Torture Squad - HellBound Tour Final Leg
Abertura: Collapse
NR
Sábado,  dia 19 de junho de 2010 no Hangar 110 em São Paulo/SP
  

    Aí está um show que teria bastante público devido as conquistas que o Torture Squad vem fazendo nos últimos anos. A banda já atrai um bom público em seus shows e certamente encheria o Hangar. Eu não acreditava que lotaria, mas que teria um bom número de pessoas isso teria. Quando o Collapse NR subiu ao palco havia cerca de 170 pessoas no show e lá da rua eu conversava e ouvia o som competente deles. Uma das pessoas que conversavam comigo comentou que a banda era estilo pula-pula ( New Metal para alguns ), mas eu a corrigi dizendo que não era nada disso e não era isso que se ouvia lá da rua e ao entrar no Hangar 110, pode-se conferir que o som deles fazia os presentes ali prestar atenção na banda e curtir o som dele, sem essa de deixar o som embolado ou mais baixo, mas sim algo nítido mostrando o peso da banda. Em cerca de meia hora apresentaram 7 ou 8 músicas de seu repertório saindo por volta das 21:00 horas para que então o Torture Squad entrasse.


    A introdução começa para dar início a música Living For The Kill, que abre o último cd da banda, intitulado Hellbound
 ( leia resenha ). O baterista Amilcar Cristófaro é o primeiro a entrar, seguido pelo baixista Castor e o guitarrista Augusto dando a introdução instrumental da música com o público se manifestando gritando e levando os punhos cerrados ao alto e eis que segundos mais tarde entra Vitor Rodrigues para completar o esquadrão da tortura e começar a comandar a animação e festa da noite. Vitor, ou simplesmente Vitinho é recebido pela galera da forma que um frontman com carisma tem que ser recebido, com muita animação.

    A banda emenda com The Beast Within, outro som do último cd e depois tocam Towers On Fire do excelente álbum Pandemoniun. Vitor dá um tempo e começa a conversar com o público, algo bem típico dele e que faz parte da performance arrasadora que a banda costuma apresentar em seus shows. O cara canta firme, forte e tem fôlego para falar com o público, mas esse fôlego tem limite, pois num momento ou outro ele só fazia gestos pro público mexendo os lábios para dizer coisas como “muito bom” ou “é isso aí” indicando que a agitação do público na frente do palco estava agradando a ele. 


    O show continua com In The Cyberwar e Man Behind The Mask, mais duas músicas do Hellbound que ao vivo ficaram muito boas, afinal eu nunca tinha visto o repertório novo ao vivo e com o som muito bom no Hangar 110 deu para notar que a qualidade e pegada da música satisfazia público e observadores como eu para que essa resenha fosse feita. A parte falada da introdução da música foi feita com playback, mas os instrumentos eram tocados pelos demais. Vitor estava ausente do palco enquanto a introdução acontecia entrando no final dela e eu cheguei a pensar que ele estava ao lado da saída do palco para os camarins falando no microfone com distorção.

    Com a galera se animando cada vez mais, eles vem com a antiga e clássica The Unholy Spell um pouco modificada, digamos, reformada, mas que eu não notei diferença nenhuma tão claramente. Vitor volta a falar com a galera e até de um modo previsível, pois quem já viu shows do Torture sabe que ele se comunica bem e as vezes segue o mesmo espírito de diálogo com o público dizendo que todos são demais e o que o show só fica legal com a presença de todos. Quem não foi aos shows do Torture Squad fica pensando que isso é piégas demais, que ele parece até político chato discursando, mas ao vivo não é assim, afinal toda a banda que se preze e cresce cada vez mais segue uma linha nas coisas que dão certo e a comunicação com a platéia é algo que o Torture faz bem.   

    Essas previsibilidades do Vitinho acabam chamando a atenção e dando margens a críticas, pois quanto maior ou melhor é a banda (ou quanto mais crescem ou melhoram), os músicos passam a ser mais criticados, afinal já tem o respeito do público e por isso acabam sendo mais cobrados. O pessoal quer prestar uma atenção maior em caras como Vitor Rodrigues, André Matos, Mario Pastore, Edu Falaschi, Derek Green e outros mais por estarem num patamar alto no underground nacional e serem visíveis no cenário do metal.

    Vitor não fica só agitando e agradecendo o público o tempo todo, mas durante as músicas ele olha muito no pessoal da platéia e aponta para eles, dando uma atenção maior, praticamente rara no meio. Para mim ele apontou duas vezes pelo menos fazendo sinais em minha direção que não tinha como eu pensar que era para outra pessoa. Isso fazia ele parecer que cantava ao meu lado e que estava em vários lugares do Hangar 110. Não lembro de um vocalista fazendo isso o tempo todo como Vitor faz, mas lembro em alguns shows os músicos apontando pra alguém na platéia, mas uma ou duas vezes no show, com exceção do Blaze Bayley que recentemente tocou em São Paulo ( veja mais aqui ) e pedia para o pequeno público levantar as mãos apontando para três ou quatro pessoas por vez para que levassem as mãos ao alto agitando em certas partes de suas músicas, e até xingou um que não levantava nada por ali. Blaze não foi grosseiro, apenas era o calor do show, mas essa foi uma atitude incomum de Blaze que nunca vi em algum lugar e era algo que Vitor jamais faria também.

    Pior mesmo é esse papo de “true Heavy Metal people” do Manowar, que há anos eles falam, mas que hoje em dia não agita muito as pessoas mais velhas, ops... mais experientes do velho heavy metal. Vitor pedia mais agitação na roda em frente ao palco e alguns deram seus stage dives de cima do palco, coisa que um dos membros da equipe do Torture não curtiu muito. Aliás, um deles pulou umas três vezes e duas delas ele praticamente caiu no meio do salão batendo numa das colunas que fica no meio do salão. Esse poderia ir pras olimpíadas facilmente! 

      A pancadaria sonora e no meio da platéia soava boa e a música Hellbound vem a seguir e antes de ser executada é oferecida ao mestre Ronnie James Dio, falecido recentemente, e que Vitor fez questão de homenagear usado uma camisa com o logotipo do vocalista que foi uma de suas influências. A introdução da música tocada com cítara – e ao vivo no playback - dá aquele clima ótimo do que já devemos esperar e no final da música Amilcar termina-a tocando os surdos de sua bateria e algum outro instrumento de percussão de forma suave, precisa e de forma compenetrada, sendo observado atentamente pela platéia que não fez feio gritando no final da música ouvindo ou tentando ouvir a tamborzada final. Foi uma pena, pois parte da percussão nessa hora ficou baixo demais. Como eu disse antes, quando uma banda está em evidencia, as críticas aumentam e para esse pequeno detalhe de segundos, sugeria que na passagem de som isso fosse verificado para o público sentir mais a música. Amilcar deveria ouvir bem ali perto dele o som que tocava, mas o público não ouviu 100%.

      O som Area 51 do álbum The Unholy Spell vem acalentar e alegrar os fãs mais antigos e os novos que já conhecem toda a discografia da banda. Logo depois Vitor anuncia uma música nova que estará no próximo cd intitulado Aequilibrium e todos param para prestar atenção no novo som chamado Black Sun, mas o sol negro ou sombrio não amedrontou alguns fãs que continuaram agitando enquanto alguns resolveram descansar prestando atenção na música como a maioria devia estar fazendo. No final da mesma, aplausos e gritos foram dados, mas não muito animados se comparados as músicas anteriores, conhecidas de todos ali, coisa que era de se esperar.

    A princípio a música não parece que iria embalar em mais um sucesso do Torture, mas Chaos Corporation era tocada anos antes de Hellbound tanto é que saiu um single dela e hoje a música é um dos maiores sucessos dos shows do Sacerdote Vodu e companhia! É, Vitinho também é conhecido como Sacerdote Vodu! Figuraça! E de novo afirmo que é um dos melhores frontman do cenário nacional, tanto é que alguém ali no show que nunca viu o Torture ao vivo comentou comigo que o vocalista canta bem e o baterista é outro que na bateria manda bem. Pois é! Ficar apenas ouvindo uma banda no cd e não saber o que ela pode fazer ao vivo surpreende.


    Uma das músicas que eu e possivelmente todos os fãs e admiradores da banda gostam, seria tocada a seguir: Pandemonium e lá vem Vitor agitando dizendo que eles iriam causar um pandemônio no local e em meio aos gritos do público os acordes iniciais da musicam começam a ser tocados e na mesma proporção a roda começa a abrir e ficar mais violenta. A essa hora ninguém subia mais no palco pra pular e logo depois vem Horror And Torture”, claro que com Castor fazendo os seus bons backing vocais de sempre na parte da música. Aliás, Castor mandou bem na voz em todos os momentos do show agitando em seu baixo de 5 cordas que deveria estar mais suado do que ele.
   

    Uma pausa é dada e a banda retorna para o bis com a ótima Twilight For All Mankind acompanhada por palmas da platéia. Um momento bem grandioso. Vitor começa a perguntar para a platéia se todos estão preparados para o caos, preparando os ânimos para o encerramento que se deu com Chaos Corporation, que certamente você já deve ter ouvido falar dessa música.

    O show foi ótimo, interessante, muito bem aceito e bem-vindo, bem produzido e sem nenhum ponto negativo. Do meu ponto de vista só não foi perfeito pois não rolou a música Abduction Was The Case que tem um riff bem avassalador. No final do show, antes ou logo depois do bis, não me lembro bem, a banda começou a tocar Symptom Of The Universe do lendário Black Sabbath animando alguns da platéia, pensando que era um cover, coisa que cheguei a estranhar, pois o Torture Squad não toca covers em seu repertório, pelo menos que eu saiba. Era só uns acordes para animar a platéia e encerrar o show. Saldo bom para o público de cerca de 200 pessoas que lá estavam, mas que poderia ter sido maior e saldo bom para o Hangar, e para a banda. Nenhuma briga, alguns merchandisings foram vendidos e muita gente saiu dali feliz. Shows assim precisavam acontecer mais vezes pelo Brasil afora. E que venha mais Torture Squad!

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Gil Joker
Julho/2010

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