Metal Singers II com Udo Dirkschneider, Andre Matos, Blaze Bayley e Doogie White
Bar da Montanha - Limeira/SP
Sábado, 08 de Dezembro de 2018
   

    Depois de ter alcançado muito sucesso em 2015 ao reunir Udo Dirschneider ( U.D.O., ex-Accept ), Blaze Bayley ( ex-Iron Maiden ), Tim "Ripper" Owens e Mike Vescera ( relembre como foi ), o projeto Metal Singers, que foi idealizado pela Open The Road Agency, preparou um novo giro pela América do Sul com mais grandes expoentes do Heavy Metal Mundial, sendo que foram mantidos os dois primeiros e acrescidos no lugar dos dois últimos, o nosso grande André Matos ( Shaman, ex-Angra e ex-Viper ) e o excelente Doogie White ( Michael Schenker’s Temple Of Rock, ex-Rainbow, ex-Tank, ex-Pink Cream 69, ex-Yngwie Malmsteen e outras ).

    Este novo quarteto de estrelas trouxe até nós um show especial relembrando das canções que fizeram a história em suas carreiras, precisamente, em algumas da bandas que passaram e nesta noite no Bar da Montanha deixando de lado suas músicas compostas como cantores solo. A expectativa para conferir seus shows se tornou maior por conta de saber que o Udo Dirschneider está se 'despedindo' das músicas do Accept em sua carreira, sendo que no futuro irá cantar apenas suas composições solo, ou seja, este fato transformou esta apresentação no Metal Singers II um show histórico. Já Blaze Bayley avisou que executaria apenas canções de seus dois discos à frente do Iron Maiden e a curiosidade seria quais músicas Andre Matos escolheria de sua extensa carreira e de quais bandas em que Doogie White foi vocalista seriam as escolhidas dele.

    O estilo dos shows segundo informado pelas notas de divulgação para a imprensa seria o mesmo que na primeira edição do Metal Singers: cada um deles cantariam algumas canções e posteriormente se reuniram para Jams especiais dividindo os vocais, entretanto, isso não aconteceu por um bom motivo que será contando mais abaixo nesta matéria.

Doogie White

    O vocalista escocês Doogie White foi o primeiro a subir no palco do Bar da Montanha por volta das 23:25 diante de um ótimo público para iniciar o show com Judgement Day, música que gravou no álbum War Machine do Tank em 2010, que já cativou os com seus solos de guitarras executados com primor pela dupla Vulcano ( do Hellish War ) e Kiko Shred ( do Slippery ) e amparados pela dupla Lucas Tagliari na bateria e Will Costa ( do Higher ) no baixo. Com o time afiado como estava Doogie White pode nos mostrar seu enorme talento e carisma ao pedir para que nós acompanhássemos suas evoluções de sua voz nas palmas e que ganharam também vários 'hey... hey...' da contente plateia.

    Tão empolgado quanto cada um de nós, o vocalista saúda os fãs sorridente e instantes depois informa que a segunda da noite seria a Lord Of The Lost and Lonely do álbum Bridge Of The Gap de 2013 do Michael Schenker's Temple Of Rock em que sua emblemática voz e atuação no palco faz uma diferença enorme para quem está assistindo o show. Durante os solos de guitarras de Vulcano e Kiko Shred, Doogie White faz o tradicional gesto como se estivesse solando também antes de cantar os versos finais e soltar alguns longos agudos deste significativo Hard Rock.

    Depois, ele nos agradece novamente e diz que temos que aplaudir as garotas, antes de pedir palmas para o baterista Lucas Tagliari e comentar da próxima música, a encorpada Ariel, registrada junto ao guitarrista Ritchie Blackmore no Rainbow no álbum Stranger In Us All em 1995 e seu ritmo cadenciado contou com solos de Kiko Shred, além de todo o potencial do vocalista, que comprovaram porque ele foi sempre escolhido por tantos guitarristas famosos ( e problemáticos ) para cantar suas músicas. A quantidade de emoção que Doogie White deposita ao cantar é algo que bate na alma de quem está presente em um de seus shows, pois, quando a música fica mais lenta como foi o caso desta versão de Ariel, isso ficou extremamente evidente, assim como nos solos de guitarras refletindo a veia Blues que a composição contém.

    Sempre muito animado, Doogie White nos conclama a gritar com ele 'Halleluiah' para depois aos velozes e robustos solos de guitarras de Kiko Shred e em seguida de Vulcano, a Five Knucle Shuffle disparasse seus raios metálicos diretamente em nossas mentes. Esta composição do Demon's Eye - banda tributo ao Deep Purple - é pertencente ao álbum Under The Neon de 2015 e deixa claro a grandeza que um Heavy Rock desperta nos dias atuais, pois, as pessoas participaram intensamente com Doogie White gritando seu principal verso Halleluiah, com direito inclusive a uma brevíssima repetição.

    Antes de continuar, Doogie White dedica a próxima música aos amigos Dio, Cozy Powell e Jon Lord, que infelizmente já partiram e certamente foram influências para ele em sua carreira. Desta forma tivemos a lenta e sintomática Temple Of The King, que foi gravada em 1975 no álbum do Rainbow intitulado como Ritchie Blackmore's Rainbow. A versão apresentada por ele foi simplesmente digna de se fechar os olhos e lembrar do inigualável Ronnie James Dio, que lá do céu ficou feliz com a homenagem prestada por Doogie White, que a cantou literalmente nos sensibilizando com seus longos agudos.

    E a dupla de guitarristas - mais especificamente meu amigo Vulcano - tiveram a missão de solarem suas guitarras aumentando o sentimento positivo que era passado do palco até nós pelo vocalista, que nos deixou cantar os "ôôôôôôôô" nos regendo e dizendo para que cantássemos primeiro para Cozy Powell, depois para Jon Lord e por fim, para Ronnie James Dio. A cada nome dito por ele o vigor dos "ôôôôôôôô" eram amplificados sendo o baixinho vocalista do Rainbow, Black Sabbath e Heaven & Hell, quem contou com os gritos mais fortes. Confesso que a magia espiritual que esta música colocou no ar foi algo que já disse em outras matérias.... é praticamente indescritível.

    Só fiquei triste porque no momento que o set de Doogie White chegou no seu ápice e que merecia ao menos duas outras canções, o seu tempo havia terminado e ele fez questão de nos agradecer com um singelo "Thank You Everbody... Thank you so Much" e isso foi compartilhado pelos fãs que gritaram "one more song... one more song", porém, não foi o que aconteceu, afinal haviam mais três outros mestres para se apresentarem.

    Que Doogie White retorne ao Brasil, e particularmente no Bar da Montanha, para um show completo só seu, pois assim seremos surpreendidos com mais interpretações espetaculares deste nobre vocalista.

Set List Doogie White

1 - Judgement Day
2 - Lord Of The Lost and Lonely
3 - Ariel
4 - Five Knucle Shuffle
5 - Temple Of The King

 

Andre Matos

    Demoraram apenas alguns minutos para que o palco fosse acertado para o show de Andre Matos, afinal, a banda de apoio era a mesma e somente um teclado seria adicionado ao palco ( eu disse teclado? humm ). Desta forma, por volta das 00:15, um dos maiores vocalistas brasileiros começaria seu show ao som de Wings Of Reality, entretanto, quando chegou a vez dele cantar sua voz não saiu e já atrapalhou sua apresentação. São coisas que acontecem e a equipe técnica rapidamente providenciou o reparo, afinal, o espetáculo não pode parar e conferir ele cantando este clássico do Angra presente no álbum Fireworks de 1998 já foi uma grande alegria para mim e o público presente.

    Mas, a música foi cortada por conta de novos problemas, agora no teclado e Andre Matos conversa um pouco com a plateia, conta histórias, fala de futebol e brinca com os fãs enquanto era sanado o que aconteceu com o instrumento ou seus cabos. Importante também de se salientar foram os agradecimentos dele aos membros da banda de apoio para então retomar a música de onde parou, que pelo jeito seria possível prossegui-la de forma a curtirmos todo o enorme feeling que Andre Matos atinge com sua voz, além é claro de reviver um momento importante de sua fase no Angra.

    O vocalista parecia calmo, mas provavelmente no fundo, no seu íntimo não estava, ainda assim, seguiu o show de acordo com o programado com o clássico do Heavy Metal Brasileiro... Living For The Night do Viper e tivemos a impressão que não teríamos mais problemas, porém, o teclado teimou em não funcionar corretamente para desespero dos roadies e técnicos. Sinceramente... acredito que poderia seguir a música sem os teclados só nos solos de guitarras de Kiko Shred e Vulcano em uma versão possivelmente menos parecida com a original, mas devidamente mais Heavy Metal, aliás, um fã gritou exatamente isso. E melhor ainda, os fãs compreenderam que isto não é culpa de ninguém, quer perfeição 100%? ouça no cd, ao vivo tudo pode acontecer.

    Quando finalmente foi resolvido o problema, Andre Matos recomeça Living For The Night para que mais uma vez em nossas vidas sejamos alvejados com esta magnífica canção do álbum do Theatre Of Fate de 1989, que obviamente cantamos seus versos felizes com o vocalista e pudemos também observar atentamente o desempenho dos demais. Inteligentemente, eles alongam a música e Andre Matos nos provoca com seus longos e poderosos agudos, que claro não conseguimos ir tão longe quanto ele.

    Preocupado com o reação discreta da plateia, ele nos pergunta se melhorou o som e diz: "vocês estão meio apagados hoje". Isso provavelmente aconteceu por conta dos problemas que acabam por diminuírem o calor do show, mas, na versão de Painkiller do Judas Priest já saímos sacudindo os pescoços e socando o ar como se deve fazer em um clássico deste gabarito do Heavy Metal em que o baterista Lucas Tagliari justificou o porque de estar lá atrás com seus ferozes toques em seu kit. Na hora do refrão com a adrenalina em alta fizemos questão de gritar com Andre Matos, que gostou da recepção atingida.

     Outra de seus tempos no Angra e do álbum Holy Land ( que me levou a tornar fã da banda ) tivemos a Nothing To Say em uma versão bastante pesada e que contou com uma marcante participação dos fãs no Bar da Montanha, afinal, superado os problemas presenciamos um cantor perfeccionista querendo enviar um show com muita qualidade a cada momento, sendo que para isso ele se movimentava pelo palco, movia os braços, sacudia a cabeça, enfim, deixava claro o grande frontman que é. Entre muitos aplausos, Andre Matos vai novamente ao teclado e executa um solo, que demonstrou um novo problema com o mesmo. Para relaxar, Andre Matos inicia uma conversa ( que pareceu um debate ) com um fã até que Lisbon, outra do Fireworks foi executada com todo o seu entusiasmo a cada trecho da música, que por ser muito conhecida contou com uma participação bastante fervorosa dos fãs, graças ao seu contagiante magnetismo e aos seus solos de guitarras tocados perfeitamente por Vulcano e Kiko Shred.

    Andre Matos encerra com um "Até a próxima Limeira... Valeu" um show que foi bom, mas teria sido muito melhor se tudo que aconteceu com os teclados não atrapalhassem a atuação do brasileiro, porém, acredito que ele deveria ter improvisado e não ficar de certa forma 'dependente' do instrumento. Enfim, são coisas que acontecem.

Set List do Andre Matos

1 - Wings Of Reality
2 - Living For The Night
3 - Painkiller
4 - Nothing To Say
5 - Lisbon

Blaze Bayley

    O terceiro grande cantor desta noite era o ex-Iron Maiden Blaze Bayley, que por volta da 01:00 subiu no palco todo de preto com uma garra digna de um velocista, pois, ele não parava quieto no palco, mexia os braços e queria ir o mais próximo dos fãs que conseguisse tanto que as caixas de retorno para ele viraram local para se apoiar e consolidar a aproximação dos fãs. Para isso, Blaze Bayley inflacionou os fãs logo de cara com Lord Of The Flies do cd The X-Factor do Iron Maiden de 1995 e foi como rever um filme passar pela cabeça, quando ouvi este disco pela primeira vez e relembrar das sensações que ele me passou na época. Blaze Bayley estava tão empolgado e tão "sangue no zoio" que seria impossível não agitar com ele, que está com uma voz tão ou mais poderosa que antigamente. Com a plateia nas mãos, Blaze Bayley comandava euforicamente os "hey... hey..." dos fãs.

    E pensa que foi só na primeira essa alta voltagem? Não, pelo contrário ela se fortaleceu assim que Future Real do Virtual XI apareceu com os guitarristas Vulcano e Kiko Shred solando a todo vapor para que Blaze Bayley pudesse com as mãos reger a plateia e cantar firmemente seus versos. O show estava acalorado e após um "tudo bem Limeira?" a cadenciada e devidamente ganchuda When Two Worlds Collide fez a alegria de cada headbanger das antigas ou até mais novo, que reagiu nos "ôôôôôôôôô" cada vez mais fortes para alegria do insano vocalista, que só faltou pular na plateia, mas soltou um sonoro "Muito obrigado Limeira!!!!" e recebeu em troca um emocionante "olê... olê... olê... Blaze... Blaze... !!!" bastante forte.

    A melhor canção registrada na "Era Blaze" do Iron Maiden é sem dúvidas a The Clansman, outra do Virtual XI e ao ser exibida nesta noite, os arrepios de contentamento vieram assim como nossa participação nos "ôôôôôôôôô" no ritmo da música com os dedilhados de Vulcano no que foi para mim um dos melhores momentos deste Metal Singers II em Limeira. E esta longa composição contou com um Blaze Bayley se dedicando de uma maneira emblemática, que é para ficar na memória.

    Com a intenção de ver se o público estava gostando, Blaze Bayley até começa a próxima, mas, a interrompe para conversar com o público sobre a localização do show até finalmente anunciar Man On The Edge, que seguiu tão rápida quando sua versão original do cd The X Factor e foi cantada por todos, especialmente, o seu refrão, além de contar com solos de guitarras fascinantes e notáveis. Este momento levou à minha mente para o Estádio do Pacaembú em São Paulo/SP no ano de 1996 quando vi o meu primeiro show do Iron Maiden em que Blaze Bayley ocupava o posto de vocalista e esta foi a primeira do set naquele já lendário sábado 24 de agosto no Monsters Of Rock.

    Novamente, Blaze Bayley fez um excelente show em Limeira e que marcou cada um dos presentes nesta noite, aliás, foi o show mais explosivo dentre os quatro deste Metal Singers II e sem dúvidas, o mais inquieto com a tamanha voltagem disparada por ele. Necessitamos de em uma oportunidade dessas conferir uma apresentação só dele para que possamos deliciar com mais outras de seus tempos no Iron Maiden e suas ótimas canções solo.

    Valeu Blaze Bayley, não só pelo excelente show, mas também pela simplicidade em acolher cada fã no outro lado do Bar da Montanha para uma foto, um bate papo rápido, um autografo, enfim, são pequenas atitudes assim que o diferem de muitos outros e o fazem ser o grande vocalista que é.

Set List do Blaze Bayley
1 - Lord Of The Files
2 - Future Real
3 - When Two Worlds Collide
4 - The Clansman
5 - Man On The Edge

Udo Dirkschneider

    Foi por volta das 02:15 que o baixinho alemão que já foi o icônico vocalista do Accept e conhecido mundialmente como Udo Dirkschneider foi ao palco com sua blusa camuflada em estilo militar para relembrar - por uma das suas últimas vezes - das músicas que cantou nos anos que comandou a lenda germânica de Heavy Metal.

    E para começar tivemos um dos muitos clássicos imortais tanto do estilo quanto da discografia do Accept com simplesmente a Metal Heart, título do sexto disco e lançado em 1985. Udo Dirkschneider além de cantar com sua inconfundível voz rouca regeu a atuação dos fãs no momento em que os solos de guitarra feitos por Vulcano tomam conta da música em uma interação banda-plateia saborosa de se ver e que foi devidamente alongada para que nossa participação fosse tão emocionante para eles no palco quanto para nós.

    Depois, prosseguiu com a apresentação com outro clássico deste álbum com a cadenciada Living for Tonite, sendo que Udo Dirkschneider pediu palmas nossas durante os solos de guitarras e prontamente atendemos enquanto que outros bangueavam em sua execução. Com a plateia nas mãos, o vocalista pergunta se estamos prontos várias vezes para disparar a terceira na sequencia deste histórico álbum Metal Heart com a Midnight Mover, que foi cantada por muitos da plateia, afinal é um Heavy Metal incandescente e altamente infectante. Na hora dos solos, novamente Vulcano solou fielmente aquilo que Wolf Hoffmann deixou ensinado desde os anos 80.

    Com um simples "Thank you Very Much", Udo Dirkschneider nos agradece e aos toques fortes do baixista Will Costa hora da cadenciada e encorpada London Leatherboys, a primeira do Balls To The Wall de 1983 no set desta noite em que tivemos o prazer de socar o ar e sacudir os pescoços com a sonzeira enviada pelos guitarristas. Udo Dirkschneider não é de se mexer muito no palco limitando-se apenas a cantar, erguer os braços, apontar para os fãs e com o carisma que é detentor ganha a plateia facilmente como ficou comprovado na próxima, que foi a Up to the Limit ( outra do Metal Heart ), que pela forma que ele cantou a música, já afirmo aqui.... vai deixar saudades quando não cantar mais o que gravou no Accept.

     O hino Princess Of The Dawn que finaliza o álbum Restless And Wild ( de 1982 ) foi descoberto por nós logo em suas primeiras notas e a alegria que foi disparada a cada solo subsequente naquele conhecido andamento cadenciado  se tornou mais um momento deveras marcante desta noite, até porque sentimos a definição do que é Heavy Metal estampada a cada verso cantando por ele, bem como quando virou o microfone para cantarmos juntos.

    E pelo sorriso que abria rapidamente no rosto percebia-se que Udo Dirkschneider estava aprovando a nossa recepção como ficou claro quando eclodiram os longos "ôôôôôôôôô" em que ele deixou apenas nossa voz ressoar pelo Bar da Montanha naqueles momentos ímpares de um show, assim como a parte em que cantamos o título da música.

    Sem dar tempo para pensar com os solos de guitarras tomando conta da casa sendo interrompidos apenas por alguns gritos que culminam no anúncio do título da música ( e do quarto disco ) Restless and Wild chega como um trovão para cima de nós elevando ainda mais o vitalidade da apresentação, que teve também a detonadora Son Of A Bitch ( que foi gravada por ele no Breaker de 1981 ) e como muitas vezes queremos falar seu título para alguns 'infelizes' que nos atormentam... mas nesta noite não... gritávamos com ele em sinal de puro contentamento.

    Udo Dirkschneider estava realizando um show daqueles para se deixar gravado na memória e ao ouvirmos 'Hi De Hi Do Hi Da' ( que faz parte da 'Ein Heller Und Ein Batzen do Dieter Dierks, que é uma tradicional música alemã ) já sabíamos que a estrondosa Fast As A Shark seria tocada e aí posso dizer que tivemos um delírio coletivo com este outro hino imortal do Heavy Metal originário do Restless and Wild ao sentirmos seus velozes riffs de guitarras tomarem de assalto o Bar da Montanha, sendo que Udo Dirkschneider a cantou com a conhecida precisão e eletricidade costumeira.

    Sabe aquela hora que a adrenalina que você sente é tão grande que quase se satisfaz com o show que havia visto, pois, é... foi o que sentia após a sequencia de tantos magníficos clássicos, porém, nem por pensamento queríamos que acabasse e Udo Dirkschneider também... então tivemos a matadora I'm a Rebel, que intitula o segundo disco do Accept de 1980 e que obviamente ganhou também uma imensa participação do público, que cantou a plena força dos pulmões o seu refrão.

    Bem para finalizar recebemos a que nomeia o quarto álbum de 1983, o estouro de Balls To The Wall, cuja letra é um tapa na cara e ainda é devidamente relevante ao nosso cotidiano. Nesta noite, eles tocaram uma versão que foi um pouco maior que o normal com direito a Vulcano solar sua guitarra bravamente e Will Costa segurar o ritmo no baixo enquanto que Udo Dirkschneider e nós berrávamos "Balls To The Wall... Balls To The Wall..." em um momento que Blaze Bayley entrou no palco com uma caipirinha e a levou até o seu colega de Metal Singers. Acreditava que seria o início das Jams, mas, ele voltou para o fundo do palco e deixou Udo Dirkschneider terminar seu espetacular show em Limeira e junto com os demais músicos da banda de apoio se despedirem de nós aos gritos de "Olê... Olê... Olê... Udo... Udo...!!!".

    Não tivemos as Jams entre os vocalistas, mas, depois de um show desta grandeza que Udo Dirkscheneider realizou no Bar da Montanha recordando de tantos clássicos máximos da história do Heavy Metal, nem seria preciso. Poderia citar aqui várias outras canções que poderiam estarem no set do show do Udo Dirkschneider nesta noite, mas, ele soube escolher aquelas que foram as mais impactantes e inflamáveis. Valeu Udo Dirkschneider!!!!

Set List do Udo Dirkschneider

1 - Metal Heart
2 - Living For Tonite
3 - Midnight Mover
4 - London Leatherboys
5 - Up To The Limit
6 - Princess Of The Dawn
7 - Restless And Wild
8 - Son Of A Bitch
9 - Fast As A Shark
10 - I'm A Rebel
11 - Balls To The Wall

    Todos que estiveram no Bar da Montanha saíram contentes ao presenciar um grande encontro de Heavy Metal com estes quatro formidáveis cantores que nos presentearam com memoráveis apresentações em um evento muito bem organizado como é o padrão da Circle Of Infinty Produções, que inclusive, vende os ingressos em preços promocionais  e também promove uma campanha para arrecadar alimentos para ajudar as pessoas que precisam.

    E cravo aqui, seja juntos em uma outra edição do Metal Singers ou em shows solo... assistir Udo Dirkschneider, Blaze Bayley, Andre Matos e Doogie White é garantia de satisfação e muito Heavy Metal de primeiríssima qualidade, além de ser minha última cobertura de 2018 e marcar um encerramento do ano de altíssimo nível além de me animar para novos desafios em 2019.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da Rock Metal Press
pela atenção e credenciamento
Dezembro/2018

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