Pearl Jam - Twenty Tour
Abertura: X
Sexta, dia 04 e novembro de 2011
 no Estádio do Morumbi em São Paulo/SP

    O Pearl Jam está comemorando 20 anos de banda e a melhor forma de festejar é onde eles mais brilharam, ou seja, na estrada. Eles lançaram neste período nove álbuns de estúdio, sete ao vivo e muitos bootlegs oficiais ( aqueles que a banda grava com toda a qualidade e os lança para alegria dos fãs ) chegando ao respeitável número estimado em 60 milhões de álbuns vendidos no mundo.

    Todo esse material desde os anos 90 fez a banda alcançar o estrelato, mas o quinteto de Seattle, que iniciou suas atividades em pleno movimento Grunge e consolidou-se com um dos grandes nomes do gênero, mantém-se ativo com grandes shows pelo mundo como esse que aconteceu nesta noite de sexta em São Paulo no Estádio do Morumbi, e além de sucessos que fizeram a alegria dos milhares de presentes, o Pearl Jam trouxe na bagagem a veterana banda americana de Punk Rock X, que eles são fãs e responsável pela abertura de seus shows.

X

    O X formou-se em 1977 em Los Angeles, Califórnia/EUA e foi uma das bandas mais importantes do movimento, porém, sem nunca atingir o grande público. O quarteto presente no Morumbi foi apresentado pela vocalista Exene Cervenka, que lembra muito a cantora inglesa Susan Doyle ( mas em versão Punk ), simplesmente como a banda X. Eram aproximadamente 19:30 quando começaram a tocar, mas com o horário brasileiro de verão, ainda estava bastante claro, o que não atrapalhou a pegada forte e rápida da banda.  

    Além da citada Exene nos vocais, completam o X os músicos John Doe no baixo e vocais, Billy Zoom na guitarra e D. J. Bonebrake na bateria. O que chamou a atenção logo de cara foi o peso muito forte de seu Punk Rock rápido com claras influências de Rockabilly, além da divisão dos vocais de Exene com John Doe. E com a estridente Your Phone´s Off The Hook, But You´re Not, eles começaram seu show para um Morumbi ainda não lotado, mas com muita gente. Depois, a segunda foi Johny Hit And Run Paulene, com a guitarra de Billy Zoom com os tradicionais três acordes do Punk Rock. Soul Kitchen, cover do The Doors ( presente no primeiro álbum Los Angeles ) foi a seguinte em uma homenagem a Ray Manzarek, que apadrinhou a banda em seu inicio.    

    A ideia de cada música ser cantada trechos por John e outros por Exene é interessante, mas bem diferente do que acostumamos a ver nas bandas Punks, e agitando bastante, o baixista deu inicio à Blue Spark ( do Under The Big Black Sun de 1982 ), que é mais cadenciada e bastante pesada e então Exene falou um boa noite para os fãs, que receberam bem a banda e tocaram posteriormente, Beyond & Back, um Rockabilly bem agitado e bem executado pelo X.

    The Hungry Wolf ( do cd Under The Big Black Sun ) teve direito à um solinho de bateria de D. J. Bonebrake e uma boa atuação do baixista John Doe, que de certa forma cantou os vocais da música deixando Exene mais para os backing. O X estava fazendo um bom aquecimento na fria noite de São Paulo e a vocalista enfatizou a sua cidade de origem e assim tocaram a pedrada Los Angeles, do álbum de mesmo nome, para em seguida viajarem para os anos 50 com Breathless, cover de Jerry Lee Lewis, executado na versão mais Punk que eu já ouvi, bem na linha dos Ramones. Depois em It´s Who You Know do Wild Gift, John Doe assumiu os vocais, e novamente, o X tocou esta música com muita velocidade.

    Quase sem falar com o público eles emendaram todo o peso de The World´s A Mess, It´s In My Kiss  ( do cd Los Angeles ), que é um Punk meio cadenciado bem interessante. O X manteve o pé lá embaixo com as pesadas Nausea e We Desperate. Em seguida Exene agradeceu ao Pearl Jam e também aos presentes e executaram a agressiva Because I Do e a vocalista avisou que o Pearl Jam é a próxima banda ( como senão soubéssemos ) e finalizou o show com Devil Doll. Mesmo não tendo aquela recepção calorosa dos fãs do Pearl Jam, o X fez um bom show, agradou, relembrou o Punk Rock mais direto e mostrou sua cara para o público presente.

Set List do X
01. Your Phones Off The Hook But You´re Not
02. Johny Hit And Run Paulene
03. Soul Kitchen
04. Blue Spark
05. Beyond & Back
06. Hungry Wolf
07. Los Angeles
08. Breathless
09. It´s Who You Know
10. World´s A Mess, It´s In My Kiss
11. Nausea
12. We´re Desperate
13. Because I Do
14. Devil Doll

Pearl Jam

    Programado para começar as 20:45, o Pearl Jam se deu ao luxo de atrasar 30 minutos e começou o show ( e que show ) às 21:15, hora que Eddie Vedder nos vocais, Stone Gossard na guitarra rítmica e Mike McCready na guitarra solo, Jeff Ament no baixo, Matt Cameron na bateria e Boom Gaspar no piano ( o bom velhinho não é um integrante oficial, mas é presença indispensável, pois não dá para ficar sem seu piano, especialmente nos shows ), subiram no palco com alguns dedilhados que deram lugar aos pesados riffs de Go ( do álbum Vs. de 1993 ), que fizeram os presentes começarem a pular freneticamente com a rifflerama vinda das guitarras de McCready e Gossard que fomos bombardeados, deu para sentir neste instante que o show ia ser primoroso.

    Sem pausar para respirar tocaram em seguida a agressiva Do The Evolution ( do Yield de 1998 ), que, como sempre, é mais pesada que sua versão de estúdio, e aí quem ainda não havia se mexido, cantou, pulou e se emocionou com os agressivos vocais de Eddie Vedder e os solos de guitarras de McCready e Gossard. Aliás, vale lembrar que o som estava muito bem regulado e ouvia-se tudo com clareza, e olha que não fiquei na frente do palco, fiquei bem mais para o meio do campo.

Começo prodigioso

    A empolgação que estava em nossos semblantes por estarmos no show era compartilhada com a banda, pois se percebia em seus rostos que eles estavam contentes com essa segunda passagem no Brasil ( confira resenha do show de São Paulo em 2006 ), e tiveram nesta noite de sexta seu maior público da atual turnê, estimado em mais de 68.000 pessoas ( mesmo esgotado, um novo lote de ingressos foi disponibilizado na sexta-feira ) e não foi por menos que tivemos vinte e nove músicas na sexta, três a mais que na quinta, e detalhe, com set list bastante diferente de uma noite para outra, como é um ótimo costume da banda, pois assim mantém o clima de surpresa a cada show.

    É muito bom quando assistimos a um show em que a banda o conduz de forma de forma intensa e o Pearl Jam fez exatamente isso, pois tocou Severed Hand ( do cd autointitulado de 2006 ) ligada com a anterior, valorizando o calor recebido de cada um de nós, esteja em qual ponto do estádio estivéssemos. Continuando a plena força, o quinteto tocou a adrenalizante Hail Hail do álbum No Code de 1996, com um ímpeto surpreendente. E chegamos à quinta música da noite, a elétrica Got Some, do recente Back Spacer ( 2009 ), sem que eles falassem uma só palavra com a plateia. Este feito nos levou ao primeiro momento inesquecível de sua apresentação, pois um começo tão vibrante assim, creio que há muito tempo eu não assistia.

    Finalmente, antes de Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town do Vs, Eddie soltou um “Oi” para o público e com as luzes de frente do palco acesas ele completou:” It´s Beatiful” e ao receber milhares de palmas continuou: “Vocês estão lindos esta noite” - em um português até que bom ( em se tratando de um músico americano ). Quando finalmente Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town foi tocada com violão e guitarra, uma ligação muito forte com os fãs foi concebida e a retribuição veio com um coro incrível.

     Depois de um momento mais lento, Given To Fly do cd Yield veio para colocar o estádio abaixo, com os vocais cheios de carisma de Eddie Vedder e os solos de guitarras devidamente alongados e tocados com muito primor por Mike McCready, que deram uma resposta clara ao porque o Pearl Jam possui 20 anos de ininterrupto sucesso, inclusive, deu para confirmar como a banda improvisa ao vivo e faz de cada show seu um espetáculo único.

     A agressiva Gonna See My Friend, que abre o cd Back Spacer foi dedicada por Eddie Vedder à um amigo, já Stone Gossard e Mike McCready realizaram seus solos de uma forma direta, bem mais crua. Retomando a linha mais alternativa, os dedilhados mais lentos da introspectiva Wishlist, outra do Yield, ganharam uma grande quantidade de energia convertida em evoluções nas guitarras de muita competência. Aliás, é um deleite assistir um show de uma banda que dá ênfase ao principal instrumento do Rock. Outro ponto forte do espetáculo foi a forma que eles atrelavam uma canção na outra, pois não deixavam o pique baixar por um segundo sequer, é Rock´n´Roll direto e sem firulas.

    Com solos distorcidos, tivemos a marcante execução de Amongst The Waves, uma das melhores do último cd da banda. Em seguida Eddie Vedder nos enviou Setting Forth, presente em seu álbum solo Into The Wild, que teve um prolongamento do mais puro Rock´n´Roll que foi um encanto para todos os presentes.

Essência do Rock´n´Roll

    Depois foi a vez da agressiva faixa de abertura do álbum Vitalogy, Not For You, uma das mais coléricas faixas já compostas na carreira do Pearl Jam, não só pelo seu ritmo, mas também pela sua letra; afinal, Not For You é um tapa na cara dado com raiva pelo vocalista, que até tocou uma guitarra para amplificar a vigor da música, e olha que ele tocou boa parte dela sozinho, mas no final Mike McCready realizou um solo de muita técnica e novamente exibiu improvisos que são característicos do mestre Neil Young, que nos levaram para trechos de Modern Girl cover de Sleater Kinney.

    Dizendo: “estamos felizes por estarmos em São Paulo” em nossa língua e completando com: “Obrigado, por nos chamar de volta” e nos perguntando: “vocês estão bem aí?”, Eddie Vedder começou os versos do hino Even Flow do álbum Ten ( 1991 ), que fez o Morumbi balançar e cantar cada verso com ele com uma garra enorme e ainda tivemos pudemos sentir a eficácia dos solos de McCready, que enalteceram ainda mais a magia que a música nos passou; esses solos foram prolongados com improvisos melodiosos em sua guitarra.

    Com Eddie Vedder na guitarra, Unthought Known do Back Spacer mostrou seu caráter mais intimista, que vai ganhou mais peso e melodia a cada um dos seus versos transformando-se num Rock´n´Roll muito animado e agradável.

    Ainda do novo disco, The Fixer trouxe muito entusiasmo, especialmente no refrão “back again...back again...”  e foi muito aplaudida. Surpresa no set list, Once do primeiro trabalho da banda ( Ten ) causou um frisson alucinante, que só foi superado pela seguinte Black, também do mesmo disco, iniciada de leve no violão em uma interpretação cheia de feeling, que criou um coro gigantesco por todo o estádio, e se não bastasse, fomos presenteados com McCready e Gossard solando com muita destreza e a hora que eles prorrogavam esses solos, com o uso da alavanca, foi que sentimos a essência do Rock´n´Roll mesmo. Eddie Vedder não ficou para trás e comandou a vibração da galera por mais alguns momentos maravilhosos antes de se retirarem do palco.

Retornando para triunfar

    Com os berros incessantes dos milhares de fãs presentes, o Pearl Jam retornou e Eddie Vedder fez um belo discurso sobre respeito, empenho e disse: “meu português é uma merda”  para risos gerais de todos os presentes. Aproveitou para comentar também sobre a banda de abertura, o X, e então pegou seu violão e tocou a balada Just Breathe ( do Back Spacer ) quase que sozinho. Depois antes de anunciar o título da seguinte, o vocalista falou que a primeira vez que Mike McCready tocou Inside Job, ele estava em um quarto de hotel em São Paulo e ele considerou a cidade como parte da música e tocaram a canção do álbum de 2006 ( autointitulado ) com Mike McCready de posse de uma guitarra de dois braços trazendo melodias bem viajantes ao show e um pouco intimista, mas, cantada com muito feeling por Eddie Vedder

    Em seguida apresentaram State Of Love And Trust, trilha do filme Singles em uma versão pesada e cheia de energia, que causou novamente um grande alvoroço nos presentes e seguiram com a pesada Olé, composição nova que entrará no próximo disco da banda, a ser lançado em 2012. Depois da novidade, um recuo até o primeiro trabalho com Why Go, devidamente colada com a anterior, com aqueles solos de guitarras ( tocados até nas costas de Mike McCready ), que só não foram mais empolgantes que a seguinte: Jeremy, em versão magistral que fez todo mundo aplaudir e cantar com a banda, em uma interação única em todo o show. Detalhe, ainda não era o final do show.

E ainda tinha mais...que ótimo!!!

    Sim, após essa alegria gigantesca que sentimos na execução de Jeremy, tinha mais, e o Pearl Jam estava mesmo fazendo um show magnífico e os fãs ficaram gritando “Hey Ho Let´s Go!!”, verso do clássico Blitzkrieg Bop do Ramones e outros continuando com o “Oh Oh...Jeremy...spoke....spoke...” ( e me enquadro neles ). Quando a banda voltou para o segundo bis, Eddie puxou o "Olê...Olê..Olê Brasil!!!” e o exército de fãs respondeu com o tradicional “Olé...Olé...Olé...Pearl Jam...Pearl Jam...”, o músico novamente agradeceu a todos e causou um deslumbramento ainda maior quando iniciou Last Kiss ( cover de Wayne Cochran, uma regravação lançada em single no especial de Natal para o fã clube do Pearl Jam ) e em sua execução eles esqueceram uma parte da música, só Matt Cameron foi no ritmo, aí eles se entreolharam e com todo mundo cantando, continuaram juntos com os fãs que ficaram extasiados com a inclusão da música no set.

    Better Man do Vitalogy de 1994, era uma das que eu particularmente mais aguardava e neste final de show ela foi tocada com toda a leveza que possui com direito à Eddie Vedder na guitarra e novamente o gigante coral do Morumbi cantou 'feliz da vida' com o vocalista, que fez até uma pequena inclusão de um trecho de "I Wanna Be Your Boyfriend", do Ramones na improvisação dotada de muita melodia realizada pelo quinteto. E falando em Punk, a veloz e furiosa Spin The Black Circle, também do Vitalogy, fez com que muitas rodas de mosh fossem abertas por toda a pista do Morumbi, e a intensidade da música não deixou ninguém parado.

 

Alive For More Twenty Years

    Quando o baixista Jeff Ament trouxe os primeiros acordes de Alive ao palco, o que vivenciamos foi uma catarse coletiva, pois, a maioria absoluta do estádio cantou cada um de seus versos, no que é considerado por muitos como o melhor momento do show, pois sentir a vibração que percorreu cada célula do nosso corpo ao ouvir este hino é quase indescritível.

    E ativando ainda mais nossa animação, que aumentou quando vimos Eddie Vedder com os braços abertos, pegando uma bandeira do Brasil e a amarrando em seu pedestal de microfone durante os solos de McCready/Gossard. Depois o frontman da banda deu um pulo no palco de dar inveja até em Dave Lee Roth ( quem assistiu o clip de Jump, sabe do que estou falando ).

    Então, o inflamado vocalista apresentou cada um de amigos de Pearl Jam em português, agradeceu nossa presença mais uma vez e com os refletores do estádio já acesos, uma melodia que eu adoro começou a sair do baixo de Jeff Ament, e confesso, estava esperando Rock In The Free World ( e também, "Daughter", "Porch", "Animal", "Release"  e outras, que particularmente queria muito curtir, mas, elas foram executadas na quinta, o que me leva a dizer: "queria ter ouvido essas músicas também? Então, assistisse os dois shows, como muitos tenho certeza que fizeram"... ).

    Retomando a resenha, fiquei com um sentimento de felicidade enorme ( assim como cada um dos presentes, com certeza ) quando percebi que Baba O´Riley do The Who estava sendo tocada em uma versão simplesmente espetacular e memorável. Baba O´Riley nos passou uma vitalidade Rock´n´Roll muito grande, um grande júbilo que todos nós fomos expostos pelo Pearl Jam, enfim, sem dúvidas um dos momentos mais deslumbrantes de todo o show. Parecia que o Pearl Jam não queria sair do palco, e sinceramente, ninguém queria que eles saíssem, e a balada lenta Yellow Ledbetter, um lado B do álbum Ten, com solos suaves de muita técnica, encerrou com maestria o show do Pearl Jam com milhares de palmas por todos os lados do estádio.

    Sem explosões, sem pirotecnias, sem lasers e sem efeitos visuais, mas, com boa iluminação ( discreta e nada extravagante ), com apenas o volume alto e como disse muito bem regulado, muito carisma, um entusiasmo incomensurável no palco e Rock´n´Roll dos melhores que já assisti na vida, o Pearl Jam realizou nesta sexta feira, um dos melhores shows de Rock em São Paulo de todos os tempos. Que venham os próximos 20 anos e que os brasileiros sejam agraciados com mais visitas do Pearl Jam mais vezes. Parabéns à Time For Fun pela organização de mais um espetáculo que ficará cravado com grande carinho na memória dos fãs.

 

Por Fernando R. R. Júnior
Fotos: Rafael Koch Rossi e Marcelo Rossi da Time For Fun, Ronaldo Chavenco do Coredump
e Fernando R. R. Júnior - Rock On Stage.
Agradecimentos à Regis Motisuki, Guilherme Oliveira,
Juliana Siqueira e a equipe da T4F
pela atenção e credenciamento.
Novembro/2011

Set List do Pearl Jam
01. Go
02. Do The Evolution
03. Severed Hand
04. Hail, Hail
05. Got Some
06. Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
07. Given To Fly
08. Gonna See My Friend
09. Wishlist 
10. Amongst The Waves
11. Setting Forth
12. Not For You/Modern Girl ( Sleater Kinney )
13. Evenflow
14. Unthought Known
15. The Fixer
16. Once
17. Black
 
Bis 1
18. Just Breathe
19. Inside Job
20. State Of Love And Trust
21. Olé
22. Why Go
23. Jeremy
 
Bis 2
24. Last Kiss
25. Better Man/I Wanna Be Your Boyfriend - Ramones
26. Spin The Black Circle
27. Alive
28. Baba O´Riley
29. Yellow Ledbetter

Galeria de Fotos do Pearl Jam e do X
no Estádio do Morumbi em São Paulo/SP

Galeria de Fotos do Pearl Jam e do X no Estádio do Morumbi em São Paulo/SP

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