Rotting Christ - Brazilian Tour 2014
Abertura: Ocultan, Justabeli e Morte Negra
Domingo, 18 de maio de 2014
 no Hangar 110 em São Paulo/SP

    Hoje, o público que aprecia Heavy Metal em suas linhas extremas precisou  se dividir entre ir no show do Therion ( confira como foi ) e do Rotting Christ, a todos que pergunto, respondem que gostariam de ir aos dois shows, mas como caíram no mesmo dia tivemos de escolher entre um ou o outro. E este domingo, marcou a primeira vez que vejo um show do Rotting Christ, banda grega de Atenas, que se tornou uma das mais importantes do país formou-se em 1987 e desde então já prestigiou o mundo do Black Metal com doze álbuns de estúdio, muitos singles e alguns DVD´s.

    E esta atual passagem, o quarteto grego se apresentou também no Rio de Janeiro/RJ, em Limeira/SP, em Varginha/MG no Festival Roça´n´Roll e encerrariam a perna brasileira da turnê com este show de hoje. Chego às 18h e temos poucas pessoas na entrada do Hangar 110.

Morte Negra

    A primeira banda, a Morte Negra vem de Suzano/SP, é relativamente nova e conta com uma demo, a Metal Negro Ortodoxo lançada em 2009 e um cd, que saiu em abril desse ano, o Que a Desgraça Caia sobre a Humanidade. Os músicos sobem ao palco às18h30 e o figurino deles é composto de spikes e corpsepaint e abrem o set com a Ave Domini Inferi ( do Que a Desgraça Caia sobre a Humanidade ), eles são muito bons, uma pena que tem tão pouca gente na casa, mas quem está aqui, presta bem a atenção e quem está à frente do palco bangueia bastante, graças boa cozinha de Kingu no baixo e Azabua na bateria, que ao fim resultam em muitas palmas.

    Fernando Iser pergunta: "Eles estão entre nós ou nós estamos entre eles?" E com a resposta manda a Que a Desgraça Caia Sobre a Humanidade. Eles tocam muito bem, técnicos, mas com um quê de 'tupatupa' na bateria, me apaixonei, por essa com as mudanças de ritmo da música e esse vocal, baixista só nos bangues, a próxima é Apophis ( também do Que a Desgraça Caia sobre a Humanidade ) e o vocalista Fernando Iser sempre fala algo entre as músicas e levanta a palma da mão, mas eu nunca entendo o que é, porque a voz limpa sai baixa no microfone.

    Iluminatti ( outra do Que a Desgraça Caia sobre a Humanidade ) vem brutal e é respondida a altura com palmas e punhos ao ar, a casa vai enchendo aos poucos e quem vai chegando vai curtindo as músicas. Em seguida, Fernando saúda: "Salve Seth!" e assim começam de forma nervosa a canção do Metal Negro Ortodoxo com mais gente bangueando, no fundo do palco tem uma bandeira com o nome da banda.

    O Despertar ( também composta no Que a Desgraça Caia sobre a Humanidade ) foi a próxima do set e no meio da música, tem uma parte que ele faz vocal limpo, e realmente soa mais baixo, mas quando a música está pegando fogo no gutural, o microfone volta a ficar bom.

    Temos bem mais palmas agora, Fernando Iser diz: "saudamos a todos os presentes" e ele também comenta sobre todas as bandas que vão tocar essa noite, manda um salve para todas e para nós também, porque fazemos noites como essa acontecer e ajudamos o Metal Negro Ortodoxo a se espalhar ( metal negro ortodoxo... Que nome da hora! ). Eles começam a música Metal Negro Ortodoxo, que vem com belos riffs que empolgam os presentes e sua letra fala sobre orgias noturnas,... como não se empolgar, não é? Enquanto isso, Azabua arrasa na bateria, com cara de quem nem ta fazendo esforço! Quando crescer quero ser assim também. Acabou às 19h, enquanto alguns mais sensíveis reclamam que o Fernando Iser nem deu 'tchau', eu afirmo: gente é muita banda... tem que sair rapidinho do palco... fazer o que?

Set List do Morte Negra

1 - Ave Domini Inferi
2 - Que A Desgraça Caia Sobre a Humanidade
3 - Apophis
4 - Iluminatti
5 - Seth
6 - O Despertar
7 - Metal Negro Ortodoxo

Justabeli

    Vinte minutos depois, o trio Justabeli composto por War Feris no baixo e vocal, Victor Prospero na guitarra e vocal e Marcelo Furlanetto na bateria invade o palco do Hangar 110 com o seu War Metal do ABC, que já possui mais de 10 anos de estrada, dois álbuns e vários shows por todo Brasil. Eles trazem mais adereços no palco: uma bandeira no fundo com o nome da banda e um tipo de camuflagem na bateria. Eles são lindos e sarados, em suas calças apertadas! E logo de cara, o baterista e vocalista War Feris agita: "Saúdem a satã!" e começam o show com a Die In The War ( do The War Never Ends, futuro álbum sem data para lançamento ). O Justabeli segue uma linha mais Old School em relação com a primeira banda. O pessoal agita junto com o baixista War Feris e o guitarrista Victor Prospero com um figurino com menos spikes, sem corpse paint ( comparando com o Morte Negra ), mas com bastante estilo.

    War Feris comenta sobre a volta da banda, depois de um bom tempo parados e do futuro segundo cd, o The War Never Ends, ainda apresenta Victor Prospero, que faz uma firula para nós e o baixista War Feris aprova, se volta para o público e diz: "Agora sim!" e todos sorriem no palco ao iniciarem a Soldiers Of Satan ( do vindouro The War Never Ends ). E na frente, tem uns fãs que cantam junto. Enquanto War Feris e Victor Prospero vão andando pelo palco, trocando de microfone, tocando e bangueando, a galera cada vez mais se rende ao som dos caras. E Victor Prospero cumprimenta a todos e os conhecidos o cumprimentam de volta. Já emendam a veloz Grito de Guerra ( gravada no Hell War, o debut de 2008 ), totalmente em português, alguns cantam junto do inicio ao fim.

  A ‘Cause the War Neverends ( mais uma nova do The War Never Ends ) começa como uma marcha de guerra, no início da música, o guitarrista Victor Prospero faz uma cara de ih! Errei o riff...'Sem problemas! Afinal, essa música é irada, uma pena que tenha tão pouca gente para assistir. War Feris agradece os organizadores do evento e que dedica a matadora Satan's Whores ( também do The War Never Ends ) a um amigo que não identifiquei quem é. No palco o clima de amizade é evidente, com esses riffs empolgantes as pessoas prestam bem atenção e bangueiam de leve, os mais chegados à banda, gritam lindos e pedem baquetas... ehh intimidade!

    War Feris avisa que a seguinte é a saideira e então Hell War ( título do disco Hell War ) vem destruindo tudo com muita animação do povo da frente. Mas nem bem acaba a música, param tudo e apagam a luz, os músicos agradecem e vão cumprimentar o pessoal na ponta do palco. De tanto um amigo insistir, o baterista Marcelo Furlanetto joga mais uma baqueta para os fãs-amigos da banda ( mas... ela meio que acerta a cabeça de alguém ) e não satisfeitos, os músicos ainda vêm até a ponta e cumprimentam na mão os fãs para terminarem sua apresentação às 19h50.

Set List do Justabeli

1 - Die In The War
2 - Soldiers Of Satan
3 - Grito de Guerra
4 - ‘Cause The War Neverends
5 - Satan's Whores
6 - Hell War

 

Ocultan

    Às 20h05 num clima soturno com alguns adereços no palco, como cruzes de cabeça para baixo e tridentes, sobem ao palco os músicos, Magnus Hellcaller no baixo, Malus na bateria, Lady Of Blood na guitarra e Count Imperium no vocal.  O Ocultan de longe a mais ativa das bandas de abertura, com seus oito cd´s gravados, ótimas criticas da mídia especializada, shows pelo Brasil e um vocalista que já tocou em todos os instrumentos, até ser finalmente assumir apenas o microfone ( sim ele começou com o baixo, foi para a guitarra, depois assumiu as baquetas, um multi-instrumentista à serviço do Black Metal! ). Eles começam com a Fúnebre ( do Shadows From Beyond de 2013 ), que inicia de forma mias cadenciada, mas logo o tom muda para um Black Metal raiz. Com todo esse potencial, mais e mais pessoas se aproximam do palco para conferir essa banda tão detalhista.

    Uma boa microfonia passou por aqui, enquanto o baixista Magnus Hellcaller segue pedindo aquele retorno esperto para o vocalista Count Imperium. Os músicos vêm vestidos a caráter, temos spikes, calça colada, corpse paint e até Count Imperium vestindo a batina do mal! Agora eles vão de Morto e Enterrado ( também do Shadows From Beyond ) e sempre para um cara alto na minha frente, só pra dificultar a vida dessa baixinha! Muitos aplausos e gritos, Count Imperium agradece a organização e todos que fizeram questão de chegar mais cedo esta noite para prestigiar as bandas nacionais. Muitas câmeras ao ar, alguns cantam junto, Count Imperium agradece com um "valeu! Por favor, aumentem o retorno do batera e baixo".

    Count Imperium avisa: "essa é para o Senhor das moscas, belzebooodi!" ( ok... ele não colocou o bodi no final ) e então tivemos a música O Orgulhoso Exu Beelzebuth ( gravada no Lembranças do Mal, A Crucificação de 2002 ) e essa é matadora, o pessoal está suave, a guitarra parece enorme na mão de Lady Of Blood ( que, aliás, é muito linda e com uma guitarra desse tamanho também deve ser bem forte ). Alguns cantam junto o refrão, Count Imperium levanta o punho e uma boa parte repete o gesto com ele. E sempre que acaba uma música, ele repete o clássico "valeuuu" e ainda fala mais alguma coisa que eu não entendo. Mas quem está mais perto responde com um "é isso aí!".

    A próxima é a Fuck Your Religion ( do Shadows From Beyond ) e o nome dessa música é da hora! Noto que Magnus Hellcaller tem um jeito engraçado de usar a palheta, todos os músicos tocam bem concentrados e noto que Count Imperium está suando em bicas dentro daquela batina. Bem, a música também vem destruidora e é minha favorita dos caras, ao final o vocalista diz: "valeu! Brasil Black Metal!".

    Unguia Unketa Muki Azan Akodi ( do álbum Atombe Unkuluntu de 2010 ), quando ele fala o nome da música, parece que ele esta falando chinês, ela começa com um 'hohohoh'. Galera acompanha de boa, os mais fãs da banda se acabam nos bangues e todos os outros estão curtindo o show tranquilos, mais uma vez ele levanta o braço e acompanhamos com os punhos ao ar. Emendam instantes depois O Caixão ( do The Coffin de 2003 ), que trás um pequeno caos, mais gente cantando junto agora, em alguns momentos parece que o Count Imperium vai engolir o microfone de tanto que consegue abrir a boca. Muitas palmas, a galera grita: "Ocultan, Ocultan!".

  Na Shadows From Beyond ( a título do álbum Shadows From Beyond ), o vocalista Count Imperium pede "para destruir essa porra!". Essa acorda quem estava de braços cruzados e o vocalista vai até a frente do palco para cumprimentar um fã, enquanto ouvimos os riffs animais dessa música. No meio dela temos um empolgado gritando "Ocultan!" e Count Imperium faz três 'chifrinhos' com os dedos ( tipo um tridente ) e diz: "Valeu, valeu porra! Obrigado, galera... os tridentes estão prontos para a batalha". E mais gente grita o nome da banda, e o quarteto toca em seguida O Triunfo da Escuridão ( do Atombe Unkuluntu ), mais e mais pessoas vão chegando e se rendendo ao som dos caras, pelo menos da frente até o meio da pista.

    Lady Of Blood sempre banguea bastante, Count Imperium repete a sua fala novamente com outro: "obrigado, valeu!". O tempo está se esgotando e a próxima é do álbum Bellicus Profanus de 1999, a For The Supreme Occult, que agita bastante o povo e encerra o show. Algumas pessoas vêm mais à frente para cumprimentar o Count Imperium, que ainda está em cima do palco e pacientemente, ele aperta todas as mãos oferecidas e outros pedem músicas, e vai mais outro e vem mais um cara do fundo, que também quer apertar a mão do vocal, e este avisa que tem um stand com blusas e cd´s.

    Muitas palmas ao final, a galera representou nessa ultima música. Enquanto os músicos se retiram do palco e fecham as cortinas do palco, quem fica de fora? Sim... o nosso empolgado, simpático e suado multi instrumentista Count Imperium, que tenta cumprimentar cada pessoa na frente do palco. E essa parte acabou às 20h50, nesse intervalo a casa encheu mais um pouco, mas ainda havia bastante espaço, por aqui ainda, também muitos amigos, e está é a hora de encontros e piadas nesse meio tempo entre os shows.

Set List do Ocultan

1 - Fúnebre
2 - Morto e Enterrado
3 - O Orgulhoso Exu Beelzebuth
4 - Fuck Your Religion
5 - Unguia Unketa Muki Azanakodi
6 - O Caixão
7 - Shadows From Beyond
8 - O Triunfo da Escuridão
9 - For The Supreme Occult

Rotting Christ

    Rotting Christ é uma banda grega de Black Metal, alguns os chamam de Dark Metal, já que vão além do Black Metal criando um som único, também são percussores da mistura de peso com melodia, abrindo novas possibilidades para as bandas de Black da época. Com mais de 20 anos de estrada e tantos cd´s aclamados por público e crítica, já vieram no Brasil em 1998, 2006 e 2013 ( confira resenha do show no Rio de Janeiro/RJ ).

    Às 21h15 começam uns ruídos, na pista enquanto uns já gritam nomes de músicas, outros querem espiar por debaixo da cortina do palco. Cinco minutos depois, abrem as cortinas e a frase deus grego nunca fez tanto sentido para mim, só homem lindo nessa banda! Gritamos muito. No fundo do palco tem uma bandeira escrita Rotting Christ, agora o povo se amontoa todo na frente do palco. Eles vem com a envolvente Χ Ξ Σ (666) do último álbum, o Κατά τον Δαίμονον Εαυτού de 2013. As câmeras e os punhos para cima, de costas o Sakis Tolis levanta o braço para nós o acompanharmos no 'hey'.

  Sakis Tolis nos saúda: "Olá Brasil! Olá São Paulo!" Todos os músicos cantam a pesada Dub-sag-ta-ke ( do cd Aealo de 2010 ). Algum empurra, empurra e galera cantando na pista, todos os músicos bangueam com vontade e Sakis Tolis sempre amigável, tem um belo sorriso no rosto. Infelizmente, nesse momento um cara enlouqueceu e a banda teve que parar de tocar. Ele estava tão doido, que espalhava socos por aí, mas rapidamente é retirado da casa. Sakis Tolis pergunta se está tudo bem aqui embaixo, se estamos nos divertindo e começam a empolgante Athanati Este ( do álbum Sanctus Diavolos de 2004 ). Eles tocam bem perto da ponta do palco e o guitarrista George Emmanuel interage bastante com a galera. E de empurra, empurra, pra cá, gente pulando pra lá; eu consigo ficar mais perto do palco.

    Agora vem a grandiosa ( sério! Parece que estamos no meio de um ritual de magia ) Kατα Tον Δaiμονα Εαυτου ( título do álbum Κατά τον Δαίμονον Εαυτού  ) essa música tem um clipe bem legal, todo trabalhado nos cortes e no Black, cheio de uma atmosfera tensa, e para quem não conhece o último álbum é a minha dica pessoal. Bem, a galera agita e canta junto, os músicos se abaixam até nós enquanto tocam, também fazem poses, caras e bocas para nossas fotos, Sakis Tolis animado pede: "Put your hands in the air São Paulo! Obrigado São Paulo!" e ele fala algo em grego também, mas, se o inglês já é difícil para eu entender... Imagine o grego! Ele completa: "Is good to be back! Are you ok... with that?"

    King Of A Stellar War
( do cd Triarchy Of The Lost Lovers de 1996 ) foi a seguinte e Sakis Tolis fanfarrão que é... faz um gesto como que para nos ouvir, e nós nos esgoelamos para ele. Este gesto foi repetido umas três vezes mais e essa música é cantada a plenos pulmões no refrão "to the divine war, king of a stellar war". A cara do guitarrista George Emmanuel é de satisfação pura, Sakis Tolis finaliza com um "Well Brasil!".

    Os fãs entregam uma bandeira do Brasil escrita Rotting Christ para os músicos, Sakis Tolis pede roda e a galera obedece, e ai de quem ficar na frente do povo durante a roda, vai rodar também. Assim, The Sign Of Evil Existence ( do Thy Mighty Contract de 1993 ) foi exibida e todos cantam apaixonados, muitos bangues violentos por toda a pista. Transform All Suffering Into Plague ( também do Thy Mighty Contract ) foi a próxima do show e adivinha? Mais empurra, empurra, só que comigo dentro! Tem pouca gente no mezanino, afinal para que ficar longe dos caras? Sakis Tolis, modelete, faz pose para os fotógrafos que estão do lado da pista, também pede "hey" no meio da música. Ele pergunta: "Como vocês estão?" e outros fãs mostram uma bandeira da Grécia, só que nas cores verde e amarela.

    Seguem com a Fgmenth, Thygift ( também do Thy Mighty Contract ) e lá vamos nós novamente, pois via-se o pessoal agitando, todos bem apaixonados, nos bangues e no final, Sakis Tolis anima com um "C‘mon Brasil". E completa em português: "um, dois, três, quatro!"... esses são os gregos mais brazukas que já vi! A próxima é Exiledar Changels ( outra do Thy Mighty Contract ), que traz outra sessão de empurra, empurra e para minha sorte acabo sempre indo mais para frente do palco. Sakis Tolis, o showman, para a música com um gesto da mão e pede: "Make some noise!" e respondemos com muitos... muitos gritos! Dessa vez consegui chegar tão perto do palco, que vejo os 'perdigotos' de Sakis Tolis quando ele canta, os músicos pedem "hey' e bangueam muito.

   Sakis Tolis agradece: "galera valeu!" A próxima é do álbum Apollyon ( de 1996 ) da banda Thou Art Lord a qual Sakis Tolis faz parte com o nome de Necromayhem ( os outros membros são: Gothmog da banda Soulskinner e Magus Wampyr Daoloth da banda Necromantia e Principality Of Hell ) e Societas Satanás é a música que eles tocam! Nesse momento, eu corro para o mais longe possível da roda, para me proteger, pois essa música traz o caos para o Hangar 110. O vocalista e guitarrista Sakis Tolis avisa: "Essa é do novo álbum Kata Ton Daimona Eaytoy", desta forma chega a vez da misteriosa e rápida In Yumen – Xibalba!, que acalmou os ânimos e ficamos só nos bangues e cantando. E o vocalista nos agradece.

    Quem descansou, não descansa mais, pois a próxima música é a animal Grandis Spiritus Diavolos. Os músicos sobem nos P.A.s enquanto cantam, essa é mais uma do último álbum. Sakis Tolis agradece a todos por terem vindo, muitos sorrisos na pista enquanto cantamos e o guitarrista George Emmanuel canta junto com o baixista Vagelis Karzis, os dois também nos acompanham no "hey" durante o refrão. Sakis Tolis vai até os cantos do palco para cantar bem perto da gente, até o escondido Themis Tolis se levanta da batera e pede "hey", sendo plenamente correspondido pelos fãs.

    Uma pequena parada e o povo empolgado pede mais músicas, porém, a escolhida é a The Sign Of Prime Creation do álbum Theogonia de 2007, que já começa com os dois pés no peito. O pessoal não faz roda ( acho que o gás da galera está acabando... ), mas nós bangueamos sempre e fazemos coro no refrão e um roadie ninja cuida da bateria durante a música, Sakis Tolis, o empolgado, não para de agitar em nenhum momento. A próxima era a minha favorita, tanto que não via a hora de ver ao vivo, começa com Sakis Tolis exclamando algumas vezes: "Non serviam!" ( do cd Non Serviam de 1994 ) e nós respondemos à altura: "Non Serviam!" E esta canção acorda o povo, pois foi um espetáculo de música e todos têm essa na ponta da língua. Sakis Tolis vai e faz um "huuu" em cada microfone do palco.

    A casa não está lotada, mas, a empolgação é total "Sakis Allrigth Brasil!" e o baixista Vagelis Karzis não se cansa e quer mais roda. Os músicos jogam água em nós e lá vai eu tentando salvar meu bloquinho. Sakis Tolis agradece por mantermos a chama do Balck Metal vivo e então anuncia: "Essa é do álbum Aealo!" e a hipnotizante Noctis Era foi tocada. Um dos caras do meu lado, está curtindo o som com os olhos fechados, no melhor estilo "good vibrations!" Sakis Tolis agradece novamente: "Thank you so much, thank you so much São Paulo, thank you so much Brasil!" e ele quer ouvir o nosso 'ôôôôôô' mais e mais alto! George Emmanuel vem para o nosso lado e entrega uma palheta na mão de uma garota aqui da pista ( sortuda! ). Eles vão saindo do palco enquanto gritamos "Rotting Christ, Rotting Christ!".

    Às 22h35 eles voltam, foi só o tempo de molhar o bico, Sakis Tolis abre a nossa bandeira e fala Brasil e diz: "Querem mais uma?" e isso dito também em português. Essa é a última da noite deles no Brasil e ele quer porrada. Archon ( do álbum Triarchy Of The Lost Lovers de 1996 ) começa e eu me pergunto 'será que vai ter roda? Claro que sim!. Mas, sem tanto sangue nos olhos, pois a galera está cansadinha - ago the seven go a galera quer bangues e cantar? E tenho um momento daqueles de cinema, que tudo diminui de velocidade quando o baterista Themis Tolis sorri para mim! Eu sei, eu só pequenininha, mas ele me viu com certeza...

  E como tudo que é bom chega ao fim em algum momento, os músicos vêm até nós para nos cumprimentar, entregar palheta e baquetas, as pessoas agarram a mão do guitarrista George Emmanuel como se ele fosse uma tábua de salvação e quase derrubam o coitado ( ok... eu tentei agarrar a mão dele também ), Sakis Tolis fala que nos veremos novamente. Na hora da foto conosco, ele abre a nossa bandeira do Brasil ( aquela que está escrita Rotting Christ ) e pede para todos levantarmos as mãos. Desta maneira o show terminou às 22h50, com Themis Tolis jogando as baquetas da morte, enquanto fecham as cortinas.

    Foi uma noite divertida, com diferentes estilos de Black Metal, para se escolher a sua favorita e escutar mais em casa; mesmo com uma reduzida audiência ( pois, foi dívidida com outro grande show ) os fãs representaram muito, tanto nas bandas de abertura, pois, prestaram atenção nas músicas e não teve aquele clássico: 'acaba logo', quanto na paixão com a principal, cantamos e agitamos tanto, que tenho certeza que esses gregos não veem a hora de voltar pro Brasil comer churrasco e beber com a gente.

Texto: Erika Alves de Almeida
Fotos: Erika Beganskas
Agradecimentos à Luciano Piantonni
e a TC7 Produções pela atenção e credenciamento

Setembro/2014

Set List do Rotting Christ

01 - Χ Ξ Σ (666)
02 - Dub-sa? -ta-ke
03 - Athanati Este
04 - Kατα Tον Δaiμονα Εαυτου
05 - King of a Stellar War
06 - The Sign of Evil Existence
07 - Transform All Suffering Into Plague
08 - Fgmenth, Thygift
09 - Exiledar Changels
10 - Societas Satanás
11 - In Yumen Xibalba
12 - Grandis Spiritus Diavolos
13 - The Sign of Prime Creation
14 - Non Serviam
15 - Noctis Era
16 - Archon

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