Toxic Holocaust - South American Tour 2014
Abertura: CxFxCx, Krow, Nervosa, Blasthrash e VoodooPriest
Domingo, 12 de outubro de 2014 no Clash Club em São Paulo/SP

    A passagem do Toxic Holocaust em São Paulo/SP foi marcada por um mini festival, pois tivemos cinco atrações como bandas de abertura e de várias vertentes de Thrash para todos os gostos: Thrash/Death, Crossover e até com formação apenas de mulheres.

    E o trio norte-americano formado em 1999 na cidade de Portland ( Oregon ) já lançou cinco álbuns de estúdio, sendo o último o Chemistry Of Consciousness o motivo da segunda visita no país, que levou a banda a se apresentar por várias capitais brasileiras e algumas cidades do interior também. A primeira passagem dos caras por aqui foi em 2006 e posso dizer que já havia uma saudade nos fãs por um novo giro.

    Com todas essas excelentes bandas de Thrash Metal, muita gente deixou de lado o fato de ser um feriado nacional e foi ao Clash Club para conferir os shows, entretanto, a galera foi chegando aos poucos, mas as bandas não esquentaram com isso e fizeram shows matadores, como vocês poderão perceber ao longo desta resenha.

CxFxCx

    Assim que chego ao Clash Club está tocando a banda gaúcha de Crossover Thrash CxFxCx formada atualmente por Renato no vocal, Felipe 'JR' e Joka nas guitarras, Gabas no baixo, Deniz na bateria tiveram a missão de abrir esse festival. Eles estão na ativa desde 1991, contam com um cd na bagagem, vários shows e a finalização do novo álbum, por enquanto temos apenas umas 20 pessoas dentro da casa e para compensar tão pouca gente por aqui, os músicos agitam em dobro durante as músicas: "Sai da Minha Frente", "CxFxCx", "Ninguém Te Controla" todas do cd Ninguém Te Controla de 2010, o guitarrista Joka é pura energia ele agita, pula e quase derruba os pedestais.

    O vocalista Renato comenta sobre o novo clipe e também sobre a cena musical nacional, logo mandam a Seja a Cena. Vão chegando mais pessoas aos poucos, quem está mais à frente do palco curte bem o som dos caras, mas acredito que eu tenha achado o fã número um da banda: o cara que não parou de tocar sua air guitar desde que cheguei. O vocalista Renato passeia pelo palco, enquanto o batera Deniz é só sorrisos e Gabas, o baixista todo concentrado, viaja olhando para cima durante as músicas. Tocam ainda "Mea Culpa", "Não Quero Isso Pra Mim" e "Fazer por Merecer". No palco, o telão exibe uma animação com fogo junto com o logo da banda. Outras que fizeram parte do show foram as músicas "Memento", "Cena Real", "Defenda-se" e "O Mundo Assombrado por Demônios".

   Renato agradece e avisa que a saidera é um cover de uma banda que eles gostam muito: a empolgante Stay Cyco da banda Bandanos ( essa música tem a participação de Tulio Dfc, Poney, Violator, Diogo Moreschi, Warsickness, entre outros ) foi um set bem rápido, sem pausas entre as músicas ( ok... apenas uma pausa quando o Joka derruba o pedestal em seu entusiasmo ) o som está um pouco estourado aqui na frente, ao final das músicas, os presentes respondem com muitas palmas e os músicos cumprimentam a galera, Renato desce do palco e entrega adesivos da banda para todas as pessoas da pista. Nesse intervalo as pessoas vão ver os estandes com blusas e cd´s das bandas que tocarão essa noite.

Set List do CxFxCx

1 - Sai da Minha Frente
2 - CxFxCx
3 - Ninguém Te Controla
4 - Mea Culpa
5 - Não Quero Isso Pra Mim
6 - Fazer Por Merecer
7 - Memento
8 - Cena Real
9 - Defenda-se
10 - O Mundo Assombrado Por Demônios
11 - Stay Cyco

KroW

    Às 17h20, começa o show dos músicos do Triângulo Mineiro 'From Hell', o Krow, banda de Death/Thrash na estrada desde 2007, além de um EP e dois discos lançados, hoje possui o seguinte line-up: Guilherme Miranda na guitarra e vocais, Cauê de Marinis no baixo, Jhoka Ribeiro na bateria, Lucas "The Carcass" Simon na guitarra. Eles parecem cada vez mais soltos no palco a cada apresentação que assisto, com muito mais bangues e mais atitude. Ainda bem que para assistir o show deles temos mais pessoas na casa curtindo, como pude observar nas três primeiras e destruidoras músicas do set, que foram "Relentless Disease", "Despair" e "Retaliated" ( essas duas últimas do cd Traces Of The Trade de 2012, confira resenha ).

    É impossível não segurar o riso quando Guilherme Miranda anuncia a “balada” do KroW: Endless Lashings ( essa música é tudo, olha o refrão 'Shall chop their heads, As the sleep, Blood and torture...' menos uma balada lenta ). O guitarrista Lucas "The Carcass" Simon nos incentiva com um "C’mon!" e empolga o pessoal, que estava mais para trás a se dirigir mais para a frente do palco. E são atendidos, pois mais pessoas vão chegando perto do palco, sempre muitas palmas em qualquer intervalo, até no meio de algumas músicas temos palmas. Guilherme Miranda agita: "Vamos Pow!". E o baixista Cauê de Marinis no melhor estilo cabelos invejáveis e enquanto que o guitarrista Lucas "The Carcass" Simon só nos sorrisos, enfim, com carisma que mostraram, os músicos dão sempre um show à parte, e neste clima tocam a seguinte, a Eidolon.

    Para enfeitar o palco temos um corvo na caixa de som e o nome da banda no telão junto com uma animação de chamas, só para ajudar nesse dia bem quente! Notei que também o roadie 'ninja' estava presente socorrendo os pedestais que caem ao longo do show e que a pequena galera estava se inflamando mais com o passar do show.

    Guilherme Miranda comenta sobre a música nova do novo EP Relentless Disease de 2014, a Whoreborn e todos bangueamos no ritmo dos músicos, notei que existiam algumas poucas câmeras por aqui, mas essa música mostra que os caras só melhoram a cada composição lançada. O vocalista Guilherme pede horns up e com a pronta resposta, o KroW se despede com a ótima Before The Ashes, título do primeiro cd de estúdio de 2009. O som do show saiu esquisito, embolado e cheio de sopro, com as caixas estourando um pouco, acaba às 18h50, com as pessoas gritando: "foda! Caramba! Pena que cheguei no final os caras são ótimos!"Guilherme Miranda agradece e se despede do palco junto com os outros músicos, que levam seus instrumentos e logo desmontam suas coisas, afinal, ainda temos muitas atrações essa noite.

Setlist do KroW
1 - Relentless Disease
2 - Despair
3 - Retaliated
4 - Endless Lashings
5 - Eidolon
6 - Whoreborn
7 - Before The Ashes

 

Nervosa

    Às 18h15, no palco, a linda vocalista e baixista Fernanda Lira anuncia: "nós somos o Nervosa e queremos ver todo mundo bangueando nessa porra!". Mais pessoas grudam na frente do palco e claro, muitas câmeras ao ar e muitos gritos da galera, uma leve microfonia acompanha a primeira música Twisted Values ( do debut ) Fernanda Lira canta para nós, cheia de pose, caras, bocas e bangues. O Nervosa é um Power Trio feminino de Thrash Metal de sampa na ativa desde 2010, que além da citada vocalista possui Pitchu Ferraz na bateria e Prika Amaral na guitarra e nesta pequena carreira já contam com participação em vários festivais e shows pelo Brasil, dividindo o palco com artistas nacionais e internacionais, agora na tour de divulgação do seu mais novo cd, o debut Victim Of Yourself de março deste ano.

    Fernanda Lira agradece quem veio essa noite, também as bandas que já tocaram e quem ainda vai tocar, lança os belos riffs de Justice Be Done, que resultam em muitas palmas e "uhhuls". Então, ela pergunta: "se está dando para curtir o Thrash Metal aew?" e reparei a guitarrista Prika Amaral tocando sempre muito focada, sempre muitos bangues e câmeras, enquanto a batera Pitchu Ferraz aponta para nós e fala: "é com vocês", muitos bangues palmas e gritos de linda, Fernanda Lira agradece os produtores e a galera que veio e temos em seguida, primeiro a destruidora Into Mosh Pit e depois já com a bela intro de Envious, que é a próxima a agitar a galera, ela pede 'hey' e o pessoal acompanha sempre.

    Uma apresentação cheia de energia, no fundo do palco a capa do cd, Pitchu Ferraz se levanta de sua bateria toda molhada de suor, mas sempre sorrindo, o pessoal pede música e grita muito, Fernanda Lira fala que não está se sentindo muito bem hoje, mas o Thrash não pode parar! E então, anuncia a música do novo vídeo clipe, a Death. O pessoal ama essa música, muitos bangues violentos, tem quem curte até de muletas essa noite, também temos um cara, que dá um berro tão alto que dá para escutar do palco. Com isso, Fernanda Lira para tudo e avisa que vai chamá-lo para cantar lá em cima.


    Ao final, ela agradece e apresenta Prika Amaral e a Pitchu Ferraz, avisa também que tem umas muambas da banda para vender nos estandes, para instantes depois começarem a brutal Urânio em Nós. Enquanto a galera grita: "Nervosa, Nervosa!" incessantemente elas emendam a Morbid Courage, que vem com microfonia, mais logo passa, Prika Amaral arregaça na batera mesmo, muitas palmas sempre. A vocalista fala que a próxima é Victim Of Yourself e temos um pequeno empurra-empurra de duas pessoas e anuncia a última, a galera da frente agita e mais para trás o pessoal curte de boa, a clássica e sorturna Masked Betrayer da demo Nervosa de 2012. Muitas palmas, elas se juntam na frente do palco e batem palmas para nós, tiram fotos nossas e acaba as 18h59, com vários marmanjos com sorrisos de orelha a orelha, que adoraram ouvir, mas principalmente VER essas meninas no palco.

Set List do Nervosa

1 - Twisted Values
2 - Justice Be Done
3 - Into Mosh Pit
4 - Envious
5 - Death
6 - Uranio em Nós
7 - Morbid Courage
8 - Victim Of Yourself
9 - Masked Betrayer

Blasthrash

    A banda paulistana Blasthrash chega às 19h10 junto com seu Thrash Metal oitentista e um público cativo que logo começa um empurra-empurra na frente do palco, já nas primeiras músicas, que foram Freedom Lies Dead e Violence Just For Fun, as duas do cd Violence Just For Fun de 2008, e a banda atualmente formada por Dario Viola nos vocais, Henrique Perestrelo e Hugo Golon nas guitarras, Diego Nogueira no baixo e Rafael Sampaio na bateria já está na ativa desde 1998, período que lançaram dois cd´s e o terceiro logo, logo está por aí. O vocalista Dario Viola canta sempre com uma cervejinha marota na mão e sorriso no rosto, muita gente curte o som dos caras, no palco o clima é de pura descontração entre músicos e plateia.

    No telão exibia a capa do álbum No Traces Left Behind de 2005 e a casa vai enchendo aos poucos. Aquela rodinha na frente do palco não para em quase nenhum momento, tem até meninas no meio e em retribuição os músicos animados bangueam sempre. Dario Viola agradece a oportunidade e pergunta se não vamos fazer um 'circle pit'... Ainda completa avisando que a próxima estará no futuro do cd é a On The Shores Of Uncertainty, música que mesmo sendo nova agita a galera.


    Uma menina sobe no palco e se joga de lá, era tudo o que a galera precisava para todo mundo querer subir também e se jogar, mas logo chega um segurança que corta a onda da galera, ao final, muitas palmas e gritos, o baixista Diego Nogueira tenta cantar em alguns momentos, mas o microfone de backing vocal parece desligado. Dario Viola nos agradece e anuncia a Nudityon TV ( do No Traces LeftBehind ) e o povo, que faz mais rodas, e agora ignorando o segurança, ainda pulam do palco, já os músicos apesar de banguear bastante não se movimentam muito pelo palco.

    A casa ainda não encheu ainda, nesse momento não tem nem metade de toda a capacidade de lotação. Ignorando tudo isso músicos e os fãs continuam agitando com as rápidas Sweet Taste Of Addiction ( mais uma nova ) e Collective Suicide ( do Violence Just For Fun ). Eles tocam uma música atrás da outra e o pessoal no meio não para um minuto, mas sempre saúda o Blasthrash com muitas palmas sempre ao final de cada uma delas. Diego Nogueira consegue achar um microfone funcionando e nos pergunta se o som está bom, ainda provoca Dario Viola falando que "ele não está gripado, isso é ebola!".

    Dario Viola para não perder a zueira vai e abraça os outros músicos para compartilhar sua ebola/gripe com todos. Mesmo com tão pouco tempo de show, todos os músicos estão molhados de suor por causa do calor de hoje. A divertida Possessed By Beer ( também do Violence Just For Fun ), que nome fantástico para uma música. Eles fecham o set rápido e divertido com um quê da banda alemã Tankard. Os fãs, claro, pedem mais músicas e aplaudem enquanto os músicos se despedem e desmontam seus instrumentos.

 

Setlist do Blasthrash

1 - Freedom Lies Dead
2 - Violence Just For fun
3 - On The Shores Of Uncertainty
4 - Nudityon TV
5 - Sweet Taste Of Addiction
6 - Collective Suicide
7 - Possessed By Beer

  

VoodooPriest

    Às 20h10, o quinteto paulista de Thrash/Death VoodooPriest vem quebrando tudo com a Dominate and Kill do debut Mandu lançado em junho deste ano. Esse é um álbum conceitual, que conta a história do herói indígena Mandu Ladino. A banda existe desde 2012 e o time dos caras é formado por Vitor Rodrigues ( ex-Torture Squad ) nos vocais, Renato De Luccas ( Exhortation ) e César Covero ( Endrah e ex-Nervochaos ) nas guitarras, Bruno Pompeo no baixo ( Aggression Tales e ex-CPM 22 ) e Edu Nicolini na bateria ( ex-Nitrominds e ex-Musica Diablo ).

    Durante essa primeira música temos uma microfonia chata, que aumenta com os agudos de Vitor Rodrigues. No palco temos o logo da banda nos bumbos da bateria e no telão a capa do EP VoodooPriest de 2013, mas a galera não faz roda, entretanto, temos todas as cabeças da casa balançando ao som dos caras.

    Vitor Rodrigues avisa: "Eai Headbanger! Nós somos o VoodooPriest! Religion In Flames!" E esta música traz riffs de guitarras que são incríveis. O vocalista é o cara que sente e interpreta as músicas e vemos ao final sempre muitas palmas e heys, quando ele nos pergunta:  "e aí...  tudo bem com vocês?" e também comenta ainda sobre o lançamento do álbum Mandu e fala que hoje é uma noite para celebrar o Metal com várias bandas e cada uma em seu estilo.

    Então, eles seguem o show com a matadora Warrior e Vitor Rodrigues faz pose e aponta para a galera, que reage com muitos bangues violentos e os músicos no palco também. Na pista, o pessoal tira muitas fotos, porém, também temos fãs que cantam juntos, temos amigos tentando um empurra-empurra e braços estendidos em direção da banda. Enquanto isso, mais pessoas chegaram, que deixaram a casa com mais ou menos duzentas pessoas.

    Cheio de pose começam a Eye For An Eye e a roda começa e vai aumentando, Vitor Rodrigues dramático no refrão aponta para os seus olhos e depois os da galera. Ele pede "hey" e a galera acompanha animada. Na pausa saem do palco Bruno Pompeo e Vitor Rodrigues ficando só o som da batera e guitarras, para a intro de Trail Of Blood, essa é fudida e dá uma acalmada nos ânimos, pois, a maioria escuta compenetrado.

    Vitor Rodrigues fala mais sobre o primeiro álbum, o Mandu, e avisa que o Mandu está em tudo, em todos os lugares e também dentro de nós ( achei fofo essas frases ). Dito isso, hora de executar a faixa título, a Mandu, que tem tudo para ser o hino deste álbum, o pessoal acorda e se junta nos 'heys' de Vitor Rodrigues, que bate palmas para nós aprovando o nosso entusiasmo. Já os guitarristas Renato De Luccas e César Covero, que se dividem em solos explosivos são caras e bocas no palco, mas a agitação acontece tanto na plateia quanto dos músicos, pois eles bangueam bastante. A minha volta muitos gritos como: "eee", "uhul", "du caralho".

    Vitor Rodrigues agradece a todos que tornaram esse festival possível e pede palmas para toda a equipe, também quer palmas para todas as bandas que tocaram, e o mais importante ele complementa ao dizer: "palmas para vocês que vieram em um domingo, prestigiar as bandas nacionais!"

Continuando seu show destruidor mandaram um trio matador com a "Warpath", "Swallowed by The Waters" e "We Shall Rise", que levantou os ânimos, criou rodas, pulos e gritos. Reparei que o baixista Bruno Pompeo é o mais tímido, mas volta e meia vem um pouco para frente do palco. Os músicos estão sempre centrados durante os riffs e Edu Nicolini não fica para trás descendo a lenha na bateria.

    A saideira vem do EP Voodoopriest com a Juggernaut, que é uma verdadeira pedrada nas orelhas, essa mais antiga é comemorada pela galera e pescoços quebram nessa última, os músicos empolgados saem do lugar comum tocando juntos e sincronizados. Bruno Pompeo é só sorrisos, enquanto Edu Nicolini é a concentração em pessoa. Nesse momento observo algumas pessoas se espreguiçando na pista ou trocando de pé. Uma parte do público está bem cansada ou a "animação" de pensar que amanhã é segunda.

    Ao final, muitas palmas e gritaria, Renato De Luccas e Cesar Covero jogam palhetas, já Vitor Rodrigues lembra que é momento especial para o VoodooPriest e pede para fazermos os "horns up" - o tradicional símbolo do Metal. Na hora da foto com a gente, ele incentiva a gritar mais e mais alto, e todos eles vêm até a ponta do palco nos cumprimentar, nos saúdam Renato De Luccas coloca a guitarra de lado e se joga no povo, que surpreso segura o guitarrista e o leva de volta logo para o palco. Uma parte das pessoas da pista, ainda ficam para cumprimentar os músicos, que vão recolhendo seus equipamentos, e as outras vão se espreguiçando aqui e ali. E quando eram 21h05 eles já estavam fora do palco após o seu excelente show.


Set List do VoodooPriest

1 - Dominate and Kill
2 - Religion In Flames
3 - Warrior
4 - Eye For An Eye
5 -Trail Of Blood
6 - Mandu
7 - Warpath
8 - Swallowed By The Waters
9 - We Shall Rise
10 - Juggernaut

Toxic Holocaust

    Muita gente ainda passeando, comprando camisa ou cd´s, conversando ou tomando alguma coisa e enquanto isso, vão arrumando o palco para a cereja do bolo: a banda americana de Thrash Metal Toxic Holocaust, que atualmente é formada por Joel Grind nos vocais e guitarra, Phil Zeller no baixo e Nick Bellmore na bateria. É uma banda que está há 15 anos na estrada, com ótimas influencias de nomes como Bathory, Slayer, Exodus, Motörhead, Kreator, Celtic Frost, entre outros. Já vieram ao Brasil em 2006 e hoje trazem a turnê de Chemistry Of Consciousness, o quinto álbum de estúdio da banda.

    No telão está a capa do último álbum e os testes de som deixam o povo, mais e mais ansioso. E exatamente às 21h35 começam os riffs da Awaken The Serpent, música do Chemistry Of Consciousness de 2013 com o trio começando na pressão, enquanto muita gente faz roda e sobe no palco, o roadie ninja tenta descer do palco quem sobe, mas depois do palco tem um degrau, então ele tira a galera no palco, que se esconde nesse degrau para subir de novo. Muitos pulos e gritos, um ser humano mais ousado além de subir no palco grita no microfone do backing vocal.

 

    O baixista Phil Zeller nos cumprimenta com um: "Chears!" E já mandam sem demora a old school: In The Name Of Science ( do álbum An Overdose Of Death 2008 ), o que aumenta ainda mais a roda na pista diminuindo a quantidade de pessoas na pista para segurar quem se joga do palco, alguns tem que pular de pé para não se esborrachar no chão, animado o idealizador da banda Joel Grind, pede uma roda maior ainda, quer uma roda que pegue toda a pista e o pessoal não se intimida quase pega toda a pista mesmo!

    Na sequência eles mandam duas composições matadoras do single Reaper's Grave ( de 2006 ) com a título Reaper’s Grave e a Death Brings Death. Entre elas, Joel Grind vem até a ponta do palco e agradece: "muito obrigado, são Paulo! Obrigado por virem hoje, quero ver os horns up!". Com a resposta da galera, ao final eles lançam a pesada I Am Disease ( do Conjure And Command de 2011 ), que já cativa nos primeiros riffs, que são acompanhados pelos "heys" da galera. O baixista Phil Zeller todo dramático interpreta a música, essa é a minha favorita da noite.

    Joel Grind nos pergunta: "Vocês estão prontos? Agora é a vez de War Is Hell!", que foi rápida e certeira, fez alguns fãs imitarem o 'tupa, tupa' do baterista Nick Bellmore no 'air drums'. Em resposta a energia vinda do palco todos gritamos juntos no refrão: "War Is Fucking Hell!" e o seu final mais cadenciado fez todas as cabeças balançarem ao som dos caras neste som gravado no cd Evil Never Dies de 2010, mas, que é uma reedição do primeiro álbum lançado em 2003. Mas é quando anunciam a viciante 666 ( também do Evil Never Dies ), que o que era bom fica ainda melhor, agora são quatro pessoas tentando se jogar do palco ao mesmo tempo!!! Joel Grind impressionado ao ver a cena diz: "vocês são loucos!".

 Mais e mais pessoas sobem no palco, Phil Zeller grita no microfone: "Cachaça!" A galera se joga e então ele continua: "essa é do álbum Overdose of Death: its Endless Armageddon" e após seu anúncio, vi que todos saíram cantando em uníssono pela pista, e no meio da roda tem uns 'zueiros' que fazem a dança da chuva.

    As enérgicas Agony Of The Damned ( do Conjure and Command ) e Wild Dogs do Overdose Of Death incendeiam ainda mais a galera, pela minha contagem já são uns 10km de pessoas rodando, mais de 20 pulos do palco e alguém que deve ter se machucado pulando de palco, entrentanto, os músicos sempre sorrindo vem até perto da ponta, Joel Grind pede mais roda... - como se precisasse pedir... - muitos sobem no palco ao mesmo tempo, não sei como ninguém tropeçou em algum cabo ou tirou uma selfie com os músicos. Nessa confusão, ele agradece e nos aplaudimos sempre.

    Durante a divertida The Lord Of Wasteland ( do Overdose Of Death ) noto um cara sentado, praticamente do lado do palco e a expressão dele é de pura felicidade. A minha volta dá-lhe mais bate-bate. O vocalista Joel Grind grita: "eu estou bêbado! E nós temos mais 10 músicas para vocês!" ( se isso for verdade não vai sobrar Clash Club!!! ). E então lançam as Acid Fuzz do Chemistry Of Consciousness que é rápida e com um refrão que não sai da cabeça, inclusive essa música tem um clipe que ilustra toda a temática do novo álbum: guerras, drogas e moralismos.

    Logo após, emendam a Gravelord ( também Overdose Of Death ) e o pessoal canta junto, pula e roda a todo minuto, temos algumas pernas para o alto de quem consegue ser pego pelas poucas pessoas que não estão rodando na pista. Não contente, Joel Grind anuncia: "Vocês estão prontos? A próxima é Nuke The Fucking Cross!", mais uma do Overdose Of Death, que vem cheia de atitude, aqui onde estou no mezanino bangueamos sem parar, mas na pista, as pessoas continuam só indo para frente do palco para se jogar de lá. Os músicos agitam bastante no palco, mas não andam muito para lá e para cá, pois sempre tem mais gente lá do que deveria.


    Joel Grind diz satisfeito: "Obrigado nos vemos logo, antes vocês precisam conhecer alguém que faz piada em português", e eles chamam a vocalista Fernanda Lira do Nervosa no palco para contar piadas!!! E ela, com cara de quem foi pega de surpresa fala: "mais eu não sei nenhuma piada!!!" E sai do palco, Joel Grind fanfarrão complementa: "bom foi hilário!" e todos riem.

    Às 22h20 eles voltam, e o vocalista comenta: "essa é do single Death Master" e tocam a agressiva Metal Attack deste lançamento de 2004. E essa pequena pausa só serviu para voltarmos a agitar com força total, porém, um cara tenta cantar no microfone novamente e o roadie corre pra evitar.

 

    Joel Grind anuncia a saidera: "Essa é a Bitch", essa música do Conjure And Command se tornou popular depois de ser usada no 11º episódio da 5ª temporada da série Sons Of Anarchy. E não deu outra: a roda é cada vez maior! Cantamos juntos, pulamos e bangueamos muito para esta última. Joel Grind vem até a ponta do palco e faz que vai bater a guitarra em nós e avisa: "muito obrigado! Nos vemos novamente! Logo! Chears!". Então ele vem até a frente e pega na mão da galera, joga palheta, enquanto que os outros músicos nos cumprimentam rapidamente e também saem logo do palco. A noitada de Metal acaba às 22h35.


    Foi uma noite cansativa mais alegre, a maratona de acompanhar desde a primeira banda valeu a pena, fazer novos amigos, rir, fazer umas comprinhas, mas principalmente, ouvir músicos ótimos e composições inspiradas. Ver que muita gente veio cedo prestigiar as bandas nacionais em um feriado tão família, mostra que sim temos público, e público de qualidade! Que conhece, canta e agita junto.

Texto: Erika Alves de Almedia
Fotos: Aline Narducci e Ronaldo Chavenco
Agradecimentos à Costábile Sálzano Jr. e a Fame Entreprises
pela atenção e credenciamento
Dezembro/2014

 

Set List do Toxic Holocaust

1 - Awaken The Serpent
2 - In The Name Of Science
3 - Reaper’s Grave
4 - Death Brings Death
5 - I Am Disease
6 - War Is Hell
7 - 666
8 - Endless Armageddon
9 - Agony Of The Damned
10 - Wild Dogs
11 - The Lord Of Wasteland
12 - Acid Fuzz
13 - Gravelord
14 - Nuke The Cross
15 - Metal Attack
16 - Bitch

Voltar para Shows