Creed
Abertura: Superdose
Domingo, dia 25 de novembro de 2012
no Credicard Hall em São Paulo/SP

    Finalmente chegava ao Brasil o Creed - depois de quase 15 anos de espera - que tocaria nas cidades de Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, São Paulo/SP e Porto Alegre/RS. Proveniente da Flórida, a banda americana rotulada como pós grunge e formada por Scott Stapp nos vocais, Mark Tremonti na guitarra, Brian Marshall no baixo e o Scott Phillips na bateria, conseguiram grande sucesso principalmente pelo álbum Human Clay ( de 1999 ).

    A volta do Creed, que estava separado desde 2004 aconteceu em 2009 e eles estão realizando desde então uma turnê de reunião, além de estarem gravando o futuro quinto álbum com previsão para o verão americano de 2013.

Superdose

    Para abrilhantar ainda mais a festa tivemos o Superdose como banda de abertura, e detalhe, foi uma surpresa, pois não havia sido divulgado que teríamos uma banda de abertura no show do Creed. Bem, o Superdose é composto apenas por Johnny ( voz e guitarra ) e Antonio Frugiuele ( guitarra ), mas nas apresentações ao vivo, chamam ao palco Maurício Hoffmann ( na bateria ) e Rodrigo Luminatti ( baixo ).

    Enquanto o Superdose baseava seu som nas músicas de seu primeiro lançamento de estúdio autointitulado, sendo as duas primeiras Zoom e Suscetível, nós estávamos realizando o rápido credenciamento e foi nesta hora que ficamos sabendo que teríamos uma banda de abertura, aí tivemos correr para o palco para conferir e fotografar o show. Deu tempo de acompanhar a ótima Manda o DJ Trocar o Som e Grande Roubada, que embora fossem desconhecidas para muito foram bem aceitas.

    A próxima foi a balada Coração de Plástico com ótimos riffs de guitarras da dupla Johnny e Antonio Frugiuele. Entre Luzes deu sequencia ao show do Superdose com um ritmo mais Rock´n´Roll e para encerrar tivemos Menina Vermelha e Cidade Luz, que comprovaram que a experiência considerável de palco que o Superdose possui ao ter aberto shows para o Stereophonics em 2010, The Ataris e Placebo, afinal, a curta apresentação se mostrou um grande show, provando que existem bandas novas sim e muitos boas.

    O Credicard Hall - que ainda estava enchendo - assistiu com respeito e uma boa vibração, a banda que traz um estilo exatamente na linha de Rock dos anos 90, porém, tanto a linha vocal como as letras, que fazem você naturalmente de lembrar do cantor Cazuza, pois a presença de palco de Johnny - com os óculos escuros -  fez claramente um amigo da imprensa comentar a semelhança e talvez influência de Cazuza na obra do Superdose.

Creed

    Com um Credicard Hall praticamente lotado e toda a plateia muito empolgada de finalmente ver a banda ao vivo no Brasil o Creed composto por Scott Stapp, Mark Tremonti, Scott Phillips e Brian Marshall - acrescidos de Eric Friedman, que é ótimo guitarrista de apoio nas turnês - sobem no palco quinze minutos mais das 20:00hs, horário de início do show e de cara começam com Are You Ready?, do megaplatinado álbum Human Clay, em uma versão deveras pesada, aliás, isso foi uma característica de todo show, o forte peso vindo da parte instrumental da banda.

    A segunda da noite foi a Torn do My Own Prison ( de 1997 ) com baixo bem forte de Brian Marshall e muita distorção dos guitarristas Scott Phillips e Eric Friedman, que garantiram a vibração do Credicard Hall, que também cantou seus os versos juntos com Scott Stapp. Wrong Way foi a segunda do Human Clay executada na chuvosa noite e o peso aplicado inflamou ainda mais os fãs, que gritaram o refrão com muita força.

    A agressiva What If ( do Human Clay ) mostrou a boa animação dos músicos, que nos brindaram com muitos riffs e um solo marcante de Mark Tremonti, que foi devidamente alongado com distorções e assim ganhamos um "alô" do vocalista Scott Strapp. Depois o baixista Brian Marshall realizou toques pesados em suas seis cordas recebemos Unforgiven ( do My Own Prison ), que foi cantada com muito feeling pelo vocalista, que mantinha o pique do show nas mãos indo de um lado para outro o tempo todo.

 Aliás, isso serviu de aquecimento para o primeiro agradecimento a São Paulo e após ele, a bela melodia da brilhante My Own Prison do álbum homônimo, que contagiou a todos nós, que prontamente ajudamos Mark Tremonti nos backing vocals e em contrapartida ele nos agradeceu com um solo excelente em sua guitarra e então recebeu muitos aplausos.

    Era interessante neste ponto do show, já que a banda está voltando e um público bem mais velho que normalmente temos, e muitas, mas muitas mesmo camisas do Creed por todos os lados, o que víamos era realmente a satisfação dos presentes em ver a banda ao vivo.

    De começo mais suave, A Thousand Faces foi a única apresentada do último cd lançado, o Full Circle de 2009 e foi seguida pela pesadaça Bullets, que fez surgir um grande coro e muitos aplausos dos fãs com a primeira de Weathered ( de 2001 ), sendo que essas duas continuaram na mesma pegada, e com todos cantaram praticamente todas as músicas, fiquei pensando o que levaria uma banda com um sucesso desses acabar, porém, se eles não se separassem não teríamos o After Bridge, que também se tornou um dos grandes ícones do Rock, com os três músicos do Creed ( Mark Tremonti, Brian Marshall e o Scott Phillips ) mais o vocalista Myles Kennedy, que veio ao Brasil com o Slash quase na mesma época ( confira matéria ).

    Com Mark Tremonti fazendo belos dedilhados na sua guitarra tivemos  Beautiful, do álbum Human Clay, que  foi a grande surpresa do dia. O banda queria deixar uma boa lembrança nos fãs, pois na hora do solo, nos deram um que exibiu a essência da guitarra americana, ou seja, o puro Rock´n´Roll. E Beatufil,  além de ser uma das melhores da noite, foi um presente para os paulistas, pois não fez parte do set list do Rio de Janeiro/RJ, mas, serviu quase que de intro para a pesadíssima Say I ( também deste disco ), onde nesse momento os gritos de "Olê olê olê Creed Creed!!!", se tornaram bem mais fortes, com direito até de serem acompanhados com alguns riffs do guitarrista Mark Tremonti. Vale ressaltar também como Scott Strapp realizava uma performance excelente que deixaria saudades, como sua atitude no palco estava sincronizada e enfeitiçando o público.

    A introspectiva Faceless Man - mais uma do Human Clay - fez novamente o coro da galera se levantar e inteligentemente o vocalista coloca o microfone perto dos fãs para que estes completassem os versos de um jeito que aumentava a interação dele com seus seguidores. Claro que a parte dos solos de Faceless Man seguiram com a linha mais pesada adotada pelo Creed neste show e apesar da eletricidade crescente de seus toques, a sensação que estávamos sentindo era que aquele grande espetáculo estava indo para seu final, porém os grandes hits da banda estavam chegando.

    Entretanto... que crueldade pensar assim, como a próxima música que seria What's Life For do My Own Prison, que foi cantada perfeitamente pelos milhares de fãs que praticamente ocupavam todas as dependências do Credicard Hall. Em uma orquestrada interrupção desta música, o vocalista disse que "ama a todos" e é obviamente aclamado pelos fãs e completa dizendo que "o amor é a razão para todos estarem no show", assim ele aplaude nos aplaude... foi aplaudido imensamente e então canta os versos finais da música.

    A belíssima One ( outra do My Own Prison ) com seu ritmo sedutor fez uma nova sequencia de palmas acontecer para mostrar o quanto a plateia estava apreciando o show, afinal, mescla partes Rock´n´Roll com solos de guitarras mais distorcidos, aumentam a adrenalina de qualquer fã que se preze. Essa linha Rock´n´Roll continuou quando tocaram o Rock de arena Higher  ( também presente no Human Clay ) com solos que chacoalharam o Credicard Hall e que fizeram os fãs cantarem  efusivamente o refrão em um final muito bem alongado pelo Creed, que foi perfeito para encerrar a primeira parte do show.

    Existia a possibilidade do Creed adicionar uma música a mais no set list, que foi intensamente pedida, mas quando a banda voltou e encontrou muitas bexigas com o símbolo da banda, que foi certamente coisa do fã clube ficou literalmente claro perceber a emoção dos músicos com essa homenagem. Aliás, foi muito bacana ver também Eric Friedman entrando no ritmo do "Olê...Olê.. Olê..Creeed...Creeed!!""! entoado pela plateia e desta forma, praticamente convocando os demais membros para o bis.

     E o Creed voltou com um bis matador por sinal, veio com mais um dos eletrizantes sucessos do álbum Human Clay, a aguardada balada With Arms Wide Open, que foi mais uma vez maravilhosamente cantada por todos, especialmente no começo que chegou a arrepiar e sabiamente Scott Strapp mais uma vira o microfone com o pedestal para que os fãs pudessem cantar com ainda mais força. Nesta hora alguém jogou uma bandeira do Brasil no palco e eles a deixaram respeitosamente na frente da bateria.

    Depois, a linda balada One Last Breath do Weathered seguiu no mesmo pique grandioso, que deixou o nível de nossa emoção praticamente quase no máximo, pois ele foi atingido com próxima, que finalizou o show. Era hora do maior sucesso comercial do Creed, com outra deste mesmo disco, a My Sacrifice em uma versão executada muito bem pela banda, que foi disparado o melhor momento do show, que durou em torno de uma hora de quarenta e cinco minutos. Os fãs agitaram demais e extremamente felizes da vida com a música que mais aguardavam.

    Saindo do show com um sorriso de orelha a orelha, pensei nossa, acho que tocaram o Human Clay inteiro ( na verdade foram oito das onze músicas ), mas foi com certeza um set matador para um público sedento por uma apresentação do Creed, e quanto melhor era a apresentação, mais o público crescia e essa troca de energia entusiasmou bastante os músicos, fato esse até mencionado por eles posteriormente. Tenham certeza caros leitores(as), o Creed voltará ao Brasil para mais shows espetaculares como este.

 

Texto: Marcos César de Almeida e Fernando R. R. Júnior
Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Tatiana Ito e equipe da T4F
pela atenção e credenciamento
Dezembro/2012

Clique aqui ou na foto ao lado e confira 100 fotos dos shows do Creed e do Superdose no Credicard Hall em São Paulo/SP

Set List Creed

1 - Are You Ready?
2 - Torn
3 - Wrong Way
4 - What If
5 - Unforgiven
6 - My Own Prison
7 - A Thousand Faces
8 - Bullets
9 - Beautiful
10 - Say I
11 - Faceless Man
12 - What's This Life For?
13 - One
14 - Higher
Bis:
15 - With Arms Wide Open
16 - One Last Breath
17 - My Sacrifice