André Matos - The Turn Of The Lights + Angels Cry 20 Years
Abertura: VoodooPriest
Domingo, 15 de dezembro de 2013
no Carioca Club em São Paulo/SP

    As comemorações dos 20 anos do clássico álbum Angels Cry tiveram dois segmentos esse ano, um com o Angra acrescido de Fábio Lione nos vocais e outro com André Matos, que conforme mencionou em nossa entrevista ( confira em http://www.youtube.com/watch?v=_Ce_Pdyv-0g ).

    Aliás, desde que comemorou o aniversário de seu outro clássico, o disco Soldiers Of Sunrise junto com o Viper, foi durante esta tour com sua primeira banda, que surgiu a ideia de se fazer uma comemoração de um disco antológico, e André Matos, assim como o Angra, percorreu quase todo o país nesta excelente turnê comemorativa e guardou a data final de 15 de dezembro para um show especial no Carioca Club.

    E o que poderia abrilhantar ainda mais isso, a não ser uma participação de outra banda que vem crescendo muito no cenário brasileiro, o VoodooPriest, que foram responsáveis em abrir a noite em mais uma data, quase que totalmente lotada como tivera no dia anterior com os shows do Kreator e de Tim "Ripper" Owens ( confira matéria detalhada ).

VoodooPriest

    Ali estava um vocalista que nunca havia visto ao vivo, sempre tinha escutado maravilhas a seu respeito e o que havia ouvido de sua nova banda, o VoodooPriest crescia ainda mais o interesse e a minha curiosidade, afinal, em seus anos de Torture Squad, Vitor Rodrigues foi responsável por grandes atuações e gravou excelentes álbuns.

    Praticamente pontual, coisa que tem sido uma constante em shows do Brasil salvo exceções aqui ou ali, finalmente conheceria o som de Vítor Rodrigues e sua banda. Após a intro tradicionalíssima em qualquer apresentação, a banda já ataca com Aftermath ( Of Mass Suicide ), a última faixa do EP já lançado e que leva o nome da banda, e de cara o Thrash/Death poderoso da banda já agrada a todos que gostam deste tipo de som. Lembrando que o estilo de André Matos é bem diferente, mais na linha do Metal Melódico.

    Na sequência antes de apresentar a próxima canção, Vítor Rodrigues agradece a todos dizendo que ali estava a cena do Brasil e então anuncia Trail Of Blood, composição nova que estará presente no álbum a ser lançado em 2014.

     O VoodooPriest impressiona pela qualidade no palco, que além do citado Vítor Rodrigues temos, Renato DeLuccas e Cesar Covero nas guitarras, Bruno Pompeo no baixo e Edu Nicollini na bateria, que já passaram por grandes nomes do Heavy Metal brasileiro e assim, a banda, certamente desponta para o primeiro escalão de bandas nacionais.

    O que dizem de Vítor Rodrigues ao vivo é realmente verdade, qualidade vocal já sabíamos, conforme mencionei no começo, desde quando ele era o vocalista do Torture Squad e na canção Pandemonium ele mostrou o porque é um dos maiores frontmans em atividade no Brasil, agitando muito e sempre pedindo as tradicionais rodas, que por sinal não aconteceram.

    Em seguida, uma breve pausa e ele falou: "que tudo que vem ou vê à sua volta é fruto da sintonia entre sua mente e seu coração", dito isso, The One I Feed foi executada com muito primor pela banda.

     Outra do EP de estreia foi a Reborn, cuja execução foi perfeita, e uma pequena crítica as instituições religiosas foi a deixa para a nova música intitulada Mandu.

    No final desta, Vítor Rodrigues agradece a oportunidade e diz que é uma honra abrir o show de alguém como André Matos elogiando o amigo para então terminar com duas pedradas seguidas, sendo a primeira um cover de sua antiga banda para Chaos Corporation e finalizando com o seu novo single, a Juggernaut, que possui o clipe.

    O VoodooPriest realizou no Carioca Club uma apresentação rápida, brutal, certeira, digamos feita para ganhar e com certeza, muitos que ali estavam por não conhecer o estilo de Vitor Rodrigues e seus asseclas, tornaram seguramente seus mais novos fãs.

 

Set List VoodooPriest

1 - Intro/Aftermath ( Of Mass Suicide )
2 - Kamakans
3 - Trail Of Blood
4 - Pandemonium
5 - The One I Feed
6 - Reborn
7 - Mandu
8 - Chaos Corporation
9 - Juggernaut

André Matos

    Claro que a euforia foi aumentando e junto com o aniversário de Angels Cry, André Matos também está divulgando o excelente cd solo The Turn Off The Lights, o terceiro de sua carreira que foi lançado em 2012, que direto já começa com uma deste mesmo álbum com a Liberty, seguida por outra do clássico Mentalize ( de 2009 ) com I Will Return, para então retornar ao ao disco novo com Couse Of Life.

     Depois de três eletrizantes números, André Matos deseja a todos o tradicional "Boa Noite São Paulo" e relembra que o show será especial com mais de três horas de duração. A seguinte foi a única do Time To Be Free ( de 2007 ) no set com a Rio para depois André Matos apresentar a nova e que intitula seu novo álbum, a The Turn Off The Lights.

    André Matos avisa que passará por todas as fases de sua carreira e claro, tocaria o sensacional Angels Cry na integra e dos tempos do Shaman toca a balada Heavy Fairy Tale, que foi cantada um pouco mais alto - digamos assim - que as pessoas estavam cantando.

    Outro do novo álbum foi a Stop!, que precedeu um clássico do Angra praticamente obrigatório em todos os shows solos de André Matos, pois a bela  Lisbon, claramente é uma das preferidas da plateia, pela resposta imediata e também pelos os gritos em coro em seu início.

    Na sequencia termos o solo do baterista Rodrigo Silveira mostrando sua técnica e sendo bem aplaudido pela galera. A seguinte também do The Turn Off The Lights foi On Your Own e aí sim tivemos quinze minutos do clássico do Viper, que alçou André Matos ao cenário Heavy Metal Nacional, pois, Living For The Night como sempre, causou um enorme frisson por todos os lados do Carioca Club. E entre os fãs, um amigo e grande batera do Viper esteve presente, pois, Guilherme Martin estava na plateia.

    André Matos então e apresenta a banda que o acompanha, que além do ex-guitarrista do Shaman Hugo Mariutti é composta por Bruno Ladislau no baixo e André Hernandes na guitarra, e este também tocou no Angra bem no começo, até participando de algumas composições e voltou a tocar com André Matos logo no princípio de sua carreira solo, há distantes sete anos atrás. Com a finalização do hino máximo do Viper se encerrava a primeira parte do show sendo a segunda sendo dedicada ao Angels Cry, que seria tocado na íntegra.

    Após um certo tempinho, começa a execução de todas as músicas do álbum e na sequencia que estão no cd, e de cara tivemos a (re)abertura com Unfinished Allegro com o clássico Carry On, seguido por Time e a empolgante faixa título Angels Cry.

     As duas seguintes foram Stand Way e Never Understand, que  serviram para provar o que André Matos havia nos dito e que com o tempo, ele conseguiria manter a mesma capacidade vocal. Bem, se havia ficado alguma dúvida, durante o cover Wuthering Heights de Kate Bush ficou claro o potencial do vocalista, pois ele realizou uma versão primorosa desta canção.      

    Na faixa Streets Of Tomorrow tivemos os solos de ambos os guitarristas com destaque para Hugo Mariutti, que tocou trechos sucessos como Black Magic do Slayer, Master Of Puppets do Metallica e Crazy Train de Ozzy Osbourne fazendo um bom dueto, que não foi chato muito menos repetitivo e a pesada Evil Warning foi tocada com toda sua garra para então finalizarem a segunda parte com a progressiva Lasting Child ( Part I: The Parting Words / Part II: Renaissance ), que encerraram o set com do memorável álbum de estreia do Angra.

   A cereja do bolo seria o bis, com as versões e canções especiais prometidas na entrevista, como realmente aconteceu. O bis não demorou muito para rolar e começaram com For Tomorrow do Shaman tocando apenas um trecho, onde após a recepção da galera, André Matos prometeu que esta seria incluída no set list de 2014 e então tivemos Fake Plastic Trees do Radiohead, que ganhou uma belíssima versão com mais guitarras e a excelente voz de André Matos, realmente surpreendente.

    Distant Thunder, parodiando o nome que passou como um trovão e André Matos deixa os vocais para Hugo Mariutti ( até achei que seu irmão Luís Mariutti participaria deste trecho do show, mas estava completamente enganado ), e após alguns riffs de clássicos do Thrash Mundial, a versão de Creeping Death do Metallica fez todos com o punho para cima cantarem o seu refrão.

     Uma das grandes versões que André Matos já gravou na minha opinião, que seria Separate Ways do Journey ( presente no álbum Time To Be Free ) teve sua execução resumida em duas palavras: simplesmente fantástica.

    O final do show não poderia ser outro, senão com uma dupla de duas das melhores músicas gravadas por ele no Angra, a intro Crossing com Nothing To Say concluindo um longo espetáculo de praticamente três horas e meia ( !!! ), capitaneado por um dos maiores nomes de todos os tempos do Heavy Metal Brasileiro com todas letras maiúsculas.

    Parabéns André Matos e banda pela brilhante apresentação, que ficará na memória dos headbagers que estiveram no Carioca Club e indiscutivelmente um dos melhores shows realizados em 2013.

 

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Costábile Salzano Júnior
pela atenção e credenciamento
Janeiro/2014

Set List de Andre Matos

1 - (Intro)
2 - Liberty
3 - I Will Return
4 - Course Of Life
5 - Rio
6 - The Turn Of The Lights
7 - Fairy Tale
8 - Stop!
9 - Lisbon
10 - Solo de bateria de Rodrigo Silveira
11 - On Your Own
12 - Living For The Night

Angels Cry 20th Anniversary
11 - Intermission
12 - Carry On
13 - Time
14 - Angels Cry
15 - Stand Away
16 - Never Understand
17 - Wuthering Heights
18 - Streets Of Tomorrow
19 - Evil Warning

Encore
20 - For Tomorrow
21 - Fake Plastic Trees
22 - Distant Thunder
23 - Creeping Death
24 - Separate Ways
25 - Intermission
26 - Nothing To Say 

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