Cannibal Corpse
Abertura: Hutt, The Black Dalhia Murder e Suicide Silence
Sábado, dia 03 de Dezembro de 2011 no Carioca Club em São Paulo/SPUma noite de grandes expectativas e grandes músicos, tem como ser melhor?
Para minha infelicidade a minha excursão vinda de Santos/SP, não chegou a tempo para eu assistir a banda nacional de Grindcore Hutt, mas ficam os links para quem quiser conhecer o som dos caras: www.myspace.com/huttgrind e www.lastfm.com/music/hutt.
The Black Dahlia Murder
Chego durante a música Moonlight Equilibrium ( do álbum Ritual de 2011 ) da banda de Death Metal Melódico ( que ao vivo está mais para um Deathcore ) The Black Dahlia Murder. Em sua terceira visita ao país ( tocaram aqui em abril de 2008 e dezembro de 2009 ) a banda atualmente formada por Ryan Knight na guitarra, Brian Eschbach na guitarra e vocais, Ryan Williams no baixo, Shannon Lucas na bateria e Trevor Strnad nos vocais, vem extremamente simpática e energética com a plateia. Eles tocam Malenchantments Of The Necrosphere ( outra do Ritual ) enquanto a roda é feita com a maioria dos presentes, afinal a casa não estava lotada... Ainda...
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O vocalista Trevor pede para ver o músculo da galera e exibe seus músculos, ( não tão grandes assim, mas o que vale é a intenção ). Em seguida é a vez de Necropolis ( do cd Deflorate de 2009 ), que particularmente amei os riffs de guitarra dessa música, junto com as viradas de bateria e tudo mais ( ficou sendo a minha favorita da noite, já que não cheguei a tempo de assistir a música Vulgar Picture ).
Já na Statutory Ape ( presente no Miasma de 2005 ) é exibido o arranjo matador combinado com uma bateria forte, enquanto a galera pulava muito, de frente para o palco era só para a roda, o vocalista Trevor vai do gutural ao som limpo com destreza, muito bom de ver e ouvir. Nas Carbonized In Cruciform ( outra do Ritual ) e Deathmask Divine ( do álbum Nocturnal de 2007 ), tivemos bumbo duplo e solos fantásticos e o público não para com a roda em nenhum minuto, Trevor por sua vez, também não para de se mexer de um lado ao outro no palco e incentivar cada vez mais a galera com as rodas, os guitarristas Ryan Knight e Brian Eschbach, e o baixista Ryan Williams bangueam muito, pulam, mas geralmente não saem do lugar.
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No hino Miasma ( título do álbum de 2005 ) a afinação da guitarra foi soberba, Ryan com seu baixo de cinco cordas esmerilha seu instrumento nessa música, Trevor disse queria uma roda maior ainda e quase consegue. Enquanto isso a galera perto do palco canta junto do início ao fim, e quando a música acaba, o vocalista agradece pela nossa energia. Agora vem a última do setlist e só agora eu reparo no palco simples, sem firulas, mas funcional junto com jogo de luz e bandeira enorme com o nome da banda, nesse momento todo mundo acompanha no Hey...Hey!!! a música I Will Return ( Deflorate de 2009 ), o som é perfeito e a galera aproveita para agitar muito com esse arranjo matador e no belo trabalho de bateria ( deu pra notar que eu amei o trabalho do batera Shannon Lucas? ) ao fim da música, Trevor nos agradece e se despede do palco, fecham-se as cortinas.
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Suicide Silence
Depois do show do The Black Dahlia Murder, os caras retiram e colocam a outra a bateria pela frente do palco, isso foi no mínimo curioso, afinal, seria muito mais prático se houvesse a possibilidade de fazer isso por trás do palco facilitando e muito a vida dos roadies, bom, às 18h40 entra a banda de Deathcore da “nova onda do Metal americano” Suicide Silence, banda formada por Mitch Lucker nos vocais, Chris Garza e Mark Heylmun nas guitarras, Dan Kenny no baixo e Alex Lopez na bateria. E na sua segunda vinda ao Brasil ( a primeira foi em abril de 2010 ) encontram a casa cheia ( sim, agora a casa está lotada ). Já no acorde da primeira música, o pessoal mais novo enlouquece, é um som de peso com o vocal estridente, os riffs são bons, ( pessoalmente, é muito difícil eu gostar dessa mistura de vocal estridente, peso e paradinhas, mas gosto é gosto ), e também notei que a grande maioria do público da banda era composta por pessoas mais novas, e possuíam a aparência muito próxima aos caras da banda.
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O set é bem equilibrado mostrando músicas dos três álbuns de estúdio da banda e a primeira da noite é a March To The Black Crown, do álbum The Black Crown de julho de 2011. Mesmo sendo nova, a galera acompanha cantando junto à letra da música, o vocalista Mitch Lucker agita o povo, e segue o show com as outras do mesmo álbum: You Only Live Once ( escorregada linda do guitarrista Mark, que caiu, mas não desafinou... ) e a Fuck Everything ( foi a que menos me agradou no quesito vocal ), mas ainda sim a galera pulava, acompanhava e agitava muito, mesmo sendo esta última uma música mais parada, e na que finaliza o cd The Black Crown vem a Slaves To Substance e seus riffs são os melhores da banda. Do álbum No Time To Bleed de 2009 eles tocaram "Lifted", "Wake Up" e a "Disengage". Mitch Lucker é um ótimo frontman, pois além de empolgar os mais jovens que vinham só pela sua banda, também angariou alguns fãs mais velhos, que curtiram a pegada da banda, seus belos arranjos de guitarra e baixo, além de possuírem uma bateria com bastante peso.
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Do álbum The Cleansing de 2007, tivemos as Unanswered e Bludgeoned To Death, e todos os músicos agitam muito no palco, pulam e bangeiam o tempo inteiro e a plateia não fica por menos e agita também. Entre as músicas, Mitch conversa muito com os presentes, gesticula ( o jeito dele me lembra os rappers americanos ). A música escolhida para fechar o show é a No Pity For A Coward ( do The Cleansing de 2007 ) e os seus riffs e a bateria são muito bons, o povo canta, fazendo roda e pulando, Mitch agradece por termos vindo, enquanto todos batem palmas, aí vem aquela tão esperada distribuição básica de palhetas e baquetas. Muito animados e carismáticos encantaram não só o seu público, mas também outros mais velhos. Algumas pessoas com quem conversei depois do show me disseram que a voz de Mitch não estava tão legal, o que pude confirmar ao escutar as músicas de estúdio onde eu percebi que os vocais estão bem menos estridentes e a meu ver, combinam melhor com os arranjos.
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Cannibal Corpse
Ao fim da banda Suicide Silence, eu que já estava moída, subo para o camarote e noto que mesmo lotado, entraram mais e mais fãs do Cannibal Corpse no Carioca Club e com certeza, a noite que já estava quente, prometia um inferno na terra quando os músicos aparecessem. Às 20h em ponto entrou a tão esperada banda de Death Metal Cannibal Corpse com seus mais de 20 anos de estrada, atualmente com a seguinte formação: George "Corpsegrinder" Fisher nos vocais, Pat O'Brien e Rob Barrett nas guitarras, Alex Webster no baixo e Paul Mazurkiewicz na bateria para o seu, até onde eu consegui contar, o seu quinto show no Brasil ( maio de 2000, junho de 2004, outubro de 2007 - leia resenha - e fevereiro de 2010 ). E eles vêm botando a casa a baixo com a sequência: Evisceration Plague ( do álbum Evisceration Plague de 2009 ), The Time To Kill Is Now ( do Kill de 2006 ) e a Disfigured ( do cd Vile de 1996 ) e o áudio é de qualidade de cd, os músicos estão com atuações perfeitas e não param de banguear durante todas as músicas, mas o mais impressionante é o vocalista George Fisher ele não gira a cabeça, ele faz RPM com o pescoço, é tão impressionante a velocidade que só vendo ao vivo para crer.
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Uma pequena pausa para água, George agradece a todos e pergunta se estamos prontos para Death Walking Terror ( outra do Kill ), enquanto as pessoas gritam "Cannibal...Cannibal!!". Alguns chilenos que estavam perto de mim gritam loucamente “whith foda”. A roda não para e só vai ficando cada vez maior, conforme o show, que é praticamente uma ode aos filmes de terror, avança, logo começa a destruidora I Cum Blood ( do cd Tomb Of The Mutilated de 1992 ), tão veloz e matadora quanto a que vem em seguida: Sentenced To Burn ( do álbum Gallery Of Suicide de 1998), o set list da noite faz um apanhado de todos os cd´s do Cannibal, nele está presente no mínimo uma música de cada álbum. Uma nova pausa acontece, para os músicos beberem mais água e se enxugarem ( estava realmente muito quente dentro do Carioca ).
E na próxima sequência teve a Gutted ( do álbum Butchered At Birth de 1991 ) e Fucked With A Knife ( do cd The Bleeding de 1994 ), nesta última o baixo de Alex Webster destaca, com um belíssimo dedilhado, a voz de George é muito potente o tempo inteiro e não parece que ele fica cansado com toda aquelas voltas que faz com a cabeça. E a pancadaria não tem pausa com as duas seguintes: Covered With Sores ( presente no Butchered At Birth de 1991 ) e Born In A Casket ( de 1990 do primeiro álbum Eaten Back to Life ), quem está na pista se vê em meio à roda que não para durante todo o show, então se os músicos tem gás para tocar uma atrás da outra é porque o público também não para um instante ( sim... caro leitor(a), estou nesse meio ). Nessa parada, George agradece pela energia e pergunta se gostamos de zumbis e emenda com a grande Pit Of Zombies ( esta do cd Gore Obsessed de 2002 ), a galera se empolga tanto que ao final dessa música ele nos chama de loucos.
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A próxima enxurrada de fúria, ossos e sangue vêm com a trinca The Wretched Spawn ( título do cd de 2004 ), I Will Kill You ( do cd Gallery Of Suicide de 1998 ), Priests Of Sodom ( do álbum Evisceration Plague de 2009 ), Unleashing The Bloodthirsty ( a título do álbum de 1999 ) e a fabulosa Make Them Suffer ( do Kill ). E deu para perceber como o baterista Paul Mazurkiewicz é veloz, técnico e brutal, assim como todos os músicos nessa banda, tanto que eles nem saem de seus postos para agitar com a galera, eles ficam parados e concentrados, tocando e bangueando sem parar. Agora George pergunta se queremos ir para casa, mas é claro que não! E fico com a sensação de que será a última música, o que não aconteceu, já que eles emendaram a Devoured By Vermin ( do álbum Vile de 1996 ) e A Skull Full Of Maggots ( Eaten Back to Life de 1990 ), durante essas músicas dois fãs invadem o palco e pulam de boa, enquanto o público continuou cantando durante toda a música chegando a cobrir o som do George durante os refrões.
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Então mais uma pequena pausa, os músicos pedem que levantemos as mãos e se estamos prontos para a Hammer Smashed Face ( álbum Tomb Of The Mutilated de 1992 ) sim, é essa música que toca no filme Ace Ventura. Enquanto George está ocupado bangueando ao som dos riffs da música, entra um fã tão rápido que tira foto ao lado dele e some na mesma hora, o segurança em cima do palco e eu ficamos perplexos. Já o próximo que tentou não teve tanta sorte e desceu antes de chegar perto de alguém. Infelizmente, a última música do set chega e é a Stripped, Raped And Strangled ( do álbum The Bleedingde de 1994 ), aproveito para desparafusar a cabeça ao máximo, prevendo que ficarei com dores nas próximas duas semanas, mas vale à pena. Acredito que este tenha sido o pensamento da maioria, que quase botou abaixo o Carioca Club, se você só queria passar, ir na fila pagar, ir até o banheiro, não importa, com certeza foi arrastado pelo vortex intermitente de pessoas que estavam em êxtase durante todo o show. Ao fim os músicos agradecem a todos e se despedem e eu fiquei exausta, mas muito feliz vou para casa, pois não tocaram uma música favorita, mas sim vinte músicas maravilhosas.
Texto e Fotos: Por Erika Alves
Agradecimentos à Luciano Piantonini
Fevereiro/2012
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