Megadeth  - Tour Of Duty  
Sexta, dia 06 de junho de 2008 no Credicard Hall

    Finalmente, uma das bandas mais esperadas pelos fãs de metal, o Megadeth retorna no Brasil, desta vez vieram para divulgar o seu mais recente álbum, o excelente United Abominations, trabalho que demonstra que o Megadeth é uma banda que não se cansa em ter criatividade para realizar novos álbuns e de excelente qualidade e sem dúvida é uma das pontas de lança do Heavy Metal nesse segundo milênio. O show foi ótimo, apesar de curto; David Mustaine & Cia, se esforçaram ao máximo para que o show se desenrolasse da forma mais virtuose possível; infelizmente ocorreram alguns problemas técnicos, mas que graças ao ouvido de David, tudo foi solucionado e o que vimos e ouvimos foi o som demolidor do Megadeth.

    O Credicard Hall estava completamente lotado, não tínhamos dúvidas que uma grande massa de bangers iria prestigiar a banda, e o Megadeth começou o set com a primeira música do novo álbum, a Sleepwalker e a execução dela foi com maestria, peso e precisão, a banda estava completamente afinada no ritmo, sendo um dos melhores momentos de todo o show e logo após tocaram a Wake Up Dead do álbum Peace Sells But Who’s Buying, numa execução explosiva em que banda lançou muita moral, eletricidade e adrenalina, depois foi a Take no Prisoners do Rust in Peace.  

    Nesse momento David Mustaine e Chris Broderick ( guitarras ), James Lorenzo ( baixo ) e Shawn Drover ( bateria ), estavam tocando com categoria, com toda experiência, mas no ouvido percebia-se alguma coisa estranha, eu achei que fosse uma ligeira impressão errada, mas não era, as guitarras não se sobressaiam. Aí o Megadeth toca a Skin On My Teeth, e aí a impressão mudou para uma certeza e antes de eu ponderar qualquer crítica, Mustaine sai do palco, seguido pelos outros músicos. E a galera entendeu completamente, não ocorreu qualquer vaia ou assobio, a banda ficou fora por vários minutos, aí veio um roadie e disse que eles estavam resolvendo um problema técnico.

    Depois de resolvido o tal problema o Megadeth retorna e manda novamente a Skin On My Teeth, e eles resolveram o problema porque na segunda execução a mudança foi da água para o vinho, e a Skin On... foi tocada com fagulhas elétricas para todos os lados, saiu ótima. Em seguida mandaram Washington Is Next do novo álbum e Kick The Chair do The System Has Failed, nesta David Mustaine fez um solo alucinante, perfeito e preciso, digno de um Guitar Hero, talvez ele seja o melhor guitarrista e vocalista do Heavy Rock, o Chris Broderick é um ótimo guitarrista, mas ele tinha aparecer muito bem em seus solos, tinha de correr porque senão o Mustaine o deixava para trás. E o show continuou com mais pérolas com a Darkest Hours, e uma das melhores do show, a Hangar 18 do álbum Rust In Peace, em que neste momento a banda mais se soltou, auxiliada pelo agito da galera que gritava Megadeth!!! na intervenção demolidora de Shawn Drover no fim da música, após os precisos solos de Chris Broderick; e a banda se interagiu perfeitamente tocando com muito feeling.

        O Megadeth prosseguiu o show com a She Wolf do Cryptic Writings, em que o público cantou grande parte desta música tanto o refrão como nos riffs que se parecem com os do Iron Maiden, dando maior beleza a musica, depois tocaram A Tout Le Monde, muito esperada essa musica do álbum Youthanasia, gravada novamente no álbum novo com a participação da vocalista do Lacuna Coil, Cristina Scabbia, e foi também um dos melhores momentos do show, e mais uma vez o campeão público paulista metaleiro fazia a sua parte, cantando a música em coro por todo o Credicard Hall

    E como é característico do Megadeth, eles lançaram mais um ataque aéreo de eletricidade no pessoal, tocaram Tornado of Souls do Rust in Peace nos colocando para a frente de combate, em que nós respondemos com canto e bangueação da cabeça, e a banda nesta música ficou bem livre para atacar, o baixisita James Lorenzo agitou muito.  Seguiram com Ashes In Your Mouth, Burnt Ice, logo após lançaram mais um clássico a Symphony Of Destruction, em que eles fizeram uma bela execução, novamente a galera foi o combustível da música.

    E o Megadeth encerrou o show antes do bis com a Sweating Bullets e a Peace Sells..., do álbum homônimo e dessa dupla, a Peace Sells, uma das mais esperadas pelos fãs, foi tocada com sua cadência pesada, com energia e precisão, foram belos solos, distorções magníficas, excelente atuação deles, outra das campeãs do show, talvez essa música foi a que a banda mais voou, nas distorções que marcam o Megadeth.   

    No bis, o Megadeth toca um de seus maiores clássicos à Holy Wars, e o povo foi a delírio de emoção, e as rodas comeram soltas, era a última música, o Megadeth, já confiante despejou força elétrica na galera, a banda estava de parabéns pelo empenho em agradar os fãs, não posso deixar de citar o Shawn Drover, ótimo baterista, sustenta toda a artilharia do Megadeth muito bem. 

        Show excelente, mas sem dúvidas o show de 2005 aqui no Credicard Hall foi melhor ( leia resenha ), o show foi curto, talvez um pouco mais de uma hora e meia somando o tempo em que a banda saiu do palco, sem dúvidas o Megadeth deu o máximo de si, mas devido aos problemas, no início foi o problema com o som, e logo após, a banda tocou perfeitamente fazendo sua parte, mas rolou um clima “brochante” entre eles, ficaram com um pé atrás, tipo: “Será que vai dar problema de novo?”, e isso tirou um pouco da alta energia da banda de voar no metal. Mas na medida que o show correu e ainda, a banda muito auxiliada pelo público muito fiel, foi ficando cada vez mais à vontade para massacrar no som e o show não foi bom, foi ótimo, se o problema ocorresse em 80% das bandas de metal existentes o problema de som passaria despercebido, mas graças à experiência de David Mustaine, como ele mesmo disse, eles não poderiam deixar de dar o máximo que a banda proporciona em virtuosismo ao público brasileiro.

    Depois ele atribuiu o problema pela inexperiência com os novos técnicos da banda, já que saíram os anteriores mais experientes, o Megadeth mostrou o seu valor intocado de uma das melhores bandas do Heavy Metal de todos os tempos, David gosta muito da América do Sul, e esperamos receber eles novamente para partilharmos o fogo de sua artilharia tão poderosa. 

Texto: André Torres
Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos especiais para Ariane Moretti - Time For Fun

Set List:

Sleepwalker
Wake up Dead
Take No Prisoners
Skin On My Teeth
Washington is Next
Kick The Chair
Darkest Hour
Hangar 18
She Wolf
A Tout Le Monde
Tornado of Souls
Ashes In Your Mouth  
Burnt Ice
Symphony Of Destruction
Sweating Bullets
Peace Sells But Who’s Buying 

Bis:
Holy Wars

 Galeria de Fotos do Megadeth

Descrição:
Número de imagens: de

 

Voltar para Shows