Anthrax e Misfits
Abertura: Torture Squad
Sexta, dia 29 de abril de 2012
no HSBC Brasil em São Paulo/SP  

    Mais uma das bandas que se apresentariam no Metal Open Air ( confira cobertura ) também passou por São Paulo, assim como o Otep & Annihilator, o Anthrax acompanhados da banda brasileira que também se apresentaria no Maranhão, o Torture Squad, estreando como trio após a saída de seu vocalista, e o Misfits fez shows no Brasil como aquecimento para o Chile Metal Festival, um evento parecido que ocorreu no Maranhão, com apenas uma 'pequena' diferença: foi um sucesso de público e crítica.

    Ao chegar próximo ao HSBC Brasil, grande empolgação e uma fila com comentários do que esperaríamos do quinteto americano que tocaria horas depois, muito ainda eram os comentários dos amigos que voltavam do M.O.A. e como foi a parte boa e ruim do festival, já que era a primeira vez que muitos amigos se reuniam juntos novamente.

Torture Squad

    Chegava a hora do Torture Squad mostrar o mundo sua nova cara, com André Evaristo nas guitarras, Castor no baixo e Amilcar Christófaro na bateria. E foi desta maneira que entraram no palco com uma garra muito contagiante para a execução do primeiro show como power trio. Mostraram uma apresentação poucas vezes vistas no Brasil com a raça e energia que emanava do palco.

    Literalmente com "sangue no zoio" André - agora o vocalista principal - canta uma a uma das músicas memoráveis da banda para o pequeno público presente. Fomos expostos a "Generation Dead", "AEquilibrium", "Pandemonium" e o vocal anuncia: "Vocês estão prontos para mais 20 anos de banda?" e assim tocaram uma música nova, da qual não me recordo o nome apresentado.

    A presença de palco do Torture Squad é extraordinária chamando e sempre a plateia, que prontamente respondia, afinal, estava no palco um grande nome do Metal Mundial, que já representou o Brasil no Festival de Wacken na Alemanha e isso não é para qualquer um. Encerraram a brilhante apresentação com Horror And Torture e Chaos Corporation.

Misfitis

    Depois da passagem da banda na Virada Cultural do ano passado, o Misfits voltou à São Paulo para um show desta vez para fãs e não para os curiosos, como a maioria dos que que assistem a Virada Cultural. Muitos dos que ali estavam conheciam mais a música que o Metallica regravou no Garage Inc. Mas a conversa, ou melhor, as músicas desta noite que Jerry Only baixo e vocal, Dez Cadena na guitarra e Eric "Chupacabra" Arce na bateria tocaram, posso seguramente dizer, que foi show mais que empolgante e certamente todos presentes no HSBC Brasil concordaram comigo após assistirem.

    O que dizer de um show de uma lenda viva do Punk Rock que, quando na minha adolescência alguns anos atrás, quando não havia, Youtube, Internet mp3 e a conversa girava em torno de Vinil e fitas K7 e a camisa dos Misfitis com a clássica caveira era algo raríssimo e difícil de arrumar e passados esses anos todos, ver ídolos fazendo um show extremamente energético como foi... era para deixar qualquer um com aquela cara de: caramba... o que foi isso!!!.

    A música She foi dedicada a um fã que estava na grade e que entregou um presente a Jerry Only pelo aniversário, ocorrido no último dia 21. Muitos espertinhos começaram no show do Misfitis a tentar ir para a pista Vip, para tentar chegar mais pertos dos ídolos... o que convenhamos.... tumultua tudo e não se pode ter esse tipo de comportamento em lugar nenhum e a maioria foi enviada para fora pela segurança. Ponto positivo a segurança da casa.

    O clima do show foi bem Punk Rock no estilo '1, 2, 3, 4..." e sem muita comunicação entre os músicos e os fãs, mas compensaram tocando um clássico atrás do outro, e entre eles destaco American Psycho e The Monkey’s Paw. Antes de Descending Angel, o vocalista Jerry dedica a música para a mãe de seu filho, que estava hospitalizada e ele mencionou também estar preocupado com a saúde da ex- companheira. Claro que a última música do set foi a que todos esperavam: Die Die My Darling ( aquela que o Metallica regravou ) e foi cantada em uníssono colocando o fim perfeito para o show.

    Quem pode reclamar de um set com 23 clássicos do Punk Rock mundial em pouco mais de uma hora e meia? A banda agradeceu e Jerry ainda desceu do palco, passou por toda a grade para autógrafos, fotos e marcava algumas moças da plateia com um ponto preto na testa de várias delas. Curioso, não acha?

Set List Misfits

1 - The Devil's Rain
2 - Vivid Red
3 - Land Of The Dead
4 - The Black Hole
5 - Scream!
6 - Twilight Of The Dead
7 - Father
8 - Static Age
9 - Bullet
10 - She
11 - Abominable Dr. Phibes
12 - American Psycho
13 - The Shining
14 - Dig Up Her Bones
15 - The Monkeys Paw
16 - Halloween
17 - Skulls
18 - Where Eagles Dare
19 - Hatebreeders
20 - Thirsty And Miserable
21 - Saturday Night
22 - Descending Angel
23 - Die, Die My Darling　

Anthrax

    Foi a primeira vez que o Anthrax se apresentou com Joe Belladonna nos vocais e há mais de sete anos sem pisar no Brasil, a banda estava promovendo o novo álbum Workship Music, sucesso de vendas e crítica no mundo, que trouxe a banda de volta aos grandes festivais como headliners.

    Após a troca rápida de palco e já se podia ver o Backline da banda e a propósito, três lindos Backlines, impondo os nomes das três grandes bandas que participaram desta noite de Punk, Heavy e Thrash Metal no HSBC Brasil. Após a intro lá estavam no palco juntos ao citado vocalista, Scott Ian e Rob Caggiano nas guitarras, Frank Bello no baixo e Charlie Benante na bateria, verdadeiros monstros do Thrash Metal mundial, que iniciam seu show com Earth On Hell e Fight 'Em Till You Can't. Em seguida parecia inacreditável, pois, Scott Ian tradicionalmente faz o riff em círculos e após a intro de baixo estava claro aos old schools presentes, qual seria a próxima e Caugh In The Mosh incendeia de vez a casa.

    A próxima seria um cover que a banda eternizou - da banda francesa Trust - Antisocial e todo o público cantava e gritava a letra da música a plenos pulmões. Continuando a apresentação matadora, o Anthrax executou I´m Alive com a competência de sempre. Chegava a hora do ponto mais alto da apresentação e tanto Joe Belladona quanto Scott Ian avisaram que é a hora da 'Wardance' e pedem para todos cantarem a Indians, que deixou o HSBC Brasil ensandecido e muito atento a cada nota tirada pela banda executando este clássico do Thrash Metal. O curioso foi que pouco antes de entrar o solo Scott Ian interrompeu a música, pois achava que havia pouco entusiasmo e pede para cada um pular, cantar, pois era hora da "War Danceeeeeeeeee..." e na sequencia, o HSBC ficou insano como o guitarrista queria, pois a agitação foi muito grande e tanto os fãs quanto a banda fizeram este momento tornar-se uma versão muito especial.

    Dão sequencia com In The End, outra do novo e belíssimo Worship Music e na depois com Got The Time, como uma máquina do tempo para lembrar o arrasa quarteirão que era essa música nos anos 80. Quando acabou depois de uns cinco palavrões respirei e lá estava Scott Ian apresentando a próxima, que era a primeira música da carreira e que abria o primeiro disco da banda, o Fistful Of Metal de 1984, estou falando de Deathrider.

    Seguindo o set, Medusa, outro clássico obrigatório que faz parte do álbum Spreading The Desease fez todo mundo cantar o seu refrão e a primeira parte do eletrizante show vai chegando ao fim com Among The Living, do álbum homônimo responsável por levar o Anthrax ao mainstream no final dos anos 80.

    Scott  Ian vem a frente do palco com sua guitarra e começa a intro da faixa que abre o álbum State of Euphoria e ao ouvir Be All, End All, não havia como quase não ir a lágrimas em um  set list destruidor e com uma energia onde público e banda estavam completamente sintonizados. Após um rápido intervalo, a balda volta no palco e avisa que estavam em uma 'Madhouse', com a deixa dada eles executaram a música Mad House e seguiram com Mad Trashing Mad, que  fez o mais radical e True não lacrimejar os olhos pela intensidade do show que estava assistindo.

    Joe Belladona se posiciona atrás da bateria e a intro de Hip Hop de I'm The Man fez ao público sentir um verdadeiro revival dos anos 90 ao ver Frank Bello e Scott Ian nos vocais, matador!!!  Na sequencia uma batida mais que conhecida - que serviu para homenagear o amigo Andreas Kisser ( que tocou com a banda em alguns shows do Big Four em 2011 substituindo Scott Ian, que acompanhava o nascimento de seu filho ) e também o povo brasileiro  - com Refuse/Resist do Sepultura sendo cantada por Scott Ian, que mostrou o respeito que eles possuem com a lendária banda brasileira de Thrash Metal.

    A apresentação do Anthrax foi emocionante e um a um foi sendo mais ovacionado que o anterior, mas, claro que Scott Ian teve seu nome bradado ainda mais forte, porém, quando ele anuncia Joe Belladona a casa literalmente foi abaixo. Inesquecível.

  A noite termina com o excepcional Joe Belladona chamando a plateia para dividirem as atenções na música, pois ele cantaria "I am" e  todos os milhares de fãs  - referidos por ele como 'São Paulo' - o trecho "The Law" ( ou se preferir sem a colocação do vocalista, I Am The Law ). Desta forma termina uma noite que... colocar o adjetivo inesquecível, parece ser pouco, pois muitos ali, como eu, estavam vendo a banda pela primeira vez e ao final, após a tradicional despedida de todos, o clássico Long Live Rock Roll do mestre Dio ( gravada nos seus tempos de Rainbow ) é cantada em playback e o último a sair do palco foi justamente Joe Belladona, que canta junto ao playback algumas partes da música, eternizando assim na memória de muitos, o que foi o show de São Paulo.

    Joey Belladonna nos vocais, Frank Bello no baixo, Charlie Benante na bateria, Scott Ian e Rob Caggiano nas guitarras, fizeram muitos dos presentes, eu inclusive, voltar para casa felizes e dentro do carro, metrô ou ônibus, seja onde for, gritarem pela madrugada..: " War Danceeee!!!".

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Damaris Hoffman e a Top Link Music
pela atenção e credenciamento
Maio/2012

Set List Anthrax:
1 - Earth On Hell
2 - Fight 'Em Till You Can't
3 - Caught In A Mosh
4 - Antisocial
5 - I'm Alive
6 - Indians
7 - In The End
8 - Got The Time
9 - Deathrider
10 - Medusa
11 - Among The Living
12 - Be All, End All
Encore:
13 - Madhouse
14 - Metal Thrashing Mad
Encore 2:
15 - I'm The Man
16 - Refuse/Resist
17 - I Am The Law

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