Festa de 15 Anos Hellion Records: Noturna, Kiko Loureiro, Epica e Kamelot 
03 de Dezembro na Via Funchal São Paulo/SP
 

    Neste primeiro sábado de dezembro, fui um dos milhares de convidados para o show de aniversário de 15 anos da gravadora Hellion Records, responsável por muitos lançamentos no Brasil de várias bandas nacionais e do exterior.

    A Hellion já existia como uma loja na Galeria do Rock em São Paulo/SP desde o início dos anos 80 ( em 1980 precisamente ). Em 1990, a loja criou um selo ( a Hellion Records ) e lançou os seus primeiros discos ( em vinil ). Passados hoje 15 anos, ela se firma como uma importante gravadora do heavy metal no Brasil. E para comemorar essa importante marca, tivemos duas grandes festas: a primeira com a tour do Pain Of Salvation e o Evergrey, e agora em dezembro, a segunda com a  tour do Kamelot e do Epica.

    Mas, em se tratando de uma data festiva, não tivemos apenas estas duas e expressivas bandas da nova safra do heavy metal; pudemos conferir na Via Funchal mais dois importantes convidados brasileiros: o guitarrista Kiko Loureiro, divulgando seu disco solo No Gravity e os estreantes mineiros do Noturna lançando seu primeiro álbum Diablerie.

    Antes dos shows, estive acompanhando as coletivas de imprensa do Kamelot e do Noturna ( clique aqui para ler ), onde registro os meus agradecimentos para Mirna ( da Hellion Records ) e Miriam ( da Via Funchal ). Enquanto isso, o André Torres acompanhava como foi o show do Pearl Jam ( leia aqui ) Devidamente credenciado,  adentrei ao Via Funchal para uma seqüência de shows que eu sabia que prometia bastante. De início, o público não era muito grande, mas aumentou bastante em pouco tempo. Enquanto o show não começava, fiquei batendo um papo o pessoal do Novo Metal www.novometal.com nas pessoas do Pedro e do Alessandro.

Noturna

    E ainda há pouco eu falei de brasileiros, bem são eles que abrem a festa de " debutante " da Hellion com a banda Noturna. Ocorreu um atraso de uma hora é verdade, devido à alguns problemas. Mas, a grande expectativa demonstrada pela banda nos bastidores fez-se  jus no palco: o Noturna é uma banda que pratica um gothic metal com uma pegada forte na bateria e com os vocais líricos de Vivian Bueno e mesclados com os guturais do guitarrista Fábio Bastos.       

    Foi uma pena que devido aos problemas de passagens de som, que o Noturna tenha tocado apenas  duas músicas no seu set: Tears Of Blood e Evil Heart, executadas em menos de 20 minutos. Infelizmente, não deu para ter a real noção de como o Noturna é ao vivo, porém, já fica a deixa para se assistir um show completo dos mineiros, e destaco ótima a voz da bela Vivian, que soube comandar bem a platéia no pouco tempo que esteve no palco. Foi um aperitivo do que ainda estava por vir...

Kiko Loureiro

    A festa prossegue com um dos maiores guitarristas do Brasil  ( que toca em uma banda que praticamente todo mundo conhece - não vou citar qual!!! ). É.. estou falando de Kiko Loureiro, que veio ao Via Funchal divulgar o seu primeiro trabalho solo, o álbum No Gravity ( lançado pela Hellion neste ano ) e ele não veio sozinho: Felipe Andreoli acompanhava-o no baixo e Fernando Schaeffer na bateria. Abrindo com os solos de Endagered Species, seguida da ótima Enfermo, músicas que Kiko Loureiro deu uma roupagem mais pesada, principalmente pela " cozinha " que o acompanhava: Felipe e Fernandão que estavam detonando seus instrumentos com muita técnica. 

    A faixa seguinte é No Gravity, com solos de guitarra no melhor estilo de Satriani e Steve Vai, que provoca uma imensa vontade de fechar os olhos e viajar no som ( isso só não foi possível porque queria ver como são os solos ao vivo... ). 

    O set  foi um pouco encurtado devido ao atraso de início dos shows, mas,  teve ainda Dilema, onde percebe-se e enorme técnica que Kiko Loureiro possui, ficando até relativamente difícil acompanhar com os olhos o movimento de suas mãos ( e sinceramente, olhando parece ser fácil de se fazer, mas tenta lá para ver...) e ainda tivemos os riffs versatéis de  Pau de Arara.

   Kiko fala da aniversariante, a gravadora Hellion e com um peso da bateria de Fernando Schaefer toca Scaping. Foi gratificante curtir os impecáveis solos Kiko Loureiro com sua Tagima

Epica

    Eram 22:40, a aguardada banda holandesa estava prestes a subir no palco para divulgar o seu mais recente lançamento: Consign To Oblivion  ( lançando no Brasil pela Hellion ).

    Assim que as luzes foram apagadas ouvíamos a maravilhosa introdução de Hunab K´u, seguida da excelente Dance Of Fate criando o clima perfeito para o delírio dos mais de 3.000 presentes com a entrada da linda ruiva de olhos azuis Simone Simons. Mostrando que apenas beleza não faz um show de heavy metal, Simone desfila sua simpatia cantando com sua excelente voz de mezzo soprano, rapidamente mostrando que o Epica iria fazer um show realmente marcante, e não somente a ela mostra que tem um grande talento, os demais integrantes da banda também. 

         Afinal, ver Mark Jansen  nas guitarras e vocais guturais, Coen Janssen nos teclados, Ad Sluijter na guitarra, Jeroen Simons na bateria e Yves Huts, temos certeza que  o grande sucesso que a banda vem fazendo não é por acaso. Mantendo o clima alcançado com este fabuloso início, temos a canção The Last Crusade (  também de Consign To Oblivion ) cantada por todos os presentes, ainda mais no maravilhoso refrão.

       Nas palmas do milhares de fãs presentes, temos os toques de música arábe com a pesada Seif Al Din ( do álbum The Phantom Agony ) nos guturais de Mark Jansen, fazendo a Via Funchal explodir com a sensual Simone Simons mexendo seu corpo tal qual uma cobra encantada por uma flauta ( igual ao que os hindus fazem ). Eles criam um estado de êxtase coletivo, mostrando quão perfeito é um show do Epica, êxtase esse que era compartilhado também pela banda, dada a alegria mostrada a cada canção executada. Alegria essa que foi novamente percebida na brilhante execução de Quietus do álbum Consign To Oblivion onde Simone mostra todo o lirismo de sua voz.

    Mais uma de The Phantom Agony, agora com com a maravilhosa Sensorium, dotada de uma melodia linda, promovendo um momento com intensa participação do público, principalmente nas partes cantadas em coro. Sem parar respirar, temos a mais lenta Blank Infinity( presente em Consign To Oblivion ), onde a versátil Simone mostra todo o potencial de sua voz passando de lírico, para falado com uma perfeição magnífica. 

    A bela balada Linger, a música seguinte é uma novidade para nós, extraída do mais recente single da banda - Quietus, fazendo muitos isqueiros e celulares serem ascendidos mostrando que o público gostou desta nova composição da banda. De volta a The Phantom Agony com a ótima Façade Of Reality, vemos o duelo nos vocais com os líricos da musa Simone e os guturais de Mark, entre trechos narrados que nos climatizam e nos fazem viajar em uma das melhores canções gothic-metal do Epica. Viagem que continua com a excelente Mother Of Light  ( de Consign To Oblivion ), não deixando ninguém parado e fazendo todos cantarem juntos com a banda, que mostrou uma grande atitude heavy metal ao ficar bangueando a cada solo de guitarra, até a bela Simone Simons agitava sua longa cabeleira ruiva com força. Essa empolgação era transmitida até o público de forma que ninguém conseguia ficar quieto.

    E com sua marcante introdução, que até me lembra uma marcha militar, temos Cry For The Moon, com os vocais de Simone mais lindos que nunca em uma música que faz a galera soltar a voz e cantar junto. Incrível quando temos um show de primeira como o tempo passa rápido.

    A simpática musa diz que adorou o Brasil, demonstrando isso ao trajar uma blusinha da seleção brasileira, já Mark Jansen se enrola na bandeira do Brasil e em seguida tocam a progressiva The Phantom Agony com seu começo sombrio, onde observamos os ótimos os solos nos teclados  de Coen Janssen, com partes orquestradas que deixam um clima até que meio triste no ar ( bem gótico não ? ), e me lembram muito o rock progressivo dos anos 70. Para encerrar a magnífica apresentação dos holandeses no Brasil com chave de ouro, tivemos Consign To Oblivion na angelical voz de Simone que nos transmite muita emoção. Foi um grande e marcante show, que será difícil de ser esquecido, que pude presenciar na Via Funchal neste sábado de dezembro, porém, ainda tinha mais um ilustre convidado para abrilhantar a festa dos 15 anos da Hellion.

Set List do Epica 

Hunab K'u
Dance of fate
The Last Crusade
Seif Al Din
Quietus
Sensorium
Blank Infinity
Linger
Façade of Reality
Mother of Light
Cry For The Moon
The Phantom Agony
Consign to Oblivion

Kamelot

    Já se passava pouco mais de 1 da manhã quando os americanos Kamelot subiram no palco da Via Funchal  em seu primeiro show no Brasil, para mostrar o seu heavy metal melódico e gravar algumas partes, que serão incluídas no seu primeiro DVD ao vivo, um registro da recente turnê do novo álbum The Black Halo. Com uma bela introdução, temos em seguida a música Centre Of The Universe do disco Epica, que já apresenta uma perfeita melodia, ficando excelente na abertura do show e não deixa ninguém parado. O carismático Roy Khan vai dando o tom do show do Kamelot, que conta também com o experiente guitarrista Thomas Youngblood, além da cozinha formada por Casey Grillo na bateria e Glenn Barry no baixo. E eles trouxeram para a tour brasileira a cantora Mari ( toda vestida de branco e que sempre canta nos álbuns da banda,  já dividindo os vocais com Roy nesta primeira música apresentada ). 

    Depois  temos a primeira música do álbum The Black Halo apresentada na noite: a ótima e melódica Soul Society, seguida de The Spell do disco Karma, que demonstram como o Kamelot é entrosado dentro do palco e como o norueguês Roy Khan sabe comandar a platéia numa performance que empolga a todos mesmo sendo tarde e com muitos já cansados.

    When The Are Lights Down ( também do álbum Epica ) é a seguinte e Roy pede ao público que aplauda, deixando um maravilhoso clima para os solos rápidos e melódicos de Thomas em sua guitarra. E não é que teve gente que deve ter ido embora antes do show do Kamelot? Pois é,  a pista estava com menos gente que antes - bem, essas pessoas não sabem o que perderam. Por exemplo, o empolgadíssimo frontman do Kamelot clamando os fãs a cantarem juntos a cada música apresentada pela banda, e é o que acontece quando tocam o clássico The Edge Of Paradise  ( presente no álbum Epica ), que é acompanhado pelas palmas do público. Depois temos a linda canção Abandoned do álbum The Fourty Legacy que é cantada em uníssono pelos presentes, e em várias vezes ( como esta ), o teatral Roy Khan canta agachado como se estivesse interpretando um personagem. Isso com certeza deixou o show ainda mais marcante. Antes da rápida e melódica Forever  ( do álbum Karma ), tivemos o novo integrante da banda Oliver Patolai ( ex-Uli Jon Roth ) fazendo um ótimo solo de teclados.

    E o tempo não perdoava, já eram bem mais de 1:30 da manhã, mas, os headbangers na Via Funchal  não paravam quietos ( também com uma seleção de músicas como estas, de que jeito...?!? ), e então temos um ilustre convidado para cantar a pesadona e cadenciada March Of Mephisto ( do novo disco The Black Halo ), o insano do Mark Jansen, do Epica, sobe ao palco e mostra a grande amizade entre as duas bandas, fazendo as vozes guturais desta música e levando a galera a "doidera" completa ( no disco ela é cantada por Shagrath do Dimmu Borgir ). E o Mark ainda dá um mosh no meio do público!!! E sem avisar!!!! ( Demais não ? ).


    Outra do set que empolga bastante é música que intitula o disco The Fourth Legacy, que mostra toda a integração da parte instrumental com o vocal, pois baixo, bateria, guitarras e teclados estavam perfeitos nesta música, algo que foi totalmente sentido pelo público, correspondendo com incansáveis palmas. Mais um grande momento do show foi com a viajante Memento Mori ( também  de The Black Halo ) na atmosfera perfeita criada nos teclados que o performático Roy Khan conduz de forma excelente.

    Então é chegada a vez do já tradicional solo de bateria, desta vez pilotado por Casey Grilo que mostra uma bela técnica e manda muito bem, diga-se de passagem. E seguindo a tradição dos shows, temos Roy apresentando cada integrante da banda sendo aplaudidos pelos presentes. Realizada a tradição, é a hora da pesada canção do álbum Epica, com a música Farewell  fazendo a alegria de todos. Em seguida eles saem do palco para uma pequena pausa. E claro, todos ficaram gritando Kamelot... Kamelot!!!. Afinal já sabíamos que teríamos o bis.

    Bis esse que veio com um dos melhores e mais esperados momentos da noite, com a participação do segundo integrante do Epica no palco, desta vez com o retorno da bela Simone Simons, para junto da fera Roy Khan, cantarem a música The Hauting ( Somehwere In Time ), também presente no novo trabalho da banda,  que claramente tornou-se um dos grandes momentos do show cantado efusivamente por todos.

    Após este maravilhoso momento, ambos saem do palco e ficamos procurando onde o emblemático vocal da banda foi parar. Ele aparece em cima das caixas de som cantado a emocionante balada Dont´ You Cry  ( do disco Karma ), e em seguida, encerrando o show com clássica música que intitula este álbum.

    É na segunda festa dos 15 anos da Hellion Records  ( a primeira teve o Evergrey e o Pain Of Salvation ) foi  maravilhosa e me orgulho por ter participado. Existiram alguns problemas, mas os shows de Kiko Loureiro, Epica e Kamelot fizeram todos se esquecerem e irem embora para casa satisfeitos com o que viram e ouviram nesta festa. Para quem ficou um pouco mais pode ter a calorosa recepção dos integrantes do Epica e posteriormente do Kamelot, que ficaram conversando, tirando fotos com os fãs e dando autógrafos num gesto de total simpatia e humildade com o público e sem nenhum estrelismo. E isso já eram quase 3 horas da manhã.

    Receptividade tamanha é incomum de ser vista e deixo os meus parabéns a todos os integrantes do Epica e do Kamelot pelo gesto.   Outro detalhe que não posso deixar de comentar é a Via Funchal com um grande público ( mais de 3.000 pessoas ) ainda mais em um dia que o Pearl Jam também estava fazendo um inédito show em São Paulo. Parabéns a Hellion Records pelos seus 15 anos e que venham os 20, 25.... em grandes festas de aniversários com shows como estes. 

Set List do Kamelot

Intro
Center of the Universe
Soul Society
The Spell
When The Lights Are Down
The Edge of Paradise
Abandoned
Forever
March of Mephisto
The Fourth Legacy

Memento Mori
Drum Solo
Intro band
Farewell

Bis
The Haunting ( Somehwere In Time )
Don’t You Cry
Karma
Outro-Abandoned/Music

Texto e Fotos: Fernando Júnior
Agradecimentos: Mirna ( Hellion ),
 Miriam ( Via Funchal ) e ao Lô .

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Kiko Loureiro

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Kiko Loureiro

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Epica

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Kamelot

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