Redemption Tour - Noturnall + Mike Portnoy + Edu Falaschi
Abertura: DarkShip, Kameratta e Dislaze  
Sábado, 09 de Novembro de 2019
no Bar da Montanha em Limeira/SP

    A sempre ousada e inovadora banda brasileira Noturnall deu início no mês de novembro a Redemption Tour, que tem por objetivo divulgar o seu próximo álbum de estúdio Comic Redemption por nove cidades brasileiras de norte a sul do país, sendo elas Belo Horizonte/MG, Brasília/DF, Goiânia/GO, São Paulo/SP, Nova Friburgo/RJ, Limeira/SP, Porto Alegre/RS, Recife/PE e Criciúma/SC.

    Porém, as novidades deste giro não pararam por aí, pois, além de apresentarem ao público brasileiro seu novo line up, que é formado atualmente por Thiago Bianchi nos vocais, Mike Orlando ( Adrenaline Mob ) na guitarra, Henrique Pucci na bateria e Saulo Xakol no baixo, os shows contaram a presença especialíssima do renomado baterista Mike Portnoy ( The Winery Dogs, Transatlantic, Flying Colours, Sons of Apollo, entre outras ) e do vocalista Edu Falaschi ( Almah e ex-Angra ) em um espetáculo de muitas surpresas e que se tornou exclusivo pela presença do ex-Dream Theater.

    Muito bem planejado como cada passo executado pelo Noturnall ao longo de sua carreira, os shows foram registrados para um posterior lançamento em DVD e as bandas de abertura foram escolhidas a dedo pelo Thiago Bianchi, sendo que cada uma delas tiveram seus álbuns ou EP's gravados no Estúdio Fusão, de propriedade do vocalista. A data que tive a oportunidade de conferir a Redemption Tour foi no sábado, dia 09 de novembro na cidade de Limeira/SP no já tradicional Bar da Montanha em que as atrações de abertura foram o DarkShip, o Kameratta e o Dislaze.  

 

DarkShip

    Poucos minutos depois das 21hs, a banda gaúcha da cidade de Carlos Barbosa chamada DarkShip e formada por Sílvia Cristina Schneider nos vocais, Julio Cesar de Azeredo na guitarra, Rodrigo Schäfer no baixo, Ander Santos no violino e Joel Pagliarini na bateria deu início à sua primeira apresentação em Limeira com muito profissionalismo e empolgação.

    Durante a Intro/The Eagle Trapped In The Shadows do próximo álbum, o Between The Shadows, os músicos se posicionaram no palco e já emendaram a I'll Be There With You, que também fará parte do novo disco e que é a segunda parte da saga iniciada em We Are Lost ( confira resenha ). Nesta primeira música da noite deu para sentir os poderosos vocais da simpática Sílvia Cristina Schneider, que estava vestido de preto e conclamava a nossa participação nos "hey... hey..." ante a harmonia passada pelos solos no violino feitos por Ander Santos agradando bastante os presentes, sejam quem já conhecia ou quem ainda não havia conferido a banda.

    Aplaudidos e aproveitando cada instante do show, eles prosseguiram com a Frozen Feelings, do We Are Lost que se mostrou mais cadenciada, com ótimos solos de guitarras e sempre muito carisma da vocalista. E ela estava muito feliz pelo show no Bar da Montanha e nos disse que são do Rio Grande do Sul, que vão procurar fazer esta noite mais especial ainda. Assim tivemos a Lies, que caminha entre o Gothic Rock e o Metal Melódico, sendo que o DarkShip nos mostrou uma versão um tanto que pesada da música com destaque para os solos de guitarra executados por Julio Cesar de Azeredo.

    Após alguns samplers recebemos outra música do disco Between The Shadows com a Tears Of Rage onde pude observar o feeling depositado pela vocalista, que sabe encantar sorrindo e se movimentando bastante pelo palco, cuja parte mais lírica contaram com palmas dos fãs em um claro sinal que a banda estava ganhando a plateia.

    Na parte final da curta apresentação do DarkShip, os efeitos de teclados trouxeram a melancólica You Rage Me Up!, que foi cantada com uma certa dramaticidade por Sílvia Cristina Schneider e caminhando mais para um Symphonic Metal muito agradável de se conferir até que nos prolongamentos, ela apresenta seus companheiros de banda, com direito à um término nas palmas e somente com a plateia interagindo com eles finalizando a breve participação nesta noite, que serviu para conquistar novos fãs e deixou claro o talento dos gaúchos do DarkShip, que foram melhores ao vivo do que imaginei e um excelente destaque dentre as três bandas de abertura.

Set List do DarkShip

1 - Intro / The Eagle Trapped In The Shadows
2 - I'll Be There With You
3 - Frozen Feelings
4 - Lies
5 - Tears Of Rage
6 - You Rage Me Up!

Kameratta

    Com a rápida troca de palco, o Kameratta já estava pronto para mostrar sua cara logo às 21:44hs, ou seja, os horários das apresentações estavam sendo seguidos à risca pela produção, o que é muito importante. Os mineiros de Poços de Caldas iniciaram o Kameratta no já distante ano de 2004 e seguiram com a banda até 2008, porém, abriram um hiato de 10 anos e em 2018 retomaram a banda, agora formada por Guilherme Terra nos vocais, Jeff Marques na guitarra, Reginaldo Lourenço no baixo e João Pedro Chagas na bateria.

    O que já chamou a atenção logo de cara no show do Kameratta foi o fato que a banda canta em português e mistura vários estilos dentro de sua música, e isso, sem contar o visual do vocalista Guilherme Terra e do guitarrista Jeff Marques, ambos carecas e de barba até parecendo irmãos..., porém, não são. Voltando à parte que interessa, o Kameratta começou seu set com a Sorte, canção de riffs cadenciados e vocalizada com garra por Guilherme Terra em um estilo que me lembrou do Pantera, sendo que em seu decorrer, ele inteligentemente convoca os "hey... hey..." dos fãs e é atendido pela plateia.

   Guilherme Terra brada um forte "boaaa noite Limeira.... somos a Kameratta de Poços de Caldas e esta próxima música chama-se Moleque!!!" e assim entre pesados solos de guitarra feitos por Jeff Marques, a canção contou com longos agudos de Guilherme Terra em uma roupagem um tanto que mais suja e que foi bem recebida pelos presentes, que mesmo sem conhecer a composição olharam atentamente a atuação dos quatro músicos. Depois, o vocalista nos avisa que vai tocar um som mais pesado e Pra Baixo do Chão nos exibiu uma face Hard'n'Heavy repleta de solos de guitarra.

    Quando Guilherme Terra disse que já iam tocar a 'saidera', confesso que até assustei, pois, achei que tivessem tempo para mais duas músicas pelo menos, mas, enfim, eram sets curtos, e os mineiros executaram a melhor de suas quatro músicas desta noite no Bar da Montanha, pois Hey Irmão! mergulhou com muita melodia na linhagem de som mais pesado com influências brasileiras propostas pela banda, sendo que esta canção se mostrou deveras contagiante e fez muitas pessoas socarem o ar. Durante os prolongamentos, o vocalista aproveitou para apresentar a banda, que foi bastante aplaudida. Acredito que o Kameratta tenha muito mais para mostrar e é uma banda que vale procurar por suas músicas, pois cantar em português e misturar essas influências não é algo tão comum.

Set List do Kameratta

1- Sorte
2- Moleque
3- Pra baixo do chão
4- Hey, irmão!

Dislaze

    O Dislaze de Santo André/SP chegou a Limeira para apresentar composições próprias e aproveitaram a chance disparando apenas inéditas, o que já mostra que Marcos Sel na guitarra e vocal, Pedro Fabri no baixo e Raphael Miotto na bateria estavam com 'sangue no zoio' para esta noite e a responsabilidade deles era ainda maior, pois, eram a última banda antes do Noturnall, e de nada menos que Mike Portnoy. Graças à este fato, eles tocaram para um público maior se comparado ao DarkShip e ao Kameratta, sendo que em pouco mais de vinte e cinco minutos de show exibiram influências de Black Sabbath, Black Label Society e Led Zeppelin.

    Aliás, da banda de Zakk Wylde foi notado o estilo padrão dos riffs característicos feitos por ele ao longo dos anos já na primeira, que foi a Nightmare com o baterista Raphael Miotto chamando nossa participação, porém, o microfone de Marcos Sel não funcionou corretamente e ele cantou, porém, sua voz não saía nas caixas de som da casa; é amigos e amigas do Rock On Stage, shows ao vivo acontecem isso e o defeito foi corrigido pela produção, entretanto, a linhagem instrumental pesada da banda serviu para enviar sua adrenalina e cativar os presentes mesmo assim.

    Sanado o problema pudemos a voz matadora de Marcos Sel, que na segunda da noite, a Sand Plans saiu muito bem e passou por claras aproximações ao Led Zeppelin cheias de riffs distorcidos que caminham para um trecho incidental de Heaven and Hell do Black Sabbath, que ao ser percebido pela galera... muitos cantaram com o vocalista, que já apresentou a banda neste começo de show.

    Sem falar praticamente nada com os fãs, aproveitando cada segundo de seu tempo no palco, o Dislaze tocou em seguida a Zero, que alternou trechos rápidos com outros cadenciados. Com palmas e vários "hey... hey..." do público tivemos a Pleasure and Pain, que se mostrou bastante influenciada pelo Black Label Society seja na forma de cantar ou nos seus solos de guitarra.

    Após uma breve conversa com a plateia, chega a vez de Man Dawn com mais distorções feitas pelo Power Trio em uma linhagem mais voltada ao Pantera. E não deu para perceber quando Kadriya entrou em cena, pois, Marcos Sel e Pedro Fabri apenas se olharam e já continuaram com sua sonoridade pesada no Bar da Montanha. Para fechar este show bastante interessante, Marcos Sel gritou: "vamos de saidera, valeu Limeira..." e com solos 'sujos' executaram a Locomotive, que foi aclamada no seu final por muitos "hey... hey... hey..." dos fãs. 

Set List do Dislaze

1 - Nightmare
2 - Sand Plans
3 - Zero
4 - Pleasure and Pain
5 - Man Dawn
6 - Kadriya
7 - Locomotive

Noturnall

    Foi uma mescla bem interessante das bandas de abertura para o Noturnall, pois, tivemos linhagens góticas e líricas com o DarkShip, a acentuada musicalidade brasileira e em português do Kameratta e toda a crueza dotada de riffs elétricos do Dislaze, sendo que cada banda soube muito bem dar o seu recado e o mais importante, despertar a curiosidade de ver um show completo de cada uma delas quando tivermos a oportunidade.

    E a Circle Of Infinity Produções manteve os horários das apresentações de acordo com o programado tanto que tudo já estava pronto para o Noturnall quando eram 23:15 e desta maneira, a banda paulistana subiu no palco diante de um praticamente ensandecido público, que não desejava apenas conferir o convidado Mike Portnoy, mas, também conferir cada solo do virtuoso Mike Orlando ( de boné ) e ver como seria sua performance à frente do quarteto.

    E foi o guitarrista americano o primeiro que percebi que entrou no palco já solando sua guitarra a toda velocidade em Nocturnall Human Side, do primeiro registro da banda de 2014 e que trouxe o vocalista Thiago Bianchi com óculos e luvas de raios laser verdes para cantar seus versos junto à base pesada feita pelo baterista Henrique Pucci, o baixista Saulo Xakol e o tecladista Fabrizio de Sarzo garantindo a vibração dos ansiosos fãs, que reagiram socando o ar e cantando o seu refrão com eles. Já nesta primeira música de estilo Moderno e Melódico deu para perceber que o novo line up do Noturnall está muito bem entrosado e que o show seria muito bom.

    Com plateia nas mãos, o Noturnall ataca com a Wake Up, composição do disco 9 de 2017 em que ficamos ainda mais admirados com os solos de Mike Orlando, pois, do jeito que ele toca seu instrumento faz parecer fácil, como foi o caso desta pesada canção que alterna momentos mais leves e com outros melódicos. Durante a execução de Wake Up, o guitarrista nos olhava e sorria a cada solo mais forte que fazia. Do primeiro disco autointitulado de 2014 tivemos a pesadaça No Turn At All em que Thiago Bianchi a cantou com muita agressividade seus versos.

    Bastante contente, Thiago Bianchi grita "E aí Limeira...." e nos conta que tocarão algumas músicas deles, dos novos integrantes e dos convidados no show para que então exibissem a encorpada e raivosa Fight The System, que foi a única representante do segundo disco, o Back To Fuck You Up! ( de 2015 ) neste show do Noturnall em Limeira e que veio como um rolo compressor em nossa direção.

    Após uma nova conversa com os fãs, Thiago Bianchi apresenta os músicos do Noturnall sendo o primeiro o Henrique Pucci, depois Saulo Xakol e por fim Mike Orlando, que foi o mais ovacionado pelo público e então prossegue o show com a melodiosa Shadows do 9 e terminaram esta primeira etapa da noite com a música título do novo álbum, a Cosmic Redemption, que foi precedida por um novo e breve discurso do deveras animado Thiago Biachi. Quando a tocaram percebemos que Cosmic Redemption é possuidora de uma base calcada no Metal Melódico e bastante acelerada, como mandam as diretrizes do estilo sendo muito bem aceita pelo público presente. Aliás, Mike Orlando disparou nesta uma enormidade de solos rápidos e sempre fabulosos.

Edu Falaschi

    Na segunda parte do show, Thiago Bianchi convida Edu Falaschi para que este relembrasse de alguns dos muitos sucessos seus à frente do Angra e instantes depois de conversar um pouco e receber os aplausos dos fãs, o vocalista cantou a Nova Era, canção do Rebirth de 2001, que sempre que é tocada inflama consideravelmente seus seguidores e foi o que aconteceu novamente nesta noite em Limeira com todos aplaudindo e cantando a plenos pulmões com ele. Interessante também de se mencionar é que Mike Orlando tocou as linhas da música na sua guitarra com precisão, linhas que costumeiramente vemos dois guitarristas fazendo... em suma, o cara é espetacular no que faz.

    Aos gritos de "Edu... Edu... Edu...", o público saudou contentemente o vocalista, que pegou um violão de doze cordas e sozinho no palco cantou a balada Rebirth, que intitulou o seu disco de estreia no Angra de 2001 e nesta noite no Bar da Montanha foi acompanhada pelo grande coral de fãs que lá estavam em um momento bastante bonito, que naturalmente me lembrou do show que Edu Falaschi fez no Tom Brasil em São Paulo/SP no mês de maio ( relembre aqui ).

    Comunicativo, o vocalista fala que tem muitos fãs do Dream Theater na plateia e diz que pouco depois teremos Mike Portnoy e assim, saudando o músico americano, ainda no violão dedilhou a belíssima canção The Silent Man ( do disco Awake de 1994 ) deixando os vocais direto para a plateia enquanto sorria bastante sentindo a sinergia emanada da plateia.

    E a versão do Make Up, que ele regravou e é tema de abertura do anime Os Cavaleiros do Zodiáco também fez parte do set e por mais que tinham marmanjos no Bar da Montanha, a grande maioria assistiu o desenho e cantou com Edu Falaschi os seus versos como se fosse uma música solo dele ou do Angra. E não é que Edu Falaschi tentou nos surpreender ao tocar um pequeno trecho de Wish You Were Here do Pink Floyd e que ficou deveras bacana resultando em outra rodada de gritos de seu nome? Pois é.. ele fez e foi magnífico.

Homenagem

    Infelizmente, nós perdemos neste ano um dos melhores vocalistas mundiais e um que será sempre lembrado como o maestro, estou falando de Andre Matos e isso foi mencionado por Thiago Bianchi, que retornou no palco com os demais membros do Noturnall para executarem Carry On do Angra causando um estouro na plateia, que pulou, cantou e agitou bastante nesta música com ele e Edu Falaschi dividindo seus versos em outra significativa homenagem e que não adianta, a saudade vem à mente e te faz pensar na última vez que você viu Andre Matos no palco, que no meu caso foi em junho na abertura do Shaman para o Avantasia ( relembre como foi ) e traz a pergunta à mente... por quê tão cedo?

Mike Portnoy

    A terceira parte do show era com a lenda Mike Portnoy e assim que o norte-americano sentou em sua enorme bateria, a euforia do público foi gigante e logo em suas primeiras baquetadas, que trouxeram a As I Am, todos pularam e já foram cantando com Edu Falaschi, que ficou no palco para esta canção de abertura do álbum Train Of Throught do Dream Theater de 2003, porém, agora, só tínhamos olhos para o baterista e sua atuação reluzente, conforme o esperado. Foi muito importante ver, ouvir e sentir o impacto dos toques de Mike Portnoy em sua bateria tão de perto como vimos, pois, quando fazia shows no Dream Theater ( e até das outras bandas que ele é membro atualmente ) sempre foi mais difícil, pois, sempre são realizados em casas grandes e pelas dimensões, assim como a proximidade do palco do Bar da Montanha nossa visão ficou mais facilitada, mesmo ele estando mais no fundo.

    E aumentando a nossa felicidade, mais Dream Theater com Under a Glass Moon, música do disco Image And Words, que contou com os vocais de Thiago Bianchi e desta vez inflacionando nosso contentamento por vê-lo em ação. Nos duelos instrumentais promovidos por eles, tanto Mike Portnoy quanto Mike Orlando se divertiram em suas atuações e o mais formidável foi observar praticamente sem piscar como Mike Portnoy tocava cada parte de sua bateria.

     O melhor baterista depois de Neil Peart, John Bonham e Keith Moon soltou um "Good Night...", continuou dizendo que é a primeira vez em Limeira com uma certa dificuldade na pronúncia do nome da cidade e pelo jeito estava tão alegre quanto nós até anunciar a Hit The Wall, música que gravou no Adrenaline Mob com Mike Orlando no disco Omertà de 2012, que Thiago Bianchi cantou muito bem as partes de Russel Allen resultando em aplausos e muitos "hey... hey... hey..." na sua intricada parte instrumental, que percorre linhas do Heavy Metal Moderno. Em Indifferent, outra do Adrenaline Mob e do disco Omertà, Mike Orlando assumiu os vocais principais e Thiago Bianchi ficou no backing vocals garantindo a voltagem dos fãs, por ser bem contagiante. Fechando esta trinca tivemos a Undaunted, que abre o Omertà e foi vocalizada por Thiago Bianchi com muita empolgação entre todos os riffs distorcidos de Mike Orlando, que a galera mostrou que admirava bastante e a cantou com muita animação o seu refrão.

    A última antes do bis foi a Take The Time do Dream Theater e justamente uma das melhores dentre todas, pois, a canção pertencente ao clássico Image And Words já foi identificada em seus poderosos toques de bateria e nossa mente viajou até o ano de 1992  quando a canção foi gravada. Thiago Bianchi cantou Take The Time com um feeling imenso enquanto que nós praticamente não acreditávamos nos que estávamos vendo. Particularmente foi muito emocionante ver Mike Portnoy tocando esta música com a firmeza e habilidade que é possuidor de tão próximo do palco, coisas que só shows no interior podem te proporcionar, que no final teve um gigantesco coro dos fãs, que cantavam, aplaudiam e no momento oportuno gritavam "hey... hey... hey...". E não posso deixar de mencionar também os prolongamentos nos toques de bateria feitos por Mike Portnoy e principalmente, nos solos de guitarras de Mike Orlando, que fizeram desta versão de Take The Time um memorável verdadeiro delírio para nós.

   Em tese nem precisava do bis devido à exuberância que vimos até aqui, mas, pouco depois Mike Portnoy reassumiu seu posto junto à Mike Orlando, Thiago Bianchi, Saulo Xakol e Fabrizio de Sarzo para juntos executarem a Cowboys From Hell do Pantera, que certamente é uma banda amada pelo baterista, que martelou seu kit com a firmeza costumeira diante de nós.

    Antes da última, Thiago Bianchi agradeceu Mike Portony em inglês, às outras bandas que vieram de longe, ressaltou a importância do Heavy Metal Nacional e que para que sobreviva necessita do nosso apoio até ensaiar conosco o refrão de Scream For Me!, música em que o Noturnall convidou Mike Portnoy para uma participação em seu clipe e cujas conversas aumentaram até resultarem nesta Redemption Tour com o famoso baterista. Bem, nesta versão ao vivo no Bar da Montanha, Henrique Pucci e Mike Portnoy tocaram juntos em duas baterias e o público gritou Scream For Me! com Thiago Bianchi todas as vezes que foi necessário, porém, o mais interessante foi o duelo dos dois bateristas extraordinariamente pesados e técnicos.

    Antes de saírem em definitivo do palco, todos os músicos foram à frente e se despediram dos fãs, que tiveram a certeza que presenciaram um dos melhores shows realizados em Limeira neste ano de 2019 em uma verdadeira celebração ao Heavy Metal Nacional com a presença dois ícones do Heavy Mundial, um membro da banda ( Mike Orlando ) e o outro, um ilustre convidado ( Mike Portnoy ). Novamente registro meus parabéns à Circle Of Infinity Produções por levar até o interior paulista shows de importância e magnitude.

Texto e Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos para Edson Moraes e Cláudia Moraes da Circle Of Infinity Produções
e a Jeancarlo Oliveira da ELF Agency
pela atenção e credenciamento
Novembro/2019

Set List do Noturnall

1 - Nocturnal Human Side
2 - Wake Up
3 - No Turn At All
4 - Fight the System
5 - Shadows
6 - Cosmic Redemption
7 - Nova Era
8 - Rebirth
9 - The Silent Man
10 - Pegasus Fantasy
11 - Carry On
12 - As I Am
13 - Under a Glass Moon
14 - Hit The Wall
15 - Indifferent 
16 - Undaunted
17 - Take the Time

Bis:
18 - Cowboys From Hell
19 - Scream For Me!

Galeria de 126 fotos do shows do Noturnall, do Dislaze, do Kameratta e do DarkShip no Bar da Montanha em Limeira/SP

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