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Lollapalooza 2013 - 3º Dia
Pearl Jam, The
Hives, Kaiser Chiefs,
Puscifer e Sarah
Messias
Domingo, 31 de Março de 2013
no Jockey Club em São Paulo/SP
O Lollapalooza é um festival de música que enfatiza Rock
Alternativo, Punk Rock, Heavy Metal e outros estilos menos ortodoxos,
que teve sua origem nos Estados Unidos na concepção de Perry Farrel
e desde o inicio dos anos 90, o evento aconteceu em várias cidades
americanas. Em 2010, teve sua edição chilena e em 2011 aportou no
Brasil com sucesso, que foi repetido neste ano com nomes como The
Killers, Queens Of The Stone Age e Pearl Jam, entre tantos outros.
Em um evento com a grandiosidade que o Lollapalooza possui, com
vários shows acontecendo ao mesmo tempo em vários palcos, que foram
montados no Jockey Club em São Paulo/SP, que é um local grande e bem
estruturado recebeu um público com mais de 60 mil pessoas neste
domingo de Páscoa.
Antes de aprofundar nos shows que acompanhei, vale
comentar que a estrutura estava muito boa, mas podia ser melhorada,
pois com o tempo instável da capital paulista, a lama acabou se
formando em vários pontos e enfim, isso incomoda bastante. De resto,
percebi que haviam filas para comprar comida ou cervejas, mas fluindo
bem até no que reparei, embora meu foco não fosse esse e sim os
shows.
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Sarah Messias
E falando do que interessa, após o meu rápido credenciamento e por
uma breve passada na muito bem organizada sala de imprensa, comecei
a me dirigir para os locais dos shows, na grande arena montada no
Jockey Club com vários palcos e nesse caminho passei pelo palco
Kidzpalooza onde ouvi um gaita, e para alguém que é muito fã de Rock
e Blues, confesso que achei estranho, pois o Lollapallooza não seria
teoricamente um lugar onde esta vertente da música estaria exposta,
mas estava e que bom.
Bem, a banda Sarah Messias é formada pela jovem vocalista, que dá seu nome a banda que a acompanha
e os músicos Zé Alberto( bateria ), Victor Abla
( baixo ), Marília Sarmento
e Vasco Faé
( guitarras ). O quinteto surpreende quem estava
assistindo o show ( inclusive alguns que estavam na fila para
comprar camisetas e artigos de lembranças do festival na loja
próxima ), especialmente pela qualidade que aplicam no seu Blues, que passou
por clássicos inigualáveis do estilo gravados por grandes mestres e
também algumas canções próprias.
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Sarah Messias
e banda exibiram com muita competência
Sweet Home
Chicago de Robert Johnson, a própria Nova Geração em que a vocalista
mostra seu talento na gaita, uma mescla de Hoockie Cookie Man com
Trem das Onze onde a gaita de Sarah e a guitarra de
Vasco Faé protagonizaram um momento
incrível de puro Blues, que crava na essência e lógico, na alma dos
adeptos.
Aliás, fazendo um comentário maior desta música,
Sarah
realiza uma versão 'bluesada' de Trem das Onze, que mostra sua
capacidade de improviso. Depois continuam com Living In A Happy Day, canção própria com um ritmo Rock'n'Roll e a guria além de cantar,
ainda toca teclados e gaita, realmente temos uma promessa de futuro
no cenário Blues.
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Help Me de
Sonny Boy Williamson, uma própria, que infelizmente não
peguei o nome e a versão de Rock'n'Roll do Led Zeppelin
prosseguiram
com o vibrante show da carismática banda de Sarah Messias, que soube conduzir
o espetáculo e fazer até o pessoal - que já havia comprado suas
lembranças - ficarem assistindo o seu show. Para encerrar com ainda
mais energia tocaram Roadhouse Blues do The Doors e novamente
tivemos um dueto de gaita e guitarra.
Show muito bom que mostra que talento não tem idade e em tempo, essa
garota é aluna do gaitista Márcio Maresia, ganhou uma bolsa de
estudos da Berklee Valência e já esteve em várias edições da
Expomusic e também no Bourbon Street.
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Puscifer
Acabado o show da Sarah Messias vi que já era hora do Puscifer se
apresentar no Palco Cidade Jardim e fui até lá. Para quem não
conhece esta banda formada na Califórnia nos EUA em 1995, posso
dizer que é um projeto paralelo de Maynard James Keenan ( do
Tool e
A Perfect Circle ) que faz um som experimental e industrial.
E o
mentor do projeto junto a sua banda entraram no palco para uma
sequencia de músicas com um som encorpado cheio de distorções na
guitarra, vibrações eletrônicas e muito peso, oriundos do baixo e
bateria. O Puscifer foi executando as músicas de álbuns como
Conditions Of My Parole ( 2011 ) e "V" Is
For Vagina ( 2007 ).
Eles iniciaram o show com Tiny Monsters ( presente no Conditions
On My Parole ), Vagina Mine ( do álbum V Is For Vagina
), que
inclusive foram acompanhadas de perto por Eddie Vedder do Pearl Jam,
que sentou-se em uma cadeira no palco e assistiu parte do show de
lá, e a cada olhar dele para a plateia a vibração dos fãs se
multiplicava.
Antes de sair do palco, o vocalista do
Pearl Jam
ganhou uma bela dose de vinho servida por Maynard James Keenan,
e
ele inclusive repetiu este ato para seus músicos
também.
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A balada mais conhecida do Puscifer, Dozo ( do V Is For Vagina
),
com seu andamento sinistro deu continuidade ao show e com um banjo, a
bela vocalista da banda, inicia a introspectiva Toma, que exibiu
também uma pegada forte de baixo e bateria, mas em ritmo lento.
The
Rapture (Fear is a Mind Killa Mix) do Conditions On My Parole
e Rev
22:20 ( outra do V Is For Vagina ) seguem com o show e até
que agradam o
público do Palco Cidade Jardim, que reage com muitas
palmas também para a Dear Brother ( essa do novo trabalho Donkey Punch The Night de 2013
), com seus inúmeros experimentalismos que enfeitiçam os
presentes pelo andamento
que eles fizeram.
Depois continuam com a nova Breathe que é pesada, cheia de
distorções e alguns nuances progressivos e a endêmica Man Overboard
do Condictions On My Parole. Encerrando sua
participação no Lollapalooza, tocaram outra do cd de 2011 com
Telling Ghosts e The Undertaker que foi gravada no
V Is For Vagina,
que com certeza garantiram mais fãs ao Puscifer, haja visto que
durante todo o set eles mostraram muito carisma, vinho e atitude em
seu show praticamente psicodélico.
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Set List do Puscifer
1 - Tiny Monsters 2 - Vagina Mine
3 - Dozo 4 - Toma 5 - The Rapture (Fear Is A Mind Killa Mix)
6 - Rev 22:20 7 - Dear Brother 8 - Breathe 9 - Man Overboard
10 - Telling Ghosts 11 - The Undertaker
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Kaiser Chiefs
Poucos minutos após o final do show do Puscifer, o Kaiser Chiefs
já
iniciava sua exibição no Palco Butantã, do outro lado do
Jockey Club e
até que sai do Palco Cidade Jardim para chegar lá - que estava
completamente repleto de fãs da banda - levaram alguns minutos e assim
perdi o começo de sua apresentação.
A banda inglesa de Indie Rock e
New Wave é formada por Ricky Wilson nos vocais, Andrew Whitey White
na
guitarra, Simon Rix no baixo, Nick Peanut Baines no teclado e
sintetizador e Vijay Mistry na bateria e percussão.
Eles deram inicio ao seu aguardado show com Never Miss A Beat (
a
boa música que perdi, que é do Off With Their Heads de 2008
) e Everything Is
Average Nowadays do cd Employment de 2005, que já deu para perceber
que o vocalista Ricky Wilson queria deixar uma lembrança forte nos
fãs: ele desceu do palco e subiu na grade para desespero dos
seguranças, o que causou um delírio dos fãs, que cantaram as letras
com emoção.
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Em seguida o vocalista anuncia “São Paulo, nós somos o Kaiser Chiefs”
e toca a Kinda Girl You Are ( do The Future Is Medieval
- 2011 ),
que foi seguida por Na Na Na Na Naa ( do primeiro cd
Employment ) e o
vocalista Ricky Wilson leu um discurso em português dizendo
"Olá São
Paulo. Obrigado por nos convidar para sua festa", que serviu para
deixar seus fãs ainda mais contentes. E aquela imensidão de pessoas,
que aumentava a cada minuto, recebeu do Kaiser Chiefs as músicas
Little Shocks ( The Future Is Medieval ), Living Underground
e Everyday I Love You Less And Less ( Employment
).
O vocalista que fez questão de ir perto do fãs por várias vezes
preocupando ainda mais os seguranças disse: "Eu gostaria de falar a língua de
vocês para expressar o que estou sentindo" e então tocaram
Good Days
Bad Days ( do Off Their Heads ), Modern Way (
do Employment ) e The
Angry Mob ( do Yours Truly, Angry Mob de 2007 ).
Ricky Wilson
sobe mais alto na outra torre e canta lá de cima
e os demais músicos
seguem tocando muito empolgados, fato que fez, para os fãs da banda,
não se esquecerem deste show que teve ainda You've Got The Nerve, a
impressionante Ruby do Yours Truly, Angry Mob e I Predict A Riot
do Employment.
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Depois, Ricky Wilson fez uma saudação ao
The Hives, que seria a banda
seguinte a se apresentar no Palco Cidade Jardim e
encerra com
a introspectiva e mais lenta Oh My God ( do citado
disco Employment ).
O Kaiser Chiefs realizou um ótimo show, que para os fãs que conheciam
mais a banda foi mais marcante ainda, pois o vocalista não parou
quieto por um momento sequer e em um festival como o Lollapalooza é
isso que os fãs mais querem, que seu ídolo venha tão perto quanto
ele veio, que faça suas estripulias, enfim, que deixe seu recado, mas
com aquela dose de adrenalina.
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Set List do Kaiser Chiefs
1 - Never Miss A Beat 2 - Everything Is Average Nowadays
3 - Kinda Girl You Are 4 - Na Na Na Na Naa 5 - Little Shocks
6 - Living Underground 7 - Everyday I Love You Less And Less
8 - Good Days Bad Days 9 - Modern Way 10 - The Angry Mob
11 - You've Got The Nerve 12 - Ruby 13 - I Predict A Riot 14 - Oh My God
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The Hives
Acabado o Kaiser Chiefs aquela multidão voltou em sua maioria
para o outro lado a fim de conferir o The Hives, banda sueca de Punk
Rock formada em 1994 e com os seguintes integrantes Howlin' Pelle
Almqvist ( Per Almqvist ) nos vocais, Nicholaus Arson
( Niklas Almqvist )
e Vigilante Carlstroem ( Mikael Karlsson Åström
) nas guitarras, Dr.
Matt Destruction ( Mattias Bernvall ) no baixo e
Chris Dangerous ( Christian Grahn ) na bateria.
Eram 18:20 quando eles estavam prontos para começar e caminhando para o Palco
Cidade Jardim ( lembrando que a distância entre os dois era bastante
considerável ) vi um grande banner de fundo que continha uma imagem
que me lembrou algo, mas a minha mente ainda não havia ligado uma
coisa com a outra.
Bem, no palco os músicos estavam com ternos e
cartolas e no desenrolar do show, com a insanidade que o vocalista
Pelle Almqvist desempenhou seu papel de 'frontman', ficou claro o que me
lembrava o banner e o figurino dos músicos: foi inspirado no filme
Laranja Mecânica. Quem assistiu o filme sabe o que o personagem de
Malcolm McDowell faz logo em seu começo, talvez poderá entender
porque o vocalista teve uma atitude tão frenética o tempo todo.
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Convidando todos para
agitar com Come On! do novo cd Lex Hives de
2012, os suecos deram início ao melhor show do dia tendo sido
superados apenas, obviamente pelo Pearl Jam. Depois foi a vez de
Try
It Again do The Black And White Album de 2007 e no final, o
carismático vocalista falou em um misto de inglês com um português,
que se decorado, estava muito bom, pois ele disse: “Everybody..
pulem!!!. Pulem!!!” e assim disparam a nova Take Back The Toys
e Pelle Almqvist ia de um lado para outro, subia na
bateria, pulava lá de cima em uma apresentação realmente
incontrolável e ia para todos os lados.
Depois ele pergunta se nós amamos o The Hives em português e tocam
outra recente composição, a agressiva 1000 Answers, que leva
Pelle Almqvist até na pista que separa a galera ( e ele até
autografou álbuns dos fãs lá em uma das vezes que desceu ).
Lembrando-se das demais bandas que tocaram no
Lollapalooza,
Pelle Almqvist pergunta se assistimos o Puscifer, se estamos prontos para
mais uma e então, recebemos a Main Offender do cd Veni Vidi Vicious
de
2000, que era muito conhecida, pois a galera pulou bastante ao
ouvi-la. Em seguida, após dizer: “A próxima é dedicada para você,
você, você e você! Somos o The Hives!”, tivemos outra mais elétrica
com Walk Idiot Walk, a única do cd Tyrannosaurus Hives de 2004.
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Com muitos “obrigado” ditos pelo vocalista e um “valeu”
de resposta
da galera eles dizem que esperaram muito pelo show no Brasil e que
ressalta que o momento seguinte será muito bom ( detalhe em
português, acho que Pelle Almqvist andou estudando nossa língua
).
Desta maneira ele nos propõe um acordo, para gritarmos no fim da
música e ficarmos todos loucos como eles ficaram, desta maneira
executam My Time Is Coming do novo cd, que possui levadas góticas e
que muda para um Punk nervoso.
Continuam com
Die, All Right! com
direito a um ótimo solo de baixo de Dr. Matt Destruction e das
guitarras de Nicholaus Arson e Vigilante Carlstroem com muita
distorção. Enquanto isso, o vocalista Pelle Almqvist desce na pista e
quando retorna ao palco inicia junto aos demais integrantes do The
Hives Hate To Say I Told You So do Veni Vidi Vicious, que por ser
bastante conhecida, deu um grau muito grande no Lollapalooza.
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Conclamando as palmas dos fãs em um momento de pura adrenalina, o
The Hives inicia a nova Go Right Ahead com uma
empolgação enorme.
Para a última música do set, que foi muito bem
alongada pela banda, Pelle Almqvist disse que se dependesse dele tocaria para sempre e
assim começaram a longa versão de Tick Tick Boom do The Black And
White Album, que teve solo de bateria, uma perfeita interação entre
banda e plateia devidamente comandada pelo vocalista, que fez muitos sentarem-se e levantarem-se na hora dos “boom”, mesmo com pouco
espaço, afinal, tinha gente que estava lá já aquartelada para ver o
Pearl Jam de perto.
Enfim, o The Hives
executou esta música com
todos os ingredientes para que encerrasse perfeitamente o seu show,
que foi o melhor da tarde do Lollapalooza ( como disse anteriormente
) e se credenciasse para um retorno em São Paulo para uma
apresentação só sua.
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Set do List The Hives
1 - Come On! 2 - Try It Again
3 - Take Back the Toys 4 - 1000 Answers 5 - Main Offender
6 - Walk Idiot Walk 7 - My Time Is Coming 8 - Die, All Right!
9 - Hate to Say I Told You So 10 - Go Right Ahead 11 - Tick Tick Boom
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Pearl Jam
Depois que acabou o hiperativo show do The Hives voltei até a sala
de imprensa do Jockey Club para descansar um pouco e
me preparar para a banda seguinte, que era a mais esperada de todos
no festival: o Pearl Jam. Desta forma não acompanhei os brasileiros do
Planet
Hemp, que se apresentaram no Palco Butantã, mas pelas imagens que
apareciam no circuito de TV e pelo que ouvia, creio que
provavelmente fizeram um show que correspondeu muito bem à
expectativa de seus fãs, mas não prestei tanta atenção.
Mas vamos ao que interessa: o Pearl Jam, que retornou ao
Brasil em quase um ano e meio de sua última passagem, que lotou o
Morumbi em São Paulo/SP (
confira aqui como foi ) para desta vez, um
único show no Brasil, que sem sombra de dúvidas, levou a imensa maioria dos
60.000 presentes neste domingo a lotar as dependências do Lollapalooza. Para confirmar era só ver o tanto de fãs com camisetas
da banda e o tanto que cravaram sua base próxima ao Palco Cidade
Jardim.
Pouco
minutos depois do horário previsto Eddie Vedder
nos vocais e guitarra, Stone Gossard e Mike McCready
nas
guitarras, Jeff Ament no baixo, Matt Cameron bateria e excelente
Boom Gaspar nos teclados e piano, subiram no palco até que
discretamente e iniciaram com a bela Elderly Woman Behind The
Counter In A Small Town que inflamou a galera, trouxe muita
felicidade e fez a multidão cantar com Eddie Vedder esta música o
álbum Vs. de 1993.
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Depois retornam para o primeiro trabalho, o
histórico
Ten
de 1990, para a elétrica Why Go, que ao vivo mais uma vez, ficou ainda melhor e
causou aquele deslumbre no Lollapalooza, pois Stone Gossard
e Mike McCready solam suas guitarras trazendo a linha do Rock´n´Roll
americano, que emocionou a todos com sua junção com Interstellar
Overdrive do Pink Floyd. É o Pearl Jam gosta de surpreender.
E isso nos ligou a formidável Corduroy ( do Vitalogy de 1994
), que
fez as palmas explodirem e o frenesi aumentar ainda mais com a
atuação da banda, destacando-se novamente os solos da dupla de
guitarristas. E o Pearl Jam possui muitas músicas mais agressivas
como foi o caso da seguinte, a Comatose do álbum de 2006.
Depois, Eddie Vedder
pergunta em um português arrastado se todos estamos
bem, complementa dizendo que é uma bela noite e nos deseja Feliz Páscoa para então tocar
a Olé, uma porrada Punk que não foi gravada em cd ainda e seguem com
a intensa
Do The Evolution ( do Yield de 1998 ), que já posso dizer que foi um
dos grandes momentos da noite.
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Em
Wishlist, outra do Yield, recebemos os dedilhados
de
Stone Gossard e Mike McCready que ganham novamente um
alongamento Rock´n´Roll e aí reside uma das principais
características do Pearl Jam ao vivo, eles passam muito mais
energia por mergulharem mais no estilo que mais adoramos de música.
Em seu final, o vocalista
agradece com um “muito obrigado” e toca a agitada Got Some
( do Backspacer de 2009 ), mas para levantar a galera mesmo tocam o
clássico Event Flow ( presente no aclamado Ten ). Sim... tivemos uma
imenso regozijo durante os longos solos de guitarras e também
pela forma
que Eddie Vedder cantou. Enfim, a execução desta música foi um dos
momentos que não serão esquecidos neste show, pois todos cantaram,
pularam, enfim... foi mesmo uma catarse coletiva.
Depois chega a vez da introspectiva Nothingman do Vitalogy, que
acalmou um pouco e Insignificance, a única do Binaural (
de 2000 ) que Eddie Vedder,
meteu a mão na guitarra com uma ótima garra, coisa que ele fez na maioria das músicas e
participando de cada um dos seus riffs. Depois com muitos aplausos tivemos a Daughter que era uma das que eu mais aguardava -
pois em 2011 essa
não fez parte do set list da noite de sexta feira - e a reação dos
fãs foi cantar cada verso com Eddie Vedder.
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Agradecendo novamente
pelos aplausos o Pearl Jam inicia a 'pesadaça' World Wide Suicide
do
álbum de 2006 e não adianta, seu ritmo contagia e faz todos pularem com a
banda na hora. Antes de outro momento fantástico do show, Eddie Vedder
fala novamente com os fãs e então executam Jeremy, clássico
do primeiro cd que fez o Jockey Club ferver em contentação.
Como é
um costume da banda, mais uma que foi brilhantemente alongada em sua
versão ao vivo com muitos improvisos e com os pontos certos para que
cantássemos com uma potência que chegava até a encobrir a voz do
vocalista.
Aliás, este alongamentos de guitarras, baixo e bateria foram ligados
a Unthought Known ( do Backspacer ) recebendo muitas palmas no seu
andamento introspectivo que transforma em um Rock´n´Roll divertido
para ser apreciado num show. A acelerada State Of Love And Trust
( do
primeiro cd ) continua o espetáculo contagiando ainda mais cada um de
nós, especialmente pela distorção que eles fizeram nos solos de
guitarras, que foram repletos de muitas palmas.
Quem surpreendeu
nesta foi o baterista Matt Cameron, que encaixou um ótimo solo
que foi muito
bem acompanhado pelo baixista Jeff Ament enaltecendo ainda mais a
música. Para encerrar a primeira parte de mais de uma hora de show,
o Pearl Jam tocou a Rearviewmirror do Vs.
e sinceramente, a alegria
que estava sendo passada não nos fazia perceber o quanto o tempo passava e
nem pensar em olhar para o relógio.
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Durante os
minutos que pausaram o show, obviamente que os fãs gritaram
incessantemente o nome da banda e no retorno Eddie Vedder com uma garrafa de vinho nas mãos (
provavelmente um presente de
Maynard James Keenan do Puscifer ) pergunta se estamos
“Ok”,
agradece ao Puscifer, ao Kaiser Chiefs, ao The Hives, ao
The Killers e a outras bandas que participaram desta edição do
Lollapalooza em
um gesto de respeito e confraternização ao beber seu gole de vinho.
Terminado o discurso, hora de voltar a fazer a
multidão pular com o hit detonador Given To Fly do álbum Yield, que ao vivo fica
ainda mais avassalador. Mantendo o estilo mais Punk executam Not For You (Modern
Girl Tag) do Vitalogy para eletrizar a todos, mas o Pearl Jam
possui
músicas mais calmas também ( para alegria das mulheres ), que recebem
a linda balada Better Man cantando os versos com Eddie Vedder, e não
é que ele espertamente deixou cada um de nós cantar um bom trecho de seu começo
para posteriormente os cantá-los em um dos momentos mais belos do
show.
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Sabe quando chega a hora que as bandas nos enviam seus maiores
sucessos para que não tenhamos condições de ficar quietos? Bem,
sabiamente o Pearl Jam fez isso com a sequencia que teríamos a
seguir, pois quem consegue ficar parado ao ouvir a Black ( do cd
Ten
)? Essa quase fez a galera chorar de felicidade, pois o Rock´n´Roll
que o quinteto aplica ao vivo com várias improvisações
é outro daqueles momentos de se cravar na memória, tanto que te
recomendo a ver o vídeo dela no Youtube ou mesmo o show inteiro, se
ainda não viu.
Depois, Eddie Vedder
diz que eles adoram tocar no Brasil e para
homenagear os Ramones executam I´m Believe In Miracles com aquela
vigor Punk. Mesmo cada vez mais feliz da vida por estar novamente em
um show do Pearl Jam, sabia que o final se aproximava, mas as quatro
últimas que foram tocadas são para que este astral que sentia ( e
com certeza, compartilhado por todos os milhares de presentes ) se
perdurar por muito... muito tempo. Afinal, tivemos a rápida e pesada
Go ( do Vs. ) e a sensacional Alive, aliás seus primeiros acordes já a entregaram,
e aí vi uma histeria coletiva no Jockey Club. E como faz bem ouvir
um clássico desses vindo de uma banda que esbanja carisma e
vitalidade no palco.
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Em seguida, tivemos uma
pausa quase imperceptível, tempo apenas para que os músicos se arrumassem
para o brilhante encerramento do show e também do Lollapallooza com a maravilhosa versão de
Baba O´Riley do The Who e de forma mais lenta, Yellow Ledbetter
(
‘lado B’ do Ten )
nos mandaram para casa de sorrisos abertos sabendo que vimos mais
uma das mais primorosas apresentações do Pearl Jam em pouco
mais de duas horas.
Acredito que o
show no Morumbi em 2011 foi um pouco melhor por ter tido duas
músicas a mais, o som mais alto e mais bem melhor equalizado que nesta noite. E
detalhe essa imensa felicidade não era somente das pessoas, pois o
vocalista antes de sair nos agradeceu e elogiou dizendo: “Vocês são,
sem brincadeira, uma das melhores plateias do mundo" e completou:
"vocês têm feito coisas boas e estamos muito felizes por fazer parte
disso. Esperamos tocar aqui logo", devidamente enrolado em uma
bandeira brasileira. Por mais clichê que uma frase assim possa ser,
a verdade é que na maioria dos casos, os músicos se emocionam com o
calor recebido dos fãs brasileiros.
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Depois de assistir estas apresentações deste terceiro dia de
Lollapalooza concordo com a definição expressão americana dos
séculos XIX e XX, que significa "uma extraordinária ou incomum
coisa, pessoa, ou evento; uma exemplo excepcional ou
circunstância.", pois foi assim que me senti ao ver shows tão
diferentes como um The Hives ou a revelação Sarah Messias
com
seu Blues de primeira e tudo coroado com a excelente apresentação do
Pearl Jam. E posso concluir este texto dizendo algo que certamente
ficou na mente dos 60.000 presentes neste domingo no Jockey Club
- valeu e muito
estar presente no Lollapalooza.
Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos:
Dave Mead, Victor Nomoto, Cambria Harkey
Fernando Schlaepfer, Marcelo Mattina e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos Fabiane Alves, Miriam Martinez
e toda a equipe da
Geo
Eventos
pela atenção e credenciamento.
Abril/2013
Set List do Pearl Jam
1 - Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
2 - Why Go 3 - Interstellar Overdrive (Pink Floyd cover) 4 - Corduroy
5 - Comatose 6 - Olé 7 - Do The Evolution 8 - Wishlist
9 - Got Some 10 - Even Flow 11 - Nothingman 12 - Insignificance
13 - Daughter (W.M.A./It's Ok tag) 14 - World Wide Suicide
15 - Jeremy 16 - Unthought Known 17 - State Of Love And Trust
18 - Rearviewmirror
Encore: 19 - Given To Fly 20 - Not For You (Modern Girl
Tag) 21 - Better Man
22 - Black 23 - I Believe In Miracles (Ramones cover) 24 - Go
25 - Alive 26 - Baba O'Riley (The Who cover) 27 - Yellow Ledbetter
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