Accept - Blind Rage Tour 2016
Sexta, 8 de abril de 2016 no Carioca Club em São Paulo

    Para delírios de muitos, a banda alemã que levou o público a loucura na última edição do Monsters Of Rock em 2015 ( relembre como foi ), voltou em terras brasileiras para divulgar sua turnê do Blind Rage, álbum novo mais com pegada de clássico. Quer saber como foi o incrível show do Accept que enlouqueceu aos fãs no Carioca Club e com casa cheia em São Paulo? É só me acompanhar.

    Sem atrasos e pontualmente na hora prevista, o Accept sobe no palco às cravadas 19h. O que não foi nenhum problema mesmo para aqueles que ainda saiam do trabalho, já que se tratava de um dia útil da semana. No time, Wolf Hoffmann, que domina a guitarra solo desde 1976, no baixo, o insano e carismático Peter Baltes, nos vocais ninguém menos que Mark Tornillo, que agregou muita a banda desde de sua entrada em 2009, e integrando mais recentemente a banda e completando o line up temos Uwe Lulis ( ex-Grave Digger ) e Chistopher Willians, na guitarra e na bateria, respectivamente.

    Abrindo o show, a primeira música a ser tocada foi o Heavy Metal totalmente energizante presente em Stampede, canção que abre o álbum em divulgação Blind Rage ( de 2014 ), que claro vem sendo muito bem aceito pelos fãs, inclusive sendo cantando pelos presentes no Carioca Club. Na sequencia duas músicas também da era Mark Tornillo, com a empolgante Stalingrad, que é mais cadenciada convocando os fãs a participarem do show e logo depois, passaram muita potência com a encorpada Hellfire, sendo que ambas são do álbum de número 13 lançado pela banda em 2012, o Stalingrad. A energia com a qual o Accept tocava no palco, contagiava a todos que lotavam o Carioca Club.

    Uma bandeira brasileira apareceu no palco e naturalmente que o público curtiu agitando bastante. Em cada musica do show, todos vibravam com os punhos fechados, erguidos para cima e com palmas muitas palmas recebendo as músicas da década de 80, como foram os casos das impactantes London Leatherboys ( de um alto poder de contágio gravada no Balls To The Wall de 1983 ) e Living For Tonite ( do Metal Heart de 1985 ), que fizeram a casa de shows no bairro de Pinheiros ferver, literalmente, pois, o clima do Carioca Club é sempre quente e com um show desta magnitude, que é puro Heavy Metal Tradicional, se aqueceu ainda mais.

    Mark Tornillo faz uma pequena pausa para cumprimentar seus fãs e agradecê-los pela incrível neste início de noite e então, o Accept dispara o clássico Restless and Wild ( título do álbum de 1982 ) fervendo a plateia e que foi seguido pela belíssima e comercial Midnight Mover ( do Metal Heart ) e todo mundo cantando junto e neste show tínhamos uma faixa etária bem maior que temos hoje em dia.

 

    O Accept não tem o costume de se comunicar muito com o público, eles são das bandas em que a presença de palco é monstruosa e que os olhos dos fãs ficavam hipnotizados com o que se via no palco, seja nos eficazes e lustrosos solos de guitarras da dupla Wolff Hoffmann e Uwe Lulis ou na vibrante atuação de Mark Tornillo, que trouxe uma sequencia de músicas que mesclaram os três álbuns mais recentes com os mais antigos.

    E aí tome uma enxurrada de sonzeiras animais como Heavy Metal poderoso de Dying Breed e a veloz e de excelentes melodias Final Journey, sendo estas duas do Blind Rage, depois com a Shadow Soldiers ( do Stalingrad ), que ao vivo possui mais adrenalina em seu crescente Heavy Metal. Continuando o set com o público nas mãos, os alemães executaram a agressiva Starlight ( do Breaker de 1981 ) e a pesada Bulletproof ( do Object Overruled  de 1993 ), sendo que depois inflamaram a galera com a bordoada No Shelter, a primeira do álbum Blood Of The Nations de 2010, que marcou o retorno da banda sem o lendário Udo Dirkschneider nos vocais e já com o impressionante Mark Tornillo.

    Um momento mágico da noite ficou com a ótima sintonia entre Wolf Hoffmann e Peter Baltes, ambos fizeram um frenético e encantador solo, ambos com seus instrumentos, apoiados e reverenciados pelos aplausos de seus fãs. E quando os primeiros acordes da seguinte foram entoados no Carioca Club, o público se arrepiou, pois, escutar o riff de introdução de Princess Of The Dawn ( do Restless And Wild  ) tocado por Wolf Hoffmann com toda sua classe e técnica levou todos os presentes a balançarem a cabeça, viajarem no som deste verdadeiro hino dos anos oitenta e cantarem seus versos com a banda. O show prosseguiu com as maravilhosas Dark Side Of My Heart, que comprova a categoria do Blind Rage e a explosiva Pandemic do Blood Of The Nations deixando claro que esta seria uma noite de ficar na história do Heavy Metal de São Paulo.

    E o que dizer quando tocaram aquela conhecida melodia que traz a emblemática Fast As A Shark ? Outro clássico do Restless And Wild, que influenciou diversas bandas de Thrash Metal na época. Óbvio que todos cantaram juntos plenamente satisfeitos com a atuação sensacional do quinteto, que mostra para as novas gerações como se faz Heavy Metal e terminou com precisão cirúrgica a primeira parte do show.

    O rápido bis começou com Metal Heart, clássico ímpar do Metal do álbum de mesmo nome, que fez todos cantarem a parte clássica, que se trata de um trecho de Für Elise, do Beethoven, a famosa música do caminhão de gás e a receptividade da plateia era tão contagiante, que a felicidade dos músicos era estampada nos seus semblantes.

    Teutonic Terror, o primeiro single deveras marcante com Mark Tornillo nos vocais, do estupendo disco Blood Of The Nations veio depois e foi sublime como a galera cantou forte junto com o Accept, esta que já considero como um clássico absoluto da banda. Inclusive tenho que ressaltar também, que além de fazer a plateia cantar o refrão com firmeza, o que posso enaltecer é como uma banda com mais de três décadas de atividades ainda compõe um material em um nível acima da média composta atualmente e ficar bem acentuada no Metal.

    Antes de finalizar, os alemães sacaram a pedrada Son Of A Bitch do Breaker para a alegria geral dos fãs mais antigos e para causar um "certo princípio de incêndio" antes que eles encerrassem essa incrível apresentação com a incrível canção título do álbum de 1983, a Balls To The Wall - clássico, clássico, clássico! -  com direito a Peter Baltes segurar as notas em seu baixo, enquanto todos cantaram hipnotizados com aquele momento: “ Balls to the Wall, Balls to the Wall! BALLS TO THE WALL!!!”  com Mark Tornillo aumentando a cada momento o coro e o tornando cada vez mais forte. Porém, infelizmente acabou. O Accept terminava o show de duas horas de puro Rock às cravadas 21h. Na verdade não foi um show e sim, um espetáculo. Só nos resta aguardar a volta da banda para que possam entregar mais bons shows como esse.

Por Wallace Andrade
Fotos: Cortesia de Marcos César de Almeida ( A Ilha do Metal )
Agradecimentos à Heloísa Vidal e Suellen Rodrigues
da Free Pass pela atenção e credenciamento

Abril/2016

Set List do Accept

1 - Stampede
2 - Stalingrad
3 - Hellfire
4 - London Leatherboys
5 - Living For Tonite
6 - Restless And Wild
7 - Midnight Mover
8 - Dying Breed
9 - Final Journey
10 - Shadow Soldiers
11 - Starlight
12 - Bulletproof
13 - No Shelter
14 - Princess Of The Dawn
15 - Dark Side Of My Heart
16 -Pandemic
17 - Fast As A Shark
18 - Metal Heart
19 - Teutonic Terror
20 - Son Of A Bitch
21 - Balls To The Wall

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