Jeff Scott Soto - Queen Tribute 2014
Abertura: Eric Martin
Sábado, 15 de março de 2014
no Bar do Bóris em Vinhedo/SP

    Mais uma vez, Jeff Scott Soto e Eric Martin, dois ícones do Hard Rock mundial realizaram uma longa turnê solo por várias cidades do país, e novamente, incluíram cidades do interior de São Paulo no itinerário, o que é muito bom, pois para quem mora longe da capital, tem a oportunidade de assistir ótimos shows sem ter que se deslocar por enormes distâncias.

    Nesta tour, nenhum dos dois está divulgando um disco novo, a proposta era reviver duas grandes bandas da história do Rock, o Mr. Big, banda da qual Eric Martin é o vocalista ainda e o Queen, banda que Jeff Scott Soto é fã confesso e declarada em 1997 quando participou do álbum Dragon Attack, A Tribute To Queen, e nestes shows ele está homenageando importância na história com sua hábil categoria. E a galera de Vinhedo/SP e das cidades vizinhas foram em um grande número prestigiar os shows.

Eric Martin

    Poucos minutos após meu rápido credenciamento, o vocalista nova-iorquino Eric Martin já estava no palco relembrando os grandes sucessos gravados por ele junto à Billy Sheeham no baixo, Paul Gilbert na guitarra e Pat Torpey na bateria. Entretanto, desta vez os companheiros de palco de Eric Martin foram Rogério Delayon ( guitarra ), Flávio "Jagger" Simões ( baixo ) e Teofilo Laborne ( bateria ).

    Infelizmente, alguns pequenos infortúnios para encontrar o Bar do Bóris, me fizeram perder as duas primeiras músicas do set do cantor, que foram a eletrizante Daddy, Brother, Lover & Little Boy do Mr. Big e a solo Wonderland, mas, cheguei a tempo de conferir a vibração da linda balada Wild World ( do cd do Bump Ahead de 1993 ), que foi tocada no violão sem a banda em um belo momento acústico acompanhado pelos fãs tanto nas palmas quanto nos versos, pois muitos cantaram o refrão.

    Ainda dessa forma acústica e mais introspectiva ele prossegue com Goin' Where The Wind Blows do álbum Hey Man de 1996 com direito a alguns "láláralá..lálá", que fizeram a alegria dos presentes. Com a plateia nas mãos, graças ao seu grande carisma e presença de palco muito grande, ele conversa um pouco com os fãs, faz brincadeiras e com a volta dos demais músicos no palco ele executa a ótima balada Shine, lançada em 2001 no álbum Actual Size, que nos trouxe uma boa aura de paz no ar pela sua versão bem mais calma tocada nesta noite.

    Em seguida, conversa com os fãs novamente e brinca com a galera falando do retorno do som e anuncia que a seguinte seria a Mary Goes´Round e com a guitarra de Rogério Delayon e os ótimos backing vocals de Flávio "Jagger" Simões recebemos linhas Rock´n´Roll empolgantes cantadas com muita dedicação por Eric Martin. Depois de muitas palmas, o frontman muito comunicativo ouve os pedidos dos fãs de uma ou outra música para ser a próxima, mas avisa que vai tocar o hit Take Cover, e vale dizer, a forma contagiante que esta composição gravada no Hey Man foi exibida não tinha como não cantar com ele e tenho que destacar o ótimo solo que Rogério Delayon realizou.

    Eric Martin estava se divertindo com o show, pois, além de interpretar muito bem as músicas, ele sempre fala alguma coisa para divertir os fãs durante o intervalo das músicas e com um belo rompante de guitarra, que contrariou a sequencia mais melodiosa do show até aqui, recebemos o Hard Rock mais elétrico de Undertow, do último lançamento de estúdio do Mr. Big, o álbum What If de 2010, que teve seu tempo para a galera assimilar, cantar com ele o refrão e sentir sua energia. E a ordem agora era de meter o dedo na tomada mesmo, pois ele prosseguiu com mais potência com Take A Walk, do primeiro cd do Mr. Big do ano de 1989, que agradou a galera completou os versos sempre que ele pedia.

    Eric Martin pega um violão novamente e apresentou cada um dos músicos que estão lhe acompanhando nesta turnê, e ao anunciar o primeiro, o baixista Flávio "Jagger" Simões e os fãs não gritarem um "yeaahhh" adequadamente, ele falou seu nome novamente e nos pediu para berrar como ele queria, depois apresentou Rogério Delayon e enalteceu Teofilo Laborne na bateria, dizendo que é um dos melhores bateristas do Brasil e que em suas passagens por aqui sempre gosta de contar com ele nas baquetas.

    Depois disso, hora de enviar uma flecha direta no coração de todos os presentes com o super-sucesso To Be With You ( do Learn Into It de 1992 ), certamente a balada melosa responsável por muitas pessoas conhecerem e a apreciarem o Mr. Big desde sua composição. E com um hit desses sendo cantado com todo o primor por um de seus criadores, a participação do público no Bar do Bóris foi intensa como deveria ser.

    Depois brinca em um ritmo totalmente estranho de algo que ouviu por onde passou e para a nossa sorte, ouvimos alguns repiques vindos da bateria de Teofilo Laborne que lembraram na hora Do You Love Me do KISS, mas foram modificados para Dont´Stop, um cover de Frankie Miller, que com seu andamento mais dançante e seus excelentes riffs de guitarra criou em uma sinergia muito grande entre banda e plateia, que aplaudiu e dançou o tempo todo.

    No término ele faz um charme dizendo que vai tocar uma mais ou duas mais, não se decide e enquanto enrola um pouquinho recebemos outra música cheia de balanço com Dancin' With My Devils do cd Get Over It de 2000, tocada com linhas de Blues Rock muito interessantes por Rogério Delayon, que emendou um solo de guitarra daqueles que não se esquece. E Eric Martin com toda sua capacidade do grande frontman que é... fez algo que é muito gostoso de se ver: fez evoluções nos vocais junto com o guitarrista, curtas, mas marcantes.

    Eric Martin pede para nós colocar as mãos no ar e diz: "Give me One, Give me Two, Give Me Three" e se despede para retornar poucos instantes depois enquanto os fãs gritam seu nome e os tradicionais "olê..olê...olê Eriiic Maaartiiin". Conversando novamente com os fãs e fazendo várias piadinhas, nos disse que ia tocar mais uma e então tocou a frenética The Whole World´s Gonna Know do Bump Ahead, que contou com um vigoroso solo de Rogério Delayon ( deu para entender porque ele está fazendo as vezes de Paul Gilbert nesta tour ).

    Eric Martin realizou um excelente show de aproximadamente uma hora como era esperado e que mereceu cada uma das palmas que ganhou do público que praticamente lotou o Bar do Bóris. Poderia até dizer que ele deveria ter apresentado mais músicas de sua carreira solo, mas aí a intensidade que foi o show não seria a mesma, então, decisão muito acertada tocar só canções do Mr. Big.

    Fãs do quarteto de Hard Rock como eu poderiam enumerar umas dez outras músicas que poderiam fazer parte do set, mas sem problemas, elas ficam para quando o Mr. Big estiver em turnê novamente e passar no Brasil, como fez em 2011 no HSBC Brasil em São Paulo/SP ( confira resenha ). Valeu Eric Martin pela apresentação bela apresentação e que agora que 'conhece' o interior, volte sempre.

Set List de Eric Martin

1 - Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)
2 - Wonderland
3 - Wild World
4 - Goin' Where The Wind Blows
5 - Shine
6 - Mary Goes'Round
7 - Take Cover
8 - Undertow
9 - Take A Walk
10 - To Be With You
11 - Don´t Stop
12 - Dancin' With My Devils
13 - The Whole World´s Gonna Know

Jeff Scott Soto

    O nome de Jeff Scott Soto veio à tona no mundo do Rock graças ao polêmico guitarrista sueco Yngwie J.Malmsteen, quando gravou os vocais dos álbuns Rising Force ( 1984 ) e Marching Out ( 1985 ). Depois que saiu da banda de Malmsteen, Jeff Scott Soto gravou com nomes como Alex Masi, Journey, Axel Rudi Pell, Soul Sirkus, Kryst The Conquerors, Trans-Syberian-Orchestra e também criou os grupos Talisman, Human Clay, Humaninal, Takara e W.E.T., além de uma produtiva carreira solo e participações em álbuns de muita gente boa.

    Incansável, o também nova-iorquino da região do Brooklyn galgou uma frutífera carreira solo com vários excelentes álbuns lançados, e não contente com tantas boas produções e atuações seja ao vivo ou no estúdio, em 2003 ele gravou o álbum Jeff Scott Soto - The JSS Queen Concert, em uma convenção de fãs do Queen e deste álbum foi extraído praticamente todas as músicas do show desta noite.

    Pouco depois da meia noite, Jeff Scott Soto e sua banda subiram no palco para registrar um show que seria impecável, senão fossem alguns problemas que abordarei ao longo desta resenha. Estiloso, Jeff Scott Soto entrou com óculos escuros, bandana de caveiras, braceletes, lenço no pescoço, enfim, visual Hard Rock como manda o som e disposto a cravar um grande show, que começou com Let Me Entertain You, que é um excelente convite para que todos se concentrassem no palco e vislumbrassem cada movimento no palco deste grande frontman, presente pela primeira vez no Bar do Bóris.

    E a banda formada por Márcio Sanches ( guitarra ), Henrique Baboom ( baixo ), BJ ( guitarra/teclado ), Edu Cominato ( bateria ) dispararam eficientes e afiados solos que intensificaram o poderio do show. Por onde se olhava era sorriso em todos os presentes, pois cantar músicas gravadas por Freddy Mercury não é uma tarefa para qualquer um, tem que ser muito bom para conseguir cantar com primor e Jeff Scott Soto é realmente perfeito para isso.

    Depois da abertura, que esquentou bem os fãs tivemos o Heavy Metal de Tie Your Mother Down encerrada com um longo grito de Jeff Scott Soto. Sem delongas, ouvimos a combinação dos toques do baixo de Henrique Baboom que denunciam Another One Bites The Dust, sucesso imortal do Queen que Jeff nos fez participar com "Yeeah... yeeeahh.. yeeeahh..." em suas evoluções vocais, que seguiram num frenesi muito gostoso e divertido, que ficou ainda melhor quando o vocalista solicitou que nós gritássemos com ele alguns trechos.

    Na primeira pausa ele emendou um "du caralho Vinhedo" e comentou que nesta noite teremos muito do Queen e de sua participação no Motorcycle Rock Cruise, dias atrás. Instantes depois, os teclados de BJ e a guitarra de Márcio Sanches trazem os primeiros acordes de I´m Want To Break Free, que por se tratar da grande canção que é foi cantada a plenos pulmões pela maioria dos presentes. E nesta tenho que destacar o solo do guitarrista Márcio Sanches, que ficou no mesmo nível de categoria de Brian May.

   

    E falando em solos de guitarras que deixam sua marca, o seguinte não foi diferente, pois tivemos aquele que introduz o Rock´n´RollKeep Yourself Alive prosseguindo com o clima de alto astral do show, com outra grande atuação do frenético Jeff Scott Soto, que se movimentou muito bem pelo palco. Sem parar eles tocaram a sensacional Crazy Little Thing Called Love, música do Queen que pelo seu ritmo historicamente gostoso de se ouvir não deixa ninguém parado e quando chegou o momento das palmas, todos aplaudem e cantam com Jeff Scott Soto em uma harmonia muito bonita, que provavelmente deve ter agradado o cantor. 

    Em uma nova pausa para conversar com a plateia, o vocalista conclama para que nós gritemos para ele e enumera quais são as coisas que mais gosta no Brasil, primeiro a caipioska ( aliás, é difícil ver um músico tão apaixonado assim pela bebida, talvez Geddy Lee do Rush goste tanto ), e pede uma para seus roadies, que a trazem prontamente, e ele pede entoemos um "vira...vira...vira..vira...virou" enquanto degusta em uma golada só e compartilha com seus colegas de palco.

    Depois, fala que a segunda coisa que mais adora no Brasil são as mulheres de bumbum avantajado ( não com estas palavras, mas enfim, você entendeu ) e essa deixa deu a dica da música seguinte, a clássica Fat Bottomed Girls, que contou com um solo grandioso de Márcio Sanches e inteligentemente, Jeff dividiu os vocais conosco aumentando assim a delicia de curtir essa canção.

     Em seguida, Jeff agradece nossa presença e apresenta a banda, elogia os músicos e ao apresentar o guitarrista Márcio Sanches disse que é o "Brian Maybe" da banda, uma contração do nome do guitarrista do Queen com a palavra talvez e foi apresentado por ele assim "na maravilhosa voz... Mr. Jeff Scott Soto" e ganhamos outro grande hit implacável do Queen com Hammer To Fall, onde o vocalista deu outro show de interpretação e nos relembrou muito o lendário Freddy Mercury. E devo comentar um detalhe, Jeff Scott Soto manda bem tanto nas músicas dos anos 70 do Queen quanto nas dos anos 80, ou seja, versatilidade é com ele mesmo. Entretanto, quem merece ser destacado novamente é o guitarrista que registrou outra sequencia de solos impecáveis.

    Quase não acreditei quando vi que a seguinte era a I Want It All, e nesta Jeff Scott Soto soltou a voz mesmo, era de se fechar os olhos e imaginar que você estivesse vendo o Queen. E mais surpreendente ainda foi apreciar o solo puramente Metal que a banda fez na parte final para devolver a bola para Jeff finalizar a música naquele trecho típico Rock Arena, que fez todos cantaram com ele mais uma vez.

   

    E a sequencia de mais pesada continua com a destruidora Stone Cold Crazy, onde destaco os trechos que Jeff cantou quase de uma vez e a eletricidade dos solos de guitarra, simplesmente uma sonzeira. Em mais uma breve pausa, ele pergunta se gostamos de caipiroska e toma mais uma, realmente Jeff Scott Soto apaixonou na nossa famigerada "pinga com limão" e tivemos mais um momento "vira...vira...vira..vira...virou", nesta hora ele comenta que o guitarrista tem 66 anos de idade e este faz com os dedos que não, para risos gerais. E então nos dedillhados no violão de Márcio Sanches temos um momento lindo do show: Jeff Scott Soto canta o mega-sucesso Love My Life, que assim como no passado quando tínhamos Freddie Mercury e Brian May no palco e era acompanhado por todos, fato que não foi diferente neste show no Bar do Bóris.

   Jeff Scott Soto aprendeu bem a expressão "du caralho" e tira o maior sarro disso, emendando outros palavrões e nesta linha bem descontraída ele começa a brincar com a sua potente voz, procurando alguns agudos que Freddie Mercury fazia sem se esforçar, e vale dizer, Jeff também não se esforçou para extraí-los de suas cordas vocais. E desta forma eles fazem todos cantar a Somebody To Love, e um sucesso setentista desses exibido de forma tão bonita, também foi um dos melhores momentos do show, pois ele nos fez bater palmas no ritmo música e comandou o coro.

    Podia ficar melhor? Bem em se tratando de Jeff Scott Soto prestando um tributo ao Queen, podia sim e a próxima do set foi simplesmente a balada Under Pressure, que é difícil de cantar, mas não para ele. Nesse clima oitentista maravilhoso tivemos a campeoníssima Radio Ga Ga, música que foi uma das responsáveis por eu tornar um apaixonado em Rock´n´Roll, e curti-la ao vivo vocalizada por um empolgado interprete como Jeff Scott Soto era para não se esquecer mais. E o espetáculo não baixou em nenhum momento baixou seu dinamismo, exceção feita a dois problemas no som, um no final desta música, mas tudo bem acontece e enfim, segue o show.

    Depois com os repiques certeiros feitos pelo baterista Edu Cominato cantamos e batemos palmas com o carismático vocalista a We Will Rock You, cujo solo de guitarra soou mais uma vez com muita técnica nos agradando ainda mais. E sem descansar tivemos a linda We Are The Champions, que fechou a primeira parte do set, com mais um problema e que certamente foram irritando o simpático Jeff.

    Sinceramente não imaginava que a espetacular Bohemian Rhapsody estivesse inclusa no set list do show e para minha alegria não só estava como teve uma versão soberba na voz de Jeff Scott Soto, que a cantou com a alma mesmo, de forma muito emocionante. Nos trechos que até o Queen usava samplers, apenas os fãs cantam felizes da vida e observavam Jeff reger nossas atuações, para que então Márcio Sanches detone com seus viris solos de guitarras e ele cantar com a sua tradicional firmeza.

 

   O encerramento seria fabuloso com The Show Must Go On, e até que estava literalmente arrepiante, pois esta música ficou marcada como a que "serviu de despedida" de Freddie Mercury quando ele nos deixou prematuramente. Quando todos estávamos viajando nas boas sensações que este som nostálgico nos trazia... o som teve problemas pela terceira vez e com este verdadeiro balde de água fria, Jeff Scott Soto ficou realmente irritado, agradeceu a nós todos pela presença, disse que nos ama, mas enfatizou que com tantos problemas no som não dava para continuar com o show e contrariando o título da canção, o show não continuou.

    Um final um pouco melancólico para uma exibição reluzente de Jeff Scott Soto. Se ele e Eric Martin planejavam alguma surpresa final, ou mesmo Jeff tocaria mais uma em homenagem aos seus fãs no Bar do Bóris nunca saberemos, uma pena estas infelizes ocorrências terem acontecido, o bom é que não tiraram o brilho dos dois espetáculos que presenciamos, pois, tenho certeza que a grande maioria foi embora para a casa feliz e sorridente pela revival do Hard Rock do Mr. Big e do Classic Rock do Queen. Que tenhamos mais shows como estes no interior de São Paulo também... pois, público para encher na totalidade lugares como o Bar do Bóris, por aqui tem de sobra.

Texto e Fotos por Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à Heloísa Vidal e equipe da Free Pass Entertainment
pela atenção e credenciamento
Abril/2014

Set List Jeff Scott Soto - Queen Tribute

1 - Let Me Entertain You
2 - Tie Your Mother Down
3 - Another One Bites the Dust
4 - I Want to Break Free
5 - Keep Yourself Alive
6 - Crazy Little Thing Called Love
7 - Fat Bottomed Girls
8 - Hammer To Fall
9 - I Want It All
10 - Stone Cold Crazy
11 - Love of My Life
12 - Somebody to Love
13 - Under Pressure
14 - Radio Ga Ga
15 - We Will Rock You
16 - We Are The Champions
17 - Bohemian Rhapsody
18 - The Show Must Go On

 Clique aqui e confira uma galeria de 88 fotos dos shows de Jeff Scott Soto e Eric Martin no Bar do Bóris em Vinhedo/SP

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