Transatlantic - Kaleidoscope World Tour 2014
 Quinta, 13 de fevereiro de 2014
no Carioca Club em São Paulo/SP

    Quando foi anunciado o show do Transatlantic no Brasil, as piadas correram soltas e eu pensei que o Mike Portnoy deve estar morando na Penha, pois o grande baterista está vindo ao Brasil em todo semestre, e não que alguém reclame, muito pelo contrário, porém, como o grande músico está vindo frequente ao país, pois esteve aqui com o Avegend Sevenfold, com o Adrenaline Mob e com o The Winery Dogs ( confira resenha ) e todos os shows sempre com curtos intervalos de tempo entre um e outro nestes últimos quatro anos, fato que não foi diferente com o Transatlantic. Então, então as piadas nas redes sociais eram constantes e realmente muito engraçadas.

    Mas, o que seria o Transatlantic, uma banda formada em 1999 pelo vocalista e tecladista Neal Morse do Spock's Beard e o baterista Mike Portnoy, entretanto, só algum tempo depois chamaram o guitarrista Roine Stolt ( The Flower Kings ) e o baixista Pete Trewavas, da banda Marillion, formando aquilo que gostamos de chamar de "super grupo", que com excelentes cd's lançados quando a banda consegue encaixar algumas datas ou para gravação ou para realizarem uma turnê, e como está em inferno na parte de cima do globo terrestre, por que não excursionar onde temos o verão ou seja, America Latina e depois Austrália, já que na sequencia a banda passou pela Oceania onde gravou o DVD desta tour.

    A expectativa do show claro que era uma das mais positivas possíveis, quatro feras, um local, já habitual de shows de Rock, o conhecido Carioca Club,  e a proximidade público-banda sempre trás surpresas boas... bem o que poderia atrapalhar? A chuva que caiu por volta de uma hora antes, foi fortíssima, porém necessária, já que a cidade de São Paulo passa por uma das maiores estiagens de sua história e uma forte chuva de granizo, fez que dezenas de "pintos molhados" fossem ao local.

    A equipe da banda e da produção tomou uma decisão muito acertada em atrasar um pouco o show devido a chuva, afinal, todos que adquiriram os ingressos chegaram a tempo de ver o show desde o seu início e puderam se divertir.

    A intro foi tocando e já tivemos Into The Blue, a primeira faixa do último álbum, Kaleidoscope recém lançado, e com seus quase trinta minutos ( isso mesmo, não se assuste... mas em Rock Progressivo isso é normal, ainda mais quando é dos bons ), e todas as quebras de ritmos e porque não dizer mini-solos. E que se destacou nesta música foi o guitarrista Roine Stolt, com um belíssimo solo intimista e com muita postura de palco e sem dúvida mostrou uma qualidade que deixaram cair os primeiros queixos com tanta qualidade técnica no palco.

    Então, 'o quase brazuca' Mike Portnoy, dá as boas da banda explicando que aquela seria a sétima vez em nosso país, porém, a primeira nesta passagem histórica com o Transatlantic e comenta também que seria a primeira vez do tecladista Neal Morse no Brasil, que foi muito ovacionado pela platéia.

    O álbum de estreia da banda e alguns pensavam ser este o nome da banda, que se chama SMPT:e de 2000 e se encaixa com as iniciais de todos Stolt, Morse, Portnoy e Trewavas, que teve dele a segunda música da noite, a My New World, e neste ponto com quase quarenta minutos de show tivemos a execução de Shine, que é do novo álbum e particularmente achei a sonoridade bem parecida com o Marillion, que embora ocorram muitas quebras de ritmo, não lembra por exemplo o Floyd e sim a banda que se apresentará em breve no HSBC Brasil.

    Na sequencia um momento com mais de uma hora de execução foi um medley de The Whirlwind, de 2009 com as músicas "Overture (abridged)", "Rose Colored Glasses" e "Evermore". E durante este longo momento tivemos um digamos bagunça de emoções ritmos e feelings, um verdadeiro tsunami de qualidade técnica, sensacional, mesclando boa parte do disco, que nos causou a sensação de que ele foi tocado acorde por acorde em sua totalidade.


    A sexta música do show foi Is it Really Happening do cd  e já contávamos com quase duas horas de apresentação, que com sua intro, até de certo ponto de vista melancólica, para depois ganhar velocidade e um incrível solo de Roine Stolt, que também recebeu doses mais velozes, acompanhadas perto por Mike Portnoy e próximo ao final quem solou foi Neal Morse, um pequeno solo é verdade, mas o suficiente para que dizer: os três brincarem de solar e ver qual fez todo público ficar hipnotizado olhando ao palco, coisa de virtuoses no que fazem.

    Dancing With Eternal Glory, a intro mais tranquila da música, criou o clima de Progressivo que sempre até erroneamente comparo ao Pink Floyd, essa talvez foi a única faixa que lembrou na minha opinião um pouco o Floyd, mas claro que a identidade do Transatlantic é presente, e essa qualidade musical da banda, que dispensa qualquer avaliação técnica, mostrou no final em um pequeno, digamos dueto, quando Neal Morse ao violão desce e frente do seu teclado e junto a Roine Stolt, quase que duelam, tanto é que esse solo improvisado ( ou propositalmente ensaiado ) foi extremamente bem aplaudido com um arranjo muito bem executado por Neal Morse.

 

   Nessa altura, a bandeira do Brasil já estava lá cravada na bateria de Mike Portnoy e We Need Some Light, do primeiro disco já citado SMTP:e além das novas composições Black As The Sky e a Kaleidoscope encerraram a primeira parte do show. O bis, veio super rápido e só quando recebi o set list, percebi serem duas com a All Of the Above, do SMPT:e e com Stranger In Your Soul, esta de um álbum de 2001 chamado Bridge Across Forever.

     O que dizer para quem gosta de Rock Progressivo de um show de três horas e pouco de duração e podemos dizer sobrou técnica e calor, este o único ponto negativo e já que todos praticamente entraram em um Carioca Club 'sold out', que o evaporar o suor devido ao calor na casa, pois neste dia digamos o ar condicionado não funcionou e muitos deles acabaram assistindo ao show da parte lateral para se refrigerar um pouco e continuar se divertindo.

 

Texto e Fotos: Marcos César de Almeida
Agradecimentos à Costábile Salzano Jr. e a Showmaster
pela atenção e credenciamento
Março/2014

Set List do Transatlantic

1 - My New World
2 - Shine
Whirlwind Medley
3 - Overture (abridged)
4 - Rose Colored Glasses
5 - Evermore
6 - Is It Really Happening?
7 - Dancing With Eternal Glory (abridged)
8 - Guitar Duet (Morse and Stolt)
9 - We All Need Some Light
10 - Black As The Sky
11 - Kaleidoscope

Encore:

12 - All Of The Above (first half)
13 - Stranger In Your Soul (second half)

 Confira aqui uma galeria de 146 fotos do show
do Transatlantic no Carioca Club em São Paulo/SP

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