Alternando Heavy Metal com Hard Rock e Power Metal, o Riot seguiu ao comando de Mark Reale com os álbuns The Privilege Of Power de 1990, Nightbreaker de 1993, The Brethren Of The Long House de 1995, Inishmore de 1997, Sons Of Society em 1999, Through The Storm de 2002, Army Of One de 2006 e Immortal Soul de 2011.

    Entretanto, no dia 25 de janeiro de 2012, Mark Reale nos deixou por conta de complicações da doença de Crohn aos 56 anos e a banda realizou os shows previamente agendados na Costa Leste dos Estados Unidos em respeito à sua memória.

    Todavia, os demais membros da banda decidiram continuar tocando, porém, como o pai de Mark Reale pediu para deixar o nome Riot de lado, eles ressurgiram como Riot V e de 2013 para cá já lançaram os álbuns Unleash The Fire em 2014, Armor Of Light em 2018 ( leia resenha ) e o recente Mean Streets no dia 10 de maio de 2024, que foi o responsável pela primeira visita do Riot V no Brasil com duas datas: Limeira/SP no dia 07 de setembro e São Paulo/SP no dia 08 de outubro.

    O atual line up do Riot V conta com Don Van Stavern no baixo ( que passou pelo Riot entre 1986 e 1990, voltou entre 2008 a 2012 e que desde 2013 está no Riot V ), Mike Flyntz na guitarra ( que esteve no Riot entre 1989 a 2012 e desde 2013 no Riot V ), Frank Gilchriest na bateria ( que ficou menos tempo no Riot, apenas entre 2003 a 2007 e desde 2014 no Riot V ), Todd Michael Hall nos vocais ( que estreou diretamente no Riot V em 2013 e segue firme até os dias atuais ) Nick Lee na guitarra ( que também estreou diretamente no Riot V e ocupa o posto desde 2014 ).

    A cidade de Limeira teve a honra de ser o primeiro lugar que o Riot V se apresentou no Brasil em sua história e por conta disso, muitos fãs de Heavy Metal foram até o Estúdio Mirage Eventos para conferir esta importante data não só para as nossas vidas como também para todo o Heavy Metal do interior do estado de São Paulo.

    Com as portas abertas às 19hs, o Riot V só foi para o palco no horário previsto, por volta das 21hs e todos que chegaram mais cedo puderam relaxar, conversar, tomar uma e aguardar o momento que veríamos o primeiro show do Riot V no Brasil.

    O palco estava decorado com dois banners nas laterais ( que ficaram atrás dos guitarristas e do baixista ) e uma bandeira ( atrás do baterista ) com os temas de Mean Streets, cujo desenho exibia o filhote de foca ( mascote da banda ) pilotando uma motocicleta acompanhado de sua namorada.

    E então, por volta das 21:10, o quinteto foi ao palco com ao som de sirenes e motores para que em poucos instantes fossemos expostos ao Heavy Metal inflamável contido em Hail To The Warriors do disco novo com a banda notadamente empolgada por estar pela primeira vez em solo brasileiro.

    E os fãs... - bem, a palavra correta seria devotos - mostraram que estavam felizes por ver a banda detonando seu Heavy Metal diante de nós. Logo de cara deu para ver a energia dos solos de guitarras de Mike Flyntz e Nick Lee, bem como o alcance dos vocais de Todd Michael Hall.    

    Na segunda, eles apresentaram um canção mais rápida com a veloz Fight Or Fall do aclamado Thundersteel, que causou ainda mais frisson na plateia, que cantou fielmente com Todd Michael Hall seu refrão enquanto que a dupla de guitarristas despejaram solos marcantes.

    Aliás, o vocalista se movimentou bem pelo palco do Estúdio Mirage Eventos e antes da terceira, agradeceu os primeiros "olê...olê...olê... Riot... Riot..." berrado pelos fãs e então atacou com a Fire Down Under, que fornece o título para o terceiro álbum do Riot e contou com os momentos de "hey... hey... hey..." quando solicitados por Todd Michael Hall.

    E o Heavy Metal puro do Riot V continuou com a Victory do Armor Of Light, onde os agudos do vocalista deixam claro porque ele ocupa com tanto primor o posto e como os riffs de guitarra de linhas melódicas levou-nos à sempre manter os punhos para o alto, além de também exibirmos sorrisos felizes por estarmos presentes neste show.

    É a plateia estava nas mãos do Riot V e sem dar tempo para pensar, os norte-americanos enviaram a veloz On Your Knees, a única representante do sétimo disco, o The Privilege of Power, que também foi detentora de uma sequencia Heavy Metal implacável e altamente infectante.

    Foi só então que o Todd Michael Hall conversou com os devotos dizendo "Obrigado" e convocou o coro para o hit do último álbum, o Mean Streets com Feel The Fire, que por ser devidamente contagiante contou com uma excelente participação do público, inclusive, deles também pois, o baixista Don Van Stavern com um quepe na cabeça sempre solicitava nossa interação, inclusive, nesta ele deu altas goladas em sua garrafa de tequila.

    Após um outro pronunciamento, Todd Michael Hall nos levou até ao álbum Narita com a Road Racin', que contou outra vez com vários "hey... hey... hey..." e socos no ar da plateia sempre quando o vocalista pedia, além de muitos solos de guitarras feitos com toda a garra por Mike Flyntz e Nick Lee.

    Entre mais "olê...olê...olê... Riot... Riot..." gritados a partir dos fãs e uma curta fala do vocalista apenas para anunciar a próxima música, que foi a incandescente Warrior do debut Rock City, cujas linhas melódicas nos solos de guitarras foram um deleite conferir tão de perto quanto estávamos.

    Foi muito bacana que eles deixaram por alguns momentos somente o baterista Frank Gilchriest segurando o som para que nós fizéssemos os vocais, depois... um solo fortíssimo de guitarra e um agudo ainda mais poderoso. São em partes assim que estar em um show de Heavy Metal é algo único e uma experiência inesquecível.

    Talvez para respirar um pouco ou até relaxar a voz após o longo agudo, Todd Michael Hall falou um pouco novamente e anunciou a Bring The Hammer Down do Unleash The Fire, que é o primeiro sobre o nome de Riot V e deu para ver que manteve intacto o legado dos antigos álbuns do Riot, além disso, a música funciona perfeitamente ao vivo seja através de seus vocais ou de seus solos, que ficamos devidamente vidrados no que Mike Flyntz e Nick Lee fizeram em seus instrumentos.

    O Riot V veio para Limeira bastante afiado e não estava interessado em pausas, era somente sonzeira atrás de sonzeira no repertório e foi isso que vimos na execução da eletrizante Johnny's Back do Thundersteel, que deixou bem claro porque este álbum é considerado um clássico da banda.

    Os fãs estavam pedindo Swords And Tequila, mas, eles apresentaram mesmo a Restless Breed, que fornece o título ao quarto álbum da banda e seu ritmo mais lento no início com ênfase nos toques do baixista Don Van Stavern trouxeram este outro Heavy oitentista repleto de vigor até nós de forma que não poderíamos ter outra reação a não ser socar o ar freneticamente.

    De volta ao Thundersteel, o Riot V lembrou da melodiosa Bloodstreets, após alguns exuberantes dedilhados de guitarras, Todd Michael Hall depositou todo o seu feeling ao cantar seus primeiros versos para então aumentar a força em seus vocais ao mesmo tempo que a banda colocou o lado mais Heavy Metal da canção em um momento simplesmente brilhante repleto de solos esbeltos.

    O Riot V aproveitou cada parte do show para enviar o máximo possível de canções e deram vida à mais uma do Unleash The Fire com a ótima Take Me Back, que é detentora de um refrão que fica na cabeça e que fez a maioria dos presentes cantarem com Todd Michael Hall, especialmente, quando a banda deixou apenas nós e o vocalista por um momento singular do set e então finalizaram a canção.

    "Obrigado", disse novamente Todd Michael Hall, que informou que teríamos a Love Beyond The Grave do novo Mean Streets e esta já capturou a galera instantaneamente, que fez questão de bradar seu refrão com o Riot V e conferir seus sempre impactantes solos de guitarras.

    Bem simpático durante todo o show, Todd Michael Hall nos agradeceu e sem pestanejar atacaram com a fervorosa Flight Of The Warrior do Thundersteel, que veio para cima de nós com a velocidade e a potência necessárias contidas em seu Heavy Metal, e de nossa parte, participamos nos "ôôôôôôôô...ôôôôôô" de seu refrão.

    Após novos agradecimentos e goles de tequila chegara a hora da pedida Swords And Tequila do Fire Down Under, que forneceu um clima de festa completo no show com uma participação enorme de todos nós, que aplaudimos bastante o Riot V.

    Logo depois, Todd Michal Hall conversou conosco novamente agradecendo à nossa presença, ao apoio nestes anos todos e demonstrou assim a alegria de estarem pela primeira vez por aqui e como retribuição da nossa acalorada recepção executaram a canção título do álbum de maior sucesso do Riot com a Thundersteel, que teve seu nome gritado com muita vontade pelos fãs, que tiveram a certeza que presenciaram um formidável espetáculo de Heavy Metal.

    Mas calma, ainda não acabou, o Riot V tinha ainda mais algumas surpresas guardadas e entre muitos gritos de "olê...olê...olê... Riot... Riot..." e muitas palmas, eles retornaram para o bis, que começou após uma breve fala do vocalista com o Heavy pulsante contido em Outlaw do Fire Down Under, enquanto que nós já sentíamos plenamente contentes com a apresentação da banda.

    Mas, o Riot V veio até Limeira para deixar um dos melhores shows já realizados no Estúdio Mirage Eventos e sem delongas ( aliás, unida com a anterior ) foram novamente ao disco Thundersteel e dele tiraram a cadenciada Sign Of The Crimson Storm com os toques mais fortes no baixo de Don Van Stavern, outra interpretação formidável de Todd Michael Hall nos vocais e aqueles solos de guitarras que tanto apreciamos.

    Por fim, vários agradecimentos por parte dos membros da banda e aquele tradicional questionamento "One More?" feito por eles, que resultou em vários "One More Song... One More Song..." e o quinteto se entreolhou para então realizarem uma passada pelo álbum Nightbreaker com a Magic Maker, que só podíamos socar o ar no andamento Heavy de muitos solos de guitarras da música sabendo que vimos um show admirável.

    Embora os devotos ainda pedissem mais músicas, o Riot V, provavelmente impressionado pela recepção do público presente no Estúdio Mirage Eventos terminou mesmo o show após praticamente uma hora e cinquenta minutos de Heavy Metal, tirou aquela foto com nós ao fundo, jogaram as palhetas e baquetas e, desta forma, despediram-se de todos nós.

    Bem, quem foi para casa logo em seguida do fim do show perdeu a oportunidade de conversar, tirar uma foto ou ter o seu cd autografado pelos membros do Riot V, que ficaram por lá gentilmente atendendo todos os fãs e demonstrando o seu carinho por eles, coisas que só acontecem em Limeira.

    Acredito aqui que o Riot V jamais vai esquecer do primeiro lugar que pisaram em sua primeira incursão brasileira e que não devem demorar para voltar. É bem verdade que um show desta magnitude merecia um público bem maior, mas, com Sepultura em São Paulo no mesmo dia, feriado de 7 de setembro, alguns escolheram outras atividades, contudo, perderam um show de Heavy Metal daqueles que você pode não ter uma segunda oportunidade de assistir e aí arrepender-se bastante ao ler esta matéria.

Texto e fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos à equipe da Circle Of Infinity Produções
pela oportunidade, atenção e credenciamento
Outubro/2024