Whitesnake - Good To Be Bad World Tour
Sexta, dia 09 de maio de 2008 no Credicard Hall - São Paulo/SPEnfrentando todos os dissabores do caótico e complicado trânsito de São Paulo, ainda mais em uma sexta-feira, graças aos deuses do Heavy Metal chegamos ao Credicard Hall a tempo para conferir a apresentação do Whitesnake, que começou por sorte, depois do horário previsto ( provavelmente por causa deste motivo ). A quarta excursão da banda pelo Brasil faz parte da tour de divulgação do ótimo álbum Good To Be Bad ( o primeiro lançamento de estúdio após 11 anos leia resenha ). Diferentemente das outras três ocasiões anteriores, quando tocaram no Rock In Rio I, no Skol Rock e em 2005 abrindo para o Judas Priest ( que foi a última passagem por aqui, leia resenha ), agora a dosagem de veneno seria completa ( e desta vez com shows em várias cidades brasileiras como Manaus, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre ). O líder e vocalista David Coverdale veio acompanhado da excelente dupla de guitarristas Doug Aldrich ( ex-Dio ) e Reb Beach ( ex-Dokken, Alice Cooper e Winger ), além de Timothy Drury ( ex-Eagles e Bryan Adams ) nos teclados, Uriah Duffy no baixo e Chris Frazier na bateria.
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Depois de exibir o presente da banda, o Whitesnake volta ao brilhante passado com a força de Fool For Your Loving ( do Ready and Willin´, que e saiu também no Slip Of The Tongue ) e podemos sentir as presas são cravadas com todo o poder e emoção nos ouvidos dos fãs, que respondem cantando junto com o vocalista no refrão. A dupla Reb Beach e Doug Aldrich, música a música aplicam uma sequencia de solos com muita competência que deixam todo o espaço para que David Coverdale faça suas estripulias com o pedestal de seu microfone mostrando uma performance totalmente empolgada, que não é diferente quando temos mais outro sucesso: Bad Boys ( do álbum homônimo de 1987 ) com seus lindos fraseados nas guitarras que causa uma fervura enorme na plateia que aclama a banda.
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Enquanto David preparava sua voz para momentos ainda mais fortes, Reb e Doug iniciam Blues For Mylene onde os dois realizam solos que mostram toda sua virtuose e técnica em solos de guitarras memoráveis que continuam em Snake Dance, com momentos onde um guitarrista “ desafiava o outro “ a realizar um solo melhor que o dele, como se estivesse valendo a sua alma ( lembrando bastante o duelo visto no filme A Encruzilhada entre Ralph Macchio e Steve Vai ). E isso resultou um blues maravilhoso para coroar a apresentação da banda. A volta ao palco de Covedale não poderia ser melhor, pois ele exibe ainda mais potência em sua voz e canta a pesada Crying In The Rain, presente no álbum Saints & Sinners ( de 1982 ), que vem para enlouquecer os fãs que pulam sem parar, a exibição desta música foi alongada para que Chris Frazier pudesse fazer um incrível longo solo em sua bateria, demonstrando toda sua grande técnica, e asseguro foi o melhor solo do ano no Brasil até aqui; em seguida a banda volta para encerrar este Hard Rock aliando uma performance magistral com o som do Credicard Hall muito bem regulado, fato que deixou ainda melhor toda a apresentação do Whitesnake. Neste momento David Coverdale apresenta cada um dos músicos que o acompanham.
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Depois com a trinca de banquinho, voz e violão foi a vez da balada The Deeper The Love ( do Slip Of The Tongue - 1989 ) com somente David Coverdale e Doug Aldrich em uma exibição acústica marcante e inesquecível, causando em todos uma sensação de imensa alegria. Em seguida eles emendam com Give Me All Your Love que extrai muitas palmas e muitos cantando com a banda este romântico Hard Rock. A hipnotizante Here I Go Again não poderia faltar no show, especialmente pela performance vibrante de Coverdale, que cantou essa música com muita potência e carisma e os fãs aclamam a banda com esta canção que encerra a primeira parte do show.
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Faltava ainda pelo menos uma do Deep Purple, afinal, David Coverdale cravou suas presas na banda entre 1973 a 1976 e para nossa surpresa tivemos Soldier Of Fortune cantada apenas pelo inigualável vocalista do Whitesnake e o lotado Credicard Hall. E para o encerramento com chave de ouro desta majestosa noite de Rock chega à vez da explosiva Burn executada com uma precisão cirúrgica pela banda que me senti levado para os anos 70, que foi aglutinada a um trecho de outro clássico: Stormbringer ( e que pena que foi apenas um trecho, essa merecia ser tocada inteira !!! ).
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Com todos os membros da banda abraçados no palco após 1 hora e 50 minutos de apresentação o Whitesnake se despede dos fãs paulistas e nos deixam felizes com a certeza que presenciamos um dos melhores shows do ano em São Paulo. Muitos fãs poderão dizer que faltaram músicas como Slide It In, Slow´n´Easy ou mesmo Mistread, mas a verdade é que o veneno do Whitesnake está muito forte e nos deixou entorpecidos de alegria pela brilhante apresentação, e claro, já fez iniciar o clamor pelo retorno dos ingleses.
Por R. R. Fernando Júnior
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