Steven Wilson - The Raven That Refused to Sing (And Other Stories) 2013 Tour
 Segunda-feira, dia 20 de maio de 2013
no Teatro Bradesco em São Paulo/SP

O gênio da música da atualidade voltou ao Brasil. Depois do show avassalador que o inglês Steven Wilson fez ano passado no Via Marquês ( confira como foi ), ele retorna aos palcos brasileiros para uma apresentação única no Teatro Bradesco. Muitos que compareceram ao Teatro Bradesco conhecem o músico pelo o trabalho junto a banda de Rock Progressivo Porcupine Tree, banda formada pelo músico em 1987 e atualmente parada desde 2009, já que o músico se dedicou a carreira solo desde o mega lançamento de Grace For Drowning, porém o que trouxe o músico de volta ao Brasil foi o recém lançado álbum The Raven That Refused To Sing ( And Other Stories )

    Como tradição no Teatro Bradesco, às 21 horas, mas lembrando que previamente desde quinze minutos anteriores ao horário previsto do espetáculo, era informado o tempo faltante, e no início digamos que foi a parte ruim do show, pois um vídeo com a lua, que retrata a capa do novo álbum, ficou lá entre nuvens passando com essa intro por pouco mais de meia hora cronometrados por longos minutos, que gerou algumas vaias e muitos não gostaram desta intro bem extensa.

    Luminol ( clássico do álbum The Raven That Refused To Sing ( And Other Stories ) ), a música de entrada fez todos esquecerem a lua e  o Teatro Bradesco vibrava e certamente, quase a totalidade dos que compareceram ao Via Marquês estavam de volta quando no pequeno break entre a parte I e II Steven Wilson levanta os braços e com um 'stop' a banda formada por Guthrie Govan ( guitarra ), Adam Holzman ( teclado ), Theo Travis ( flauta/sax ), Nick Beggs ( baixo e stick ) e Chad Wackerman ( bateria ) param a música.

    Steven Wilson fala então para o novo baterista da banda, que teria errado a entrada da música. "Desculpem, é a primeira vez que isso acontece", diz ele, voltando-se ao público. E então, avisa: "vamos voltar e fazer de novo e a canção volta a ser tocada novamente" e claro que o povo vibrou com a atitude dele.

    Drive Home e The Pin Drop duas que são também do novo álbum vieram na sequencia e aquele clima das músicas de Steven Wilson, com vários quebradas de ritmo ganham toda a plateia, pois estava claro estávamos diante de um grande show de Rock Progressivo.

    Então chegava o momento que quase o show vai para o "Lado Negro da Força" parafraseando a saga Star Wars ( aqui merece uma explicação maior, o Teatro Bradesco possui cadeiras marcadas dividido por setores e os preços variam por setor ), porém, após a faixa Postcard, do Grace For Drowing de 2011, Steven Wilson lembra que aquilo era um show de Rock'n'Roll e que não deveriam ficar sentados, mesmo não sendo um AC/DC, mas era Rock e convida todos a irem para a frente e a plateia o fez conforme solicitação do vocalista, fazendo uma correria bem engraçada para todos ficarem próximos ao palco, mas poderia ter sido muito perigoso.

    A pesada e recente The Holy Drinker veio depois, mas aí a plateia já estava ganha e o mesmo pano do início da apresentação do ano passado voltava a aparecer servindo para causar uma linda vista, especialmente quando a banda executava a faixa Deform To Form A Star do Grace For Drowing, que se ligou ao segundo vídeo introdutório da música seguinte, a nova The Watchmaker. Tocando na íntegra com o pano ainda na frente dos músicos. Claro que a iluminação no Teatro Bradesco, as imagens e os vídeos exibidos no telão eram perfeitos e como funcionavam em conjunto levaram o espetáculo a ter um efeito visual magnífico.

        Index ( outra do Grace For Drowing ) e mais duas do álbum Insurgentes de 2008 deram continuidade ao espetáculo, que pelas viagens propostas por Steven Wilson lembram muito do Pink Floyd, uma das influências declaradas do cantor. As escolhidas deste álbum foram a título, Insurgentes e uma das minhas preferidas de sua carreira solo: a Harmony Korine e nesta hora pensei: como essa banda e Steven Wilson conseguem criar vários climas em uma mesma canção? Creio que a resposta seria o seguinte: isso é o que destaca toda sua carreira solo, sem deixar esquecer da categoria da sua banda Porcupine Tree, que são perfeitas nesse quesito.

    "Este é o último show de uma grande turnê e continuamos nos divertindo", disse Steven Wilson e então pergunta se a plateia lembrava do começo do show ( aliás, como esquecer? ), afirmando que mesmo no fim da turnê seus poderes continuam funcionando. Enfatizou isso pelo fato da parada no meio da primeira música e reinício da apresentação, para então anunciar outra música fantástica, a No Part Of Me do Grace For Drowing.

    Ainda deste disco, Steven Wilson e banda executaram a Raider II, que foi perfeita em todas suas partes de sua longa e incrível duração. A banda terminou a primeira parte do show com a faixa título do recente álbum: The Raven That Refused To Sing ( And Other Stories ). Tenho que ressaltar aqui que foi um encerramento feito de maneira épica, grandiosa, fazendo todos os presentes no Teatro Bradesco aplaudirem de pé plenamente satisfeitos.

    Rapidamente eles retornaram e Steven Wilson brinca com a plateia dizendo: "se eu tivesse algum hit eu deveria tocar no bis". Porém, ele se lembra que não tem nenhum, e poderia tocar  que quiser, desta maneira mais descontraída o produtor e multinstrumentista começa  Radioactive Toy, única música do Porcupine Tree executada em todo set list. Outro vídeo fechou o show, culminando com uma espécie de caricatura de toda a banda em um encerrando magistral.

    Ao final, uma banda ovacionada com muitos aplausos, que em suas passagens no Brasil foram em diferentes turnês e eles fizeram dois grandes espetáculos, um show para se divertir, olhar e se entreter, pois as músicas bem tocadas pela banda de Steven Wilson são apenas uma parte do espetáculo que ele proporciona, o que temos é um verdadeiro show no conceito da palavra.

    Foram faixas clássicas, modernas de um compositor e músico surpreendente, que fez o show praticamente em seus dois últimos discos: o novo e espetacular The Raven That Refused To Sing ( And Other Stories ) e o antecessor Grace For Drownig e ninguém saiu infeliz por ele não ter baseado o set em sua banda, a qual ficou mundialmente conhecido. Gênios existem na música nos dias de hoje para fazerem exatamente o que foi visto no Teatro Bradesco e Steven Wilson é talvez o melhor exemplo.

 

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos para
Michele Menegatti do Teatro Bradesco
e à Tatiana Ito da T4F pela atenção e credenciamento
Junho/2013

Set List:

1 - Luminol
2 - Drive Home
3 - The Pin Drop
4 - Postcard
5 - The Holy Drinker
6 - Deform To Form A Star
7 - The Watchmaker
8 - Index
9 - Insurgentes
10 - Harmony Korine
11 - No Part Of Me
12 - Raider II
13 - The Raven That Refused To Sing

Bis:
14 - Radioactive Toy (Porcupine Tree)

Clique aqui e confira uma galeria com 107 do show
de Steven Wilson no Teatro Bradesco em São Paulo/SP

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