São Paulo Trip - Concert Series: Segundo Dia
Com: Bon Jovi e The Kills

Allianz Parque - São Paulo/SP
Sábado, 23 de Setembro de 2017
   

Hard Rock romântico e muitos sorrisos

     Depois do início que ficou registrado nas memórias e nas almas de quem esteve presente, na história do Rock Brasileiro e da capital paulista com o primeiro show do The Who em território brasileiro ( relembre como foi ), o segundo dia do São Paulo Trip - Concert Series seria um tanto que eclético ao misturar o Hard Rock do Bon Jovi e o Rock Indie do The Kills. Além de ser um sábado, o apelo que o Bon Jovi possue com o público é tão grande que a expectativa era de 'casa cheia', com bastante mulheres, sozinhas ou acompanhadas, além de muitos marmanjos que curtem o seu Hard Rock e foi bem isso que aconteceu quando os americanos de New Jersey pisaram no palco do evento.

    Mas de contar como foi o ótimo e emocionante show do Bon Jovi, vamos nos atentar para a banda de abertura, o The Kills, que realizou um show interessante, com bastante energia, mas que não era conhecido da maioria dos presentes, ainda assim o duo formado pela americana Alison Mosshart ( vocais e guitarra ) e o britânico Jamie "Hotel" Hince ( vocais, guitarra e bateria ) encarou a plateia e procurou fazer o seu melhor como vou detalhar nas linhas abaixo.

The Kills

    Tanto o The Kills quanto o Bon Jovi se apresentaram na noite anterior no Rock In Rio, o primeiro entre as atrações do Palco Sunset e o segundo fechando o Palco Mundo. A alta voltagem deste jovem duo era imensa e eles são influenciados por nomes como Velvet Underground e Patti Smith e teve sua formação em 2002, após se conheceram em um hotel nos Estados Unidos quando estavam em outras bandas. Aconteceu assim, a vocalista Alison Mossahart viajou da Flórida para Londres para encontrar e montar o The Kills junto à Jamie "Hotel" Hince ( antes eles já estavam trocando trabalhos pelo correio ). Ao longo dos anos eles lançaram 7 EP's e cinco álbuns de estúdio e neste sábado no São Paulo Trip - Concert Series conheceríamos mais do The Kills, que já esteve no Brasil em outras duas oportunidades.

    Às 19:45, horário previsto para o início do show do The Kills, a dupla foi para o palco acrescidos de seus músicos na bateria e no baixo e ao som de Heart Of A Dog do novo cd Ash & Ice ( de 2016 ), que é mais cadenciada e com uma pegada moderna, que tivemos o primeiro contato com os riffs distorcidos de Jamie "Hotel" Hince e com a incontrolável vocalista Alison Mossahart, que durante todo o show não sossegou por um instante sequer.

    A segunda do set foi a U.R.A. Fever, que foi gravada no cd Midnight Boom de 2008, também manteve esta linha moderna e com a parte alternativa característica da banda, que não chegava a empolgar, mesmo com a enorme presença de palco da vocalista, que não parava de 'banguear', se movimentar e procurar passar o máximo de energia para a plateia.

Frenética

    A terceira foi a música Kissy Kissy do Keep On Your Mean Side de 2003, que começou nos dedilhados de Jamie "Hotel" Hince e contou com um dos raros instantes mais calmos de Alison Mossahart por estar empunhando uma guitarra e também por dividir os vocais com ele em um ritmo interessante, que alternava trechos cadenciados com solos distorcidos e mais longos garantindo um pouco mais de calor para o público, porém, não a ponto de dizer que impactaram os presentes.

    Simpática, a linda garota de cabelos loiros Alison Mosshart agradece ao público e com um andamento eletrônico, ela canta, agita, anda pela pista - montada para o Aerosmith no dia seguinte - durante a execução de Hard Habit To Break, uma das composições do novo Ash & Ice, que foi até que bem recebida pelos presentes, que aplaudiram um bom tanto. Após uma rápida troca de guitarras, ouvimos os dedilhados opacos de Black Ballon, outra do Midnight Boom, onde deu para perceber Alison Mossahart cantar seus versos com emoção em uma linha bem Indie mesmo.

    Mergulhando nas batidas eletrônicas e em um andamento mais lento com a vocalista cantando com uma certa sensualidade, o sucesso Doing It To Death do Ash & Ice foi tocada e sabiamente, ela convocou as nossa palmas, que pela sua vibração a cada música e seu jeito indomável fomos conquistados de forma que respondemos aplaudindo ao The Kills.

    Alison Mossahart segue aos teclados e Jamie "Hotel" Vince troca sua guitarra novamente e com este estilo Eletrônico com Rock e Alternativo Baby Says ( do Blood Preasures de 2011 ) levou os dois a andarem pela passarela. Depois, passeando pelo Pop e o Alternativo tocam a Tape Song ( outra do Midnight Boom ) e também Echo Home ( também do Ash & Ice ), que contou com os dois músicos cantando seus versos, ainda sem nos dar aquele grau, mas, ao menos ficamos prestando atenção no carisma da vocalista. Percebendo isso, ela agradece o carinho e retribuiu com a recente Siberian Nights, que contem mais percussões, inclusive algumas tocadas por ela.

    Depois com efeitos sonoros um tanto que estranhos para os ouvidos e um pouco mais Hard Rock talvez, o The Kills apresenta a Sour Cherry do Midnight Boom, que é consideravelmente Alternativa, porém, ganha palmas e tem direito a 'bangues' da vocalista Alison Mossahart. Ainda tivemos a Pots And Pans ( do Midnight Boom ) com solos curtos de guitarras, que levou os dois na passarela e um mergulho na parte eletrônica, que são esquisitos para quem não acompanha o cenário Indie.

    Nos toques de bateria mais cadenciados em um estilo de hino, que foram acompanhados nas palmas e alguns prolongamentos Rock'n'Roll Monkey 23 do primeiro álbum, o Keep On Your Mean Side foi tocada entre acordes que flertaram com o Blues e bastante distorções, que encerraram a uma hora de show do The Kills no São Paulo Trip - Concert Series resultando em bastante aplausos dos fãs ao receberem os agradecimentos da banda.

    Sempre os grandes festivais devem dar oportunidade para as bandas mais novas, entretanto, o The Kills, que não fez um show ruim, muito pelo contrário, como salientei ao longo deste texto, mas, estava um tanto que deslocado ao ter ao seu lado uma atração do gabarito e importância que é o Bon Jovi, um dos maiores nomes do Hard Rock dos anos 80 e por conta disto, neste dia todo o público composto de seguidores que apreciam este tipo de música. Em festivais como o Lollapalooza ou em uma apresentação só sua, o The Kills fará a alegria completa de seus fãs por conta da adrenalina que demonstraram no palco.

Set List do The Kills

1 - Heart Of A Dog
2 - U.R.A. Fever
3 - Kissy Kissy
4 - Hard Habit To Break
5 - Black Ballon
6 - Doing It To Death
7 - Baby Says
8 - Tape Song
9 - Echo Home
10 - Siberian Nights
11 - Sour Cherry
12 - Pots And Pans
13 - Monkey 23

Bon Jovi

    Terminado o show do The Kills, a equipe de produção realizou um trabalho rápido e eficiente para preparar o palco para a atração principal da noite e que era aguardada por todos os fãs, que foram chegando durante o show anterior e ocuparam todos os espaços vazios do estádio. O Bon Jovi teve sua formação em 1982 em New Jersey e nestes de trinta e quatro anos de carreira venderam mais de 130 milhões de cópias de seus álbuns, que foram responsáveis por muitos clássicos do Hard Rock ao embalarem muitos namoros e festas. O disco This House Is Not For Sale de 2016 foi o primeiro registrado pela banda sem o ícone e um dos fundadores Richie Sambora, que deixou a banda em 2013 e está desde então se dedicando ao projeto com sua namorada Orianthi Paganis, que também é cantora e guitarrista e juntos mantém o projeto RSO - Featuring Richie Sambora & Orianthi.

    Em 2013, quem assistiu ao show do Bon Jovi em São Paulo/SP em uma grande chuva disse que não foi no pique que costuma possuir e quem assistiu a apresentação no Rio de Janeiro/RJ no Rock In Rio no dia anterior ao São Paulo Trip - Concert Series também comentou que não foi aquelas coisas. A missão de Jon Bon Jovi ( vocais e guitarra ), Tico Torres ( bateria e percussão ), David Bryan ( teclados e backing vocals ), Phil X ( guitarra solo, backing vocals e substituto de Richie Sambora desde 2013 ), John Shanks ( guitarra ), Hugh McDonald ( baixo e backing vocals ) e Everett Bradley ( percussão ) não era das mais fáceis, entretanto, eles se provaram a altura do desafio e venceram com capacidade e muitos hits, conforme contarei mais a partir de agora.

    Programado para começar às 21:30hs, o show iniciou às 21:20, por conta de sua duração, que foi maior que no Rock In Rio e abriu com um vídeo, onde vimos a bandeira do Brasil e depois um carro percorrendo em alta velocidade estradas e as ruas da cidade até chegar no local do show ( uma alusão ao conceito do evento? muito provável!!! ), sendo que logo em seguida a banda entrou no palco com a música título do novo álbum, a This House Is Not For Sale levando aquela multidão a pular, gritar e se emocionar ao ver o líder Jon Bon Jovi com blusa preta, camisa azul e distribuindo sorrisos para todos os lados. A positividade desta primeira música é contagiante em seu ritmo e em seus solos de guitarras, tanto que o público mostrou que estava com ela na ponta da língua pela intensidade de sua participação. No término, a euforia era tamanha que chegaram quase a encobrir a banda, que até parou para nos olhar sempre sorridente e emendou um pequeno prolongamento com destaque aos solos do guitarrista Phil X.

Superação

    Se a ideia era atear fogo nos fãs, nada melhor que um clássico das antigas como o Hard Rock Raise Your Hands do sucesso Slippery When Wet de 1986 para isso, canção cantada por todos e a cada rebolada de Jon Bon Jovi, as mulheres deliravam mais e mais. Uma das críticas que o vocalista recebeu foi o alcance de sua voz e para mim, neste início de show, não percebi nada, apenas sua felicidade por este encontro com os fãs presentes, que cantaram com a vibração de sempre ao serem solicitados para erguerem as mãos em um gesto tradicional nesta música. As palmas ficaram maiores nos instantes desta para a seguinte, que foi outra das novas, a Knockout, que também é dotada de um andamento envolvente e contou com uma participação grande da plateia e dos demais músicos nos backing vocals com o vocalista.

    Com a simpatia que é possuidor, Jon Bon Jovi vai ao microfone e nos saúda: "São Paulo... é bom estar de volta aqui e vamos fazer uma noite de muito Rock'n'Roll", depois pergunta: "alguém nos viu ontem no Rock In Rio?" e segue dizendo: "É engraçado, hoje vai ser muito melhor" para concluir: "É sábado a noite, o tempo que temos tem que valer a pena, vocês estão comigo? Então, me mostrem o que tem" para que gritos ensurdecedores eclodam, que são correspondidos com a You Give Love a Bad Name do Slippery When Wet, que conduziu a galera a uma explosão de alegria sendo liberada ao berrarem com ele o título da canção, bem como seus versos, especialmente no refrão, onde realizaram um gigante coro. E Jon Bon Jovi estava visivelmente contente, tanto que foi até a passarela e pede "one more time..." para deixar apenas nós cantando seus versos enquanto que sorriu consideravelmente.

    Em Born To Be My Baby, o vocalista foi para o lado direito e voltou para o centro do palco deixando claro que a sua animação era na mesma proporção que a nossa. Nos solos desta canção do New Jersey de 1988, a dupla de guitarristas mostrou a sua devida eficiência. Para acalmar um pouco, Jon Bon Jovi pega um violão e Lost Highway, canção título do álbum de 2007 foi tocada para que suas linhas mais serenas guiassem o astral do show, que obviamente, também foi muito bem recebida pelos fãs. Ainda com um estilo mais acústico e passagens por Rock We Weren't Born To Follow relembrou do álbum The Circle ( de 2009 ) e nos fez cantar seu refrão, além de observar Phil X na guitarra e confirmar que foi uma excelente escolha para o posto de Richie Sambora.

Junto dos fãs

    O vocalista conversa conosco dizendo que é uma bela noite, que São Paulo é uma cidade louca ( realmente, perdoem-me meus amigos e amigas paulistanos... é mesmo... ) e sorri quando fala da cidade e ao elogiar as garotas: "vocês sabem do que eu gosto? Eu gosto das mulheres gostosas do Brasil" ( bobo ele, não é mesmo? ), assim executam a emblemática Lay Your Hands On Me do New Jersey e Jon Bon Jovi vai pela primeira vez até ao final da passarela, e pasmem, desceu na parte baixa tocando as mãos de cada um dos fãs que estavam mais na grade, tira 'selfie' com uma fã e isso era exibido no telão enquanto que a banda sustentava a melodia e os backings vocals da música. Nem é preciso dizer o resultado foi uma histeria enorme nos fãs, que aplaudiram e cantaram seu principal verso em uma verdadeira comunhão musical com o Bon Jovi.    

    David Byran nos teclados disparou outra das mais marcantes ( ao menos para mim ) canções da banda com In These Arms, que pertence ao Keep The Faith e aquele clima de comoção aumenta assim como a nossa satisfação por novamente estarmos em um show do Bon Jovi com a banda exibindo a força e a vontade de realizar um grande espetáculo. Antes de prosseguir ele pergunta se estamos "Ok" e anuncia outra do novo cd This House Is Not For Sale com a New Year's Day, que foi bem aceita também e mostrou um feitio mais Pop e menos Hard Rock, mas, nesta hora, quem se importa... é do Bon Jovi e ponto.

Amoroso

    De volta ao Lost Highway e sozinho no palco com um violão, Jon Bon Jovi canta os versos da lenta ( You Want To ) Make A Memory em um estilo à capela com todos delirando pela introspecção demonstrada e muitos assistiram filmando com seus celulares produzindo uma linda imagem para os músicos conferirem lá do palco. No decorrer notamos os toques de Tico Torres em sua bateria e também os teclados de David Byran se fazem presentes adicionando um clima mais espiritual à esta canção, que também marcou um belo momento do show com o vocalista atingindo uma nota bem alta em sua voz no final.

    O sucesso Bed Of Roses chegou nos toques de David Byran nos teclados como se fossem um piano e mostrou Jon Bon Jovi cantando com um grande romantismo seus versos, que se amplificaram quando ele escolheu ( ou combinou antes, vai saber... ) uma fã que subiu na passarela e dançou, abraçou, beijou ( creio que de lado... ) e se derreteu por ele durante esta balada do Keep The Faith provocando ciúmes em praticamente todas as outras mulheres presentes no estádio ( aliás, confirmei pela reação das garotas que estavam próximas ), que mesmo assim sustentaram os vocais cantando com a banda enquanto que Phil X disparava os solos longos da canção em sua Gibson. Provavelmente para cada uma das mulheres que você perguntar ela te dirá que este show foi inesquecível, mas, para esta fã que esteve nos braços do vocalista foi mais... muito mais...

    Para que não tivéssemos lágrimas ou aqueles olhares de inveja disparados pelas garotas, o 'Hardão' It's My Life do Crush de 2000 colocou o Allianz Parque para pular novamente e cantar seus versos com potência com o septeto, onde coube a Phil X realizar o solo de guitarra e também as incursões no 'talking box'. Na seguinte, cujo título não poderia ser mais apropriado para um show ao vivo, Someday I'll Be Saturday Night continuou flamejando este show do Bon Jovi no São Paulo Trip - Concert Series e como não cantar com eles do jeito eletrificado que apresentaram esta composição inédita da coletânea Cross Road de 1994, que em seus prolongamentos receberam muitas palmas e no meio da música, o vocalista relembra: "da última vez passamos por tempos difíceis, Tico estava doente, Richie estava ausente, mas, o amor de vocês me ajudou a chegar até aqui. Quatro anos depois, as estrelas brilharam, eu ouço um trovão atrás de mim, ouço seus corações e eles me chamam" e pede os "ôôôôôôôôôs" da plateia sendo atendido prontamente. O trovão que Jon Bon Jovi se refere é o de Tico Torres, que também expôs sua alegria para nós neste momento muito emblemático do show.

    Com um sonoro "Thank You", Jon Bon Jovi começa a apresentar a banda e sobre Tico Torres, ele disse: "o coração e a alma", depois continua com os outros músicos: David Bryan, Hugh McDonald e Phil X, que ameaçou chorar por não ser da banda, porém, Jon Bon Jovi intercedeu e disse é membro oficial da banda ( ou seja, quem ainda esperava Richie Sambora de volta... não vai acontecer tão cedo, isso se acontecer ), Everett Bradley e por fim o John Shanks. E ele pergunta: "existe algum cowboy aqui no Brasil ?" e a plateia delira, pois, sabia que a sintomática Wanted Dead Or Alive, um dos muitos hits do Slippery When Wet seria a seguinte e foi para mim o melhor momento da noite e particularmente, o que mais aguardava, pois, adoro seus toques no violão feitos por Jon Bon Jovi, seus toques de teclados de David Bryan e seus solos de guitarras, agora feitos pela dupla Phil X e John Shanks de forma que também cantei vários de seus versos com todos os outros.

    "Um.. dois... três... quatro" dito em português com uma dose de sotaque em uma base de bateria e de percussão de muita qualidade foi a chamada para I'll Sleep When I'm Dead do Keep The Faith, onde o carismático vocalista nos pediu para erguer as mãos e prontamente atendemos, seja aplaudindo ou interagindo com ele, que disse: "eu gosto... eu gosto de vocês... eu amo vocês..." e a dupla de guitarristas Phil X e John Shanks terminam enviando solos puramente Rock'n'Roll, que inflamaram ainda mais a todos. Outra que logo nas primeiras notas já conhecemos e reagimos é a Have a Nice Day - música título do álbum de 2005 - com seus ótimos solos de guitarras e com o frontman Jon Bon Jovi a cantando muito bem.

    Keep The Faith, título do álbum de 1992 também não poderia faltar no show e surgiu nos toques de baixo de Hugh McDonald ligados a eletricidade dos demais instrumentos. No passar dos minutos desta composição, o vocalista chama todos os músicos das cordas para caminharem com ele para a passarela e ficarem mais perto do público, o que diga-se de passagem é sempre muito bom. E tanto Phil X quanto John Shanks fizeram questão de caprichar nos solos desta, mas, o destaque vai para os solos de David Bryan em seus teclados no padrão de um Hammond, que expandiram o peso desta canção e nos transportaram para os anos 70. Durante Keep The Faith, os telões falharam e tiveram que serem 'reiniciados'. Ainda bem que a produção estava atenta e corrigiu e rapidamente solucionou o problema.

  

    Pouco depois, sempre bem humorado Jon Bon Jovi pergunta: "tem algum doutor aí" e a dica para a clássica Bad Medicine do New Jersey foi dada e então eles a tocaram entre os gritos poderosos dos fãs, que cantaram com a banda mais uma vez e finalmente Jon Bon Jovi veio para o lado esquerdo do palco ( de quem olha e onde eu estava, pois, neste show ele foi mais para a direita ) e posteriormente conduziu todos novamente para o final da passarela, sendo que nesta sinergia única repleta de palmas a primeira parte do show se encerra.

Bis exclusivo

    Já haviam se passado mais de duas horas na maior adrenalina e embora o retorno para o bis  demorou alguns minutos, o Bon Jovi voltou com a balada Always do Cross Road, que criou uma catarse coletiva para colocar o estádio abaixo, além de levar muitos casais aos beijos e outros tantos a gritar tão encorpadamente que o vocalista deixou apenas nós sozinhos em alguns versos neste momento de um puro privilégio do São Paulo Trip - Concert Series, sim, porque foi maior, melhor com exclusividades, se compararmos com o  show do Rio de Janeiro/RJ. Phil X comandou os solos de guitarras com a precisão que esta música pede, mas, o coral dos fãs por vezes quase encobriu a banda, que naturalmente apreciou e deixou isso acontecer.

    Provando que realmente este show foi muito melhor, Jon Bon Jovi canta à capela conosco os primeiros versos de Livin' On a Prayer e pede para que as luzes sejam acesas, pois, queria ver os nossos rostos participando com ele nesta criação presente no Slippery When Wet, que contou com Phil X novamente no 'talking box' e solando uma guitarra verde 'surrada', enquanto que todos no estádio saiam do chão juntos ao comando do vocalista, que regeu a forma que cantamos os "ôôôôôôô" ( mais ou menos intensos de acordo com o ritmo da música ). Ele nos agradece pela euforia e convida todos os membros da banda para se dirigirem na frente do palco para receber nosso carinho e todos sorriram com seus rostos alegremente.

    Todavia, ainda não era o fim, pois, notadamente emocionado o vocalista nos agradece pela amizade, pela intensidade, enfim, por ajudar tornar este show tão bom para eles quanto foi para nós e isto, por conta dos problemas do passado, pelos novos com Donald Trump no comando da América, enfim, mesmo, pensando nisso tudo, a felicidade estampada em cada um deles refletiu-se em These Days ( título do álbum de 1995 ), assim como a proposição de pensarmos no momento que estamos vivendo no mundo e o que fazer para melhorar... tudo isso em um Rock'n'Roll tocado com muita emoção, disposição e dedicação pelo Bon Jovi. Além de se enrolar em uma bandeira do Brasil, o vocalista estava tão empolgado, que parecia que não queria sair do palco e que mais uma música seria tocada, mas, após 'chefiar' os "ôôôôôô", as luzes são acesas e o show termina com os tradicionais agradecimentos de todos os membros do Bon Jovi.

    A voz de Jon Bon Jovi não é a mesma de quando ele tinha 20 anos, lógico, nem as nossas são, mas do alto de seus 55 anos de idade, mesmo que em um tom abaixo do normal em suas músicas, a capacidade dele e dos outros seis músicos que compõem a banda Bon Jovi ainda está elevada para lotarem um estádio com mais de 40.000 pessoas em um espetáculo pulsante de duas horas e meia, e isso, meu caro leitor(a) está irretocável. Ahh!!! em tempo: Jon Bon Jovi disse que este era o 40º show da turnê do novo cd e que voltará no Brasil em 2018. Vamos aguardar e conferir!!!

Texto: Fernando R. R. Júnior
Fotos: Ricardo Matsukawa/Mercury Concerts
Agradecimentos à Denise Catto Joia, Simone Catto Joia e para a Mercury Concerts
pela atenção, oportunidade e credenciamento
Outubro/2017

Set List do Bon Jovi

1 - This House Is Not For Sale
2 - Raise Your Hands
3 - Knockout
4 - You Give Love A Bad Name
5 - Born to Be My Baby
6 - Lost Highway
7 - We Weren't Born To Follow
8 - Lay Your Hands On Me
9 - In These Arms
10 - New Year's Day
11 - (You Want To) Make A Memory
12 - Bed Of Roses
13 - It's My Life
14 - Someday I'll Be Saturday Night
15 - Wanted Dead Or Alive
16 - I'll Sleep When I'm Dead
17 - Have A Nice Day
18 - Keep The Faith
19 - Bad Medicine

Encore:
20 - Always
21 - Livin' On A Prayer

Encore 2:
22 - These Days

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