Noite dos Clássicos do Rock
Com: Edu Falaschi e Six No Rusty
Clube Rio Branco em Andradas/MG
Sábado, 17 de dezembro de 2016

    O renomado vocalista, cantor e compositor Edu Falaschi, que já exerceu o posto de frontman das bandas Mitrium, Venus, Symbols e Angra, que atualmente está no Almah, se apresentou para um expressivo público na cidade de Andradas/MG no Clube Rio Branco.

     E a fase que o vocalista se encontra atualmente pode ser considerada como a melhor da carreira, pois, neste ano lançou com sua banda Almah o álbum E.V.O. ( para mim, o melhor dos cinco álbuns até aqui ), o álbum solo Moonlight e foi alvo de um tributo intitulado como A New Lease Of Life: 25Th Anniversary Tribute, que foi disponibilizado pela gravadora MS Metal Records, onde várias promissoras bandas do Heavy Metal nacional interpretaram sucessos de várias fases do vocalista. A abertura ficou por conta da banda andradense Six No Rusty.

    Nesta noite, entretanto, a proposta deste formato de show de Edu Falaschi não veríamos nenhuma música de suas bandas anteriores e nem do Almah, a ideia do vocalista é fazer releituras de músicas e bandas que o influenciaram em sua carreira e em sua vida.

Six No Rusty

    O septeto Six No Rusty já é uma experiente banda de Andradas/MG com quinze anos de estrada, que segue seu repertório focado nos grandes nomes dos anos 70 e 80, mas que também passeiam por alguns nomes do Heavy Metal. E por volta da 00:30, eis que Samantha Ruy e Alencar Moraes nos vocais, Marcos Adriano e Rodrigo Pardal nas guitarras e backing vocais, Everton Negão no baixo, Fernando Feijão na bateria e Rafael Galo nos teclados adentraram ao palco e começaram a Noite dos Clássicos do Rock do Clube Rio Branco com a explosiva Highway Star do Deep Purple com os dois vocalistas se alternando para cantarem os versos da música e os demais produzindo aquele clima instrumental emocionante no ar.

    Alencar Moraes apresenta a banda para a plateia dizendo: "Nós somos a Six No Rusty e vamos tocar umas músicas para vocês..." e deixa que a Samantha Ruy inflamasse com outro estridente sucesso dos anos 80: We´re Not Gonna Take It do Twisted Sister e a moça demonstrou um ótimo carisma e presença de palco. A recepção dos presentes foi bastante calorosa, pois, vi muitos cantando seus versos com a banda, socando o ar e se divertindo com esta sonzeira. Na próxima do set tivemos outra que é impossível de se ficar parado: Rock´n´Roll do Led Zeppelin na voz de Alencar Moraes, que canta com muita envolvência e passa sua energia para a plateia em meio aos incandescentes riffs de guitarras de Marcos Adriano e Rodrigo Pardal.

  Dentro das trocas de comando dos vocais dos dois, a simpática Samantha Ruy inicia um dos hinos do Queen e que é significativamente Heavy Metal, a I Want It All e assim como o Alencar Moraes, ela também mostrou uma boa desenvoltura pelo palco convocando a participação da galera com o Six No Rusty, além de um alcance de voz bastante potente. Na hora dos solos, a dupla de guitarristas se mostrou bastante entrosada e capitaneou muito bem o que Brian May deixou marcado na história.

    Na vez de Alencar Moraes retomar os vocais, ele pergunta: "alguém aí gosta de Kansas" e o septeto nos envia aquela harmonia deliciosa de se ouvir de Carry On My Wayward Son em uma exuberante versão puramente setentista. E o bacana desta banda é que quando um vocalista está no centro das atenções, o outro segue atuando nos backing vocals ajudando para que a performance seja ainda melhor e nota-se como ambos se entregam mesmo nas músicas.

    Os fãs pedem várias músicas, especialmente Iron Maiden, porém, eles executaram o Hard Rock envolvente em seus riffs de guitarras de Big City Nights do Scorpions, que eles deram continuidade ao show e agora com a Samantha Ruy nos vocais na difícil tarefa de emular Klaus Meine, entretanto, como o esperado ela se saiu muito bem. Na hora do momento mais Heavy Metal do show do Six No Rusty, Alencar Moraes avisa: "queria mandar um som do Black Sabbath" e a histórica Heaven And Hell, composição da Fase Dio na banda inglesa foi interpretada com muito vigor pelo vocalista pinhalense e acredito que sua escolha no show tenha sido até pessoal.

    E em se tratando de um clássico desta magnitude foi praticamente impossível não cantar e agitar bastante em sua exibição, ainda mais com toda a linhagem instrumental devidamente pesada que os outros fizeram com destaque aos solos de guitarras. E na vez da Samantha Ruy mostrar seu lado Heavy Metal recebemos a Shot In The Dark, um dos muitos sucessos da carreira solo de Ozzy Osbourne e que a garota ruiva deixou claro que é possuidora de uma voz bastante encorpada.

    Quase que sem avisar, embora os toques na bateria de Fernando Feijão já denunciassem qual música seria a seguinte, o vocalista Alencar Moraes comenta que no passado quando tinha uma outra banda e se apresentava em Andradas, a galera sempre impulsionava a ele para continuar acreditando em seus sonhos e com a dica e o ritmo dados, o hit Don't Stop Believin' do Journey foi tão impactante quanto o imaginado, seja nos vocais da dupla ou na parte instrumental feita com brilho pelos outros músicos da Six No Rusty, que é difícil não cantar junto, ao menos o seu refrão. Eles continuaram com o Journey na canção seguinte do set, a ótima Separate Ways na vez da Samantha Ruy cantar com todo seu 'feeling' mais este outro hit dos anos 80.

    Para o final do show Alencar Moraes pergunta: "Alguém gosta do Iron Maiden?" e com riffs rápidos de guitarras hora de um clássico mais recente ( por assim dizer ) do Iron Maiden com a The Wicker Man, que levou muitos a 'banguearem' e cantarem seus versos com ele, afinal, esta música marcou o retorno de Bruce Dickinson na banda no início dos anos 2000 e basicamente já é um hino de uma geração de fãs mais novos, que fizeram um forte coro nos "ôôôôôôôôô".

    Samantha Ruy agradece a 'vibe' positiva do público e com a plateia nas mãos, os dois vocalistas dividem novamente os versos naquela interação ótima de se presenciar na Pyscho Circus do KISS e nesta foi difícil ficar sem pular. Ainda não tinha assistido um show do Six No Rusty, mas deu para ver que eles sabem fazer um show empolgante e nesta noite, obviamente que estavam ainda mais contentes por realizarem a abertura para o renomado Edu Falaschi.

Set List do Six No Rusty

1 - Highway Star
2 - We´re Not Gonna Take It
3 - Rock'n'Roll
4 - I Want It All
5 - Carry On My Wayward Son
6 - Big City Nights
7 - Heaven And Hell
8 - Shot In The Dark
9 - Don't Stop Believin'
10 - Separate Ways
11 - The Wicker Man
12 - Pyscho Circus

Edu Falaschi

    Enquanto o palco era preparado para o show de Edu Falaschi tivemos um bom momento para conversar com os amigos e tomar alguma coisa, sendo que eu particularmente bati um papo com os 'companheiros de estrada' de muitos shows que fomos juntos em 2016, como foram os casos dos 'brothers' Cássio e Ilias.

    Por volta das 02hs, Edu Falaschi começa seu show com a detonadora Breaking The Law do Judas Priest ao lado dos membros da Six No Rusty, à saber Marcos Adriano e Rodrigo Pardal nas guitarras e backing vocais, Everton Negão no baixo, Fernando Feijão na bateria e Rafael Galo nos teclados. Logo após esta primeira música, a plateia começou a gritar: "Edu... Edu..." e o vocalista que mostrou um grande potencial em sua voz brinca com a gente ao dizer: "Vocês estão só na cachaça hoje, hein? Para as pessoas desavisadas, eu sou ex-vocalista do Angra, vocalista do Almah também" e conclui sorridente explicando que este projeto Clássicos do Heavy Metal Mundial tem a ideia tocar junto a músicos da cidade onde se apresenta.

    Carismático como sempre ele pergunta: "Quem quer ouvir um Iron Maiden aí?" e com a resposta positiva Flight Of Icarus foi tocada em meio a muitos "hey... hey..." em seus primeiros instantes e depois com os fãs procurando cantar cada verso devidamente encantados com o clima proposto por Edu Falaschi e os guitarristas, que solaram com precisão.

    Antes de iniciar a próxima música, Edu Falaschi informa que está morando em Andradas, e que nos shows em São Paulo com o Angra via alguns familiares, e agora tem visto muitos amigos na plateia e pergunta quem gosta do Scorpions. Desta maneira, com os estridentes riffs de Marcos Adriano e Rodrigo Pardal nas guitarras foi executada o hino Rock You Like A Hurricane, que naturalmente me lembrou do show dos alemães neste ano ( confira neste link ) e não é que Edu Falaschi está com sua voz ( usando uma expressão antiga ) tinindo... como nunca.

    A simplicidade de Edu Falaschi nesta apresentação chamou a atenção e como ele estava se divertindo no show, tanto que arriscou alguns versos de Millenium Sun do Angra à capela, que praticamente levam a galera ao delírio tanto que imagino se ele tivesse cantado esta música inteira neste formato quão emocionante seria, porém, foi com a clássica Perfect Strangers do Deep Purple, onde o tecladista Rafael Galo se destaca na introdução magnânima desta lendária composição, que por se tratar de uma das mais importantes músicas da história, novamente nos estimulou a cantar com ele, entretanto, alguns de seus versos, Edu Falaschi procurou alcançar todas as suas notas altas e relembrou de Ian Gillan nos anos 80, quando o Deep Purple retornou à ativa.

    E uma das músicas que se tornaram emblemáticas na carreira de Edu Falaschi e que não é um Heavy Metal é a Pegasus Fantasy e o hilário vocalista até brinca com um verso dela, mas, foi com a 'sonzeira' presente em Highway To Hell que a Noite dos Clássicos do Rock teve seu prosseguimento, sendo esta, uma daquelas que não deixam ninguém parado e para onde se olhava via-se a galera ou socando o ar ou cantando esta pedrada do AC/DC.

    Entretanto, a galera não perdoa e pede a Saint Seya, mas, o vocalista foca em outro Hard Rock fulminante e que marcou a nossa vida com a Love Ain´t No Stranger do Whitesnake, que ficou muito boa em sua voz, teve um apoio ótimo dos membros da Six No Rusty e contou com um grande coro dos presentes por também ser muito conhecida. Aliás, faço um merecido destaque aos agudos alcançados por Edu Falaschi, que o mestre David Coverdale não está mais conseguindo por conta de sua idade mais avançada.

    Edu Falaschi avisa que vai chamar no palco para a bateria o seu irmão, o produtor Tito Falaschi, que veio passar as férias na cidade ( que pela primeira vez eu estava vendo ele no palco ) e juntos eles tocaram a Enter Sandman com Tito Falaschi 'sentando a mão' na bateria levando a galera a berrar muitos "hey... hey..." em seu início para depois cantarem seus versos com Edu Falaschi e também, 'banguearem' bastante com este sucesso do Metallica, que serviu para que os guitarristas Marcos Adriano e Rodrigo Pardal pudessem se destacarem nos solos.

    Edu Falaschi pergunta se estamos cansados, e claro, que a resposta foi negativa e muitas outras músicas eram pedidas para que ele as tocasse, entretanto, um serviço social foi realizado, pois, ele informou que perderam uma identidade e anunciou o nome da pessoa.

    Conversando bastante e bem descontraído, Edu Falaschi contou que é gostoso tocar pelo mundo em palcos como o do Rock In Rio, mas, que é muito legal tocar em Andradas também. Assim, ele termina a prosa dizendo: "Vamos fazer uma do álbum Powerslave... Two Minutes To Midnight..." e esta seminal criação do Iron Maiden em versão feita com muita habilidade pelos músicos no palco recriou a atmosfera que crescemos ouvindo desde os anos 80 provocando uma reação calorosa dos presentes. Edu Falaschi a cantou muito bem e para quem não sabe, ele foi também um dos candidatos para substituir Bruce Dickinson quando este saiu da donzela no início dos anos 90.

    Novamente à capela Edu Falaschi atende os anseios dos presentes e cantou a Saint Seya com todos os fãs em um coro lindo e arrepiante de se ver, que resultou em muitas palmas e gritos de felicidade por todos os lados do Clube Rio Branco.

    Logo depois, ouvimos os repiques de bateria que trazem as linhas de baixo e guitarras conhecidíssimas de Smoke On The Water, outro místico clássico dos anos 70 e uma das mais conhecidas músicas da história do Rock com o vibrante Edu Falaschi interpretando com muita dedicação os versos compostos pelo Deep Purple e sua atitude no palco era simplesmente contagiante, nos levando a participar no que conseguíssemos, afinal, acompanhar seus vocais não é uma tarefa fácil.

    Sempre muito comunicativo, Edu Falaschi sorri aos pedidos dos fãs de Nova Era e até outras músicas, mas, não era o intuito desta noite e Jump, a sintomática composição do Van Halen alegrou aos presentes, especialmente na atuação do vocalista e nos solos de guitarras da dupla do Six No Rusty.

   Feliz com a empolgação dos fãs, Edu Falaschi avisa que vai precisar de nossa participação para a música seguinte, que foi simplesmente a épica, por assim dizer, canção Fear Of The Dark, que assim como nos shows do Iron Maiden todos fizeram o coro dos "ôôôôôôôô" iniciais e seguiram cantando seus versos com Edu Falaschi nesta que - provavelmente - foi a música que mais causou euforia na galera.

    Não parecia pela vibração que estávamos sentindo em todo o set de Edu Falaschi no Clube Rio Branco, mas o show já estava chegando ao seu final e este nos conta mais uma história dos seus tempos de Angra, em uma turnê com o Dream Theater e o Iron Maiden e de seu momento fã, que queria conhecer os caras e do bate papo que rolou ( ou pelo que contou... não aconteceu... ), e assim, neste clima do Iron Maiden ouvimos ecoar pela pista aquela fala histórica da música The Number Of The Beast para que em instantes depois, todos aqueles acordes e aqueles versos que estão em nossas mentes fossem executados, sendo que Edu Falaschi prestou uma excelente homenagem aos ingleses com este clássico e tal como Bruce Dickinson ficou regendo nossa participação durante os solos.

     Com um sonoro "Obrigado Andradas... muito obrigado... são 3:15 da manhã vamos fazer a última música da noite" e o vocalista agradece nossa presença e junto com o Six No Rusty dispararam a mais conhecida música do Europe e que foi um enorme sucesso nos anos 80: The Final Countdown, que não só nos deixou felizes como também foi responsável por muitos pulos, socos no ar e muitos "eeiiii" quando solicitados por Edu Falaschi em seu decorrer. O vocalista chama os músicos todos no palco para aquela foto e se despede do Clube Rio Branco nesta noite de muito Rock´n´Roll com um "Valeu galera... muito boa noite" em meio a muitos gritos de "mais um... mais um...", porém, não tivemos um bis. Entretanto, valeu e muito, visto que pudemos assistir Edu Falaschi literalmente cantando muito.

    Esta Noite dos Clássicos do Rock com Edu Falaschi e o Six No Rusty marcou a última cobertura de 2016 do Rock On Stage e uma oportunidade para rever muitos amigos e amigas da cidade mineira em uma celebração onde pudemos relembrar de alguns dos sucessos dos grandes nomes do Rock e Heavy Metal, que sempre escutamos em nossas casas e sempre que possível vamos nos seus shows.

    E o melhor isso tudo capitaneado por um empolgado, simpático, comunicativo, muito carismático e 'cada vez mais mineiro' Edu Falaschi, que de quebra deixou a noite ainda mais especial ao convidar seu irmão Tito Falaschi para participar em algumas músicas, em suma, que mais noites como esta possam acontecer em Andradas, pois, tanto a galera da cidade quanto de várias outras da região agradecem. Que no futuro, quem sabe possamos ter um show Almah mais uma vez na cidade.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos a Luiz Alberto Di Corradi e ao Clube Rio Branco
pela atenção e credenciamento

Janeiro/2017

Set List do Edu Falaschi

1 - Breaking The Law
2 - Flight Of Icarus
3 - Rock You Like A Hurricane
4 - Perfect Strangers
5 - Highway To Hell
6 - Love Ain´t No Stranger
7 - Enter Sandman
8 - Two Minutes To Midnight
9 - Saint Seya - Pegasus Fantasy
10 - Smoke On The Water
11 - Jump
12 - Fear Of The Dark
13 - The Number Of The Beast
14 - The Final Countdown

Clique aqui e confira uma galeria com 130 de fotos dos shows de Edu Falaschi e do Six No Rusty no Clube Rio Branco em Andradas/MG

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