The Cult - Born Into This World Tour
Quarta Feira, dia 08 de outubro de 2008 no Credicard Hall - São Paulo/SP

    Depois de quase dois anos, recebemos novamente o The Cult em São Paulo, desta vez eles vieram para divulgar o seu novo trabalho, o álbum Born Into This, e nos mostraram mais uma alta dose de Rock’n’Roll, o show foi tão bom quanto o do ano de 2006 ( leia aqui a resenha ), ou talvez melhor, no início do show o Credicard Hall não estava tão lotado como no show anterior, mas quando eles o iniciaram, aí logo a casa se encheu quase que completamente.  

    Foi legal ver principalmente os músicos originais da banda Ian Astbury ( vocal ) e Billy Duffy ( guitarra ) em plena forma, com muita sede de rock’n’roll, e foi exatamente isso o que vimos, a energia do rock dos anos oitenta, que fez história rolou solta. As guitarras saíram impecáveis, Billy Duffy não é guitar hero, mas é único, é um campeão da guitarra Gibson, em que poucos tem o poder de manuseá-la tão bem ( para mim ele põe o Slash no bolso ), ele tira efeitos perfeitos em suas Gibson Les Paul ou ES Series, com categoria única, ele não precisa de solos mirabolantes como Malmsteen, Satriani e outros, apesar de ser modesto em técnica, ele tem o seu valor, no show ele foi auxiliado por um segundo guitarrista, muito bom, o Mike Dimkich, que passou por detrás do Fernando R. R. Júnior ( fotógrafo desta resenha - olhem na galeria ) e não percebemos. 

    Depois de uma intro, eles iniciaram o show com dois clássicos do álbum Love, a Nirvana, houveram algumas falhas num dos amplificadores ao lado do palco, mas depois tudo se acertou, e o som saiu perfeito, e logo após, eles mandaram a Rain e a performance da banda melhorou ainda mais, como não falar da voz de Ian Astbury, saiu impecável com seu belo timbre forte, nesta música, passagem por passagem a banda tocou cada vez mais com virtuosismo, e o público respondeu na medida cantando em coro.

    Em seguida mandaram a I Assassin do novo álbum, mostrando a faceta bem rock’n’roll que o Cult tem, que muita banda de Metal deveria assimilar ao invés de ficar demais nesses temas eruditos alastrados por muitas bandas novas, depois tocaram The Witch, em seguida mandaram duas músicas do álbum Sonic Temple a Fire Woman, em que eles fizeram uma execução inigualável ao vivo em comparação com a de estúdio, logo após foi a Edie ( Ciao Baby ) também ótima música ao vivo. 

    Depois a sequencia foi a "Iluminated", "Horse Nation", "Spirit Walker", um dos pontos altos do show em que eles fizeram balançar todo o Credicard Hall com o ritmo rock’n’roll que essa música tem, depois tocaram "Rise", "Savages" e The Phoenix, em que Billy Duffy fez o seu solo individual, com categoria única, pilotou sua Les Paul, nos mandando a eletricidade maravilhosa que essa guitarra tem, muitos tocam esse tipo de guitarra, mos poucos como Billy, tem talento e bom senso de saber o que fazer com ela.

    Prosseguiram esse show empolgante com Dirty Little Rockstar, em que nessa, quem brilhou foi o excelente baixista Chris Wise, que mostrou a categoria do grande baixista que ele é, e também deve ressaltar que ele não só toca bem como também agita demais, sabendo usar muito bem o appeal de baixista virtuose de Rock, aliás o The Cult é uma banda em que todos os membros auxiliam o som com o visual, é como se o visual ajudasse no timbre que sai da guitarra ou da voz de Ian Astbury.  

        Em seguida encerraram o show antes do bis com a Wild Flower e com o excelente clássico Love Removal Machine, ritmo maravilhoso das guitarras, com mais uma aparição impecável de Billy Duffy em seu solo, o show estava ganho, foi o puro Rock’n’Roll que sem dúvidas balançou, nos alucinou de alegria sem parar, todos estavam muitos satisfeitos.  

    O The Cult, a banda é selvagem, quem não gosta, descarte pose, apesar da banda usar esse artifício, o som manda, pelo timbre que só Duffy tira de sua Gibson, e também a voz marcante e forte de Ian Astbury, o Cult ao vivo soa muito mais agressivo do que muitas bandas de Heavy Metal.

    Os outros músicos também estão de parabéns, a cozinha com John Tempesta na bateria e Chris Wise no baixo, sustentam perfeitamente a viajem elétrica de Billy Duffy como a melodia da voz de Ian Astbury, como disse antes, quando o show terminou já veio à saudade e mesmo não sendo um fã fervoroso do The Cult, tenho certeza de que show deles eu definitivamente faço questão de estar presente em todos.

Texto: André Torres
Fotos: Fernando R. R. Júnior
Agradecimentos: Lívia Valim - Time For Fun

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