The Cranberries
Quinta, dia 14 de Outubro de 2010
 no Credicard Hall em São Paulo/SP

 

    A noite estava fria, mas o pessoal aparecia em peso para assistir a banda que retornou ao Brasil apenas meses após a sua primeira vinda aqui. Será que atrairiam um bom público para o show? Será? Sim, e como. Nunca vi o Credicard Hall tão cheio, ou melhor, tão lotado. Ao olhar o ambiente lá da frente, da pista especial, parecia que eu era um gladiador dentro de um coliseu romano, pois era difícil ver um assento vago no meio de tanta gente. E a pista estava completamente tomada. Como sou detalhista e tento ir para todos os cantos tentando ouvir o show e ver como o público está, não foi possível me adentrar dentro da pista comum, pois assim que passei da porta de acesso, o mar de gente entupia qualquer caminho para esse tipo de empreitada.    

 

    Bom, voltemos para o pré-show. De novo os repórteres e fotógrafos pegariam suas credenciais numa porta lateral perto da lanchonete e ali estava eu esperando para entrar quando vejo o casal Bruna Lombardi e Carlos Alberto Ricelli passando a minha frente, com muito frio e andando rápido. Pensei que poderiam ir ao show, mas no dia seguinte soube que havia uma festa ali no Credicard Hall com artistas e modelos famosas, mas deixa isso pra lá. Lá dentro do show de famoso ou famosa vi apenas Daniela Cicarelli indo embora no meio do show para não mais voltar.

    E lá se foi o tempo para as fotos serem tiradas na frente do palco, pois convencionou-se que todas as fotos são tiradas apenas nas três primeiras músicas. Sem muitos flashes e lentes para ofuscarem a banda ou distraírem-os para o tão obrigado fardo de aparecer nas fotos, eles puderam se dedicar ao público tocando a quarta música, que é um de seus sucessos mais admiráveis, “Dreaming My Dreams”. O público agitou e cantarolou a baladinha animada que encantou a todos ali presentes. Logo depois veio a balada “Linger” que fez todos cantarem.

 

    O show segue com a banda executando músicas não tão conhecidas assim e fazendo o público mais ansioso esperar por sucessos como “Zombie” ou nesse caso, a oitava música do set list “Just My Imagination”. As músicas se estendiam e o tempo passava, mas de forma lenta e aproveitável. Intercalando músicas mais longas com lentas a banda surge com outro sucesso e que por sinal é muito rápido o que anima demais todos ali, “Salvation” então ajuda a salvar mais a noite fazendo Dolores dividir os vocais dela com o público no refrão com o famoso “a-a-a!” que se repete algumas vezes. Ela cantou esse coro de forma um pouco diferente da gravação original, mas não tão diferente assim. Ela cantava um trecho e mostrava o microfone para platéia que seguia cantando. E a menina agitava fazendo caretas, fingindo que estava marchando, entre outros movimentos.

    A essa hora ela não estava mais com sua jaqueta, afinal, o calor ali no palco era grande. Os demais músicos agitavam também na medida do possível e Dolores até pegou um violão para dedilhar numa música, mas infelizmente o instrumento deu probleminhas e a música foi interrompida. O público deu aquela força para banda e continuaram de onde pararam. Durante “Salvation” e a música seguinte “Ridiculous Thoughts”, Dolores usou um cocar diferente com muitas penas coloridas, um adereço que a platéia não entendeu muito bem. Vai que era uma homenagem aos índios do Brasil, mas nunca vi um ornamento tão enfeitado como aquele. Bom, chega “Zombie”, a última música dessa parte do show que antecederia o bis. O público gostou e procurou cantar, afinal a música não é tão animada para ser cantada, mas para ser prestada a atenção. A banda, contentíssima agradece a todos e sai por poucos minutos para descansar e voltar logo a seguir.

    Uma pausa de nem 10 minutos traz eles de volta ao palco e não reparei se havia muita pessoa indo comprar bebida afinal ali estava muito cheio. O bis retorna com “Shattered” e “Astral” e finaliza com as conhecidas “Promises” e “Dreams”, encerrando assim a noite de forma satisfatória. Vale lembrar que a banda tem vinte anos de estrada e veio ao Brasil apenas em janeiro desse ano. Duvido que não retornem em breve depois de uma recepção tão calorosa do público brasileiro. Comparado com o show do Echo and the Bunnyman acontecido dias antes ( confira cobertura ), The Cranberries foi melhor, com mais público, mais agitado, com mais gente bonita e mais interessante. Ah, e o nome da banda é com a letra êne antes do bê e não o ême, como tem que ser! Se eles escrevem assim, então tá.

 

Por Hamilton Tadeu

Fotos: Gil Joker
Agradecimentos à Carolina Lopez - T4F www.t4f.com.br
Novembro/2010

 Set List do Cranberries em São Paulo/SP
1 - Analyse 
2 - How 
3 - Animal Instinct 
4 - Dreaming My Dreams 
5 - Linger 
6 - Ode to My Family 
7 - Wanted 
8 - Just My Imagination 
9 - Desperate Andy 
10 - When You're Gone 
11 - Daffodil Lament 
12 - I Can't Be With You 
13 - Waltzing Back 
14 - Electric Blue 
15 - Free to Decide 
16 - Salvation 
17 - Ridiculous Thoughts 
18 - Zombie 

 Encore:
19 - Shattered 
20 - Astral Projection 
21 - Promises 
22 - Dreams    

Descrição:
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