Confessori
Abertura: Metal Invaders - Helloween Cover
Rock Club em São Bernardo do Campo/SP
Domingo, 02 de julho de 2017

    Além de estar uma noite fria era um domingo e fora da capital, fui ao show sem grandes expectativas de público, não pela banda, claro, é excelente, como já tinha citado em resenha anterior ( confira aqui ), mas pela situação.

    O Rock Club ( http://www.rockclubsaobernardo.com.br/o-bar ) é para mim um local novo, pois, ainda não conhecia e gostei do local ( um pub ), o bar conta com três ambientes interligados, decorados com estilo único trazendo quadros com imagens clássicas que marcaram época na história do Rock. No ambiente "Palco" acontecem os shows com as melhores bandas de São Paulo e de grandes nomes do Rock Nacional como Marcelo Nova, Nasi, Velhas Virgens, Golpe de Estado, Inocentes, Cólera, etc. E também atrações internacionais como Blaze Bayley ( ex-vocal do Iron Maiden ).

    Nesta noite em especial seria para conferir mais um show do Confessori com seus convidados especiais relembrando de grandes sucessos do Angra e do Shaman, sendo eles: Luís Mariutti, Rafael Bittencourt e Bruno Sutter, além da banda de abertura, o Metal Invaders - Helloween Tribute, que começo a contar como foi seu show nas linhas abaixo.

Metal Invaders - Helloween Tribute

    Por volta das 22:00 horas a banda de abertura, a Metal Invaders - Helloween Tribute de Santo André/SP, formada em 2014 sobe ao palco, e para meu espanto, e melhor surpresa impossível, está muito bem representada nos vocais, por alguém que pessoalmente admiro e recomendo conhecerem o trabalho, tanto nesta banda como na Souslpell, estou falando de Victor Emeka Rocha Ikwueme, que pessoalmente é muito humilde e simpático para conhecer um pouco do trabalho da banda acesse este link.

    A banda ainda contou com a participação de Bruno Sutter dividindo os vocais com Victor Emeka Rocha Ikwueme em Time Of The Oath, canção título do álbum de 1996. A banda foi bem recebida pelo público, sendo que a cada canção, os presentes iam ao delírio participando, cantando junto e 'bangeando' os cabelos, enfim, eles levantaram e aqueceram a galera para o que vinha a seguir.

    O Metal Invaders é uma banda excelente faz um tributo com o que o Helloween traz de melhor com excelentes músicos e profissionais completos, ( já era fã do Victor Emeka Rocha Ikwueme, agora me tornei fã da Metal Invaders - Helloween Tribute, já sabendo que por hora ele continua nos vocais com agenda até outubro, vale a pena dar uma conferida ).

    Além do vocalista completam a formação do quinteto, os músicos Willian Alves e Rafael Bereta ( guitarras ), Renan Cardoso ( baixo ) e Jon Levischi ( bateria ), que durante o seu set, eles relembraram de vários clássicos do Helloween que foram na sequencia Sole Survivor do Master Of The Rings de 1994, Dr. Stein do The Keeper Of The Seven Keys II de 1988 e The Chance do Pink Bubbles Go Ape de 1991.

    As clássicas e sucessos históricos do Helloween Power ( do The Time Of Oath ) e a indefectível Eagle Fly Free ( do Keeper Of The Seven Keys Part II ) também foram lembradas pela Metal Invaders - Helloween Tribute, assim como a trinca final composta por Future World ( essa do lendário Keeper Of The Seven Keys Part I 1987 ), a citada Time Of The Oath e a festiva I Want Out ( também do Keeper Of The Seven Keys Part II ), que serviram de certa forma para nos preparar para o show dos alemães no final de outubro em São Paulo/SP.

Set List do Metal Invaders - Helloween Tribute

1 - Sole Surviver
2 - Dr. Stein
3 - The Chance
4 - Power
5 - Eagle Fly Free
6 - Future World
7 - Time Of The Oath
8 - I Want Out

Confessori

    Por voltas das 23:00, o Confessori sobe ao palco mandando de cara Shaman, banda esta que não é segredo para ninguém, ser minha banda de coração e preferência das bandas fundadas por Andre Matos. Here I Am do álbum Ritual ( de 2002 ) foi executada com muita energia e vontade pela banda e fica claro o entrosamento dos músicos.

    Aliás, a satisfação de tocarem juntos é evidente sabendo que estão fazendo um trabalho com qualidade e ao ouvir a voz de Alax William ( lembrando que esta a segunda vez que ouço a banda ) fica nítido como ele coloca a própria identidade na forma do cantar, sem fazer cover ou querer parecer o cantor original da música, isso me satisfaz, pois, no meu ver isso acrescenta para o Metal Nacional, ter uma pessoa com tanta qualidade vocal desenvolvendo um trabalho tão bem executado anteriormente, e de uma forma pessoal e não deixando a desejar.

    Enfim, me sinto orgulhosa e privilegiada de poder participar disso ( neste momento entendo porque saio de tão longe num dia tão gelado... porque vale a pena! ).

    Na sequência tivemos For Tomorrow, como a primeira... outra do Ritual, também do Shaman e nesta altura o bar estava aconchegante com todos próximos ao palco e para minha surpresa, a casa estava lotada e ninguém menos que Bruno Sutter surge na plateia e acompanha o show do meu lado brincando e nos divertindo o tempo todo com sua irreverência já conhecida.

    Ao perceber que a música que mais gosto vem na sequencia meu coração dispara, pois, Time Will Come é uma canção e tanto, minha preferida, não só do disco Ritual, mas do Shaman. Tocada com maestria pela banda, batida cadenciada da bateria do Ricardo Confessori a pleno vapor, os guitarristas Affonso Jr. ( Revenge e Hardwood ) e Thiago Oliveira ( Warrel Dane e Seventh Seal ) nos enviaram solos impecáveis, também destaco o marcante baixo de Fabio Carito ( Warrel Dane e ex-Shadowside ) enquanto que eu canto a pleno pulmões junto com a plateia, que formam um coro delicioso se juntando a voz de Alax William ( Jackers ) num verdadeiro deleite.

    Ao ouvir a introdução de Fairy Tale, ouço de alguns presentes ao meu redor faziam comentários de como o Confessori estava afiada e toca bem, inúmeros elogios a toda banda, que reproduziu esta linda balada do álbum Ritual do Shaman. As pessoas mal podiam esperar para ver os convidados anunciados, afinal, teríamos ex-integrantes do Angra e do Shaman dividindo o palco, além de Bruno Sutter, o Detonator do Massacration.

    Blind Spell provou que o Confessori queria relembrar mesmo do histórico primeiro álbum do Shaman e a versão desta noite foi bem executada e cantada na voz melodiosa do Alax William e continuo com a mesma opinião do show anterior: "Troca por Distant Thunder por favor...". O show continua com outro primorosa composição do Shaman, a Innocence do cd Reason  de 2005 e o coro ficou lindo acompanhado das pessoas presentes, sendo que Alax William consegue transmitir a emoção que requer nessa canção perfeitamente.

    Convidados a subirem ao palco e muito aplaudidos, Luís Mariutti 'o Jesus do Metal' na sua habitual seriedade e até uma certa timidez, porém, simpático, cumprimenta o público e Bruno Sutter faz a vez de Tobias Sammet ( do Avantasia e do Edguy ) dividindo os vocais com Alax William num dueto sensacional que levou o público ao delírio na empolgada Pride ( outra do Ritual ). Na sequência vem a Two Minutes To Midnight, um clássico do Iron Maiden gravado no álbum Powerslave de 1984, onde a galera ensaia um 'bate cabeça', gritam, cantam juntos e vibram com a energia transmitida pela banda nessa música muito aplaudida e com muitos pedidos de bis.

    Rafael Bittencourt é anunciado e comparece ao palco com a simpatia de sempre, muito aplaudido e aclamado pelos presentes, brincando com o público que grita: "Capiroto". Bruno Sutter brinca com a plateia dizendo: "Poxa eu vim de tão longe dirigindo até aqui, moro lá para os lados da Raposo Tavares, cara sinto muito, não vou cantar só duas músicas não... eu vou ficar no palco e cantar mais".... O público reage com gritos de "fica, fica..." e ele permanece ao palco.

    Rafael Bittencourt então sola sua guitarra para dar início ao sucesso Nova Era do cd Rebirth de 2001 do Angra e com três guitarristas, o público cantou e pulou novamente, além de fazer um ensaio de 'bate cabeça', pois, vejo todos cantando com a banda fazendo coro de extensão, pois, Bruno Sutter e Rafael Bittencourt dividem os vocais enquanto que as 'bangeadas' de cabelo rolam soltas.

    Depois, eles dão início a Nothing To Say do Holy Land ( de 1996 ) e é uma maravilha reviver uma época de ouro do Metal, com três integrantes juntos novamente dividindo o palco neste outro clássico do Angra, afinal, a canção é tão enérgica e o público solta a voz no coro. Ainda do Holy Land, eles relembram de Make Believe, que foi outro grande ápice da noite e mesmo sendo uma balada, o público sempre espera por essa canção devido a beleza de sua letra e de sua energia ao cantar, que os músicos fizeram com muita competência, que desta vez contou com Rafael Bittencourt e Bruno Sutter dividindo os vocais.

    Os convidados se despedem do público, são aplaudidos e recebem muitos assovios em um grande contentamento, que agradou bastante. Ricardo Confessori acerta em cheio sempre ao convidar ex-integrantes e amigos das bandas das quais já participou ou alguém inusitado para seus shows tanto que atesto: estão de parabéns pela iniciativa em reavivar a memória de dias de gloriosos.

    Time é uma balada deliciosa, calma no início e então a surpresa de um agudo e uma batida mais cadenciada, e rápida, deixando a canção do cd Angels Cry de 1993 do Angra dançante e saborosa, foi a próxima do show do Confessori, que retoma a formação original e mais uma vez percebo como a banda está tocando com vontade e entrosada como se os convidados dessem um animo e mais vontade ainda de mostrar serviço, fato que nós ouvintes só temos a agradecer.

    Continuando a acalmar - mas, nem tanto - a bela Silence And Distance do Holy Land do Angra chega vigorosa, levanta a galera e é seguida pela esbelta e marcante Lisbon, que foi um dos destaques do álbum Fireworks ( de 1998 ) do Angra e a batida da bateria é maravilhosa levando a plateia acompanhar com palmas e ajuda a cantar o seu refrão maravilhoso.

    A explosiva música título do primeiro cd do Angra, a Angels Cry encerra a noite com chave de ouro, na minha opinião é a música onde se destaca a bateria de Ricardo Confessori, que claro não deixou de fazer o seu solo de sempre e arremessar suas baquetas. Infelizmente, o tempo era curto, era domingo e o show chegou ao fim com o Confessori muito aplaudido saindo de cena com a satisfação e certeza de ter acertado em cheio, seja pelos convidados que abrilhantaram a noite, ou pelo set list impecável.

    Fui recebida no camarim após o show e foi muito agradável estar entre amigos e pessoas que admiro. Todos do Confessori são muito carismáticos, simpáticos e acima de tudo, humildes para ouvir a opinião de seus fãs, posar para fotos ou simplesmente bater um papo. Bruno Sutter e Rafael Bittencourt não fizeram diferente deram atenção igualmente com um banho de simpatia.

    Agradecimentos a Tiago Claro e ao Marcelo Mendes pelo credenciamento ( mesmo na última hora ), a Marcos Rubin ( MR Produção ) pelo papo descontraído de sempre, a Lirian Beretta, Mallu Rodrigues, Priscilla Rodrigues pela companhia e companheirismo, ao Dener e Victor Ariani pelas imagens dessa resenha, a Alax William e Viviane Monteiro pelo carinho e atenção, e todos do Confessori, Rafael Bittencourt e Bruno Sutter pela descontração e simpatia.

Texto: Julianna Jordão
Fotos: Dener Ariani, Rafael Belzunces e Priscilla Rodrigues
Agradecimentos ao Tiago Claro e Marcelo Mendes pela atenção e credenciamento.
Julho/2017

Set List do Confessori

1 - Here I Am
2 - For Tomorrow
3 - Time Will Come
4 - Fairy Tale
5 - Blind Spell
6 - Innocence
7 - Pride
8 - 2 Minutes To Midnight
9 - Nova Era
10 - Nothing To Say
11 - Make Believe
12 - Time
13 - Silence And Distance
14 - Lisbon
15 - Angels Cry

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