Eluveitie
Sexta, dia 20 de janeiro de 2012 no Estúdio EMME

    Os suíços da banda de Celtic/Folk Metal Eluveitie voltam ao Brasil para mais uma noite de muito Metal, descontração e calor. Fiquei surpresa e muito feliz ao descobrir que ganhei o sorteio do Meet & Greet da banda Eluveitie pelo site do Eluveitie Brasil.

    Com isso cheguei às 17h30 na porta do Estúdio Emme onde alguns fãs já faziam fila, mas só por volta das 19h que pude entrar e acompanhar um pedacinho da passagem de som dos caras, mais que empolgada com os músicos passando pra lá e pra cá, também prestei atenção aos solos de bateria, guitarra, Hurdy Gurdy entre outros, e me impressionei com bela voz da violinista Meri Tadic, que no Eluveitie faz apenas os backing vocals, mas depois descobri que ela possui dois projetos em que canta músicas inteiras ( são eles: Irij e Godnir.universe ) vale a pena conferir.

    Passado o som, eles vão comer algo em frente ao Estúdio Emme, quem estava na fila e prestou atenção a sua volta percebeu os músicos do outro lado da rua, alguns até bateram um papo com eles, já nós preferimos comer em outro lugar ( afinal, já estávamos na passagem de som, íamos vê-los mais tarde e nada mais justo que deixá-los comer em paz ). Às 20h entramos no corredor que leva ao camarim dos músicos, bom eu simplesmente travei.

    Tudo o que eu tinha ensaiado de dizer, tudo o que imaginava que faria, foi por água abaixo quando os simpáticos músicos apareceram na nossa frente, no máximo perguntei ao baterista Merlin Sutter porque seus dedos estavam enfaixados ( e descobri que foi por causa da umidade no Brasil ) e falei a Meri que ela cantava muito bem e só...., de resto sorrisos, fotos e capas para autografar ( peguei o autografo de todos os 08 músicos... Lucky! ). Naquele momento a vocalista Anna Murphy, falava muito baixo e com dificuldade, estranhei, e mais a diante, durante o show o vocalista Chrigel Glanzmann nos conta o porquê.

Bom sem mais delongas, vamos ao show!

    Essa noite não houve banda de abertura e a galera do Grupo Hednir, fez uma apresentação de luta no meio da pista ( não assisti porque estava indo para o camarim ), a casa estava mais cheia do que na apresentação de janeiro do ano passado ( confira cobertura ), mas ainda dava para andar no local tranquilamente. E às 21h10 começa a intro de Otherworld ( do álbum Everything Remains de 2010 ), e os músicos entram aos poucos saudando a todos, enquanto o público responde com muita animação gritando Eluveitie...Eluveitie...!!!

    Em tempo: o line up da banda é o seguinte: Kay Brem no baixo, Ivo Henzi e Siméon Koch nas guitarras, Chrigel Glanzmann nos vocais, mandola ( bandolin ), flautas, gaita, violão acústico e bodhrán ( espécie de tambor tribal ), Anna Murphy no Hurdy Gurdy e backing vocals, Meri Tadic no violino e backing vocal, Merlin Sutter na bateria e Patrick Kistler na gaita de fole, flauta. A primeira música tocada é a Everything Remains ( do album homônimo de 2010 ), o palco é simples e nem tem o nome da banda atrás, mas também com oito pessoas lá em cima, quem vai ler alguma coisa?

    As meninas Anna e Meri agitam muito com seus cabelos enormes, enquanto os outros membros ficam mais parados em seus lugares fazendo caras e bocas, por enquanto eles estão mais para trás do palco, mas o show está apenas começando. O vocalista Chrigel diz: "Boa noite São Paulo!" E agradece a todos os que vieram de longe, e já manda a Nil ( do cd Everything Remains de 2010 ) e a galera acompanha a música muito empolgada, com pulos e gritos, a qualidade desta música está boa, dá para escutar todos os instrumentos, inclusive a flauta de Patrick Kistler, mas a coisa fica séria mesmo quando Chrigel também assume uma flauta e os dois fazem um solo de flautas lindo levando o público ao delírio.

    Mais uma pausa para Chrigel dizer que é um prazer tocar aqui no Brasil de novo, pede mais espaço para abrir a roda e não perde tempo com a próxima música Kingdom Come Undone ( presente no Everything Remains de 2010 ), o que eu curto muito nesta banda é a forma como o agressivo se mistura com instrumentos como flauta, violino etc; o pessoal agita muito durante a musica inteira. Seguem o show com Calling the Rain ( do meu álbum favorito Slania de 2008 ) e o vocalista Chrigel é muito carismático e sempre interage com a galera, os guitarristas Ivo Henzi e Siméon Kochvão vão até o público fazendo caras e bocas, porém, nessa música começo a perceber que alguns instrumentos vão sendo abafados quando tocados juntos com as guitarras, baixo e bateria, neste caso foi a flauta de Chrigel, que acaba soando muito baixa.

    Chrigel fala que esta muito quente, aproveita para se enxugar e tomar uma água enquanto Anna faz um solo e o pessoal animado se abraça e gira, festejando o belo solo de Hurdy Gurdy. Quando com a intro de Thousand Fold ( do cd Everything Remains ) começa, os presentes reagem batendo palmas e Chrigel coloca uma bandeira do Brasil pendurada no seu microfone, essa música teve direito até marmanjos sendo carregados na plateia. Ao fim da música a galera quer Inis Mona e Chrigel fala que ainda não e pergunta se as pessoas sabem o que eles andaram fazendo nas ultimas semanas ( estavam finalizando o álbum Helvetios ), por fim nos conta que Anna está sem voz por causa da rotina dos últimos shows, que foram seguidos e sem pausa para descanso.

    Eu fico um pouco mais triste por saber que algumas músicas que eu gosto não serão tocadas, pois precisam de Anna nos vocais, mas me conformo e agito na Meet The Enemy ( do novo cd Helvetios lançado dia 10 de fevereiro de 2012 ), a galera ainda não acompanha a letra, mas agita muito assim mesmo, com palmas, gritos e pulos o pessoal não tem preguiça, é a primeira vez que as músicas de Helvetios são tocadas em shows ( eh Brasil... que responsa ein? ). Logo em seguida estréiam a Havoc ( mais uma do Helvetios de 2012 ), e o público vai a loucura, essa tem uma pegada mais pesada junto com um violino alucinado, é muito bom mesmo.

    Chrigel pergunta se queremos ouvir alguma música do álbum Slania de 2008 e emendam a Tarvos, ela tem um ritmo mais parado e nessa hora a maioria do público aproveita para tirar fotos e filmar a banda ( sim eu também aproveitei esses momentos para fotografar ), e sempre persiste uma pequena parcela que não para de banguear o show inteiro. Chrigel ainda não está satisfeito e pede para fazermos mais uma roda, e ainda quer luz para iluminar "os guerreiros", o pessoal não se intimida e faz uma roda maior e mais vigorosa na (Do)minion ( do Everything Remains de 2010 ).

    Já na The Song Of Life ( do álbum Spirit de 2006 ) o público canta junto com a banda do inicio ao fim, e é brindado com um belo arranjo de violino e durante o solo matador, a casa esquenta mais ainda ( infelizmente durante toda essa fúria não dá para escutar o back vocal da Meri ), ao fim da música fica um chiadinho que acaba logo. Chrigel pergunta se queremos uma música mais velha, e assim, entra a Your Gaulish War ( do cd Spirit de 2006 ), e o povo do meu lado comentando que não tinha música antiga... olha só! Enquanto isso, mais um se joga nos braços da plateia ( são realmente corajosos... vai que ninguém segura? ), considerações à parte, a música tem um belo arranjo e é bem animada, o público acompanha cantando, pulando e rodando.

    E o tempo de show vai acabando quando chega a minha favorita: Inis Mona ( do álbum Slania de 2008 ), linda música, a casa veio a baixo e eu ajudei pulando lá no meio, o meu momento da noite foi a gaita de foles. Eu nunca tive o prazer de ver uma tão de perto. Eles saem do palco sem se despedir enquanto a galera pede o tradicional "one more song, one more song...", e neste curto intervalo são feitos os anúncios dos próximos shows da casa. Mas rapidamente os músicos voltam com a belíssima Tegernakô ( Spirit de 2006 ), apesar de amar Iris Mona essa foi a que mais agitou a pista, seja porque era realmente a última ou seja por ela ser muito boa, a verdade é que o Estúdio Emme tremeu com ela. A galera acompanhava no hey, hey.

    Chrigel toca um bandolin, que também tem o som suprimido pelos outros instrumentos, uma pena tenho que afirmar, e todos os oito membros do Eluveitie já estão mais próximos da plateia ( eles começaram a tocar do meio para trás do palco lembra? ) e sorriem muito. E o calor é insuportável no meio da pista, mas ninguém estava nem aí.... Meri tenta cantar mais seu microfone continua baixo, os músicos estão mais soltos, sorriem e brincam entre si enquanto tocam, mas, infelizmente o show acaba e todos se abraçam, agradecem, inclinam-se para a plateia e depois tiram fotos nossas. A galera demora um pouco para sair da frente do palco e vão para casa com um belo sorriso no rosto. Acredito que a banda vai levar belas fotos do Brasil, e o público vai levar mais esta bela recordação do som ao vivo de Eluveitie.

Por Erika Alves
Fotos Marcos César de Almeida
Agradecimentos a Costábile Salzano Jr.
Fevereiro/2012

Galeria de Fotos do Eluveitie no Estúdio EMME em São Paulo/SP Galeria de Fotos do Eluveitie
no Estúdio EMME em São Paulo/SP

 Set List
01 - Everything Remains
02 - Nil
03 - Kingdom Come Undone
04 - Calling The Rain
05 - Thousand Fold
06 - Meet The Enemy
07 - Havoc
08 - Tarvos
09 - (Do)minion
10 - The Song Of Life
11 - Your Gaulish War

12 - Inis Mona
Encore
13 - Tegernakô

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