Stryper
Abertura: Triggerz
Domingo, dia 17 de fevereiro de 2013
no Carioca Club em São Paulo/SP

    Prestes a completar trinta anos tocando seu Heavy Metal Cristão pelo mundo, que nos rendeu grandes e clássicos álbuns, o Stryper finalmente retornou ao Brasil após seu ótimo show em 2006 no Via Funchal ( leia resenha ) para uma única apresentação em São Paulo/SP no Carioca Club e o melhor, com sua formação original.

    Esta curta tour pela América do Sul promove a coletânea o cd The Covering ( lançado em 2011 ) e o DVD Live in Jakarta Rock Land Indonésia ( de 2010 ), e vale lembrar que a banda está prestes a lançar o álbum Second Coming ( que tem mais regravações de grandes clássicos do Rock e Heavy Metal ) além de estar compondo para um novo álbum de inéditas. Antes de contar mais detalhes do show do Stryper, a noite de devoção tinha abertura do Triggerz.

Triggerz

    A banda brasileira Triggerz teve a honra de abrir o show do Stryper para um público presente no Carioca Club muito grande, aliás, as filas para entrarem no show estavam muito enormes antes da abertura das portas da casa. Quando adentrei ao Carioca Club poucos minutos antes das 19:00hs, cheguei no exato instante que o Triggerz iniciava seu show, que é baseado em um Hard Rock oitentista de nomes como Poison, KISS, Skid Row e Aerosmith com uma puxada para o Heavy Metal.

    E sabendo que seu tempo de apresentação seria curto, Levs no vocal e guitarra, Jeff no baixo e vocal, Ash no guitarra solo e Dão Foxx na bateria tocaram suas duas primeiras músicas, a Lets Get Crazy e a Shame On You sem intervalos, em um Hard'n'Heavy que deixou os fãs do Stryper prestando bastante atenção no show da banda de Jundiaí/SP.

    Então, o vocalista Levs pega o microfone e fala que é uma grande honra fazer o “esquenta” para uma das bandas que eles consideram como uma das suas maiores influências e Like An Animal mostra a cara do Heavy oitentista, com ótimos riffs nas guitarras de Levs e Ash, que vai pouco a pouco inflamando os fãs.

    Depois tocam uma mais voltada ao Hard Rock com Black And Blue e o empolgado vocalista diz que o Triggerz está com uma nova formação para então tocar Believe um 'Rockão' com fortes características setentistas.

    Para eletrizar ainda mais os fãs, o Triggerz relembra I'm Wanna Be Somebody do W.A.S.P. em uma boa versão que recebeu muitas palmas em seu final. Visivelmente emocionados pela oportunidade, Levs apresenta a banda e avisa que tocaria 'a saideira', que foi o ótimo Hard Rock de House On Fire.

    Embora, a grande maioria não conhecesse o quinteto, o Triggerz fez um ótimo show, deu seu recado, ganhou o respeito dos fãs do Stryper e provou que temos mais um bom nome no cenário.

Set List Triggerz

1 - Lets Get Crazy
2 - Shame On You
3 - Like An Animal
4 - Black And Blue
5 - Believe
6 - I Wanna Be Somebody (cover do W.A.S.P)
7 - House On Fire
   

    A ansiedade para ver o show somada com a possibilidade de conhecer os membros do Stryper em um Meet & Greet para quem comprasse seu material promocional fizeram que tudo que estivesse disponível para as vendas acabassem rapidamente e no intervalo entre o Triggerz e o Stryper foram realizados os sorteios para as pessoas que conheceriam a banda após o show.

 

Stryper

    Formada em 1983 no condado de Orange na Califórnia/EUA e com mais de 10 milhões de álbuns vendidos, o Stryper é um dos precursores do chamado White Metal, mas muitos fãs de Heavy Metal viram que a banda transpunha a fronteira religiosa com a categoria de suas músicas e passaram a acompanhar a trajetória da banda.

    Assim, ficava fácil entender porque o Carioca Club estava praticamente com todos seus espaços tomados nesta noite abençoada. Sim, abençoada mesmo, pois quando eram pouco mais de 20:15 e as cortinas foram abertas para Michael Sweet ( vocal/guitarra ), Oz Fox ( guitarra ), Tim Gaines ( baixo ) e Robert Sweet ( bateria ), começassem seu show, sentíamos um ambiente de paz no ar, com a benção de Deus, tal qual quando vamos em uma missa.

 

    Com uma frenética plateia que entoou os versos de Sing-Along Song momentos antes do show, o Stryper devidamente caracterizado com suas vestimentas pretas com detalhes de em amarelo, mesmo estando mais discretos em relação sua fase mais Glam dos anos 80. Dispostos a incendiar o espetáculo, o quarteto começou com To Hell With The Devil e confesso que não esperava ver essa maravilhosa canção, título do clássico álbum de 1986, logo na abertura do show.

    A energia criada por To Hell With The Devil mostrou a linha que o Stryper ia seguir nesta apresentação: torná-la marcante para todo mundo, pois sem pausar tivemos Sing-Along Song, que assim como a primeira, foi cantada em uníssono por todos. E aí cabe um comentário: o peso que o Stryper realiza ao vivo, vindo da bateria, baixo e guitarras é muito maior que qualquer fã possa pressupor ao ouvir o cd e eles passam uma vibração que não deixa ninguém parado.

    Muito carismático, Michael Sweet começa a falar com os fãs e agradece pela presença de todos, comenta um pouco sobre quem que estava no Carioca que havia visto a banda antes em 2006, e assim como eu, muitos ergueram as mãos.

    Em seguida, comenta do primeiro disco, diz que ama todos nós e agradece a Deus. Depois pede nossa ajuda ( como se precisasse ) para a execução de Loud And Clear do EP The Yellow and Black Attack de 1983 em mais outro Heavy de primeira.


    A magia positiva que era passada em cada uma das músicas continua com Reach Out do Soldiers Under Command de 1985 e o vocalista Michael Sweet mostrava que estava tão contente quanto nós na plateia, pois por várias vezes ele ia mais a frente do palco para comandar e aumentar vibração dos fãs.

    Além de ser cantada por todos, tenho que ressaltar a fascinante a atuação dos demais músicos, pois Oz Fox disparou solos cheios de técnica, Tim Gaines provou porque ele deixou saudades no baixo durante sua ausência e Robert Sweet nos enviou muita força de sua bateria. Em suma, isso é Heavy Metal meus amigos(as).

    Mais alguns agradecimentos e outro momento de pura comunhão entre banda e público com Calling On You do To Hell With The Devil ( aliás, metade do set foi baseada neste excelente cd ), pois durante o seu refrão todos cantaram os “oi..oi..oi...” além de sua letra, que contém uma mensagem evidenciando Deus, que poderia ser tocada em qualquer Igreja sem problemas.

    Ao longo do show pude ir observando como Michael Sweet é um grande frontman, pois mesmo com sua guitarra Flying V de listras amarelas, que a tocou sempre com muita categoria, o músico por várias vezes ia mais a frente do palco, andava de um lado para o outro para que pudesse ampliar ainda mais sua interação com os fãs.
 


    Com o nível sublime recebemos Free, que foi muito bem interligada com More Than A Man e com ambas do clássico To Hell With The Devil, a felicidade de todos os fãs no Carioca Club aumentava exponencialmente.

    Uma tradição dita por Michael Sweet que o Stryper sempre teve foi novamente realizada nesta noite, pois os músicos fizeram uma curta pausa, foram ao centro do palco para jogarem Bíblias e encartes de cd's, inclusive o batera Robert Sweet, que não estávamos conseguindo ver por conta do tamanho de sua bateria, veio a frente com seus cabelos bastante loiros quase Glam e calça de couro listrada. É, mesmo agora, o visual do Stryper mantém suas referências.

    Depois, o Stryper continua com o clima encantador - que não diminuiu em nenhum momento do show - e tocam então mais uma do To Hell With The Devil, a Surrender que além de todo o potencial que Michael Sweet possui em sua voz, entretanto, quem também chamou a atenção foi Oz Fox solando sua guitarra listrada com uma bravura que me leva a dizer: como são Heavy Metal estes homens do Senhor!!! E estes solos a ligam com The Rock That Makes Me Roll ( mais uma do To Hell With The Devil ) que também fez a galera agitar bastante.

    Em mais uma breve pausa, o vocalista relembra que veio no Brasil anteriormente e comenta também sobre o álbum The Covering, que eles decidiram regravar várias músicas de bandas que influenciaram eles e levaram o Stryper se tornar uma banda de Heavy Metal.

    As luzes ficam mais escuras e posteriormente, a mais um grandioso solo de Michael Sweet e Oz Fox nas guitarras trazendo então as primeiras notas de Breaking The Law do Judas Priest, que teve uma execução que alegraria o quinteto inglês ao ouvi-la tanto pelo peso instrumental quanto pelos vocais agudos do vocalista.

    Foi interessante notar também que Michael Sweet assumiu o posto de frontman de vez, pois deixou sua guitarra de lado para somente comandar os vocais do show, e além da sua já enaltecida e excelente voz, ele assume este papel com muito vigor.

    Sem diminuir a pulsação dos fãs tivemos em seguida, outra presente no The Covering ( de 2011 ), a Should It Out Loud do KISS, que levou o festivo clima do Rock'n'Roll por todo o Carioca Club, pois quem não cantava com a banda, certamente aplaudia no ritmo proposto pelo vocalista.

    Com riffs mais fortes na guitarra de Oz Fox,o quarteto toca com primor All For One e nos exibem o potencial Hard'n'Heavy desta música do álbum Against The Law de 1990 e ao seu final Tim Gaines jogou uma palheta que por pouco não sobrou nas minhas mãos. E por falar no baixista, que teve uma atuação irrepreensível, Michael Sweet o apresenta comentando de sua importância para a banda, e aproveita para apresentar também Oz Fox na guitarra e seu irmão Robert Sweet na bateria.

    Nesse momento, Oz Fox recebe uma nova guitarra para que, com a maioria das luzes apagadas no Carioca Club, desse início a sombria e histórica Heaven And Hell, cover do Black Sabbath imortalizada na voz do saudoso Ronnie James Dio, que provavelmente os fãs mais religiosos do Stryper podem não ter gostado muito, mas o que importa é que tocaram este verdadeiro hino do Metal com a precisão que deveriam tocar. Durante os solos cheios de magia de Oz Fox alguém jogou um urso de pelúcia e o vocalista o guardou como lembrança do show.

    Depois Michael Sweet pega sua guitarra novamente e junto com Oz Fox prepara uma nova sequencia de solos de guitarras para a música seguinte, porém os fãs surpreendem o Stryper ao começarem ao cantarem os versos de Soldiers Under Command “à capella”. Entendendo o momento, o vocalista nos acompanha naqueles momentos únicos de um show de Rock e diz que somos incríveis, maravilhosos, que nos ama, enfim, o calor do povo brasileiro realmente deixou os músicos emocionados.

    Posteriormente, com o peso que a música possui, Soldiers Under Command foi tocada para coroar a primeira parte deste sensacional show de Heavy Metal, sim Heavy Metal, eles são cristãos, mas passam suas mensagens positivas com músicas no estilo musical que mais amamos.

    A euforia dos fãs era percebida pelos incessantes gritos de “Stryper...Stryper!!!” ecoando por todo o Carioca Club clamando pela volta da banda, mas quem voltou foi Michael Sweet, que provavelmente desejou nos recompensar com a linda e comovente balada Honestly ( do To Hell With The Devil ) em um momento apenas de voz e piano ( sampleado ).

    No final, o vocalista diz que somos cantores maravilhosos e sinceramente senti um ambiente de muita harmonia. Para encerrar tocaram mais uma do seu 'discão' de 1986 com a rápida e pesada The Way, que finalizou um show memorável.

 

    Antes de irem embora em definitivo, todos os quatro músicos se dirigem à frente do palco, pedem silêncio, lembram quem Jesus Cristo é a pessoa mais importante e fazem uma  oração pedindo proteção a todos os fãs.

    Então se retiraram mesmo com os pedidos constantes de In God We Trust feitos pelos fãs, mas esta fica para a próxima. Muita coincidência que neste primeiro domingo da quaresma pude acompanhar uma celebração religiosa envolvendo o estilo musical que mais gosto.

    Que o Stryper retorne ao Brasil novamente para que possamos ser agraciados com seu brilhante com Heavy Metal definido no retroacrônimo criado pelo baterista Robert Sweet: Salvation Through Redemption, Yielding Peace, Encouragement and Righteousness. ( "Salvação Através de Redenção, Trazendo Paz, Encorajamento e Retidão" ).


Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Fernando R. R. Júnior
e Marcos César de Almeida
Agradecimentos a Costábile Salzano Jr. (The Ultimate Music - Press),
 a Dark Dimensions pela atenção e credenciamento e ao segurança Hamilton
Março/2013

Clique aqui ou na foto ao lado e confira a galeria de Fotos do Stryper e do Triggerz no Carioca Club em São Paulo/SP

 

Set List Stryper
1 - To Hell With The Devil
2 - Sing-Along Song
3 - Loud 'n' Clear
4 - Reach Out
5 - Calling On You
6 - Free
7 - More Than A Man
8 - Surrender
9 - The Rock That Makes Me Roll
10 - Breaking the Law (Judas Priest cover)
11 - Shout It Out Loud (KISS cover)
12 - All For One
13 - Heaven And Hell (Black Sabbath cover)
14 - Soldiers Under Command
Encore:
15 - Honestly
16 - The Way

Clique aqui e confira a galeria de Fotos do Stryper e do Triggerz no Carioca Club em São Paulo/SP

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