Scorpions - Get Your Sting And Blackout World Tour
Abertura: Das Fossem
Sábado, dia 18 de setembro no Credicard Hall em São Paulo/SP

    Não foi show, foi um mega espetáculo o que o Scorpions fez no Credicard Hall no dia 18 de setembro de 2010, na minha opinião jamais ocorrido aqui. A banda anunciou que essa é a sua última turnê, esta que esta divulgando o novo álbum Sting In The Tail. Espero que não seja a última tour, alias existem bandas cujos membros você acaba vendo uma falta de pique, mas o Scorpions jamais, a gente tem de correr no pique deles, Rudolf Schenker com suas Gibsons flecha dá saltos como um adolescente; bom vamos esperar, não podemos perder preciosidades, já perdemos o grande Dio este ano ( confira especial tributo aqui ).

    Uma coisa que foi incrível ocorrida no show foi o fundo, coberto de luzinhas que mais parecia um telão, mas na verdade era um telão de luzinhas e em cada música o telão auxiliou a banda nos colocando numa nostalgia mostrando várias passagens da banda, nos emocionou ao vermos momentos do passado e atuais da banda. Uma banda abriu o show do Scorpions à banda Das Fossem, infelizmente não pude chegar a tempo para fazer uma observação detalhada da banda, devido à grande multidão que se aglomerou no Credicard Hall, mas pelo pouco que vi ela agradou bem o pessoal antes do show do Scorpions.

    Enquanto ao Scorpions, quando eles começaram foi uma viagem sem precedentes emanada para nós, com aquela eletricidade contundente das guitarras de Rudolf Schenker e Mathias Jabs, somos grandes privilegiados em ver essa banda que com certeza é uma das pontas de lança do Heavy Metal. O Scorpions começou o show com Sting In The Tail do novo álbum homônimo, sempre observamos músicas novas com um certo receio, mas no show foi pura empolgação, a idéia de por ela como primeira foi excelente, fez lembrar muito o Scorpions dos anos 70. 

    Depois eles mandaram Make It Real que cativou a galera na hora, Klaus Meine na voz, e as guitarras do Scorpions gritantes que só elas, nos levou a uma viagem imensa em conjunto com as clássicas "Bad Boys Running Wild", "The Zoo" e "Coast To Coast", que é uma das melhores músicas instrumentais do Metal. Nessas músicas a banda inteira tocou com o estilo divino que só eles sabem, as guitarras brilharam demais, imagino quantas Gibson flechas deve ter o Rudolf Schenker ( que toucou até uma flecha com estilo Ferrari e outra estilo Mercedes ); Mathias Jabs, fez uma coisa que jamais vou esquecer, ele fez o solo e com uma precisão microscópica, manuseou a alavanca lembrando o Ulrich Roth ( da formação clássica dos anos 70 ), sendo um dos momentos mais belos do show, momento curto mais intenso.  

    Em seguida tocaram "Loving You Sunday Morning", "The Best Is Yet To Come", em que a galera cantou junto com a banda essa música que tem uma bela linha melódica e de novo para manter o clima tocaram a Holiday, mais uma bela do Scorpions, eles foram soberanos, mostraram o porque são um dos melhores da história do rock. Tocaram a Wind Of Change, aquela do assobio, lembro do lançamento dela, não gostava muito, no show com o auxilio do telão de luzinhas apareceu às cenas em que o muro de Berlim foi derrubado e entendi muita coisa nessa música. A Alemanha depois da Segunda Guerra Mundial foi dividida em duas, e quando caiu o muro ela voltou a ser única, para os alemães imagino o quanto foi importante, eles passaram bem a mensagem nessa música. 

    Em seguida o rock pesado voltou fervente e eles tocaram a Raised On Rock do novo álbum, Tease Me Please Me e o grande clássico Dynamite. O show foi uma obra prima, impossível não tecer elogios, depois o James Kottak fez o seu solo individual, um excelente solo que interagia com a história da banda no telão de luzinhas, na medida que ele solava aparecia ele, fazendo o papel de ator em que ele aparecia como personagem de todas as capas da banda, voando com sapatos com hélice ( do segundo álbum ) aparecia dando uns amassos em mulheres ( nas capas do Scorpions aparecem muitas mulheres ). 

    Todas as cenas orquestradas com o solo de bateria, foi incrível e aí as luzes se apagaram e depois apareceu o personagem do álbum Blackout e entrou no palco Rudolf Schenker com uma máscara igual a do personagem e eles tocaram Blackout, foi demais, Mathias Jabs solou muito bem depois, sempre com os riffs inconfundíveis da banda, o show estava ganho, mas é lógico, nos queríamos mais, e eles tocaram nada menos que Big City Nights e a plateia cantou e se emocionou, tocaram com uma versão bem parecida com a do álbum clássico ao vivo ( World Wide Live ), e no telão de luzinhas, neste momento presumo que era ao vivo, estava sendo filmado um dos lugares movimentados da cidade de São Paulo ( a nossa Big City Nights ) toda a plateia cantou com a banda foi um momento inesquecível. 

    No bis o Scorpions tocou a sua maior balada, a que ajudou a banda a se tornar super banda a Still Love in You, é incrível como o Scorpions sabe adequar peso nas baladas, não que essa ou outras músicas sejam pesadas, é que quando a guitarra intervém, ela aparece com muita força, de forma alguma comprometendo a qualidade da balada, enganando fácil....fácil as "patricinhas pops", no fim desta música a guitarra é alucinante, uma metralhadora elétrica. 

    E finalizaram esse magnífico show com a explosiva Rock You Like A Hurricane, um dos maiores clássicos da banda, ao vivo esse clássico é incansável de se ver, pode tocar 100 vezes que os fãs empolgarão nas 100 vezes, mais uma vez guitarras rampantes, juntamente com Meine, Kottak e o baixista Pawel Maciwoda que foi muito competente, nos empolgou com esse real petardo elétrico.

    Eles anunciaram que essa seria a última turnê, espero que seja apenas publicidade, ou um meio para se livrar da escravidão das gravadoras, ou para se livrar de um empresário pentelho. O Scorpions é exemplo de vitalidade, força, saúde, deve seguir exemplos até os inventores do Rock que muitos deles ainda estão vivos e na ativa, olha o Chuck Berry que toca com 83 anos, Jerry Lee Lewis, e outros, são lendas vão serem ouvidos daqui cem anos, e agora temos o privilégio de ver eles e outros artistas vivos. Isso sem contar que o Scorpions é uma banda super carismática, a legião de fãns é extremamente fiel e quando eles sobem no palco é certeza de multidões para venerá-los, porque sempre respeitaram os seus fãns, um dos principais ônus dos artistas; da medo de imaginar não ver eles, o Dio é tristeza de saber que nunca veremos mais, mas eu digo que o Scorpions ainda vai voltar.      

Por André Torres
Fotos: Marcelo Rossi - Time For Fun www.t4f.com.br
Outubro/2010

Set List Scorpions

1. Sting In The Tail
2. Make It Real
3. Bad Boys Running Wild
4. The Zoo
5. Coast To Coast
6. Loving You Sunday Morning
7. The Best Is Yet To Come
8. Holiday
9. Wind Of Change
10.  Raised On Rock
11. Tease Me Please Me
12. Dynamite
13. Kottak Attack - James Kottak Solo
14. Blackout
15. Six String Sting Matthias Jabs
16. Big City Nights
Bis
17. Still Loving You
18. Rock You Like A Hurricane

 

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