Nightwish - Brazilian Passion Play
Abertura: Libra
Sábado, dia 08 de novembro de 2008
na Via Funchal São Paulo/SPLogo no início de 2007 fora anunciada a sueca Anette Olzon no posto de vocalista do Nightwish, isso causou estranheza e curiosidade na imensa legião de fãs da banda finlandesa. Para provar que mesmo com a conturbada saída de Tarja Turunen, a capacidade e performance da banda não se abalaria em nada, o Nightwish lança após o anúncio da nova vocalista o álbum Dark Passion Play, saindo em seguida em uma longa turnê mundial que finalmente chegou no Brasil no mês de novembro.
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No dia 08 de novembro realizaram a segunda apresentação na mais charmosa casa de shows de São Paulo, a Via Funchal. Mas, antes de contar os detalhes da segunda noite de shows na capital paulista, registro aqui os nossos agradecimentos a especiais a Miriam Martinez, dito isso vamos começar a contar os detalhes desta noite repleta de heavy metal.
Libra
O cantor Libra foi escalado para realizar a abertura desta segunda noite dos dois shows do Nigthwish realizados em São Paulo, e sua banda é completada com: Daroz na guitarra, Fifi no baixo e Adal na bateria. Eles sobem no palco por volta das 20:30 e apresentam as músicas do seu recém-lançado cd Até Que A Morte Não Separe. Deu para sentir que a proposta é um gothic rock - que passa também por hard rock - cantado em português; o quarteto fez um show com o palco todo ornamentado com galhos e folhas criando o efeito decorativo que eles desejavam passar. Iniciam o show com Sangue Frio e Eletricidade - um belo hard que se não chega a contagiar os fãs do Nightwish, desperta uma certa curiosidade para no futuro ouvir o seu cd.
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Em seguida tocam a ótima balada Desaparecer, porém, a marmanjada estava de olho mesmo na baixista da banda, Fifi, que é muito bonita por sinal, e ao invés de prestarem atenção na música, ficaram assoviando para a beldade. O vocalista anuncia que a musica seguinte é do primeiro single da banda e canta Na Minha Pele com muita atitude e depois segue o set com Ninguém Ama Ninguém ( que no álbum conta com a participação do vocalista Aaron Stainhorpe do My Dying Bridge ). Bastante comunicativo, o vocalista Libra ressalta a oportunidade de tocar antes de uma banda importante como o Nightwish e agradece a atenção de todos os presentes ( que ainda não eram muitos ), para então executar Enjoy The Silence do Depeche Mode que vai pouco a pouco empolgando o público que aguarda os finlandeses. Encerrando sua presença nesta noite o Libra toca Eu Sei, que começa como uma balada, mas ganha um final heavy bem interessante e também Meu Inverno Nunca Vai Ter Fim - aliás a melhor canção apresentada pelo Libra e seus seguidores neste show para então se despedirem definitivamente da platéia em meio a acordes clássicos. E não é que o quarteto soube aproveitar sua chance de se exibir com um bom show? Posso afirmar com segurança que eles se portarem bem e fizeram um bom aquecimento.
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Nightwish
Os fãs do Nightwish, que aumentaram consideravelmente com relação à banda de abertura, agitavam-se a cada passo da regulagem de som pelos roadies da banda e precisamente às 22:00hs, eis que surgem os primeiros acordes da introdução instrumental que antecede a entrada do Nightwish. E um a um foram adentrando no palco, sendo o primeiro o batera Jukka "Julius" Nevalainen, seguido pelo tecladista Tuomas Holopainen, o guitarrista Emppu Vuorinen e pelo baixista Marco Hietala. Terminado o curto suspense, aguardávamos ansiosamente a entrada da nova frontwoman Anette Olzon com roupa toda preta que entrou cantando a pesada Bye Bye Beatiful, do novo álbum Dark Passion Play e a recepção do público não poderia ser melhor, pois via-se nos rostos dos fãs uma imensa euforia e percebia-se como todos cantam juntos com a vocalista, que trouxe consigo outra surpresa ao palco - seus longos cabelos tingidos de loiros. Nas partes que o ´viking´ Marco divide os vocais com Anette, ele berra com vontade e causa um frenesi muito grande que é sentido por toda a casa.
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Em seguida apresentam mais uma do novo trabalho com Whoever Brings The Night e Anette, que passa seu forte carisma andando de um lado para outro do palco, fato que novamente emociona e motiva os fãs a soltarem a voz e cantarem com ela. Enquanto a frontwoman faz o tradicional gesto de sacudir seu punho para o alto - um dos gestos mais sagrados do metal, Emppu e Marco realizam solos excelentes em seus instrumentos que que entusiasmam a todos, aliás, que atuação consistente e detonante do guitarrista. Relembrando o álbum Once tivemos The Siren, e nesta dá para perceber porque Anette Olzon trouxe à banda a adição de mais rock, pois seus gritos nesta música não são tão líricos quanto sua predecessora no posto e sim mais rockers, quem prestou mais atenção pode notar como a loira aplica seu estilo e chama com naturalidade a participação do público, que corresponde sua intenção plenamente.
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Sendo ovacionado pela platéia Tuomas Holopainen começa extrair de seus teclados uma melodia cheia da mais pura essência do rock progressivo e então fomos brindados com Ever Dream ( do Century Child ) que mantém o nível e a alegria do show em alta, com direito à um vibrante solo de Emppu. Nesta música eles novamente mostram o quanto gostam do Brasil ao deixar uma bandeira junto a bateria de Jukka. Enquanto a diva que lidera os vocais retira-se por algum instantes do palco, a banda realiza um momento de folk/progressivo ( à la Jethro Tull ) com banquinho e violão, para que Marco Hietala cante The Islander - uma das mais belas canções do novo disco - que foi recebida nas palmas e aclamada pelo público presente na Via Funchal. Como uma rainha ( e com uma tiara simbolizando a coroa ) Anette volta para o trecho final da música e passa ainda mais emoção com sua voz neste momento acústico do set.
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Foi até uma relativa surpresa a inclusão de Symphony Of Destruction no set, pois este cover do Megadeth já tinha sido apresentado na tour de 2004 ( leia resenha ) durante o descanso da vocalista e o baixista Marco Hietala garante a satisfação de muitos headbangers presentes cantando muito bem esta música do inigualável Dave Mustaine, e claro, um som desses garante a movimentação de muitos pescoços por toda a Via Funchal. Se a idéia é divulgar o novo trabalho então porque não incluir mais uma música no set? E é isso que o Nightwish fez ao tocar Sahara, uma semi-balada que tem uma sonoridade árabe, e, embora seja muito boa e tenha conseguido uma boa recepção, talvez o certo seria ter incluído uma das antigas mais bombásticas em seu lugar.
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Notadamente sensibilizada com a manifestação dos fãs, a sueca Anette Olzon pede desculpas ( em inglês ) por não saber falar português e saber dizer apenas " Obrigada " , prometendo no futuro aprender mais de nosso idioma e então agradece de coração a recepção calorosa que fizemos para ela ( de nada Anette, nós também aprovamos e gostamos de você como frontwoman do Nightwish ). E quando a palavra chega a Marco, ele diz que aprendeu a falar mais frases em português que Anette e emenda um " Chupa Uma Rola " ( pois é... ainda ensinamos palavrões para os estrangeiros ), resultado: muitos riram bastante com isso. Voltando ao show, os finlandeses tocam finalmente I Wish Had An Angel com muita firmeza para o êxtase coletivo dos fãs. Durante essa música, além de cantar e andar muito pelo palco, a frontwoman encontrou um tempo para autografar um encarte de cd.
Reunindo-se no centro do palco, os cinco músicos do Nightwish se despedem dos paulistas após um show de aproximadamente uma hora e meia de duração, para prosseguirem com o restante da tour pelo país. Se ainda restasse alguma dúvida quanto a competência da nova vocalista após a traumática saída de Tarja, com certeza, essa dúvida foi respondida no palco e o futuro da banda está nas boas mãos ( e especialmente em bons vocais ) da simpática Anette Olzon, que só foi para o backstage após agradecer a quase todos que estavam na grade, ou seja, não faltaram provas dos seus méritos para estar no Nightwish. As saudades deste show já começam a crescer logo após quando as luzes são ascendidas, mas sabemos que em breve eles retornarão no Brasil e aguardaremos ansiosos por uma nova tour por aqui.
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Descrição:
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