Stay Heavy Metal Stars com Hangar e Torture Squad
Sexta, dia 17 de setembro de 2010 no Manifesto Rock Bar em São Paulo/SP

    Fazia dois anos que a festa do programa Stay Heavy não acontecia, pois em 2008, o apresentador Vinícius Neves avisou o público no final do evento que em 2009 a festa não iria acontecer devido ao casamento dele com Cintia Diniz, co-apresentadora do programa Stay Heavy. Passado a união matrimonial dos dois headbangers e a vida de casados agora estabilizada, tudo voltaria ao normal para o evento desse ano com várias figuras conhecidas do público em geral fazendo diversas jams, tocando os mais variados covers dos maiores artistas do heavy metal internacional. Mas nesta edição, a quarta, houve algo diferente para celebrar o momento, que foi a escolha de duas bandas para tocarem no evento.

    Shows estes que foram agitados pelo pequeno público presente no local, o bar Manifesto em São Paulo. A ressalva de “pequeno público” não quer dizer que haviam poucas pessoas e nem indica algum desprezo ou rebaixamento da qualidade e energia dos ali presentes, mas sim é algo que enfatiza a escolha de um lugar com público reduzido ao invés de uma grande casa de show ou ginásio. 

    Como sempre a fila para entrar no bar dobrava a esquina do quarteirão e ia até a metade da outra rua, já que a casa abriria suas portas as 22:00 horas e o show teria previsão para começar com o atraso habitual de sempre, depois das 23:30 horas, claro. Mas, foi começar logo depois das primeiras baladadas da meia noite com a banda Hangar abrindo o evento. Sabendo dessa mudança da estrutura do evento, imaginei realmente que as bandas Hangar e Torture Squad iriam encerrar a noite sem aquele sobre e desce de músicos no palco e troca e destroca de instrumentos. Para quem não conhece esse evento do programa Stay Heavy, em cada música há um 'X' de músicos que a toca e ao final dela, outros sobem ao palco para tocar outro cover fazendo uma espera de 3 a 5 minutos entre uma música e outra, mas com Vinicius e Cintia animando a platéia nesses intervalos e sorteando brindes.

     Pela logística da coisa, pensei que as bandas encerrariam o show pois já iam pegar a platéia animada de covers tocados por dezenas ( e bota “dezenas” nisso ) de artistas para seguirem com seu set de músicas sem ficar regulando e afinando instrumentos, amplificadores, etc, mas até que não rolou isso e foi bom, pois pequena parte do público acabou indo antes do final do show e como a festa era do Stay Heavy e o principal é a festa com os covers, então agiram certo.

Hangar

    Para quem queria assistir o Torture Squad e o Hangar achando que iam tocar no final e chegou tarde, já saiu perdendo, embora os músicos de ambas as bandas retornariam ao palco em algumas jams. Eu mesmo cheguei no Manifesto na primeira música do Hangar Infallible Emperor (1956), onde os P.A.s estavam sendo aquecidos e o som sendo regulado para o Hangar poder dar o melhor de si. Depois vem as músicas Some Light To Find My WayColorblind onde o som já estava ótimo e o público agitando, ali na frente do palco. Não sei se é porque o palco do Manifesto é pequeno para uma banda de Heavy que gosta de se movimentar ou que era o dia, mas achei alguns deles meio parados, até o vocalista Humberto Sobrinho, que embora tenha agitado aqui e ali, não fez algo fora do comum.

    Claro que o baterista Aquiles Priester não podia sair de onde estava e o tecladista também, mas Humberto, Eduardo Martinez na guitarra e Nando Mello no baixo fizeram um bom trabalho ali na frente. A quarta música é Time To  Forget, onde o pessoal agitou e que era esperada. Logo a seguir vem Dreaming Of Black WavesCall Me In Name Of Death, para então surgir o primeiro cover da noite Rainbow In The Dark homenageando o falecido mestre Ronnie James Dio. Claro que o povo se animou com a música e a banda trouxe um saudosismo aos presentes executando um clássico de um ótimo e humilde músico que está fazendo falta desde sua morte. A banda mandou bem esse cover. Depois The Reason Of Your Conviction, som do último álbum que a banda anda divulgando, foi tocada e apreciada pelos demais para então que o Hangar encerrasse a noite com chave de ouro tocando o clássico do Metallica Master Of Puppets.

    O quinteto paulista, já que Humberto agora mora em Sampa, mostrou a versão deles desse clássico e daí que fui reparar que os caras estavam um pouco parados no palco para tal clássico, em que muitos agitaram, gritaram ou simplesmente prestaram atenção. Tocaram tudo muito direitinho, mas a versão deles não chamava atenção em certos pontos, não sei se pelo timbre da guitarra, pelo teclado fazendo outra guitarra ou sei lá o que, mas tem hora que a música era perfeita e noutras horas nem tanto. Penso que pelo show ser breve, a banda poderia ter desenvolvido mais sua performance se tivesse rolado mais uns 20 minutos de repertório. Já vi o Hangar em palcos maiores mas sem o Humberto nos vocais e pode ser que eu tenha estranhado um pouco o show ali, afinal eles também não eram o foco principal do evento, mas a apresentação deles valeu muito.

Torture Squad

    Uma pausa de quase 20 minutos indica a preparação de palco para a banda Torture Squad e Castor, o baixista da banda começa a mexer em seu instrumento tocando os acordes iniciais da música The Clairvoyant do Iron Maiden, mostrando que o baixista estava com vontade de tocar e animar o público, afinal tocar acordes de uma grande banda como Iron Maiden, Metallica ou Slayer, animam o fãs. Era de se esperar surpresas nesse evento e a ex-atriz pornô e atual correspondente do Stay Heavy, Jasmim St. Claire, estava por lá, circulando pelo bar e pela área de convidados, que ficou restrita ao primeiro andar, portanto só quem tinha pulseirinha ficava por lá, entre eles Sonia Paha, da loja Lady Snake, que patrocina o programa, Julio Viseu da Rádio Corsário, Airton Diniz e Ricardo Batalha da revista Roadie Crew , entre outros. Como o evento era na véspera de dois shows da banda Scorpions em São Paulo, shows promovidos pela produtora Top Link, imaginei que alguns deles poderiam ir ao bar pois Paulo Baron, proprietário da Top Link estava na edição de 2008 do Stay Heavy Metal Stars, e poderia levar os alemães ao bar.

    E eis que, para surpresa de algumas pessoas que estavam perto da mesa de sinuca e conversando no bar onde se serviam bebidas, entra Rudolf Schenker e James Kottak ( respectivamente guitarrista e baterista do Scorpions ) com seguranças do bar prestes a protegê-los. Eu digo “prestes” pois Rudolf parou a cerca de um metro de distância de mim e quando eu disse “Hey Scorpions” ele acenou com a mão e sorriu, e depois levaram-nos para o primeiro andar, colocando-os em mesas em frente ao palco. Depois, no final da jam session o público ficou sabendo que um deles, provavelmente Rudolf, reclamou que o som estava alto, mas isso deixo para comentar depois, no final da resenha.

    Era hora da tortura começar e mais vorazes do que nunca, o quarteto paulistano vem executando seu death/thrash apresentando logo de cara quatro músicas novas sem parada, uma atrás da outra fazendo uma roda surgir no meio do pequeno salão do bar e agitando os bangers ali presentes. A saber as músicas foram “Generation Dead”, “Raise Your Horns”, “Holiday In Abughraib”, “Black Sun”, sendo esta última apresentada em alguns shows da banda no final de sua turnê. Os sons estão na mesma linha que o Torture sempre faz, mas com uma pegada diferente e intensidade acima da média mostrando uma evolução na técnica e profissionalismo da banda que é notada facilmente. Lembro que em uma das música, o vocalista Vitor Rodrigues dá um de seus famosos gritos guturais afastando o microfone para que a voz suma e segundos depois ele reaproxima o microfone da boca iniciando “a volta” do grito do volume baixo para o alto e para quem não ouviu o CD novo daria para se ter uma idéia do que viria por aí.

    Vitor então resolve falar com a platéia e logo avisa que ali vai virar um pandemônio logo mais, dando uma deixa para o clássico da banda Pandemomium que de forma sonora avassala o lugar. Som perfeito, banda ótima e muita agitação no palco em sua breve apresentação com músicas escolhidas mais do que a dedo. Ao final desse clássico homônimo de seu disco, Vitor anuncia que é a hora do caos, dando uma dica de que o novo clássico da banda Chaos Corporation seria tocado ali e lá vai o povo 'bangueador' abrindo a roda de novo.

    Parecia o fim da breve apresentação dos torturadores e eis que para uma surpresa eles vem com o cover de AC/DC para Flick Of The Switch, levado até o final de forma bem interessante, e Vitinho manda bem cantando no estilo do AC/DC sem titubear alegrando o público ali. O Torture não toca covers em seus shows, mas como o dia pedia isso, a ordem da coisa estava dentro dos conformes, portanto, ponto pros caras. E ponto para o Hangar pelos covers citados anteriormente, afinal ali ninguém era uma estrela sozinha e sim uma constelação de estrelas, tanto com pessoas em cima do palco, quanto assistindo aos que estavam ali, pois o show era de todos. Ninguém era mais importante do que ninguém.

Jams com os convidados especiais

    Pausa para conversar com o público, rolar som do DJ e sortear prêmios para a platéia, pois estava para começar as jams e como se não bastasse o Metallica do setlist do Hangar, a primeira jam também vem com Master Of Puppets tendo Alexandre Grunheidt ( Ancesttral, vocal e guitarra ), Paulo Anhaia ( ex-Monster no baixo), Eduardo Boccomino ( guitarrista do Chaosfear ) e na bateria, Thiago Bianchi, vocalista do Shaman. Vocalista? Na bateria?! Sim, ele mesmo. Sim, o rapaz toca e leva bem sentado ali como se fosse o Lars Urich e com Alexandre nos vocais, a música foi pra lá de satisfatória. Em seguida é a vez de outra turma tocar o cover de Dream Theater, Another Day e para isso o time tem três músicos do Hangar: Humberto Sobrinho, nos vocais, Nando Mello no baixo e Fabio Laguna nos teclados. As guitarras são tocadas por Paulo Soares ( Krusader ) e Bill Hudson ( Circle II Circle ), que é brasileiro apesar da banda Circle II Circle ser norte-americana. E para completar o time, na bateria, Eloy Casagrande da banda solo de André Matos, que voltaria mais tarde para outra jam. O som saiu dentro dos conformes e como é uma balada, o público ficou olhando com atenção e os que apreciavam algo mais violento foram passear pelo bar. O peso começaria a aumentar a partir da próxima música.  

  A seguir vem a versão do Sepultura para Orgasmatron ( do Motörhead ) e para isso o quinteto encarregado para tocar esse clássico foi formado por Vitor Rodrigues do Torture Squad no vocal, Dick Siebert do Korzus no baixo, Amilcar Christófaro também do Torture Squad na bateria e nas guitarras Alexandre Grunheidt e Vinicius Neves. Sim, o apresentador do programa foi trabalhar um pouco a mais do que o esperado dizendo com uma certa insegurança, mas de forma humilde e sincera que ele até conseguiria levar a base da música e não ia solar e de fato fizeram uma boa performance no palco. Vinícuis estava meio duro no palco, mas o som saiu direito. Isso é comum, pois já vi outros músicos profissionais trocando de instrumentos e não ficaram nada a vontade fora de seu “elemento natural”.


 

    Para a próxima música, um medley de Holy Diver do Dio e Heaven And Hell do Black Sabbath, o primeiro a entrar no palco e debulhar no baixo na hora da afinação foi um senhor que nunca vi antes em nenhum show e não me lembrava dele em bandas de cabeludos pois ele tinha cabelo curto, e aparentava estar na faixa dos 50 anos de idade. Depois de ter acertado seu instrumento, um baixo humilde por sinal, os demais integrantes da banda chegam e vão se arrumando. A saber, João Luiz ( King Bird, vocal ), Leonardo Brito e Alexandre Grunheidt ( ambos do Ancesttral, guitarras ), Amílcar Christófaro ( Torture Squad, bateria ) e também o ex-Korzus e proprietário da Voice Music, Silvio Golfetti, na terceira guitarra. Vinícius então apresenta o baixista a platéia que se chama Rogério Schumann e que nada mais era do que o atual governador do Distrito Federal, onde fica a capital do Brasil. O público se surpreendeu de fato e alguém que estava ao meu lado comentou com seu amigo: “E o cara toca muito ainda por cima”, devido ao modo que ele dedilhava o baixo na regulagem de som. Vinicius elogiou-o e agradeceu muito a presença tão célebre dele ali no evento e perguntou se não tinha jeito dele se candidatar ao governo de São Paulo algum dia, comentário que fez algumas pessoas rirem e outras gritaram zoações para o Vinícius. Depois do breve papo com o ilustre e roqueiro político, a banda começa a passar e com João Luiz nos vocais a coisa sempre pega fogo e foi uma das performances mais contagiantes e emocionantes da noite. Estiveram de parabéns.

    Nessa hora, Rudolf Schenker havia saído dali e retornado ao hotel ou para fazer algo fora do bar, não sei ao certo, pois o baterista do Scorpions ainda estava por lá zanzando, ora dentro, ora fora, mas creio que foram até o hotel para depois retornar ao show e perderam o cover de Big City Nights deles mesmos, do Scorpions. A banda era formada por Humberto Sobrinho nos vocais, Paulo Soares e Heros Trench nas guitarras, Aquiles Priester na bateria e Castor, baixista do Torture Squad no baixo. Ah, Heros é do Korzus, claro. Devo dizer que algo faltou na música e a apresentação deles ficou aquém do que poderia rolar, pois algo no som não ajudou muito. Não desafinaram e não saíram do ritmo, mas algo ali não agradava. A performance foi boa, mas abaixo do esperado. E olha que são todos músicos conceituados ali, mas não deu liga.

    Na música seguinte, o cover de Angel Of Death do Slayer, algo aconteceria com a guitarra de Antonio Araújo ( também do Korzus ) na parte da base introdutória anterior ao solo da música, deixando som dela mais baixo, pelo menos no lado direito do palco. Na outra guitarra, Hugo Mariutti ( HenceforthAndré Matos ) dava suporte a música, enquanto Vitor Rodrigues nos vocais arrebatava a platéia e Dick Siebert, também do Korzus, ajudava nas quatro cordas tocando seu baixo. Mas a performance mais avassaladora da noite e daquela música foi sem dúvida do baterista Eloy Casagrande - que deve estar na faixa dos 20 anos de idade e toca com André Matos desde os 16 - que mandou ver na bateria como se fosse a última coisa que iria fazer no mundo. Eloy está ficando com o bíceps maior provavelmente para conseguir arrebentar mais nas baquetas em seus shows com André Matos ou simplesmente porque gosta de malhar, mas a cara do rapaz era só fúria e cheguei a pensar que ele iria furar pelo menos a pele da caixa da bateria devido a pancadaria que ele executou no instrumento. Como era a última música que ele tocou na noite e bem diferente do cover de Dream Theater que ele havia tocado momentos antes, ele usou toda sua força e emprenho cardiovascular. Eu devia ter perguntado para as pessoas ali presentes que viam o que acontecia atrás da bateria se elas tinham a mesma opinião que eu tive. Uma moça loira de cabelo curtos que agitava bastante pedia por Slayer momentos antes e já estava 'pra lá' de sua quinta cerveja e por pouco não entra na roda para agitar. Ela curtia o show cantando o que achava que era a letra de todas as músicas, enfim, se divertia.

    Uma pequena pausa para outros músicos entrarem no palco e aos poucos Vinícius os anunciava para um dos maiores clássicos do Heavy Metal, a música Wasted Years do inigualável Iron Maiden. As guitarras ficaram por conta de Fabio Marreco e Paulo Soares, o baixo por conta de Bruno Sutter da banda Death Tribute - e que também é a identidade secreta do Detonator vocalista da banda Massacration -, Ricardo Confessori, baterista do Angra e nos vocais a musa do Heavy Metal nacional, como Vinícius a apresentou ao público: Dani Nolden da banda Shadowside. E lá vão eles e ela tocando um som conhecidíssimo e parecia que todos estavam ali para criticar a música. De fato nunca vi um cover de Wasted Years satisfatório e nem ao vivo no show do Iron a música não sai 100%, mas também é show né? Não um disco ou cd onde tudo está calculadinho e produzido de forma espetacular. Tirando o próprio Maiden, algumas bandas colocam um pouco de si no cover e tiram a magia da música. Nessa apresentação em especial as guitarras estavam pesadas demais na base e a introdução da música saiu um pouco aguda demais, num timbre diferente. Pouca coisa mas saiu. Há quem comentasse que Dani não cantou muito bem, mas ela deu peso e vibração a música, na minha opinião. Aquela moça que agitou ao som do Slayer que citei anteriormente chegou a falar alto “Toca direito essa música!”. Bom, Iron Maiden é Iron Maiden, ponto.

    A próxima música foi Cowboys From Hell um clássico do extinto Pantera. A banda continha novamente Antonio Araújo, só que dessa vez nos vocais Felipe Andreoli do Angra nos vocais, Wecko ( Threat ) e Hugo Mariutti nas guitarras e Mukinho, baterista do Massacration na bateria. A performance foi bem executada sem muitas críticas ou elogios fazendo uma performance nos trinques. A performance seguinte também não tinha nada de fenomenal, mas o clima que os músicos deram para o cover de Detroit Rock City da banda KISS deixaram o Manifesto Rock Bar com cheiro de clássico. Os talentos que cresceram ouvindo essa música e tocaram de forma grandiosa esse som dessa banda mais do que famosa foram: Thiago Bianchi, dessa vez cantando, Castor no baixo, Alexandre Grunheidt e Eduardo Martinez nas guitarras e Amílcar Christófaro na bateria. Devo salientar que a guitarra do Martinez estava com um timbre e volume ideal de se ouvir de qualquer canto do bar, os ajustes que ele fez foram perfeitos. E ele estava há umas três músicas ali ao lado do palco esperando sua vez de tocar novamente.

    Vinicius foi animar o público de novo e não deve ter sido nessa hora, mas músicas antes que ele perguntou qual era a garota que tinha beijado a Jasmim St. Claire e a felizarda levantou a mão. Havia garotas ali fazendo gestos obscenos para a Jasmim e gritando algo para ela, afinal, nem toda beldade agrada e é unânime. E olha que a garota que provocou a Jasmim era bonita também, mas apreciadora de death metal já que estava com a camisa do Morbid Angel. Era hora de mais um clássico e de uma banda que recentemente veio ao Brasil e que para muitos não impressionou em seu show devido a falta de clássicos justamente ( confira cobertura aqui ). Estou falando do Manowar e o clássico que foi tocado é Battle Hymns com Bruno Sutter na voz, Bill Hudson e Leonardo Brito nas guitarras, Mukinho na bateria e Renato Canonico ( Ancesttral ) no baixo.

    Apesar do Bruno cantar legal e a música ser até simples, algo fugiu daquele momento tornando a performance um pouco chata e cansativa, mas não por culpa dos músicos, mas algo faltou ali. Talvez se eles estivessem transvestidos de Manowar dos anos 80, mas de forma moderada, talvez surgisse um clima mais interessante na música. Mas não é por causa dessa observação que teriam que pintar o rosto nos covers do KISS por exemplo ou usar pulseira com rebites nos sons do Slayer. Bom, esqueço isso de “transvestir” conforme a banda e vamos para o final do show.  

  A penúltima música escolhida para a noite foi Eye Of The Tiger da banda Survivor, e o curioso foi que Jimi Jamison, o ex-vocalista do Survivor, tocou anos antes ali naquele mesmo palco. Para encarnar o espírito do “olho do tigre” Leandro Caçoilo ( ex-Eterna ) assume os vocais, enquanto as guitarras ficam a cargo de Fabio Marreco e Leonardo Brito, e o ex-Harppia, Ricardo Ravache fica no baixo, enquanto recuado e completando a cozinha, Rafael Pensado da banda Mindflow pega as baquetas. Uma performance boa, certinha e que como um clássico do Rock mereceria mais atenção do público que já começava a pagar suas comandas e deixar o lugar.    

    Chega por sua vez o final do show e Vinicius chama Cintia Diniz ao palco para dividir os backing vocais com ela e o Castor do Torture Squad no vocal principal para cantar o mais que clássico do AC/DC It’s A Long Way To The Top Of ( If You Wanna Rock 'n' Roll ) imortalizada no filme Escola do Rock com o aloprado e mais do que perfeito ator para educar os garotos no filme, Jack Black. Se você ainda não assistiu esse filme, está perdendo uma boa história. Para tocar o baixo deste clássico desta banda australiana, volta ao palco Paulo Anhaia e Edson Graseffi ( Reviolence ) fica a cargo da bateria, sendo que as seis cordas ficam ao encargo de Alexandre Grunheidt, que como você pode notar foi o músico que mais trabalhou e se divertiu na noite.

 

    Vinicius comentou no microfone que o Rudolf Schenker pediu para abaixar o som pois estava incomodando ele e virou-se para o Castor dizendo: “Já viu isso? O cara toca Heavy Metal há muito tempo e reclama da altura do som!”. Castor apenas balançou a cabeça de forma negativa e disse algo como: “Pô, vai entender esses caras”. E Vinicius acrescentou sorrindo: “Ele pediram isso na hora do show do Hangar e logo depois veio o Torture Squad destruindo tudo, ai ai!” . Não reparei se Cintia cantou mesmo ou ficou só no canto do palco sorrindo, afinal ela é um pouco tímida, mas a turma mandou ver no final do show celebrando o final da festa. 

    Vinicius sempre feliz como sempre agradeceu o pessoal ali presente e cumprimentou o pessoal que estava ali pelo bar e na fila para pagar a comanda como eu. Fim de festa e de mais um ano do Stay Heavy rumo a mais novas conquistas. O saldo do dia foi de apenas alegria, sem brigas, com muita conversa, muita paquera e muita gente curtindo. Alguns tiraram fotos dos músicos  do Scorpions presentes, mas de longe pois estavam num mesanino. Não sei se algum músico que ficou na área VIP tirou foto com eles também, mas fica o registro de quase tudo que rolou no bar que o Forrest Gump aqui presenciou. No ano que vem tem mais, e bola pra frente.


Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Outubro/2010

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