G3: Eric Johnson, John Petrucci e Joe Satriani
Credicard Hall - São Paulo/SP - Sexta, 27 de outubro de 2006

    Depois de dois anos da última apresentação do último G3, desta vez o time escalado por Joe Satriani, foi com os guitarristas John Petrucci do Dream Theather e o guitarrista blueseiro Eric Johnson. A combinação destes músicos provou ser ótima, em que eles mostraram a habilidade que devem ter os melhores guitarristas do mundo, e não decepcionaram. 

Eric Johnson

    O Eric Johnson foi o primeiro a se apresentar, e começou o show com a Summer Jam, tocando com maestria, emendando em seguida com a My Back Pages, e depois a blueseira Trademark, ele tocou essas músicas com perfeitas melodias; as músicas cantadas por ele, foram um destaque a parte no show do G3, e já no início, essa trinca foi um dos melhores momentos de todo o show, ele mostrou o seu virtuosismo, e realmente nos hipnotizava com suas melodias do início ao fim da música, quando a Trademark terminou, ele finalmente apresentou a banda: Tommy Taylor ( bateria ) e o baixista Roscoe Beck ( baixo ). 

    E o Eric continuou com a música Brilliant Room, logo após, a Manhattan com estilo jazz, muito bem tocada em todos os trechos, os solos foram marcantes, Roscoe Beck mostrou habilidade no baixo, fazendo alguns slaps. Tocaram a virtuosa SRV em homenagem a Steve Ray Vaughan e também saíram boas às execuções de Morning Sun e Columbia.   

    Mais uma vez Eric Johnson mostrava grande talento na voz, cantando a música Desert Rose e o solo foi tocado com muita categoria, ele mostrou no seu show, o grande músico que é, devido ao extremo bom senso musical de suas composições, principalmente suas seqüências de melodias.

    Por fim, uma das melhores músicas do show do Eric, foi a Cliffs Of Dover, toda instrumental, em que ele fez uma intro com uma escala alucinante, e depois, mais uma vez ele nos hipnotizou do início ao fim, com os seus solos, em que cada passagem chamava a outra, era empolgante, e essa música se aproximou da sonoridade feita pela proposta do show, estilo Petrucci e Satriani, longe um pouco do blues.

Uma coisa interessante do show do Eric Jonhson é que ele usa Fender Stratocaster, mas ele realça os efeitos não tão tradicionais da “Strato”, com o timbre característico do que nós estamos acostumados a ouvir, como faz o Ritchie Blackmore, Yngwie Mallmsteen, Jimmi Hendrix e outros. A “Strato” do Eric Johnson, tem maior efeito com 'reverb' e equalização, ao invés da combinação tradicional distorcida, “Strato & Marshall”. Set List de Eric Johnson: - Summer Jam - My Back Pages - Trademark - Brilliant Room - Manhattan - SRV - Morning Sun - Columbia - Desert Rose - Cliffs Of Dover

John Petrucci

    Depois de um intervalo, foi a vez de John Petrucci guitarrista do Dream Theather, subir no palco para o seu show, junto como os virtuoses Mike Portnoy ( bateria ), e o “Bass Hero”  Dave La Rue ( baixo ).

    As músicas do set do John, foram do seu disco solo Suspended Animation, e ele começou com Jaws Of Life, em que Petrucci mostrou toda a sua habilidade e muita técnica, solou muito bem em todos os trechos da música, foi interessante nessa música ver que não é só o Steve Vai, John Petrucci também tem uma guitarra de sete cordas, uma Music Man.

    Depois, eles tocaram a Glasgow Kiss, continuando com o clima prog, e essa música foi empolgante, desta vez, sem tantas escalas, o John Petrucci esbanjou talento nas melodias, e o Mike Portnoy, não solou, mas jogava a baqueta para o alto e pegava ela e continuava a tocar, jogava para o roadie, e este retornava outra.

    Tocaram a progressiva Lost Without You, e o John Petrucci mostrou o seu talento tocando com muito estilo escalas e melodias marcantes, sendo esta lenta música um dos pontos altos de seu show. Logo após foi a Curve, com nítida influência de Joe Satriani, e solou também com categoria, a melodia principal desta música, foi uma das melhores do show inteiro.

John Petrucci tocou a Wishful Thinking, com os seus solos estilo do Dream Theather em altíssima velocidade, de longa duração, parecendo uma usina, e para finalizar o show do Petrucci eles tocaram a Damage Control, com mais uma seqüência de subidas e descidas de escalas e melodias, desta vez o destaque foi também para o virtuose baixista Dave La Rue, que solou, tocando arpejos com os dedos sem palhetas numa velocidade incrível, e fica aqui registrado mais uma vez o meu protesto contra o Mike Portnoy, que mais uma vez ele não solou, como no show do Dream Theather do ano passado ( leia resenha aqui ), um dos melhores bateras do mundo não solou aqui em São Paulo, mais uma vez. Set List de John Petrucci: - Jaws Of Life - Glasgow Kiss - Lost Without You - Curve - Wishful Thinking - Damage Control

Joe Satriani

    Depois de mais um intervalo, foi finalmente a vez do show do mentor do G3, Joe Satriani, com o Dave La Rue ( baixo ) e Jeff Campitelli ( bateria ), e começaram com a Fly In A Blue Dream, tocada muito bem, foi uma benção da guitarra moderna, com o ambiente característico que esta música proporciona, de um verdadeiro vôo num sonho azul, uma viajem, esse som marcou a transição do estilo de metal com influência de guitarras com essência blues, para um som moderno com muita equalização, que influenciou grande parte dos guitarristas virtuoses de hoje em dia.

    Com ritmo alucinante e empolgante Extremist foi a seguinte, com o solo do tema tocado com perfeição, além de ele fazer as escalas em altíssima velocidade, ele digita, liga as notas, arrebenta na alavanca mandando os agudos para as nuvens, causando delírio na galera.

    Depois foi a vez de Redshift Riders e Cool #9, com ótima atuação no baixo de Dave La Rue, junto com os efeitos de agudos do Joe Satriani, até em seus trechos em que ele esbanja talento no blues.

    E o Satriani continuou tocando os seus clássicos, que tem a sua marca registrada com Satch Boogie, com digitações extremamente rápidas, que talvez não tenha ninguém no mundo que toque com tal precisão cirúrgica e pura essência da arte, depois foi Super Colossal do último trabalho do Satriani, seguida de Just Like Lightnin, e ele empolgou a galera com Crowd Chant.

   Logo após o Joe Satriani tocou a Summer Song, um de seus maiores clássicos, muito bem executada, empolgando a galera que lotou o Credicard Hall, mais uma vez ele colocou o publico em êxtase com seu virtuosismo único.

Por fim, para finalizar a parte do Joe Satriani, ele tocou Always With Me Always With You, a famosa música do comercial do cigarro Free, que consagrou o guitarrista, já manjada, tocada em todas as vezes que ele veio aqui, mas o que dizer, essa todo mundo espera, porque é muito bonita a sua melodia, junto com o trecho dos solos com digitação do Joe Satriani, e nesta música começou a jam dos três guitarras, que começaram a tocar juntos, no fim desta música ( que foi uma novidade, pois pela primeira vez isso aconteceu no G3, antes ele encerrava o show e depois voltava com os outros dois ). Set List de Joe Satriani: - Flying In A Blue Dream - The Extremist - Redshift Riders - Cool #9 - Satch Boogie - Super Colossal - Just Like Lightnin’ - Crowd Chant - Summer Song - Always With Me, Always With You

Joe Satraini, John Petrucci & Eric Johnson

    E aí a jam de Satriani, Petrucci & Johnson, ( ou seja, o G3 propriamente dito ) começou pra valer, as três músicas cantadas e com vários solos, iniciando com a Voodoo Chile, cantada por Eric Johnson, dando um clima hard rock no show, e os guitarristas fizeram inúmeros solos virtuoses, rápidos, recheados de digitações, era um verdadeiro duelo de guitarras.

Depois eles tocaram a Red House, puro blues, também cantada por Eric Johnson, e mais uma vez nos impressionaram, nos solos de início blues, depois as técnicas foram aumentando cada vez mais, até num ponto em que fizeram os três ao mesmo tempo, solos em velocidade extremada, como uma orquestra, sendo uma das melhores partes de todo o show.     E para finalizar o show do G3 em São Paulo, tocaram a Rockin’ In The Free World, cover de Neil Young, desta vez cantada por Joe Satriani, mais uma vez, agitando a galera do Credicard Hall, a atuação em conjunto dos três músicos foi longa, foram três musicas em uma hora de duração.

    O show sem dúvida foi inesquecível, surpreendeu, e espero um dia ver um G3 com Joe Satriani, Steve Vai e Yngwie Malmsteen,mas esse foi muito bom, e não deve nada como exemplo, para o anterior ( com Joe Satriani, Steve Vai & Robert Fripp ). Deve destacar-se também neste show, a atuação de alguns outros músicos de apoio, que tiveram papel importante.

    Muita gente não vai nesse tipo de show com o argumento: “Ahh, mas só solos, que tédio!!”, mas no rock e no metal, um dos elementos que enriqueceram o estilo e o mantém vivo, são a atuação única dos guitarristas, especialmente os solos, para falar a verdade, eu acho atitude de gente fraca, quando me vem com essa conversa de que muito solo é chato.

    Tomara que tenha G3 todo o ano aqui no Brasil, porque as mensagens elétricas que as guitarras passam, quem assimila, jamais esquece, e enriquece demais a alma.

Galeria de Fotos do G3: Eric Johnson, John Petrucci e Joe Satriani

Voltar para Shows