Testament
Abertura:
Scars
Via Funchal - São Paulo/SP,
quarta-feira dia 25
de abril de 2007
Finalmente recebemos aqui no Brasil, um dos titãs do thrash
metal, esperamos o Testament por muito tempo, demoraram, mas
vieram, e deu a impressão de que quiseram tirar o prejuízo do tempo
ausente. O show foi excepcional, eles tiveram muita moral e habilidade,
brilharam o show inteiro com o excelente set list, e deram aula do
autêntico metal, Thrash quase Heavy Metal virtuose, fiel às origens; sem
choradeira e sim com muito peso e força, finalmente o Testament deu
aula e inspiração para os fãs do metal muito pesado.
E como o show foi realizado numa quarta-feira e
de início parecia que o público não seria dos maiores, mas com o passar do
tempo, a casa foi enchendo e após a apresentação do Scars, a Via Funchal
estava tomada pelo público headbanger.
Scars
Antes de comentar como
foi o show de abertura da noite, ressalto aqui que tive o
prazer de rever e conversar com amigos da comunidade metálica
regional tais como a galera das bandas Bloody, Krisiun, Andralls,
Mortage entre outras, e antes dos shows começarem, deu tempo de conversar com os
amigos o que é muito importante.
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O
Scars vem ao palco
para um dos últimos shows da tour do disco The Nether Hell, onde
eles transformam o palco numa visão do Inferno de Dante e para isso a
banda contou com a seguinte formação: Regis F. ( vocais ) Alex
Zeraib e Eduardo Boccomino ( guitarras ) André Sterzza ( baixo
) e Alex Nasser ( bateria ).
Eles abriram o set com a porrada Warfare para começar a dar o clima pesado da noite
e em seguida temos os riffs mais melódicos de Legions ( Forggotten By
The Gods ) para explodir num thrashão destruidor. A próxima foi a
cadenciada
Return To The Killing Ground que serviu para que os primeiros pescoços
começassem a serem sacudidos. Mostrando uma grande empolgação Regis F.
emenda a nova Violent Show seguida de Drugs Kill. Mantendo o
clima o Scars toca Creatures ( That Come Alive
In The Dark ) e outra nova
I.Def.I. que deverá figurar no próximo cd da banda. Depois chega a vez de Nether Hell com sua linha
extrema e toda peculiar, seguida da sinistra Hidden Roots Of Evil
que encerra a apresentação. E o Scars fez questão de
agradecer o público presente exibindo uma faixa para o público.
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E se me dissessem neste dia que
seria o último show do Scars com essa formação, com certeza eu não
acreditaria, pois a banda teve alguns recentes problemas internos e com
isso foi dissolvido o time supracitado. Voltando ao dia 25 tenho de frizar que foi
um bom show de abertura para o Testament, e olha que eles até souberam
aplacar a sede de metal que estavam os fãs da banda americana, mas isso é
uma história que o André contará nas linhas seguintes.
Set List do Scars
1 - Warfare
2 - Legions ( Forggotten By The Gods )
3 - Return To The Killing Ground
4 - Violent Show ( new )
5 - Drugs Kill
6 - Creatures ( That Come Alive In The Dark )
7 - I.Def.I ( new )
8 - Nether Hell
9 - Hidden Roots Of Evil
Testament
E depois de um
intervalo, finalmente o Testament entrou no palco: Chuck Billy
( vocal ), Alex Skolnick ( guitarra solo ),
Eric Peterson ( guitarra base ), Greg Christian (
baixo ) e Nick Barker ( bateria ), tocaram duas de suas
pérolas - A The Preacher, eles tocaram com categoria única; além do
ritmo pesado e avassalador da banda, o Alex Skolnick já no inicio,
mostrou que seria a ponta de lança do Testament, ele fazia os solos
usando bends e harmônicos, e dava a impressão de ir além do
meio tom, tocou com categoria única digna de Guitar Hero. Depois
eles arrebentaram tudo tocando nada menos que a The New Order, com
o riff alucinante do início da música, e esta foi também talvez a melhor
do show, um dos melhores clássicos do Testament, um bombardeio
artístico em todas as passagens da música, desde a marcação demolidora
feita pela cozinha Christian/Barker, como a atuação única de
Alex que se destacou nas duas oportunidades, ele faz uma espécie de
swing em seus bends, variando do original, ele tocou com muito
feeling, tanto é que o próprio Chuck Billy o show inteiro,
apresentava este guitarrista: "Alex Skolnick, Guitars!!!!".
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Continuaram
com a sequencia, The Haunting, Electric
Crown, que criou um outro ambiente no show, o tema melódico desta
música, mostra que o Testament nos oferece não só ritmo pesado, mas
também melodia muito bem composta, depois foi a Sins of Omission,
muito pesada, sendo mais uma agitadora do Testament, e dá-lhe
performance no solo do Alex Skolnick.
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Depois foi a D.N.R., para não nos tirar do fogo de
artilharia, tocada com peso, velocidade, e destaque para o porta voz
Chuck Billy, que tem potência de sobra na voz e é sem dúvida é um
showman. Não posso deixar de citar a figuraça que ele é, pois no show
inteiro, ele pegava o seu pedestal de microfone e simulava nele solo de
guitarra, quando os outros guitarristas solavam, em que o Alex Skolnick
fazia um solo incrível, ele imitava perfeitamente, e todos olhavam
para o Chuck e não para o Alex, e ainda no fim ele jogava
palhetas. A galera estava radiante pela execução de tantos clássicos, e
eles prosseguiram com a 3 Days In Darkness, dando prosseguimento a
linha totalmente pesada do Testament, e fecharam essa trinca com a
Trial By Fire, um dos clássicos, com excelente sessão rítmica muito
pesada, que soou de forma distinta ao vivo, com boa qualidade de som da
banda ao vivo, tratamento muito superior que do Slayer (
leia aqui como foi
) no ano passado.
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Depois eles
tocaram a Practice What You Preach, nesta
o guitarrista Eric Petersen mostrou que também tem muita qualidade,
em alguns trechos ele solou junto com o Alex Skolnick, e foi
incrível ver as duas guitarras perfeitamente reguladas, como se uma
chamava a outra, e seguiram com a magnífica Souls Of Black, música
em que o Alex Skolnick, novamente fez um solo talvez o mais
alucinante do show, e finalizaram com a The Legacy, mais uma vez
causando delírio, e nesta o Testament fez um clima similar com a
Electric Crown, em que eles criam uma outra característica sonora,
mais lenta, com muita qualidade de som, confesso que neste momento senti
que o dia definitivamente era de espetáculo, essas coisas que nós sempre
lutamos para encontrar.
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E finalizaram o show antes do bis com dois bombardeios,
Into the Pit e Over The Wall, finalizaram com muita moral, e
nós fãs, estávamos extasiados pelo show de tanta arte das guitarras altas
distorcidas e da percussão rápida e pesada.
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No bis o
Alex Skolnick que no show inteiro tocou unicamente com sua
Gibson Les Paul, fez o seu solo individual, e nos mostrou mais uma
vez que é a grande estrela do Testament, solando com muita
classe e estilo único, fazendo harmônicos incríveis e fraseados
no meio da escala que saia como uma melodia, realmente não há como não
enaltecer o valor deste guitarrista que já fez trabalhos até em
orquestra jazz sinfônica, e tem uma coluna há muitos anos na revista Guitar
Player, e no fim de seu solo, mais uma vez o
Chuck Billy, apresentava o colega - Alex Skolnick!!!
Após o solo individual de Alex Skolnick, eles tocaram
Alone In The Dark e Disciples Of The Watch, esta, foi
formidável, também uma das mais cultuadas, e eles mais uma vez demoliram a
Via Funchal, com uma execução tão nervosa e virtuose. E no fim tudo era
clima de festa, era aniversário do baterista Nick Barker, e eles
que são dos meus, tomaram até uma cerva.
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E quando parecia
que o show tinha realmente acabado eles nos deram mais um presente, a Burnt Offerings, nos ativando
mais uma vez para a adrenalina, e galera respondeu com muita empolgação e
emoção, e está música também foi tocada com a mesma categoria divina das
anteriores.
O show, foi
excepcional, sem dúvidas o melhor de metal neste ano de 2007, estávamos
necessitando de toda esta potência que o Testament é, e uma das
características que mais me impressionou é que apesar do ritmo violento, a
banda preza de mais uma melodia muito bem executada, dando evidência do
quanto são virtuoses esses músicos que fazem o Thrash Metal ser
muita arte.
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Set List do Testament
The Preacher
The New Order
The Haunting
Eletric Crown
Sins of Omission
D.N.R.
3 Days in Darkness
Trial By Fire
Practice What You Preach
Souls of Black
The Legacy
Into the Pit
Over the Wall
Bis
Alex Skolnick Solo
Alone in the Dark
Disciples of the Watch
Bis 2
Burnt Offerings
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Texto: André Torres - Testament
e Scars - Fernando Júnior
Fotos: Fernando Júnior
Agradecimentos a Miriam Martinez
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