Stay Heavy Metal Stars 2011
Atrações: Bittencourt Project &
Banda Surpresa
Sábado, dia 08 de outubro de 2011
 no Blackmore Rock Bar em São Paulo/SP

    Devido a cobertura do show da banda Inocentes no Hangar 110 ( confira aqui ), eu e a fotógrafa chegamos atrasados para a festa do Stay Heavy e perdemos a banda surpresa da noite, que era o Korzus, mas ao chegar, enquanto esperávamos para entrar algumas pessoas diziam que era o Korzus que estava tocando, então deixei passar um tempo falando com conhecidos e indo pegar a credencial para entrar, mas nisso via membros do Korzus saindo do Blackmore para conversar na rua e achei estranho, pois ouvia-se algo conhecido lá dentro, mas não era o Korzus. Pensei que seria o Bittencourt, mas não. Depois comento o que era esse som conhecido, que foi comentado algumas vezes durante as tradicionais jams do Stay Heavy.

    O Blackmore Rock Bar tem cerca da metade do tamanho do Hangar 110 e comentei com a fotógrafa Erika, que devido a quantidade de pessoas em ambos os shows, os locais podiam ter sido trocados, devido há quantia de pessoas no Blackmore - muita gente - comparado as pessoas no Hangar 110 - pouca gente! Bom, só uma observação atípica e sem muita importância. E olha, o que tinha de gente fora do bar, fumando, bebendo e conversando era tanto quanto havia dentro do bar esperando pelos shows.

Rafael Bittencourt

    Rafael Bittencourt entra com sua banda em que ele mesmo canta e fez um repertório baseado em seu primeiro álbum solo, Brainworks I, em que ele também é vocalista. O estilo não lembra em nada o Angra, sua banda principal e que lhe trouxe fama. Em sua exibição de um pouco mais de meia hora, Rafael e banda executaram sons típicos e atípicos do repertório, tanto dele quanto de bandas por aí.

    A parte atípica foi o dedilhado simples, acústico e com jeito de bossa-nova ( ou estou exagerando... ) do clássico do Iron Maiden Wasted Years, que ficou interessante, mas que não fez ninguém da plateia agitar e sim observar com atenção. No mais, ele seguiu com seus hits acompanhado por bateria, baixo, teclado e violino e não era Amon Lima, que o acompanhava dessa vez. Amon é integrante do conjunto chamado de Família Lima, mas gosta de Heavy e Rock e dá uma cara interessante para a banda de Rafael.

    Após o final do show de Rafael, que dessa vez não contou nenhuma piada como era de costume quando algo dá errado em seus shows e tem que esperar a coisa se arrumar, os apresentadores do Stay Heavy aparecem no palco para falar um pouco da festa e sortear brindes como revistas, camisas e cd's. A parte das jams estava começando e os primeiros músicos já se arrumavam no palco para tocarem o primeiro clássico nacional da noite.

    Aliás, dessa vez só teve músicas de bandas nacionais e a maioria delas surgida nos anos 80. Tudo pronto e chega de sopetão o clássico do ViperRebel Maniac cantada por João Luiz ( King Bird ) com Tiago Claro ( Seventh Seal ) e D'Kaprio ( Ace4trays ) nas guitarras, Renato Canonico ( Ancesttral ) no baixo e Marcelo Campos ( Ace4trays, Salário Mínimo ) na bateria.

 

   Coincidentemente Felipe Machado, guitarrista e um dos fundadores do Viper estava ali na plateia com sua esposa assistindo a tudo e alegre com a festa. Em seguida vem o famoso Angra, que tem uma ligação forte com o Viper, já que André Matos, foi o primeiro vocalista de ambas as bandas.

    Para cantar o clássico Carry On, o irmão de Edu Falaschi, Tito Falaschi, divide os vocais com Bruno Sutter ( o Detonator da banda Massacration ); Leonardo Brito ( Ancesttral ) e Paulo Soares ( Krusader ) são os guitarristas e Tito Falaschi também assume o baixo, enquanto a revelação de alguns anos atrás, Eloy Casagrande ( que tocava ou toca com Andre Matos e hoje está no Sepultura ) fica a cargo das baquetas. A música foi cantada por Tito e logo depois, sob o olhar atendo de Tito, que balbuciava a música perto do microfone, surge Bruno cantado e soltando muitos agudos, mas, se perdendo um pouco na letra. No geral, foi uma performance boa e Eloy destruiu mais uma vez na bateria.

    É hora de homenagear a banda de abertura da noite e para executarem o som clássico do Korzus, intitulado Guerreiros do Metal e Oscar da banda Red Front empresta sua voz, seguido de perto pelas guitarra de Rafael Bittencourt ( Angra ), pelo baixo de W. Perna ( Genocídio ) e pela bateria de Guilherme ( Comando Nuclear ), fazendo a galera agitar pela segunda vez na noite com este hino, tanto que é os dois guitarristas do Korzus, Heros e Antônio pegaram o microfone e agitaram também, sendo ajudados por Paulão ( Baranga ).

    Enquanto o pessoal saia do palco e os outros se ajeitavam pra próxima música, Vinícius e Cintia sorteavam mais brindes para plateia e se comunicavam com eles comentando curiosidades a respeito do programa e da revista Roadie Crew.   

    Tudo pronto e agora o som da quarta jam da noite sai da cidade da garoa e vai para a cidade maravilhosa, lar da banda Taurus, com a música Massacre, tendo o baterista Rene Simionato ( Guillotine, Em Ruínas ) nos vocais, André Curci ( Threat ) e Silvano Aguilera ( Woslom ) nas guitarras e Ricardo Ravache ( ex-Harppia e ex-Pastore ) no baixo e André Chamon ( Stress e ex-Azul Limão ) na bateria.

    Pelo menos um carioca na banda, embora Chamon more no estado do Pará, dando o sotaque devido ao ícone carioca dos anos 80. Foi uma performance muito boa e depois Vinicius Neves conversou com Chamon falando um pouco da vida dele de baterista e que veio especialmente do Pará para o show naquela noite.

    Agora a banda a ser coverizada seria de novo de São Paulo, e para tocar Emotional Catastrophe do Dr. Sin, Thiago Bianchi ( Shaman ) assume os vocais, Bruno Luiz ( Command6 ) e Paulo Soares ( Krusader ) nas guitarras e Felipe Andreoli ( Angra ) no baixo, mas o próprio baterista do Dr. Sin, Ivan Busic, assume as baquetas, na ausência do baterista convidado. Vinícius comenta que era o jeito de se fazer isso e agradece muito ao Ivan pela ajuda que dá, afinal, ele foi convidado para assistir o evento e não para participar, ainda mais tocando sua própria música.

    Para mim, nada melhor do que colocar alguém ligado a banda, mas daí contrasta com a brincadeira, mas a gente entende. O que fica meio deslocado é um quinteto executar música de um trio. Se fosse uma guitarra ao invés de duas até entendo, pois o baixista não estaria cantando e só tocando.

    Era hora de tocar uma música do maior ícone do Metal Nacional que liga São Paulo as Minas Gerais e para executar o clássico do SepulturaArise, Antonio Araújo, guitarrista do Korzus assume os vocais, deixando as guitarras aos cuidados de Marcelo ( Red Front ) e Edu Boccomino ( Chaosfear ), o baixo ficando com Dick ( Korzus ) e a bateria com Edu Garcia ( Threat ) fazendo uma performance arrasadora.

    Pausa para arrumar mais instrumentos e de voltar com sorteios e o som que rolava na caixa de som depois dos sorteios e na pausa para o som da jam começar ficava por conta do DJ Ricardo Batalha, editor chefe da revista Roadie Crew. Agora era a hora e nada mais, nada menos do clássico do HarppiaSalém, com Bruno Sutter nos vocais, João Paulo ( Attomica ) na guitarra, Paulo Anhaia ( ex-Monster ), no baixo e Edson ( Reviolence ) na bateria.

    Um guitarrista faltou ou não foi encontrado e infelizmente, a música ficou a desejar pois era o guitarrista solo. João Paulo falou que não iria conseguir levar a música, pois ele só havia decorado a base, o que era justo de se entender. Bruno improvisou uma cola colocando a letra de Salém num ipad e colando-o no pulso assim segurava o microfone e lia a letra. Foi bem original, o que arrancou risadas dos presentes, que ao mesmo tempo vaiavam ele de brincadeira. Mas, Bruno não conseguiu acompanhar direito a música, mesmo tendo Ravache ali perto tentando dar uma cola para ele e para os demais, que nem perceberam que o ex-baixista do Harppia estava ali.

    Tirando quem cresceu ouvindo e comercializando de certa forma o Heavy Metal nacional, creio que bandas novas e até as mais antigas esqueçam de alguns integrantes do passado ou não os conheçam, pois a safra de um é diferente da do outro. Bom, felizmente eu conheço o Ravache a mais de 10 anos, mas também tenho que dizer que alguns músicos das antigas são desconhecidos para mim.

    E lá vem mais sorteio e bate papo com o público e depois era a vez de homenagear outra banda paulista, o Centurias e para tocar Metal Comando, Rogério Fernandes ( Carro Bomba ) assume os vocais, Rene Simionato ( Guillotine, Em Ruínas ) vai para a guitarra, Paulo Anhaia retorna ao baixo e Rafael Rosa ( Ancesttral ) assume as baquetas revitalizando os ânimos do público, que ainda estava eufórico por clássicos rápidos e pesados do Metal Nacional enquanto alguns se preparavam para ir embora pagando a comanda do bar ou aguardando na fila e assistindo o show.

    E por fim, era a vez de um som do maior expoente carioca e um dos ícones do Metal dos anos 80, Dorsal Atlântica, que a princípio seria tirada a música Joseph Menguele, mas que foi mudada para Guerrilha com Murillo Leite ( Genocídio ) guitarra e vocal, Wecko ( Threat ) na outra guitarra, Rodrigo ( Comando Nuclear ) no baixo e Paulão ( Baranga ) é claro, na bateria. O quarteto animou bem o pessoal que ali estava e realmente fiquei esperando mais, mas dessa vez foram apenas nove músicas nas jams e pensei que seriam dezesseis, pois ouvi isso em algum lugar.

    Seja como for, a missão de todos ali foi cumprida, mal ou bem, mas foi cumprida. Vinícius e Cintia se despedem de todos ali e falam que no ano que vem a festa seria num outro lugar, provavelmente maior e com outra intensidade. Agradecem aos bares Blackmore e Manifesto que já emprestaram e emprestam seus espaços para o Stay Heavy Metal Stars. Um detalhe foi que Vinícius falou que iria descer no meio do salão e agitar no meio de uma música e de fato, fez isso e ao voltar para o palco falou que o povo bate muito e que ele está ficando velho. Acho que essa música tinha sido Arise. Mas também, né! Que hora para agitar, hein Vinicius! É isso aí, vida longa ao Stay Heavy e que essa festa cresça cada vez mais e continue com esse clima bom que sempre teve. E como sempre Vinícius foi cumprimentar todos que estavam ali no bar, coisa que acho interessante, boa e aprovo, o que só dá pontos a ele. Ano que vem tem mais!

Por Hamilton Tadeu
Fotos: Erika Beganskas
Novembro/2011

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