muito cômico da noite. Então senta-se próximo a bateria, é consolado pelo guitarrista Headmaster e finalmente canta a melódica The Bull - que ganha muito peso e transforma-se em um Heavy Metal dos tradicionais, entretanto, a letra faz a música se tornar uma comédia, especialmente no final quando a condução feita por Detonator faz explodir os gritos de "Corno...Corno..." e então 'discute' com os fãs, dizendo para termos dó dele, pois nós seremos cornos também se ficassemos rindo da desgraça alheia. Após deste momento único na vida dos headbangers presentes, o Massacration toca Ai Ai Ai com intensa participação da galera, mais fora da realidade impossível.

    Na próxima, tivemos um coro interessante de "Eta Eta Eta Brasileiro quer ...."  já vi o Dr. Sin fazendo isso, mas vendo o Massacration vejo que o Dr. Sin copiou desta fantástica banda ( risos ). Bem, brincadeiras à parte, Detonator ensina os fãs a juntarem as mãos corretamente e fazerem o símbolo de Metal Bucetation e assim tocam a última música da noite, que produziu um verdadeiro estouro de hilaridade no Cerâmica Clube. Ao término do show, eles juntam-se no palco, nos agradecem aos gritos de "uhhh é Massacration...." se despendem jogando as palhetas e baquetas para os fãs. Show muito humor que valeu o ingresso.

    O saldo do evento foi positivo, pois mesmo com os problemas no som que teimavam em ficar atrapalhando, o importante é que um bom público esteve presente e se aproveitou bastante a noite para se extravasar com muito Rock´n´Roll e sem nenhum problema. Mais uma vez , um evento de rock não acontece nada demais a não ser o clima de amizade e satisfação comum nos eventos. Um outro ponto a se ressaltar também é o aumento das mulheres nos shows. Parabéns ao Eduardo Maia e a todos que colaboram para que o Massacration se apresentasse em Mogi Guaçú/SP. Que no futuro tenhamos mais eventos assim, pois a cena Hard Rock/Heavy Metal em nossa região precisa voltar a ser forte novamente, público para isso está provado que tem.

Por Fernando R. R. Júnior
Julho/2010

 Galeria de Fotos do Massacration, Love Gun, Barbaria e AIH 5

Descrição:
Número de imagens: de

 

Voltar para Shows