Pearl Jam - Latin American Tour
Sábado, 14 de novembro de 2015
no Estádio do Morumbi em São Paulo/SP

    Depois de mais de dois anos, com relação ao show no Lollapalooza Brasil de 2013 ( confira como foi ),  a banda norte-americana Pearl Jam - que ascendeu como um dos mais importantes representantes do Grunge na década de 90 - retornou ao país para a realização de sua quarta turnê, agora divulgando o décimo álbum de estúdio, o Lightning Bolt ( lançado em outubro de 2013 ) em cinco shows em importantes capitais nacionais, sendo elas: Porto Alegre/RS, São Paulo/SP, Brasília/DF, Belo Horizonte/MG e Rio de Janeiro/RJ, e o que aconteceu na capital paulista foi o que o Rock On Stage acompanhou e será o assunto desta matéria.

    Atingindo a marca de mais de 80 milhões de álbuns vendidos, a banda formada por Eddie Vedder ( vocal e guitarra ), Jeff Ament ( baixo ), Mike McCready e Stone Gossard ( guitarras ), Matt Cameron ( bateria ) e Boom Gaspar ( teclados ) foi recebida por um grande público, algo em torno de 65.000 pessoas, que ocuparam praticamente a totalidade dos lugares disponíveis no Estádio do Morumbi, pois, por onde olhava viam-se muitas e muitas pessoas. Talvez, por conta desta quantidade, e até para aguardar uma melhor acomodação de todos, o show demorou quinze minutos para começar em relação ao horário inicialmente programado.

Tocando o coração

    Assim como em outras apresentações, o Pearl Jam dispensa introduções, eles sobem no palco e já "sentam a bota" e então, com centenas de milhares de gritos eufóricos dos fãs, aos dedilhados no violão de Eddie Vedder ouvimos a introspectiva e bastante emocionante Long Road do EP Merkin Ball de 1995 gravado junto a Neil Young, que já destacou os solos longos de Mike McCready e Stone Gossard em suas guitarras, que fizeram a galera vibrar e aplaudirem no ritmo da música e de certa forma... prenunciaram como eles pretendiam conduzir este show.

    Na sequencia, sem que se percebesse tivemos Of The Girl do Binaural de 2000, que manteve esta linha mais intimista e eletrificada de guitarras, que a maneira que passa seus minutos... contagia todos os presentes. Com um singelo "muito obrigado" em português Eddie Vedder nos agradece e complementa: "muito obrigado a todos por estarem aqui... Sentimos que precisamos estar com pessoas hoje. Estamos felizes pois estamos com vocês em São Paulo. Nosso amor vai para todos em Paris. Temos muito ainda a superar juntos", em clara referência aos ataques terroristas que deixaram dezenas de mortos na França. Se neste princípio, a intenção do vocalista - trajado com uma camiseta com o símbolo hippie do paz e amor - era tocar nossos corações... saibam que ele conseguiu.  

Para atear fogo no show

    Em seguida à lembrança da tragédia ocorrida em Paris tivemos a canção mais leve e altamente eletrizante Love Boat Captain do Riot Act de 2002, que a maneira que foi tocada ganhou em energia e tornou-se um vibrante Rock´n´Roll cheio de solos de guitarras, que garantiram uma bela interação com a plateia, especialmente nos versos "Love... Love...".

    Entretanto, o Pearl Jam ficou conhecido no mundo por conta de suas músicas mais energéticas e para inflamar o Morumbi nada melhor que Do The Evolution do Yield ( de 1998 ), que teve seus "ôôôôôô" cantados pelos fãs, assim como boa parte de seus versos e inclusive os seus "hallelujah" com todos mexendo os braços em sinal de confraternização geral, onde novamente os constantes e sempre bem feitos solos de guitarras assumiram um destaque.

    Este clima mais fervente contou com Hail, Hail do No Code de 1996, onde vemos o potencial do Pearl Jam ao vivo e como eles fazem a plateia pulsar, que sentiu o momento. Aos toques do baixista Jeff Ament, nós rapidamente identificamos a canção seguinte, a Why Go - música do aclamado Ten ( o primeiro álbum de 1990 ) e com muita alegria cantamos seus versos, afinal, não consegue-se ficar parado ante ao seu ritmo cheio que mergulha no Rock´n´Roll.

    Do novo cd, o Lightning Bolt, o Pearl Jam executou a Getaway, que estava na ponta da língua dos fãs, que cantaram com Eddie Vedder e deu para reparar como a banda aumentou a intensidade da canção, especialmente se reparando no andamento do baixo, da bateria e das guitarras. Entretanto, uma das influências do quinteto é o Punk Rock e Mind Your Manners - outra nova exibida - é uma que pede uma abertura de rodas, porém, com tantas pessoas por onde eu estava não tinha como abrir uma, apenas sacudir o pescoço com o seu ritmo frenético.

    Eles se entreolham rapidamente para dispararem a pesada e cadenciada Deep, mais um 'Rockão' do Ten, cuja sonoridade única foi extraída de uma velha Fender Stratocaster de Mike McCready e uma Gibson Les Paul de Stone Gossard, que inteligentemente alongaram seus solos e serviram para aumentar nossa animação.

    É interessante também de comentar nesta resenha, que para cada música, os guitarristas trocavam de guitarras e entre muitos aplausos, Eddie Vedder se mostrou preocupado conosco ( pois, uma forte chuva se aproximava ) e perguntou se estávamos "Ok" e avisa que falará em inglês mesmo, pois, em sua palavras "o meu  português é uma merda" e continua o show com a adrenalina presente em Corduroy ( do Vitalogy de 1994 ), que também contou com palmas e um enorme coral de vozes em seu ritmo, além de uma brincadeira de Eddie Vedder provocando os fãs com "oooohhh yeaaaahhh aaah" várias vezes no refrão até continuarem a música. E de novo... me rendo à beleza dos solos de guitarras no estilo americano da entrosada dupla do Pearl Jam, que solam passando aquela vibração única do Rock´n´Roll.

    De volta ao novo trabalho tivemos a título Lightning Bolt, com o vocalista utilizando uma guitarra por mais uma vez ajudando a aumentar a sua potência transformando o som em um puro Rock. E embora não fossem parte do show, o forte vento - que movimentou os equipamentos de iluminação do palco do Pearl Jam - e os raios caindo por perto começaram a chamar nossa a atenção e da banda.

Preocupações com o tempo

     Inclusive, o vocalista nos pede desculpas por conta dos problemas técnicos que estavam passando e enfatizou: "A qualquer momento, se algo acontecer com algum de vocês, avisem as pessoas próximas. Temos um código para saber que devemos parar de tocar", pois, a chuva viria logo e seria potente. Ele concluiu dizendo que tocaria sozinho apenas no violão e começou com a Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town do Vs. ( o segundo de estúdio de 1993 ). E como se trata de uma das mais belas composições do Pearl Jam, praticamente todo o Morumbi sentiu a beleza do comovente momento acústico e cantou com ele a plenos pulmões.

    Com os demais de volta ao palco, eles sacaram uma das mais aguardadas da noite e que jamais sairá dos sets lists do Pearl Jam: Even Flow, que fez todos pularem e cantarem alegremente. Aliás, não tem como ficar parado ante este hit do álbum Ten, que inclusive contou com os impactantes solos de guitarra de Mike McCready em sua Fender Stratocaster mais surrada, além dos prolongamentos que denotam toda a inquietação de seu Rock´n´Roll e que destacaram o baterista Matt Cameron, que nos enviou um breve, porém, excelente solo.

    Cada vez mais preocupado com nossa segurança, Eddie Vedder, que não se movimentou muito pelo palco neste começo de show, comentou: "Desde que não chova, continuaremos a tocar. Se chover, teremos de parar por um minuto. Não queremos nenhum problema", e continuaram com a balada Come Back ( do álbum "Pearl Jam" de 2006 ), onde quem ganhou os holofotes foi o excelente tecladista Boom Gaspar com seus solos que lembraram um órgão Hammond e também Eddie Vedder, que ajudou nos solos de guitarras e fez muitos levantarem as mãos.

E a chuva chegou...

    De início parecia que os fãs não conheciam a Swallowed Whole, mas, durante seu decorrer foi possível perceber como a nova canção do Lightning Bolt se alastrou por todos os lados. Contudo, se na anterior, que recebeu vários solos de guitarras mais Rock´n´Roll e uma excelente interpretação de Eddie Vedder, que até pode demorar um pouco para se tornar um hit, o mesmo não posso dizer da seguinte... o hino Given To Fly,  mas antes, o vocalista falou em português que queria dar o apoio da banda para os nossos amigos franceses.

    Given To Fly ( do Yield ) causou um verdadeiro estouro no Morumbi, além de um imenso contentamento em todos, que participaram com o Pearl Jam no momento em que os primeiros pingos apareceram e ganharam mais força à maneira que outra das mais conhecidas foi tocada, o sucesso Jeremy ( outra do Ten ), que foi responsável por níveis maiores de frenesi coletivo. Entretanto, mesmo com a chuva caindo forte, ninguém arredou o pé de onde estava, muito pelo contrário, todos cantaram com  tamanho vigor, que quase encobriram a banda no palco, que adorou essa atuação de toda aquela multidão.

    E a sede dos fãs era tão grande quanto o tamanho do estádio, pois, logo nos primeiros versos de Better Man ( do Vitalogy ) aos dedilhados, o coro se manifestou trazendo muito calor ao show transformando a ligação 'banda-público' em uma coisa só e cravando outro momento deveras emocionante com direito a muitos solos de guitarras e prolongamentos nos vocais em uma harmonia Rock´n´Roll fantástica, onde você percebe mesmo porque o Pearl Jam é uma banda diferenciada e possui tantos seguidores. Detalhe... isso em meio a toda a chuva que caía e a trovões rasgando o céu.

    Com a plateia nas mãos, eles tocaram a Rearviewmirror do Vs. naquele andamento que os mais velhos que viveram a geração Grunge cresceram ouvindo e se sentiram ainda mais felizes por estarem no show cantando seus versos com o Pearl Jam e experimentaram a graciosidade de seus riffs de guitarras voltados para o Rock, que foram devidamente alongados por Mike McCready e Stone Gossard, além de contarem com o importante apoio da cozinha de Jeff Ament e Matt Cameron, que levaram a canção a outro nível, ainda mais com a explosão de palmas no ritmo para terminarem de forma mágica a primeira parte do show, que talvez só acabou por conta da tempestade que estava caindo.

...Fazendo o show parar um pouco

    O Pearl Jam saiu do palco e a equipe técnica começa a ajustar vários itens para garantirem a nossa segurança e um 'roadie' brasileiro avisou que o show pararia por alguns minutos até que este trabalho fosse realizado. Quando a banda finalmente retornou eles promoveram um novo momento acústico e mais intimista com todos sentados durante a tipicamente Folk Footsteps, um "lado B" do single de Jeremy, que contou com Eddie Vedder emocionando ao tocar sua gaita.

    Depois, ainda sentado, ele novamente agradece em português com um sonoro "obrigado" e continua na nossa língua falando: "quando crianças achamos que devemos seguir nossos sonhos... e esses sonhos nunca podem significar machucar ou tirar a vida de outro ser humano... esse planeta é incrível... incrível...algumas pessoas loucas sem sonhos..." visivelmente em uma clara referência aos atentados na França na noite anterior e finalmente pede "este fantástico homem que faria 75 anos... queremos que cantem com a gente e para todo o mundo, que cantem alto e ascendam seus celulares". Após este longo discurso eles tocaram a sensacional Imagine do John Lennon, que mesmo com mais de 40 anos de sua composição, cuja letra ainda é atual e é tão crítica quanto na época que foi lançada. Milhares e milhares de vozes interagiram com o Pearl Jam, e provavelmente... todos com os corações arrepiados e devidamente sensibilizados.

     Inclusive, os câmeras, que filmaram o show para o telão procuraram e encontraram fãs com bandeiras da França e deram um close nelas aumentando essa sinergia de paz, que quem sabe um dia a humanidade consiga entender esta letra e viver harmoniosamente sem guerras e tantas maldades.

    De pé, mas ainda prosseguindo nesta parte acústica do show, o quinteto americano apresenta a Sirens do novo Lightning Bolt, que caminha por ares mais calmos, mas em seu decorrer recebe ótimos solos de guitarras e com seu potencial de "canção de arena" manteve muitos cantando com a banda, especialmente no trecho onde o vocalista dividiu com os fãs os 'aaahh ooohh'. A chuva ficou mais forte e o frontman certamente notou que era hora de colocar a massa para pular... assim eles lançaram a acelerada praticamente Punk Whipping ( do Vitalogy ), que energizou os presentes, e isso persistiu também logo quando os primeiros acordes de I Am Mine ( do Riot Act ) foram reconhecidos e novamente causaram todo aquele grande fervor, que nos proporcionaram mais um momento que só posso definir como um dos muitos ápices do show.

Totalmente 'endiabrado'

    Elevando a robustez do show tivemos a furiosa, curta e de linhas pesadas Blood ( do Vs. ), que contou com riffs bem distorcidos, palmas e uma atuação de Eddie Vedder bastante inquieta.. é... agora ele não ficava apenas em seu posto de vocalista, nesta fase do show ele começou a pular, agitar, se mexer com mais vitalidade... enfim, aumentando consideravelmente a sua atitude no show resultando em muitas palmas e ações semelhantes de nossa parte.

    Sem permitir que pudéssemos tomar um fôlego e com alguns itens de iluminação balançando ( antes os shows do Pearl Jam eram compostos de iluminação básica, som alto e a apenas os integrantes 'quebrando tudo', agora já temos alguns que co-atuam com a banda no palco ), eles tocam a Porch ( do Ten ) em um ritmo que favoreceu para que nós saíssemos pulando com mais vontade e pude observar os guitarristas Mike McCready e Stone Gossard se divertindo nos solos, que foram alongados e serviram para que Eddie Vedder fosse nas duas extremidades do palco para um delírio maior dos fãs, que o viram de pertinho. Não sei se foi coincidência ou não, mas desde o instante que tomou um gole de vinho no início da segunda parte do show, que Eddie Vedder não parou mais de agitar, se lembrando dos tempos que tinha uns 20 anos ( só que agora ele está com 50... ) e deu pulos como antigamente.

Segundo Bis

    Muito aplaudidos aos gritos de "Olê... Olê... Olê... Pearl Jam... Pearl Jam..." Eddie Vedder apresenta cada um dos membros do Pearl Jam da seguinte forma: "na bateria Matt Cameron, na guitarra Mike McCready, na guitarra 'number one' Stone Gossard, baixo.... Jeff Ament..." e como uma flecha flamejante, após seu vocalista tomar mais um gole de vinho, a banda parte com Comatose do álbum Pearl Jam, que foi exibida com velocidade em uma elevada potência mais Punk, que fez todos saltarem e se remexerem veementemente. E como estava se aproximando o final do show e o nosso encontro com o Pearl Jam acabaria, o grupo de Seattle emendou uma sequencia para ninguém pensar em ficar parado, pois, a próxima foi State Of Love And Trust, que fez parte da trilha sonora do filme Singles e aqui teve uma versão ardorosa com direito a uma 'rifflerama' fenomenal.

    E dava para ficar ainda melhor? Claro... foram só os primeiros acordes de Black ( do Ten ) ecoarem pelo Morumbi, que a catarse coletiva foi monstruosa, pois, o coro que se formou era quase ensurdecedor... afinal, estávamos diante de um dos históricos hinos da banda. E a carga de voltagem que esta música passou em seus solos de guitarras é algo quase que impossível de se descrever nesta resenha, só estando lá e sentindo a emoção de suas notas em nossos corpos.

   Inclusive... acredito que não fomos apenas nós que ficamos arrepiados na execução desta música, pois, pelo tamanho da participação da plateia, certamente que os músicos no palco também sentiram o que sua criação provocou. Nos prolongamentos, que trouxeram um clima viajante no ar, Eddie Vedder cantou "peace... and love... We Love Together..." modificando um pouco os versos, que fizeram total sentido em vista dos fatos acontecidos no dia anterior. Para acalorar de vez, nada melhor que Alive também do Ten, que nos direcionou à um êxtase que somente é possível alcançar em shows de nomes como o Pearl Jam. E óbvio, que este grande sucesso também fez todos cantarem com a banda e continuarem com seus celulares acesos, me levando a perguntar: dava para conter a alegria quando Mike McCready veio solar sua guitarra para o lado do palco onde eu estava da plateia? É evidente que não...

Final Apoteótico

    Se o show tivesse acabado logo após a Alive com seus solos de guitarras - que evoluem formidavelmente - já iria para casa extremamente contente, mas, estávamos em um show do Pearl Jam e eles se notabilizaram por serem ainda melhores no palco do que são em estúdio... e contavam com mais alguns coelhos na cartola para colocar este show em São Paulo na lista dos melhores de 2015.

    O primeiro deles foi com Rockin' In The Free World, clássico registrado pelo canadense Neil Young no álbum Freedom de 1989, que chacoalhou o Morumbi graças à atuação memorável da banda, visto que não é demais dizer que esta letra é totalmente atual e vale com um recado de nós - fãs de Rock - aos extremistas que tiram as vidas de tantos inocentes de forma covarde. E Eddie Vedder não parava de se mexer pelo palco e joga alguns pandeiros para os fãs.

    Depois, com o vocalista expressando o sentimento da banda através de vários "muito obrigado", seguidos por: "vocês tornaram esta noite possível... Obrigado por nos darem mais uma noite inesquecível de Rock´n´Roll" , o Pearl Jam manteve este clima positivo com a sensacional Yellow Ledbetter ( outro lado B do single de Jeremy ), que era também ansiosamente aguardada pelos fãs, que a cantaram com boas sensações em suas almas, proporcionados pelos solos de guitarras, seus vocais, enfim, um final perfeito.

     Mas aí que está... ainda não era o encerramento, pois, eles agradeceram e por conta da incansável participação dos fãs, que berraram "olê... olê... olê... Pearl Jam... Pearl Jam", tais quais os gritos de uma torcida de futebol, os músicos se entreolharam de novo e decidiram nos brindar com mais uma música. Porém, não era uma canção qualquer, era um 'clássico mor' do Rock... composição de Bob Dylan, que ficou imortalizada na versão de Jimi Hendrix, estou falando de All Along The Watchtower, que foi exibida pelo Pearl Jam em forma de gala - por assim dizer - com a dupla de guitarristas da banda desferindo solos, que somente músicos criados nos Estados Unidos conseguem passar com tanta ligação musical para nos satisfazer de vez, e com isso, cada um de nós tivesse condições de abrir um enorme sorriso de prazer por ter estado presente em mais um célebre show da banda no país.

Futuros herdeiros do trono do Rock

    E esse estado de plena alegria era compartilhado de lado a lado do estádio, seja nas arquibancadas, no gramado ou mesmo no palco, pois, os músicos se reuniram na frente para receberem os milhares de aplausos e ovações dos fãs, que arremataram um espetáculo de três horas, que marcou sem sombra de dúvidas na minha modesta opinião, o melhor dos três do Pearl Jam que assisti na capital paulista, pois, foi a mais longa apresentação e a que privilegiou uma gama maior de clássicos.

    Seguramente, o Pearl Jam, com suas opiniões, às vezes críticas e ácidas sobre os problemas vividos no mundo ( e até alguns nossos ), que são emitidas sem medo ( ao contrário de muitos de nossos artistas, que parecem que não possuem mais esta atitude contestadora ) não se notabiliza somente este fato, mas sim por conta de suas soberbas apresentações deixando-a em condições reivindicar o "trono do Rock" no futuro. Que eles passem por aqui mais vezes.

Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: M. Rossi, Camila Cara e Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à André Nespoli, a Tatiana Ito
e a toda equipe da T4F pela atenção e credenciamento
Dezembro/2015

Set List do Pearl Jam

1 - Long Road
2 - Of The Girl
3 - Love Boat Captain
4 - Do The Evolution
5 - Hail, Hail
6 - Why Go
7 - Getaway
8 - Mind Your Manners
9 - Deep
10 - Corduroy
11 - Lightning Bolt
12 - Elderly Woman Behind The Counter In A Small Town
13 - Even Flow
14 - Come Back
15 - Swallowed Whole
16 - Given To Fly
17 - Jeremy
18 - Better Man
19 - Rearviewmirror

ENCORE 1
20 - Footsteps
21 - Imagine
22 - Sirens
23 - Whipping
24 - I Am Mine
25 - Blood
26 - Porch

ENCORE 2
27 - Comatose
28 - State Of Love And Trust
29 - Black
30 - Alive
31 - Rockin' In The Free World
32 - Yellow Ledbetter
33 - All Along The Watchtower

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