Direto para o Inferno
Com muito fogo... seja pelas
tochas, pela iluminação vermelha, pelas lareiras ou apenas aqueles exibidos
no fundo
do palco e os gárgulas, este novo setup do palco trouxe o impecável
clássico The Number Of The Beast ( título do terceiro
álbum de 1982 ) conduzindo o Morumbi para o inferno, cujos
presentes reagiram cantando com muita força junto à Bruce
Dickinson, que no final já soltou um "Screaming for me São
Paulo... Screaming for me São Paulo....".
Esta frase que adoramos
ouvir já nos fez saber que a música Iron Maiden seria tocada em seguida e
aí... além da potência e velocidade que esta canção do primeiro
álbum da banda de 1980 possui... sabemos que 'alguma surpresa vai
acontecer'... coloco entre aspas porque... afinal... todo mundo sabe
chegara a vez de uma nova incursão do Eddie no palco, agora
na forma de uma cabeça demoníaca do Legacy Of The Beast
( aliás, para mim, um dos Eddies mais assustadores
dentre todos já criados ), que aparece e vira para a esquerda e
direita nos olhando entre os lustres e as lareiras finalizando após
todos os seus grandiosos solos de guitarras, gritos de Bruce Dickinson e
disparos do baixo de Steve Harris a primeira parte do show.
Isso não antes da banda vir a frente, atirar palhetas, baquetas e
agradecer pelos aplausos recebidos.
Guerra e liberdade
No bis, o plano de
fundo do palco com a capa do single da The Trooper, canção
que também saiu no Piece Of Mind foi colocado em
destaque e o vocalista Bruce Dickinson
estava com a farda inglesa vermelha da Batalha da
Crimeia, um assunto abordado pelo Iron Maiden quando a Inglaterra lutou
contra os russos no século XVIII e o sofrimento que uma guerra traz
está tristemente em pauta nos noticiários e na vida do povo
ucraniano por conta da invasão da Rússia na Ucrânia, ocorrida em
fevereiro deste ano.
Mas, enfim, aqui o que
interessa é o show e além da performance de gala da banda ( com
solos brilhantes de Adrian Smith e de Janick Gers ),
quem voltou e lutou contra o esgrimista e vocalista foi o Eddie
( também vestido com o uniforme dos soldados ingleses ).
Entretanto, é que mesmo fazendo tudo isso, Bruce Dickinson encontrou tempo para agitar as bandeiras da Inglaterra, do Brasil e
ainda mirar seu mosquete ( ornamentado pela nossa bandeira ) e atirar no Eddie fazendo
o monstrengo mais amado do Metal sair do palco antes
do término da música.