Pear Jam
Sábado dia 03 de dezembro de 2005 - Estádio do Pacaembu - São Paulo/SP
 

    Deixei o Fernando Júnior ( webmaster ), num estacionamento na Via Funchal, pois ele faria a cobertura do Kamelot, Epica, Kiko Loureiro e Noturna, na Via Funchal ( leia aqui ), e parti imediatamente para o Pacaembu, para fazer a cobertura do show do Pearl Jam. Peguei um ônibus para a estação de metrô Ana Rosa, na maior apreensão, pois estava atrasado, em seguida peguei o metrô para chegar na estação Clínicas e finalmente desemboquei no Pacaembu. Haviam muitas, mas muitas pessoas, uma cidade aglomerada no Pacaembu, pessoas que ainda não tinham entrado. Infelizmente, perdi o show do Mudhoney, cheguei na última música deles, de modo que não posso passar qualquer impressão, me disseram que show foi bom, porém, reveses à parte, o objetivo da missão era ver o Pearl Jam

    Naquela massiva multidão, que não era composta apenas por adolescentes, mas também por muitas pessoas com idade entre 27 e 33 anos, que pegaram o Pearl Jam em seu auge de sucesso, no período de 1991 e 1992, todos nós estávamos ansiosos, porque depois de muito tempo, o nosso sonho finalmente se realizaria, ver o show do Pearl Jam, aqui na terrinha.

    Haviam muitas mulheres ( felizmente ), mas não tinha como de costume, as fardas dos roqueiros, ou seja, as camisetas pretas de Rock da galera, absolutamente sem desmerecer, parecia que o pessoal estava saindo para ir na boate, o Pearl Jam é uma banda completamente popular, fui em vários shows no Pacaembu desde 1994 e jamais vi tanta gente. E finalmente, depois de um breve intervalo, eles entraram no palco: o frontman Eddie Vedder ( vocais ), Stone Gossard ( guitarra ), Mike McCready ( guitarra ), Jeff Ament ( baixo ) e Matt Cameron ( bateria ), que expectativa, afinal, foram mais de dez anos de espera.  

        Eddie disse: "one, two... one, two, three, four" e eles começaram com o  Rock´n´Roll alucinante de Breakerfall, com seu ritmo marcante; foi legal ver a vibração dos milhares de fãs no Pacaembu, e muita moral dos músicos, que começaram o show com uma sonoridade de extrema qualidade, já de início sentimos o show muito bem produzido, e o Pearl Jam, não tinha como escapar da categoria de banda superstar. Eles emendaram a Breakerfall com Corduroy, saindo as duas numa excelente combinação, com muita energia, sendo um momento especial.  

    Posteriormente tocaram mais uma vez em conjunto, a Save You e a Animal, com a inconfundível influência Punk, e seguiu-se o show com a bela Given To Fly, que tem alguns trechos que são muito parecidos com a Going To California do Led Zeppelin, com certeza uma das mais esperadas pelo público.   

 Depois tocaram nada menos que o hit Even Flow, e o Pacaembu inteiro pulou muito e agitou completamente. Você olhava para a arquibancada, e todo mundo pulava. Destaque para os solos de David McCready e Stone Gossard, com muito estilo, foram impecáveis. A beleza das guitarras do Pearl Jam são uma coisa à parte, os solos, não são como os do Heavy Metal e suas subdivisões ( para mim os mais virtuoses do Rock ), que usam as escalas menores harmônicas e várias outras em rápida velocidade. Show do Pearl Jam, é com às pentatônicas puras de  Rock´n´Roll, é um  Rock´n´Roll, puro e pesado, não tem nada de sombrio, é a continuação do nosso amado  Rock´n´Roll dos anos 50. 

    Tocaram a balada I’m Mine, depois as Punk Rock, Lukin e Sad. Em seguida, detonaram com a Present Tense, nos fazendo sentir mais uma vez a essência do  Rock´n´Roll ( pesado ), com os riffs marcantes, cada música tinha o seu carisma inigualável, o Pearl Jam é uma mistura de vários tipos de grupos, Ramones, Led Zeppelin e vários outros mitos. 

    Tocaram a Daughter, que nos encheu de emoção, ver que eles realmente são um dos melhores artistas do  Rock´n´Roll, fizeram o acústico e logo depois entrou o  Rock´n´Roll, com vários solos de guitarra com muito swing,  Rock´n´Roll e Rythm’n’Blues. Esses solos Blues dos americanos do norte, impressionam, e a galera várias vezes cantou, fazendo a intervenção. 

    Logo após, tocaram a Not For You e depois a Jeremy, então sentimos a nostalgia, só que ao vivo, de um dos maiores clássicos do Pearl Jam. Depois vieram as agitadas Bleed For Me e State Of Love, que me fez lembrar muito o ritmo de várias bandas do rock nacional. Small Town, foi a balada que o Pacaembu inteiro cantou, especialmente as mulheres, que gritavam pelo Eddie, que durante o show inteiro se esforçou muito em tentar falar em português com o público, o frontman do Pearl Jam, sem dúvida tem um carisma como poucos no mundo. 

    Depois eles tocaram duas músicas que sem dúvidas mostram que o Punk Rock é uma das maiores vertentes do Pearl Jam, com I Believe in Miracles e Do the Revolutions, que mais uma vez, agitaram a galera do Pacaembú

    Hide The Revolutions, iniciou a fase quase totalmente acústica do show, e o Folk do Pearl Jam é muito bom, fiel às origens. Eddie Vedder tocou gaita muito bem e outras acústicas foram a Better Man, cantada em coro pela galera, até o trecho de agito da música, o Pearl Jam é nostalgia também dos anos 70 e 80, as influências Punks, são uma distinção da banda, eles tocaram este estilo muito bem.

    Black, foi a progressiva do show, com o longo solo, muitas vezes com a ajuda do público e desta vez não era o Punk, Stone Gossard e Mike McCready, não são guitar heroes, mas ambos possuem uma grande originalidade que é realmente demais. Nesta música seus solos de guitarras que parecem teclado, provavelmente com efeitos de volume e delay, foram um dos melhores momentos dos guitarristas, na maior parte do show os solos da dupla, que foram fiéis ao  Rock´n´Roll e Rythm’n’Blues, nesta música a fidelidade foi ao progressivo.

    Depois, Eddie Vedder, chamou no palco Mike Arm e Steve Turner do Mudhoney, para juntos cantarem a música Kick Out The Jams do MC5, com o som Punk Rock e depois o Pearl prosseguiu o agito com a Whipping.

    Crazy Mary foi a última balada, no início acústica, e no fim o tecladista convidado Boom Gaspar, fez um solo impressionante que lembrava muito um órgão Hammond, mostrando muito estilo, o velhinho fez um solo para todo mundo perceber, que não bastam carinhas bonitinhas, o que vale é a qualidade dos músicos e da música, essa foi a última música do set, mas ainda tinha o bis.

    No bis eles nos deram, nada menos que a pura pérola do Pearl Jam, simplesmente a Alive, cantada amplamente em todo o Pacaembu, foi um hino, de encher os olhos de lágrimas, que nos fez sentir um momento fascinante e inesquecível, e a dupla McCready/Gossard, mais uma vez nos fez arrepiar com os solos, foi mais uma execução de selvageria pentatônica com as guitarras Gibson e Fender, os timbres que saiam dos amps, com rara qualidade de se ver, foram inigualáveis, quem pagou o ingresso teve o pleno retorno, são poucos que tem a sensibilidade do acerto cirúrgico da qualidade de som, trabalhar na mesa de som de um show desses ou regular perfeitamente as guitarras como eles fizeram, é como acertar um carro de Formula 1 para ser campeão do mundo. E para finalizar o show, tocaram Rockin In The Free World, cover de Neil Young, que fechou com chave de ouro este inesquecível show. 

    O show foi quase de revoltar, como é que eles só vem agora, com certeza, foi um dos shows campeões da minha vida e tomara que o Pearl Jam retorne logo, eles viram que o sucesso foi absoluto, estádios lotados, e para nós, nada melhor que o puro  Rock´n´Roll que tanto amamos. Precisamos de novo da magia de uma das maiores bandas de Rock do mundo, o Pearl Jam

Por André Torres

Set List:

Breakerfall/Corduroy
Save You/Animal
Given To Fly
Even Flow
I Am Mine
Lukin/Sad
Present Tense
Daughter
Not For You
Jeremy
Bleed For Me
State Of Love And Trust
Small Town
I Believe In Miracles
Do The Evolution
(bis)
You’ve Got To Hide Your Love Away
Better Man
Black
Kick Out Tthe Jams
Whipping
Crazy Mary
(bis 2)
Alive
Rockin In The Free World

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