Maná
Sexta-feira, dia 26 de outubro de 2012
no Credicard Hall em São Paulo/SP

    Doze anos depois, desde que vi a banda se apresentando em Manágua ( capital da Nicaraguá ), pude acompanhar uma novamente um show deles e justamente a primeira passagem deles aqui no Brasil, chega a hora de rever os mexicanos, porém desta vez em solo pátrio. Na época do primeiro show fui para conhecer a sensação latina com seu então seu recém lançado Revolluccion del Amor. A banda, desde essa época sempre fez muito sucesso no Brasil por trilhas sonoras em novelas, e assim como o show do Rock In Rio transmitido na televisão, mostrou que eles selecionando os hits 'novelescos' em vez do seu competente Rock Latino.

    A origem do Maná vem do vocalista veio do Sombrero Verde, que tinha em sua formação o vocalista José Fernando "Fher" Olvera ( vocais ) e Juan Calleros ( baixo ), que lançou dois discos e terminaram em 1983, que serviu como embrião do Maná de hoje, que além de ambos os citados, a formação atual conta com o excelente baterista Alex Gonzales, que entrou na banda com 15 anos de idade e Sergio Vallin na guitarra ( incluído desde 1995 ).

    Mas, voltando a apresentação no Credicard Hall na qual tivemos um excelente público ( com casa cheia ) e assim como outros shows também, conforme fiquei sabendo, havia um sistema de gravação que a banda trouxe para registrar a turnê. Com um palco aparentemente simples e de dois círculos de iluminação, que estavam desligados e parecia estranho, mas quando o show começou, esses círculos trouxeram uma excelente iluminação juntamente a um telão de excelente qualidade, assim que as informações de seguranças foram passadas era hora do Maná mostrar seu show da coletânea recém lançada Exilados na Bahia.

    Após a intro eis que entra o Maná com o grande sucesso Oye mi Amor ( do cd ¿Dónde Jugarán Los Niños? de 1992 ), que já faz todo o Credicard Hall pular e cantar junto, embora para nós que falamos a língua portuguesa, o espanhol pareça sempre fácil com nosso querido portunhol e que nessas horas cai sempre muito bem. E neste clima positivo Déjame Entrar ( do álbum de 1995, o Cuando Los Ángeles Lloran ) e De Pies a Cabeza ( outra do ¿Dónde Jugarán Los Niños? ) dão sequencia a uma apresentação que pensei: "desta vez será mais Rock que baladas, era essa minha torcida para o show..."

  José Fernando "Fher" Olvera anuncia então que a próxima música é a 'Puta Madre' da banda e Lluvia al Corazón ( do Drama y Luz de 2003 ) ensandece a plateia completamente. Fher anuncia a banda mexicana e com a tequila nas mãos - que é o espírito mexicano - dedica para as "chicas sedutoras da platéia" a próxima canção, a Eres Mi Religion ( nome da coletânea lançada no Brasil com duetos nacionais ). Detalhe no palco já citado havia com um telão ao fundo de excelente qualidade e com a plataforma circular de luz, que falei no inicio, criou-se o excelente visual para o concerto, e ao terminar Mariposa Tracionera ( presente em Revolución de Amor ), vem talvez a música mais pesada deste set list que a banda vem apresentando El Dragon ( mais uma do Drama y Luz ), com seu clima pesado e tenso, e aumentando a energia, os telões ficaram passando vários desenhos de Dragões ( óbvio ) configuraram um clima extremamente denso, talvez o momento mais rocker da noite.

    Manda una Señal do Amar es Combatir ( de 2006 ) antecede um bolo solo do guitarrista Sergio Vallin e após temos o hino LatinoAmérica ( do Drama y Luz ), que também cantado pelo baterista Alex Gonzales. Aliás, esse músico merece um capítulo à parte, pois sua qualidade é excepcional, um dos melhores bateristas que já vi ao vivo, pois, ele toca fácil parecendo sempre que é difícil como diria um velho jargão. Posso afirmar que a qualidade é do quilate de um Aquiles Priester, e durante a faixa citada Latinoamerica, todas as bandeiras da América Latina foram passando no telão como sugere a música, que a região se fortaleça para ser a região mais forte do mundo e por que não? Afinal, já que somos a plateia mais quente conforme é dito por todas as bandas em suas apresentações, nada melhor que uma letra e uma bela canção confirmando isso. E encerrando este momento tivemos uma bandeira mesclada do México e  o Brasil,  que naturalmente levou a todos os presentes à loucura.

    Clavado En Un Bar  do Sueños Líquidos ( de 1997 ) e Me Vale do ¿Dónde Jugarán Los Niños? , serviram de intro para o solo de bateria de Alex, onde mais uma vez percebemos a qualidade do mesmo, embora eu não seja muito fã de de solos em shows, mas assim como no show do X-Japan ( confira resenha ), onde o batera é a estrela maior, sempre soa um pouco diferente, mas a melhor cena do solo para mim, foi quando ele abre sua caixa ( a parte da bateria ), que estava tocando e embaixo dela tem uma espécie de freezzer e de lá tira sua cerveja. E abre a mesma com as baquetas e vira fazendo o Credicard Hall inteiro vibrar com sua atitude. Magistral.

    Após o solo Alex Gonzales, sai do palco com a sensação de que a primeira parte do show tinha acabado, e após algum minuto Sergio Vallin e José Fernando "Fher" Olvera voltam para um set acústico e decidem escolher alguém da plateia para cantar com eles, e ficar no palco, assim como o Epica fez no show deles ( veja os detalhes aqui ), e assim que a garota foi escolhida tivemos trechos de várias músicas como Te Lloré un Río ( do ¿Dónde Jugarán Los Niños? ), a bela homenagem que a banda fez a Chico Mendes, Cuando Los Ángeles Lloran ( título do álbum de 1995 ), Cachito ( mais uma do ¿Dónde jugarán los niños? ), Si No Te Hubieras Ido sendo essa um cover de Marco Antonio Solís e o último hit Vivir Sin Aire ( ¿Dónde Jugarán Los Niños? ), que teve uma bela intro de gaita com participação de palmas dos fãs e claro, cantada em uníssono já com todos membros da banda de volta ao palco. Finalizando de maneira brilhante a primeira parte do show tivemos ainda Rayando el Sol ( do Falta Amor de 1990 ) e El Muelle de San Blas ( essa do Sueños Líquidos ).

    Ao voltar para o bis, o vocalista José Fernando "Fher" Olveraagradece a Andreas Kisser  do Sepultura, que tocou com eles no Rock in Rio, que estava no Credicard Hall assistindo a banda amiga, e o bis vem com dois clássicos muitos executados nas rádios brasileiras Labios Compartidos ( do Amar es Combatir ) e Corazón Espinado ( do Todo Maná de 2000 ) deixando todos extremamente satisfeitos com a performance perfeita da banda.

    A parte mais Hard Rock do Maná presente em seus primeiros discos ficou de fora do set list, bem como o hino Angel Del Amor, que esperava ver a sua poderosa intro de bateria ao vivo novamente, que infelizmente, não foi dessa vez, entretanto, o Maná realizou um show brilhante, perfeito, feito para fãs, que certamente acolheram a banda há mais de dez anos com inúmeras passagens de sucesso pelo Brasil e assim como foi essa data, a certeza é que muitas outras virão.

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Guilherme Oliveira e
equipe da T4F pela atenção e credenciamento.

Dezembro/2012

Set List Maná
1 - Intro
2 - Oye mi Amor
3 - Déjame Entrar
4 - De Pies a Cabeza
5 - Lluvia al Corazón
6 - Eres Mi Religión
7 - Mariposa Traicionera
8 - El Dragón
9 - Manda una Señal
10 - Guitar Solo
11 - Latinoamérica
12 - Clavado en un Bar
13 - Me Vale
14 - Drum Solo

Set Acústico
15 - Te Lloré un Río
16 - Cuando los ángeles lloran
17 - Cachito
18 -Si No Te Hubieras Ido ( Marco Antonio Solís cover )
19 - Vivir Sin Aire
20 -Rayando el Sol
21 - El Muelle de San Blas
Bis:
22 - Labios Compartidos
23 - Corazón Espinado

Galeria de Fotos do Maná no Credicard Hall em São Paulo/SP

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