Arch Enemy - Doomsday Machine Tour 2007
Abertura: Ungodly

Via Funchal - São Paulo/SP, quinta-feira dia 1o de fevereiro de 2007

    Na quinta feira, o Arch Enemy banda de Death Melódico da Suécia, fez o seu primeiro show no Via Funchal, e conferimos a grande atuação da banda, da bela vocalista Angela Gossow, que cantou muito bem com a sua potente voz, e também da dupla de guitarristas, Michael Amott ( ex-Carcass ) e Fredrik Akesson, que tocaram com imensa habilidade; no metal atual existem milhares de bandas com bons guitarristas, mas partindo de bons para excelentes e exímios guitarristas, aí são muito poucos, os melhores guitarristas do mundo continuam sendo os mitos dos anos 60, 70, 80 e início dos 90, e que os atuais, são meras cópias. E no show do Arch Enemy, essa dupla de guitarristas pilotando as suas ESP, mostraram um talento de que estamos necessitando para esses novos tempos, mostraram a sua distinção perante os milhares, não só pela técnica distinta, mas principalmente pelas linhas melódicas das composições e arranjos que fizeram. 

Ungodly

    O Ungodly, grupo de death metal da Bahia, fez a abertura do show do Arch Enemy, tocando o seu death metal com muita competência, a banda formada por Arnald Asmoodeeus ( vocais ), Daniel Oliveira e Tony Assis ( guitarras ), Joel Moncorvo ( baixo ) e Thiago Nogueira ( bateria ), que abriram para o show do Slayer no ano passado ( leia aqui como foi ), novamente fizeram um show muito bom, e os melhores momentos do show do Ungoldly, foram as músicas Murderers In The Name Of God, Pestilence Of The Limbo e o cover do Slayer, War Ensemble, deu para perceber que o Ungodly usou uma tática que muitas bandas usam para melhorar o show, de aprimorar os efeitos em conjunto, na metade ou segunda metade do show, e isto enalteceu o show do Ungodly.

Arch Enemy 

    E finalmente depois de um intervalo, o Arch Enemy entra no palco – Angela Gossow ( vocal ), Michael Amott ( guitarra ), Fredrik Akesson ( guitarra ), Sharlee D’Angelo ( baixo ) e Daniel Erlandsson ( bateria ), iniciam o show com a Nemesis ( Doomsday Machine ); a Angela já de início mostrou o potencial de sua voz com o seu potente timbre grave, não tão comum em vozes femininas, e a música ficou especialmente empolgante no momento do solo dos guitarristas, em que eles usando ´vibrato´, fizeram solos lembrando um grito de um cavalo de raça, rampantes, e na parte da melodia do tema da música, Michael Amott tocou impecavelmente, com a perfeita linha melódica que essa música tem, toda a melodia apoiada por um ritmo pesado e muito elétrico.  

    Logo após tocaram a Enemy Within, continuando com o death metal com a Angela cantando com todo o seu grave, apoiada pelo ritmo e melodia da banda - interessante à fusão thrash ( death ) com melódico, e isso realmente o Arch Enemy faz muito bem.  E continuaram com a devastação, com a Dead Eyes See No Future, na seqüência My Apocalypse, e destaque nesta para o segundo trecho da música, mais alucinante, mostrando mais uma das características do Arch Enemy, que é fazer um segundo trecho mais empolgante no fim da música. 

    Depois tocaram I’am Legend / Out for Blood, com ótima atuação do baterista Daniel Erlandsson, que tocou muito bem com pedais duplos e ele fez também uma corrida nos bumbos a la Dave Lombardo, com o ritmo thrash e quando a música terminou, a Angela finalmente parou para cumprimentar o público, e não dava para acreditar, como poderia ser, a mulher canta que parece uma avalanche, e na hora que ela fala com o público, você ouve aquela voz suave, celestial é até engraçado. 

    E Arch, voltou incendiando a galera com a Diva Satanica ( Stigmata ), tocando com peso e categoria a nível de Slayer e Megadeth, com andamento rápido, e a Angela mais uma vez massacrou na voz e novamente a dupla Amott/Fredrik solou primorosamente, com os solos rampantes de guitarra, esbanjando talento com ´vibrato´, fazendo escalas alucinantes, extremamente rápidas. Tocaram Skeleton Dance ( Doomsday Machine ) e os guitarristas não perdoaram nossas almas mais uma vez, fazendo o solo nas mesmas características das anteriores, provaram o show inteiro, que realmente a Suécia nos manda incríveis talentos das seis cordas, eles tocavam escalas com uma precisão e beleza incrível, e após a Skeleton Dance o baterista Daniel Erlandsson fez o seu solo individual, aproveitando muito bem os pedais duplos, fazendo um solo muito competente, com muita velocidade em toda a extensão de sua percussão.

    Seguiram o show com a Burning Angel, The Immortal e Hybrids Of Steel, esta última, excelente instrumental em que os guitarristas mostraram a nítida influência de Joe Satriani, e logo após, Fredrik fez o seu solo individual, com muitas escalas e digitação, mas que pessoalmente, preferi as suas intervenções nas músicas. 

    Depois eles voltaram com a destruidora Bury Me An Angel, música com ritmo destruidor, com muita eletricidade, a bateria tocando como uma verdadeira orquestra demolidora, logo após eles tocaram a Ravenous ( Wages of Sin ), que na minha opinião junto com a Nemesis, foi a melhor parte do show, naquela eles incendiaram a galera do Via Funchal; um bom guitarrista, não é aquele que faz escalas numa velocidade incrível porque tem técnica, ele deve ter talento, ser bom compositor, e é isso que os guitarristas do Arch Enemy tem, a Ravenous foi emocionante, eles mostraram que são guitarristas distintos do metal, pois os seus solos com vibrato´ e harmônicos, fazem as guitarras gritarem ao extremo, são um diferencial não só no Arch Enemy, mas também em toda essa constelação de bandas novas que estão surgindo e no fim dela, eles finalizaram o show, mas ainda tinha o bis. 

    No bis o líder do Arch Enemy, Michael Amott, iniciou com o seu solo individual, com muita melodia, associada à velocidade e técnica, mas ele mostrou principalmente o seu talento como compositor e arranjador, em suas melodias que foram belas e marcantes, e isso o fez mostrar, que é o líder da banda. Na continuidade do bis, eles tocaram a Dead Bury Their Dead que lembrou muito a Expendable Youth do Slayer, muito bem tocada, com ótima intervenção do baixista Sharlee D’Angelo, depois tocaram a excelente Snowbound, e finalizaram o show com a impecável We Will Rise, e mais uma vez os guitarristas tomaram conta do show, com a incrível beleza de seus solos, ótima composição e perfeito arranjo de guitarras. 

    O Arch Enemy iniciou bem a temporada de metal de 2007 aqui em São Paulo/SP, o show foi sem duvidas excelente, apesar de alguns problemas, como o curto tempo da banda no palco, a voz da Angela que próximo do fim do show, sua voz parecia que não estava tão potente como no início, apesar de ser compreensível, já que eles estavam em fim de turnê, e o som da banda estava um pouco abafado, mas isso não comprometeu e o Arch Enemy merece crescer muito, pois a banda é composta de verdadeiros talentos, infelizmente escassos hoje em dia.

 Texto e Fotos: André Torres
Agradecimentos: Miriam Martinez - Via Funchal
e Priscila - Dynamo Records

Set List:

CD Intro
Nemesis
Enemy Within
Dead Eyes See No Future
My Apocalypse
I’am Legend / Out For Blood

Diva Satanica
Skeleton Dance
Drum Solo

Burning Angel
The Immortal
Hybrids of Steel
Fredrik Solo
Bury Me An Angel
Ravenous
Michael Solo
Dead Bury Their Dead
Snowbound
We Will Rise
B.O.D. Outro

CD Outro

Galeria de Fotos do Arch Enemy e do Ungodly

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